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segunda-feira, 6 de abril de 2020

O ministro da Saúde que contaminou o governo de Israel - VEJA - Mundialista

Seguidores do judaísmo ultraortodoxo são os mais atingidos pelo “vírus que mata judeus” e um líder e ministro não seguiu as próprias regras de isolamento

A próxima quarta-feira será um dia decisivo em Israel. Começa a Páscoa judaica, ou Pessach, o feriado religioso mais importante.
No meio da epidemia, pode ser também o mais letal.

Para os judeus religiosos, e mesmo aqueles que só seguem a tradição uma vez por ano para não desagradar pais ou avós, tudo o que acontece durante o Pessach está proibido: refeições em família, orações coletivas na sinagoga e uma semana de jejum, culminando no jantar pascal.
Para os judeus ultraortodoxos, aqueles que praticamente só se dedicam à religião, a situação é mais complicada ainda.

Por motivos comportamentais, de vida comum e muito próxima de orações e estudos do Talmude, o novo coronavírus explodiu em suas comunidades, tanto em Israel quanto nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Problema adicional: por motivos políticos, o partido que representa judeus ultraortodoxos de origem europeia, o Agudat Israel, tem muita influência na formação sempre apertada de governos de coalizão.
Seu líder, Yaakov Litzman, ganhou o Ministério da Saúde na repartição de cargos que faz parte do parlamentarismo (conhecida no Brasil como presidencialismo de coalizão).

Segue uma dinastia – é exatamente essa a palavra – de ultraortodoxos, ou hassídicos, que nasceu na Polônia, foi quase exterminada durante o genocídio nazista e lançou ramos remanescentes nos Estados Unidos e Israel. Como em outros países, a eclosão catastrófica da pandemia alimentou ou acirrou rivalidades políticas já existentes. A tensão entre ultraortodoxos e outras correntes quase virou guerra. Litzman seguiu as orientações do governo e seu ministério recomendou o isolamento social.
Mas ele próprio continuou indo à sinagoga. Na última quarta-feira, ele e a mulher deram positivo, obrigando praticamente toda a cúpula do governo, incluindo o diretor do Mossad, a ir para a quarentena.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que está a ponto de formar um governo de união nacional como o líder oposicionista Benny Gantz, mal havia saído de uma semana de afastamento, por causa de um assessor positivo, e teve que voltar. “Ele pôs as nossas vidas em risco”, reclamou um ministro, anonimamente. No início, a epidemia explodiu nas comunidades ultraortodoxas. Em Nova Jersey, o primeiro caso veio delas. Na Inglaterra, 20% da primeira onda de infectados era de haredim, daí os murmúrios sobre o “vírus que mata judeus” – por motivos óbvios, especialmente perigosos.

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O Ministério da Saúde e seu chefe, Litzman, que está rezando “para que o Messias chegue antes da Páscoa e nos redima dos pecados do mundo”, iriam para segundo plano. Bennett também não é nada ortodoxo na campanha contra o corona: propôs que idosos e debilitados fossem totalmente isolados, enquanto os mais jovens seguiriam trabalhando para não quebrar o pais.

Agora, diz que Israel está em “guerra biológica com a natureza” e somente os recursos “colossais” das forças de defesa, conhecidas como IDF, darão conta. “Se queremos fazer frente a isso, se queremos reabrir a economia, então toda a responsabilidade para administrar a crise, de A a Z, tem que ser transferida para o IDF e o Ministério da Defesa o mais rapidamente possível”.
Bennett fez uma comparação: “Não deixaríamos um geólogo comandar a operação de resgate de um terremoto”.
“Estamos numa guerra como nunca vimos antes”.

A situação está muito, muito complicada para todo mundo. As características únicas de Israel criam complicações adicionais.Mas as discussões, as brigas políticas e até a maluquice de um ministro que descumpre os próprios regulamentos são muito parecidas.

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MATÉRIA COMPLETA: Blog Mundialista - Vilma Gryzinski, jornalista - VEJA


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Ao lado de Netanyahu, Bolsonaro visita Muro das Lamentações

Presidente deixa bilhete escrito 'Deus, olhe pelo Brasil' em fresta da ruína do templo judaico

Escoltado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente Jair Bolsonaro visitou nesta segunda-feira, 1, o Muro das Lamentações, sob forte chuva de granizo, e deixou em sua frestas um bilhete escrito “Deus, olhe pelo Brasil”. Esta é a primeira vez que o premiê israelense acompanha um chefe de Estado em visita oficial ao local sagrado para os judeus, na porção oriental de Jerusalém. A soberania dessa área é reivindicada pelos palestinos.

[comentário 1: Chefes de Estado, incluindo Trump, sempre que visitaram o Muro das Lamentações, deram caráter particular, pessoal à visita, para evitar conotação política e para tanto não são acompanhados pelo premier de Israel;

Bolsonaro, para ser diferente, leva 'Bibi" junto, comprometendo mais ainda o Brasil, demonstrando uma aproximação exagerada com Israel - maior do que a real - colocando em risco interesses comerciais do Brasil com os países árabes.

Mais grave é que os opositores do premier de Israel já ironizavam essa aproximação com Bolsonaro, repudiado pela sociedade mais cosmopolita e progressista de Tel Aviv por suas declarações consideradas homofóbicas e a favor da ditadura.                                 

A magnífica metrópole israelense do Mediterrâneo sempre teve orgulho de sua comunidade LGBTI, sendo inclusive considerada uma das capitais gays do mundo.

Yair Lapid, um dos líderes da coalizão liderada pelo ex-comandante das Forças Armadas Benny Gantz, já indicou em entrevista ao “New York Times” que, se a oposição chegar ao poder, eles pretendem se distanciar de “líderes populistas de direita” como “Jair Bolsonaro e Viktor Orbán”.]



Esse compromisso foi interpretado como uma tentativa de favorecer a reeleição de Benjamin Netanyahu. Governante há 10 anos de Israel, o premiê concorrerá a mais um mandato no cargo no próximo dia 9, quando serão realizadas as eleições parlamentares no país. O programa dos dois líderes incluiu uma visita à sinagoga Sharey Tshuva, dentro de túneis do complexo do Muro das Lamentações. Os túneis são os resquícios das construções feitas ao redor do templo judaico antes de sua destruição, no século I. Anos depois da destruição, o local foi limpo e seco para a construção desta que é a sinagoga mais próxima do antigo templo judaico. O Muro das Lamentações é o segundo local mais sagrado para o judaísmo. A parede, formada por pedras de calcário, foi o que restou do chamado Segundo Templo de Jerusalém, construído no lugar do Templo de Salomão. Um rabino deu as explicações ao presidente brasileiro sobre o significado da ruína.

A decisão do governo brasileiro em aceitar o convite de Netanyahu para a visita marca uma mudança na política externa em favor de Israel, em detrimento das relações com a Autoridade Palestina. O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, chegou a mencionar no domingo que uma visita presidencial aos territórios palestinos não chegou a ser cogitada.
O Muro das Lamentações fica no setor leste de Jerusalém, parte do território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Para muitos, visitar o local ao lado do líder israelense significa reconhecer a soberania do país sobre a região, em detrimento dos palestinos.  Netanyahu acompanhou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em uma visita ao local no mês passado. O presidente Donald Trump, contudo, conheceu o local sem a presença do premiê israelense em sua passagem pelo país.
Antes de visitar o Muro, Bolsonaro foi à Basílica do Santo Sepulcro, também na Cidade Velha.

Segundo a tradição cristã, Jesus teria sido sepultado no local.

Revista Veja  
 

segunda-feira, 25 de março de 2019

Imitação do mal: copia, cola, mata

A internet é o princípio, o meio e o fim dos assassinos em massa


Dogolachan, 4chan, 8chan. Não faz ideia do que é? Dylan Klebold e Eric Harris, Adam Lanza, Dylann Roof, Robert Bowers. Anders Breivik, Brenton Tarrant. Ainda está difícil? Vamos ficar mais próximos. Wellington, Guilherme, Luiz Henrique. Sim, são todos autores de massacres infames. Em escolas na maioria, mas também em uma igreja metodista de fiéis negros, uma sinagoga, um acampamento do partido de centro-esquerda da Noruega e, no caso mais recente, em duas mesquitas na Nova Zelândia. Todos frequentadores dos “buracos negros” da internet mencionados logo no começo, autodoutrinados em teorias conspiratórias.

Certos de que se tornaram heróis malditos, celebridades do mundo das sombras da internet, seja na morte, na maioria dos casos, seja na vida numa cela. Numa competição do mal, saúdam os antecessores e tentam superá-­los. Por enquanto, o australiano Brenton Tarrant está no topo: transmitiu ao vivo pelo Facebook os dezessete horripilantes minutos em que massacrou frequentadores das mesquitas — “invasores”, por serem muçulmanos.

Tarrant matou cinquenta pessoas e riu da nossa cara. Na live do terror e no manifesto que deixou para a infâmia, plantou pistas falsas e trolagens, destinadas justamente a causar confusão e desinformação. Um exemplo: disse que Candace Owens foi a pessoa que mais o conduziu ao caminho da radicalização, “embora os atos extremos que ela defende sejam excessivos até para o meu gosto”. É uma espécie de piada cheia de ironia. Candace, também cria da era digital, é jovem, bonita, negra e agressivamente conservadora. O falso elogio a ela, da mesma forma que o dirigido a Donald Trump, faz parte do declarado propósito de Tarrant de apressar uma guerra civil nos EUA.

Como seu maior inspirador, Anders Breivik (77 mortos na Noruega, um recorde difícil de quebrar), Tarrant tem um conceito narcisista da própria importância. Naturalmente, acha que vai mudar o mundo. Embora ambos tenham agido de forma isolada, o uso intensivo das redes sociais, o culto à ultraviolência e as “justificativas” para matar civis inocentes são impressionantemente idênticos aos dos propagandistas do Estado Islâmico. Como os ultrafundamentalistas muçulmanos, Tarrant procurou no passado a explicação para barbaridades no presente.

Suas armas foram pintadas com o nome de comandantes da Batalha de Lepanto, como Marcantonio Colonna e Sebastiano Venier, do governador de Veneza na época da histórica vitória na cidade sitiada e de heróis sérvios da resistência à expansão muçulmana. Usar fatos que aconteceram há 400 ou 500 anos como paradigma do presente equivale a invocar as batalhas do profeta Maomé como exemplo de comportamento para os muçulmanos nos dias atuais.

O fator cópia e o elemento contagioso desses massacres fazem com que aumentem os apelos para que o nome dos desgraçados não seja reproduzido pela imprensa, os “chans” em que se infectam mutuamente sejam policiados e as plataformas abertas que usam para se promover apertem a censura. Todas, infelizmente, soluções falsas para um problema verdadeiro.

Publicado em VEJA de 27 de março de 2019, edição nº 2627

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Por um fio: Netanyahu pode ser reeleito ou ir para a cadeia? {Bolsonaro fez a escolha errada ao priorizar Israel.; felizmente o general Heleno deu aquele "reio de arrumação".


Arábia Saudita suspende importação de carne de frango de 33 frigoríficos do Brasil

[Bolsonaro, empolgado com o poder, pisou feio ao priorizar Israel em detrimento dos países árabes - felizmente o general Heleno optou por considerar prioridade o interesse comercial e deu um 'freio de arrumação'; 

agora mudança de embaixada algo a se discutir daqui uns vinte anos.]

Medida pode ser reação à sinalização dada por Bolsonaro de que poderia transferir embaixada brasileira em Israel [devidamente corrigida pelo general Heleno.]

A Arábia Saudita, maior importadora de carne de frango do Brasil, parece ter dado início às retaliações do mundo árabe pelo postura de Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo de implementar uma política externa ideológica de submissão os interesses dos Estados Unidos e de Israel; [Bolsonaro estava super empolgado, recém empossado, tudo inédito e supervaloriazou as vantagens de manter relações comerciais com Israel;

foi tesmpestivamente alertado e optou por conceder a Israel o lugar que aquele país merece, em funçao do que tem a oferecer ao Brasil,  assim, o assunto transferir embaixada será discutido depois.

Ao Brasil interessa vender frango para A Arábia Saudita, o maior importador.]

os árabes riscaram cinco frigoríficos da lista dos exportadores brasileiros para o país árabe, entre eles unidades da BRF e JBS, empresas mais atuantes no setor; medida pode ser início de barreiras impostas após transferência de embaixada brasileira em Israel.

Folha de S. Paulo 


Por um fio: Netanyahu pode ser reeleito ou ir para a cadeia

Uma semana do barulho para o primeiro-ministro israelense, enrolado em denúncias de corrupção cujo destino será decidido por ex-aliado


Um político bom de briga disposto a fazer praticamente qualquer coisa para continuar no poder e um jurista incorruptível decidido a enfrentar praticamente qualquer obstáculo para impor o domínio da lei?  Todos nós já vimos este filme antes e a tensão política que ele cria. Como em Israel, as tensões habituais em qualquer outro país são multiplicadas por dez, o país espera como se fosse o dia do Juízo Final o que o procurador-geral Avichai Mandelbit vai fazer esta semana.
A decisão, que “não será influenciada por nada que não sejam as provas e a lei”, concerne as três denúncias por corrupção apresentadas em inquéritos policiais contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Com carreira na justiça militar e kipá preto, típico de uma corrente dos ultraortodoxos, Mandelbit foi secretário de Governo de Netanyahu, uma posição estratégica, pela necessidade de articulação entre todos os ministros e conhecimento jurídico para preparar projetos de lei. Quando Netanyahu o nomeou procurador-geral, Mandelbit foi considerado o ocupante do cargo mais direitista de todos os tempos. Agora, obviamente, Netanyahu e seus partidários o acusam de fazer o jogo da oposição e da esquerda, em conluio com a imprensa.
É um filme que passa o tempo todo em certos países. No caso de Israel, exacerbado pela tensão pré-eleitoral.

Netanyahu antecipou as eleições parlamentares para 9 de abril e chegar a elas como processado por corrupção evidentemente pode ter um peso importante, embora não definitivo.  Mandelbit já disse que o calendário eleitoral não vai pesar em sua decisão, um fato “sem precedentes na história da justiça israelense”, segundo esperou Bibi. Emprestando um termo constantemente usado por Donald Trump, ele diz que tudo não passa de uma caça às bruxas politicamente motivada.  Dos três inquéritos por corrupção passiva, fraude e outros “malfeitos”, o mais grave é a ação penal 3000, na qual Bibi é acusado de favorecer Shaul Elovitch, dono de uma gigante de telecomunicações, em troca de cobertura favorável em seu site de notícias, o Walla.

As inúmeras intervenções no site foram reconstituídas. Por uma incrível coincidência, sempre a favor de Bibi. Elovitch, que ganhou contratos do governo, primeiro negou tudo e depois disse que agiu por medo de ser prejudicado.
Em outro inquérito, a cobertura favorável também foi a base de tudo, mas é mais enrolado: Bibi, segundo a acusação, propôs prejudicar a circulação de um dos jornais mais entusiasticamente afinados com seu governo para favorecer uma outra publicação. O acordo não chegou a ser concretizado. Champanhe rosê, comida gourmet, charutos cubanos e outros mimos, pagos por Arnon Milchan, um produtor de cinema em Hollywood, rolavam na casa dos Netanyahu. Um projeto fiscal que favoreceria o generoso doador foi bloqueado pelo Ministério da Justiça.

Comparadas com as proporções da corrupção no Brasil, as acusações contra Netanyahu envolvem valores e favores quase risíveis, embora o princípio da honestidade na condução dos negócios públicos seja exatamente o mesmo.  As acusações também empalidecem diante do que esperam, antecipam e até garantem, ainda sem provas, os inimigos de Donald Trump para os quais o presidente é culpado de nada menos que traição à pátria e conspiração com os russos.

(...)
 
Só para lembrar: a imprensa não tem que ser imparcial, ao contrário dos agentes públicos, mas precisa ser baseada em fatos razoavelmente dignos de crédito e checados com padrões profissionais.  Quando jornalistas exageram, dão chiliques, fazem campanha ou publicam dados não sustentáveis, [o que está se tornando corriqueiro aqui no Brasil desde a eleição de Bolsonaro e mesmo alguns dias antes do segundo turno - os 'disparos' de fake news', destacando o caso Queiroz, todo dia surgem manchetes alertando para descobertas, só que no miolo da notícia ser ver apenas o boato da semana passada, requentado e já fedendo.] 0 municiam os que prefeririam viver num mundo sem eles. E ainda podem arrastar os profissionais corretos junto com eles.

Denunciar perseguição por parte da imprensa ganhou novas dimensões nos tempos atuais.
O Likud, partido de Netanyahu, deu um passo adiante nesses novos tempos: espalhou outdoors com as fotos de quatro jornalistas conhecidos pelas reportagens negativas envolvendo Netanyahu. Embaixo, a frase “Eles não vão decidir”, uma referência à eleição de 9 de abril.  Mandelbit, que encerrou a carreira na justiça militar com a patente de general de duas estrelas, também está sentindo o peso do momento. O túmulo de seu pai, um sionista da ultradireita laica, foi vandalizada.

No mês passado, teve que sair da sinagoga onde estava sendo o kadish, a oração funerária judaica, em homenagem a sua mãe porque alguns manifestantes cercavam o local.  “Coisas assim não vão abalar um único fio de cabelo dele”, disse um ex-colega ao Times of Israel.

Mandelbit se tornou praticante aos 26 anos e segue uma escola ultraortodoxa criada por um rabino cabalista. Processar, ou não, o ex-amigo que o promoveu e agora o denigre é certamente um momento existencial difícil.

Matéria completa, Veja