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sábado, 17 de março de 2018
Desembargadora diz que Marielle estava engajada com bandidos e é 'cadáver comum'
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Desembargadora acusa Marielle Franco de 'engajamento' com bandidos
Para Marília Castro Neves, vereadora, que ela não conhecia até o crime, é 'cadáver comum'
—
Desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Marília Castro Neves
afirmou hoje em uma rede social que Marielle Franco, vereadora pelo PSOL
executada aos 38 anos com dois tiros na cabeça, na última quarta-feira,
"estava engajada com bandidos" e "não era apenas uma
lutadora".
Segundo a
desembargadora, no cargo desde 11 de dezembro de 2006, "a tal Marielle
descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores", que, segundo
Marília, seriam do Comando Vermelho.
Marielle,
na avaliação da desembargadora, foi assassinada "por seu comportamento,
ditado por seu engajamento político".
—
Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um
cadáver tão comum quanto qualquer outro — escreveu.
A
avaliação de Marília foi feita no Facebook de Paulo Nader, magistrado
aposentado da Justiça fluminense e professor emérito da Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF). Ele publicou um post em que comentava a comoção provocada
pela morte de Marielle e a justificava pelo fato de a vereadora ser "uma
lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida".
O
comentário foi descoberto pela colunista Monica Bergamo, da "Folha de
S.Paulo". Procurada pela coluna, a desembargadora afirmou que nunca tinha
ouvido falar de Marielle Franco até seu assassinato e que se baseou informações
que leu "no texto de uma amiga".
Marília
afirmou ainda à coluna que fez o comentário como cidadã, e não como magistrada:
— Eu só
estava me opondo à politização da morte dela.
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quinta-feira, 15 de março de 2018
Raquel Dodge estuda federalizar investigação de assassinato de vereadora; [ou politizar? a morte de vereadora foi mais uma das dezenas que ocorrem no Rio, a cada semana e mês.]
Procuradora-geral designou secretários do órgão e do CNMP para acompanhar caso
A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou nesta
quinta-feira que determinou a instauração de um procedimento para estudar a
federalização da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco
(PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes, mortos na noite de quarta-feira no
Rio de Janeiro. Em nota,
a PGR levantou a possibilidade de realizar um Incidente de Deslocamento de
Competência, ou seja, a investigação seria realizada por autoridades federais,
e não estaduais.
Raquel
Dodge, que também preside o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP),
designou os secretários de Relações Institucionais, Nedens Ulisses, e de
Direitos Humanos do órgão, Ivana Farina, assim como o secretário de Direitos
Humanos da PGR, André de Carvalho Ramos, para se reunirem com o
procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussen, e acompanhar o caso. A
procuradora-geral destacou seu "integral apoio ao trabalho dos membros do
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro" e disse que o
"Ministério Público está unido e mobilizado em torno do assunto".
'DEMOCRACIA
ATINGIDA'
O
vice-procurador-geral da República, Luciano Maia, afirmou nesta quinta-feira
que o assassinato de Marielle Franco fere a democracia brasileira. Isto porque,
segundo ele, a vereadora se destacou na luta contra as injustiças sociais. — Hoje
amanhecemos atingidos pelas balas que mataram a vereadora Marielle. (As balas
que mataram Marielle) atingem em cheio a democracia brasileira — disse o
vice-procurador-geral na abertura da sessão do plenário do Supremo Tribunal
Federal.
Maia
disse ainda que nada pode deter o rumo da História. — E a
História significa a força da mulher para obter igualdade — acrescentou. O
vice-procurador fez as declarações no início das discussões sobre a ação direta
de inconstitucionalidade sobre trecho da lei 13.165 que estabelece limites de
recursos do Fundo Partidários para campanhas eleitorais de mulheres.
Torquato Jardim: morte de vereadora foi 'mais uma tragédia diária do Rio'
Ministro lamentou o assassinato, mas disse que não vai afetar a intervenção
O
ministro da Justiça, Torquato Jardim, lamentou o assassinato da vereadora
Marielle Franco (PSOL), mas disse que a morte dela não terá impacto na
intervenção federal na segurança do Rio. As declarações foram dadas na manhã
desta quinta-feira, após sua participação em um painel sob corrupção no Fórum
Econômico Mundial, em São Paulo. — Foi uma
tragédia. Mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro. Lamentável. É preciso
conhecer bem as razões e ir atrás dos responsáveis —, afirmou o ministro, que
continuou:
— Isso
não põe em xeque a eficácia da intervenção federal.
Jardim
afirmou que a Polícia Federal vai auxiliar nas investigações, embora a
corporação não faça mais parte do seu ministério. Segundo ele, é preciso ter
cautela na apuração do caso, que classificou como "inominável
tragédia". — Vamos
por partes, vamos atuar com cuidado, investigar o caso a caso.
Policiais
que acompanham as investigações dizem que a principal hipótese é de que a vereadora tenha sido
executada, pois a análise dos disparo sugere que os assassinos
sabiam o assento que ela ocupava no carro. Eleita pelo PSOL, Marielle tinha 38
anos e foi a quinta vereadora mais votada em 2016. Ela foi
assassinada a tiros por volta das 21h30m desta quarta-feira na Rua João Paulo
I, no Estácio, próximo à prefeitura do Rio. O motorista que estava com ela,
Anderson Pedro Gomes, também foi morto na ação. Eles estavam acompanhados de
uma assessora da vereadora, que foi atingida por estilhaços e levada para o
Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.
O Globo
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