Procuradora-geral designou secretários do órgão e do CNMP para acompanhar caso
A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou nesta
quinta-feira que determinou a instauração de um procedimento para estudar a
federalização da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco
(PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes, mortos na noite de quarta-feira no
Rio de Janeiro. Em nota,
a PGR levantou a possibilidade de realizar um Incidente de Deslocamento de
Competência, ou seja, a investigação seria realizada por autoridades federais,
e não estaduais.
Raquel
Dodge, que também preside o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP),
designou os secretários de Relações Institucionais, Nedens Ulisses, e de
Direitos Humanos do órgão, Ivana Farina, assim como o secretário de Direitos
Humanos da PGR, André de Carvalho Ramos, para se reunirem com o
procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussen, e acompanhar o caso. A
procuradora-geral destacou seu "integral apoio ao trabalho dos membros do
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro" e disse que o
"Ministério Público está unido e mobilizado em torno do assunto".
'DEMOCRACIA
ATINGIDA'
O
vice-procurador-geral da República, Luciano Maia, afirmou nesta quinta-feira
que o assassinato de Marielle Franco fere a democracia brasileira. Isto porque,
segundo ele, a vereadora se destacou na luta contra as injustiças sociais. — Hoje
amanhecemos atingidos pelas balas que mataram a vereadora Marielle. (As balas
que mataram Marielle) atingem em cheio a democracia brasileira — disse o
vice-procurador-geral na abertura da sessão do plenário do Supremo Tribunal
Federal.
Maia
disse ainda que nada pode deter o rumo da História. — E a
História significa a força da mulher para obter igualdade — acrescentou. O
vice-procurador fez as declarações no início das discussões sobre a ação direta
de inconstitucionalidade sobre trecho da lei 13.165 que estabelece limites de
recursos do Fundo Partidários para campanhas eleitorais de mulheres.
Torquato Jardim: morte de vereadora foi 'mais uma tragédia diária do Rio'
Ministro lamentou o assassinato, mas disse que não vai afetar a intervenção
O
ministro da Justiça, Torquato Jardim, lamentou o assassinato da vereadora
Marielle Franco (PSOL), mas disse que a morte dela não terá impacto na
intervenção federal na segurança do Rio. As declarações foram dadas na manhã
desta quinta-feira, após sua participação em um painel sob corrupção no Fórum
Econômico Mundial, em São Paulo. — Foi uma
tragédia. Mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro. Lamentável. É preciso
conhecer bem as razões e ir atrás dos responsáveis —, afirmou o ministro, que
continuou:
— Isso
não põe em xeque a eficácia da intervenção federal.
Jardim
afirmou que a Polícia Federal vai auxiliar nas investigações, embora a
corporação não faça mais parte do seu ministério. Segundo ele, é preciso ter
cautela na apuração do caso, que classificou como "inominável
tragédia". — Vamos
por partes, vamos atuar com cuidado, investigar o caso a caso.
Policiais
que acompanham as investigações dizem que a principal hipótese é de que a vereadora tenha sido
executada, pois a análise dos disparo sugere que os assassinos
sabiam o assento que ela ocupava no carro. Eleita pelo PSOL, Marielle tinha 38
anos e foi a quinta vereadora mais votada em 2016. Ela foi
assassinada a tiros por volta das 21h30m desta quarta-feira na Rua João Paulo
I, no Estácio, próximo à prefeitura do Rio. O motorista que estava com ela,
Anderson Pedro Gomes, também foi morto na ação. Eles estavam acompanhados de
uma assessora da vereadora, que foi atingida por estilhaços e levada para o
Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.
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