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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Um grito contra o estupro

Adolescente violentada por pelo menos 33 homens no Rio de Janeiro expõe a falência da sociedade brasileira. Diante da gravidade da situação, governo federal prepara ações emergenciais para conter a onda de violência sexual que vitima uma mulher a cada 11 minutos

 [defendemos que a pena mínima para o estupro deve ser a castração química por no mínimo dez anos; 
reincidência ou estupro coletivo castração quimica permanente - se após 20 anos o individuo ainda conseguir se recuperar da broxura, então se parte para a castração física.]

 Uma adolescente de 16 anos desacordada numa casa de dois cômodos à mercê de pelo menos 33 homens. Um vídeo que viraliza nas redes sociais. Comentários machistas, incentivando a violência e ridicularizando a vítima. O estupro coletivo ocorrido na Zona Oeste do Rio de Janeiro no sábado 21 deixou o País atônito. O caso chocou não só pela barbárie, mas pela prepotência dos criminosos, que filmaram o atentado e publicaram imagens da menina depois de violentada na internet. Ao mesmo tempo em que gerou revolta, a postagem tornou o fato público. Simultaneamente, as mulheres começaram a se manifestar nas redes sociais, em repúdio ao ocorrido. A principal mensagem era: não foram 33 contra 1, mas 33 contra todas nós. A divulgação da selvageria gerou uma reação internacional, até porque o Rio será palco do maior evento esportivo do planeta, a Olimpíada, em agosto. Na quinta-feira 26, ONU Mulheres divulgou uma nota repudiando o crime.

O presidente Michel Temer emitiu uma nota de indignação. “É um absurdo que, em pleno século 21 tenhamos que conviver com crimes bárbaros como esse”, disse Temer, que lembrou ter sido pioneiro na criação da Delegacia da Mulher, no Governo de Franco Montoro (1982-1986). Diante da gravidade da situação, o Ministro da Justiça Alexandre de Moraes decidiu mudar a pauta da reunião que já estava marcada com todos os secretários de Segurança para a terça-feira 31. Eles agora irão discutir formas de combate à violência contra a mulher.  “Iniciaremos um efetivo combate a esses crimes hediondos”, disse Moraes. Em entrevista à ISTOÉ, a secretária nacional de Direitos Humanos Flavia Piovesan, responsável pelas questões femininas, adiantou parte da pauta da reunião. “Vou pedir a criação de uma força tarefa para combater a violência contra a mulher, núcleos especializados em abordar o assunto e a implementação completa da Lei Maria da Penha”, disse. [senhora Piovesan, louvável e digna sua posição contra o estupro; apenas lembramos que o assassinato de seres humanos inocentes e indefesos =o aborto, cuja descriminalização a senhora defende é também um ato hediondo, covarde e traiçoeiro, por ser sempre realizado com a concordância da mãe da vítima.] Foi também diante de um caso de estupro coletivo que a Índia mudou sua legislação.  Pena que o Brasil precisou chegar a esse ponto.

A selvageria do Rio de Janeiro está longe de ser um caso isolado, pois, a cada 11 minutos, ocorre um estupro no País. Um dia antes, por exemplo, uma adolescente de 17 anos foi violentada por cinco homens em Bom Jesus, no Piauí. Em 2015, no mesmo Estado, quatro meninas foram estupradas por cinco homens na cidade de Castelo, num caso que também ficou famoso pela brutalidade. O episódio da adolescente carioca aconteceu em uma comunidade pobre da zona oeste do Rio de Janeiro. Lucas Duarte, 19 anos, desconfiou que sua namorada o traía e se achou no direito de arquitetar o estupro coletivo seguido de exposição na internet como vingança. [Lucas Duarte é jogador de futebol; atualmente joga no Boa Vista, time da primeira divisão do Rio.] A sensação de impunidade que inflava os agressores foi tamanha a ponto de um deles, Raphael Belo, de 41 anos, tirar uma selfie ao lado da vítima, com a boca aberta em escárniomesmo tom adotado nos comentários feitos em perfis de redes sociais que divulgaram o crime na terça-feira, 24 (leia ao lado alguns que ilustram a cultura machista que impera no País). “Amassaram a mina, intendeu ou não intendeu? kkk” (sic), foi o que publicou Michel Brasil, de 20 anos, ao divulgar as imagens na rede. 

Depois de uma avalanche de críticas de internautas, o post foi apagado, bem como a conta de Michel. Ele, Raphael, Lucas e mais um homem, Marcelo Corrêa, de 18 anos, foram identificados, mas até o fechamento desta edição não tiveram os pedidos de prisão realizados. O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou na sexta-feira 27 que a polícia não descansará até prender todos os envolvidos. Enquanto isso, a adolescente de 16 anos postou numa rede social: “Todas podemos um dia passar por isso… Não, não dói o útero e sim a alma… Realmente pensei que seria julgada mal.” 

Leia matéria na integra na  Revista ISTO É - http://istoe.com.br/um-grito-contra-o-estupro/

Suspeito de participar de estupro coletivo no Rio é jogador do Boavista

 

Um dos quatro suspeitos acusados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro de participar do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos é jogador do Boavista, time da primeira divisão do Carioca. Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, está foragido desde o início da noite desta quinta-feira.
 



 Seedorf, ex-jogador de futebol, é padrinho e descobridor de Lucas.


Fonte:  http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia.php?c=10758

 

domingo, 8 de novembro de 2015

Parlamentares do atraso - os modernos, os de vanguarda, os progressitas estão todos presos por assalto aos cofres públicos

Parlamentares do atraso

Aliança que tem garantido sobrevida a Eduardo Cunha na Presidência da Câmara promove uma agenda no Congresso que choca a sociedade ao suprimir direitos e aprovar projetos em benefício próprio  


[os parlamentares que a sociedade aprecia, destaque para Zé Dirceu, não podem votar contra os projetos que parte da imprensa diz  chocar a sociedade, tendo em conta que estão presos por corrupção, MENSALÃO - PT, PETROLÃO - PT, assalto aos cofres públicos, etc.
Dizem que Eduardo Cunha é culpado, só que as provas não sustentam tal acusação.
Alguém é capaz de achar que no Brasil atual, a maior parte da população manipulada a ser contra Eduardo Cunha, se houvesse provas sólidas contra ele, já teria sido no mínimo afastado da presidência da Câmara.
A única pessoa que se beneficia da presença do Cunha na presidência da República é atual presidente Dilma Rousseff - que sai da presidência da República na hora que o deputado Cunha decidir aceitar os pedidos de impeachment que abundam contra ela.]
BALA NA AGULHA
Bancadas aliadas a Eduardo Cunha (acima entre os dólares), como a ligada à
indústria armamentista, integrada por Alberto Fraga e  Jair Bolsonaro (abaixo),
conseguem aprovar suas  pautas, ao passo  que setores considerados
progressistas, representados  pela deputada Maria do Rosário,
que condena o trabalho escravo, acumulam derrotas
Fraga foi voltou ao Congresso com larga margem de votos - O Bolsonaro é um dos mais cotados para presidente do Brasil e uma liderança crescente

Temos que considerar que a turma 'progressista' sofreu grandes baixas nas eleições de 2014 - muitos foram repudiados pelos eleitores.  Entre os eleitos vários estão presos por assaltos aos cofres públicos e, convenhamos, uma bancada liderada pela inestrupável Maria do Rosário não pode aprovar nada - já surgiu derrotada
 

A sociedade nunca imaginou pagar um preço tão alto pela permanência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Câmara. Enquanto manobras regimentais ainda lhe garantem impressionante sobrevida, os brasileiros assistem estupefatos ao avanço de uma agenda retrógrada no Congresso, que suprime direitos conquistados a duras penas pela população. Nos últimos dias, foi possível perceber com muito mais clareza que o desserviço ao País prestado pela indefinição do caso Cunha não decorre apenas da manutenção na presidência da Câmara de uma figura envolvida até o pescoço com as traficâncias na Petrobras, como se isso já fosse pouco, graças a uma aliança tácita celebrada com determinados parlamentares e grupos políticos do Congresso. [pode até proceder o entendimento de que a permanência do deputado Eduardo Cunha se deva a determinados parlamentares e grupos políticos. Só que os mesmos estão a serviço da Dilma e dos interesses escusos da petralhada, incluindo o indesejado e inviável retorno do Lula em 2018.
Respondam, com honestidade,  por favor: quem faz mais mal ao Brasil permanecendo no poder, Dilma Rousseff ou Eduardo Cunha? 
O ideal mesmo seria os dois saírem. Mas, se apenas um tiver que sair que seja Dilma, ela é mais nociva ao Brasil e aos brasileiros.]  

É pior do que isso. O acordão em que estão incluídas não só as bancadas conservadoras da Bala, Bíblia e Boi, apelidadas pejorativamente de “BBB”, como setores do próprio PT, produz efeitos colaterais que causam danos à sociedade. Como não lamentar o Projeto de Lei 5.069, que dificulta o aborto de mulheres vítimas de violência sexual, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no dia 21 de outubro? E a aprovação de um Estatuto, no dia 24 de setembro, que define como família apenas as relações entre homens e mulheres, no momento em que os brasileiros lutam contra a discriminação a homossexuais? [é inaceitável, imoral, vergonhoso, que a pretexto de defender direitos dos portadores do homossexualismo, se queira extinguir a família. 
No momento em que a definição de FAMÍLIA  deixar de ser EXCLUSIVAMENTE   as relações entre homens e mulheres,  a família será extinta oficialmente. 
Já que abrindo espaço para família composta fruto do relacionamento homem x homem, mulher x mulher, estará aberta também as portas para familia formada por homem com vaca, mulher com cachorro, homem com galinha. 
As relações sexuais entre homens e animais, a zoofilia, terá espaço na definição e constituição de família.
Difícil de se entender, se acreditar, é a preocupação exagerada de defender os direitos  dos portadores do homossexualismo e demais adeptos da famílias não formadas da relação homem x mulher.
É uma preocupação descabida.
Se o cara gosta de homem, quer transar com um homem que transe, faça suas práticas entre quatro paredes e não queira impor a outros; 
se a mulher gosta de mulher, vale o mesmo do anterior;
se o cara quer se relacionar com um jumento, vale o mesmo dos anteriores;
se a mulher quer curtir uma porca ou qualquer outro animal, esteja à vontade.
Sempre entre quatro paredes e sem constranger terceiros.
Como se diz no popular, cada um no seu quadrado.]

Na terça-feira 27, ao analisar mudanças no Estatuto do Desarmamento numa Comissão Especial, os deputados da bancada da bala, ligados à indústria armamentista ou ex-agentes das forças de segurança, aprovaram o Projeto de Lei 3722, de 2007, que busca estender o direito ao porte de arma a diversas categorias, tornando-o um procedimento mais simples do que o necessário para tirar uma carteira de motorista. Na prática, ela acaba com o Estatuto do Desarmamento, aprovado em referendo pela maioria dos brasileiros em 2003 e que salvou 160 mil vidas, segundo a estimativa de estudo da ONG Sou da Paz. [o Estatuto do Desarmamento não foi aprovado em referendo; ao contrário, o referendo REDUZIU um pouco a capacidade de destruição do  DIREITO DE DEFESA. 
Por sorte e em grande parte pelo esforço dos ilustres parlamentares que formam a chamada 'bancada da bala', o resultado do referendo limitou os planos dos autores do 'estatuto do desarmamento' - que, felizmente, ora agoniza - do desamamento total dos brasileiros.]   

Na Comissão de Agricultura, a bancada ruralista obteve uma vitória inacreditável na última semana. Aprovou proposta que altera o Código Penal (Decreto-Lei 3.689/41), retirando do texto termos como “jornada exaustiva” e “condições degradantes de trabalho” da definição do crime de trabalho escravo. Foi uma resposta dos ruralistas aos efeitos da Emenda Constitucional 81, que prevê a expropriação de imóveis rurais e urbanos onde for constado trabalho análogo à escravidão. Pela emenda, os imóveis desapropriados por essa razão serão destinados à reforma agrária ou a programas de habitação popular, sem indenização ao proprietário. A proposta foi apresentada em 2012. Nada ocorreu com ela em 2013 e 2014. Agora, deixa a gaveta. Foi encaminhada para Comissão de Trabalho como matéria “prioritária”. “Como essas bancadas se mostram menos sensíveis à opinião pública, defender essas temas no Parlamento não é um problema para eles”, diz o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). [o trabalho escravo DEVE SER COMBATIDO e punido com mais rigor;  mas, para que o combate seja mais efetivo e exitoso, o que inclui penas mais severas para os que explorarem o trabalho escravo, é necessário que critérios mais justos e claros sejam utilizados em sua definição.
Jornada exaustiva, trabalho penoso e outras classificações similares são de grande subjetividade, o que facilita o trabalho dos advogados de defesa dos acusados da exploração do trabalho escravo.
A permanência de tais termos no CP poderia até facilitar a impunidade dos que exploram o trabalho escravo.]

As alas que patrocinam o atraso sempre existiram no Congresso, composto por 513 deputados e 81 senadores, e eleito de modo a representar a pluralidade dos eleitores brasileiros. O fato em si não constitui uma novidade. A diferença é que agora esses segmentos conseguem vencer as grandes batalhas na Casa. O triunfo da pauta do retrocesso tem sido pavimentado por uma espécie de acordo não declarado entre Cunha e as bancadas compostas por parlamentares da Frente Parlamentar de Segurança Pública (“Bala”) com 300 deputados, a Frente Parlamentar da Agropecuária (“Boi”), com 215 deputados e 21 senadores, e a Frente Parlamentar Evangélica (“Bíblia”), com 92 deputados e 5 senadores. Esses grupos foram essenciais para a eleição de Cunha à presidência da Câmara e, neste momento, são ainda mais imprescindíveis para que ele se mantenha no cargo. “A aprovação dessas pautas já vinha acontecendo desde que Cunha assumiu a Casa. Mas agora, com a crise atual, isso se intensificou”, afirma a deputada Janete Capiberibe (PSB -AP). Eles atuam numa espécie de simbiose. Cunha está à beira do cadafalso. Precisa da sustentação desses parlamentares para ganhar um respiro. [não é mencionado que o interesse maior da permanência do Cunha é da ainda presidente Dilma Rousseff. 
É pacífico,  que no momento da aceitação por Cunha,  de  um único pedido de impeachment contra Dilma,  se inicia o inexorável afastamento da ainda presidente -  de imediato, terá que se afastar do exercício da presidência da República.
Cunha para ser afastado depende de um longo processo;  já Dilma depende apenas de uma ação solitária do Cunha.]  

Os aliados de Cunha, por sua vez, não estão a perigo, mas seus projetos podem ser esvaziados se o peemedebista for apeado do poder. “Ao patrocinar todo esse retrocesso constitucional, ele (Cunha) assegura a proteção que necessita. E vice-versa”, afirma Arnaldo Jordy (PPS-PA), um dos autores da representação contra o colega.

O retrocesso nos costumes e a retirada de direitos constituem apenas uma das faces sombrias da Câmara comandada por Cunha, sob a conivência de setores que ainda o sustentam. Em vez de votarem as medidas do ajuste fiscal, necessárias ao equilíbrio das contas públicas, há a tentativa de aprovação de projetos casuísticos que visam a atender tão somente interesses das vossas excelências e, o que é pior, ainda elevam despesas. É o caso do aumento do Fundo Partidário e a construção do “Parlashopping”, uma brincadeira que funde as palavras Parlamento e Shopping Center. Esta possibilidade entrou como um “jabuti” em uma Medida Provisória que foi aprovada pela Câmara e sancionada pela presidente Dilma Rousseff em junho deste ano. A ideia inicial dos idealizadores do projeto é a de fazer novos anexos no Congresso Nacional que abrigue gabinetes de parlamentares, garagem e também salas comerciais, como um shopping mesmo. O tema chegou a caminhar com certa celeridade, mas diante de forte resistência popular – pois o custo total estimado em R$ 1 bilhão foi considerado impraticável para o atual momento de aperto fiscal – parte do projeto foi adiado. Ainda assim, está mantida a intenção de construir um dos prédios, avaliado em mais de R$ 300 milhões.

Quando a questão é “legislar em causa própria”, e não de acordo com os anseios da população, até mesmo parte do Senado, que tem uma composição considerada menos radical,entra na festa. Um exemplo é a condução das CPIs, que vem deixando muito a desejar. Nesta semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Carf recusou por unanimidade os pedidos de convocação do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e dos ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra. Eles são investigados na Operação Zelotes, suspeitos de participar da comercialização de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão ligado ao Ministério da Fazenda. O presidente da Comissão, Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), apresentou os requerimentos de convocação, mas foi voto vencido.

Fonte:  IstoÉ
 

O ódio contra as mulheres - toda violência contra a mulher deve ser punida com rigor, mas, jamais podemos permitir o aborto a pretexto da gravidez ser reultado de um estupro. Estaremos punindo um INOCENTE


Pôr fim à violência sexual é um compromisso que todos aqueles que abominam as sociedades autoritárias devem assumir

Não conheço uma única mulher que não tenha, ao longo da vida, em algum momento temido um estupro. Não quero, uma vez mais, nesta mesma página, protestar contra a violência sexual. Já não basta. É preciso saber de onde vem tanto ódio contra as mulheres e estancá-lo. Esse ódio gritante que na sociedade brasileira está escondido em factoides perversos, como o projeto de lei 5069.

Essa lei covarde pretende dificultar a assistência que os serviços públicos de saúde devem prestar a mulheres vítimas de estupro. Entre outras humilhações, dificulta o acesso à pílula do dia seguinte, que tem livrado muitas vítimas do pesadelo de se descobrir grávida de um estuprador. Desde 1940, a gravidez resultante de estupro é razão de aborto legal. [é aceitável, legal e moral que a lei tenha o poder de determinar que um bandido seja legalmente executado; mas, lei nenhuma pode permitir,  dentro da ética, da moral e mesmo dos direitos humanos (tão defendidos especialmente quando os direitos supostamente violados são de bandidos)  que um ser humano inocente e indefeso seja assassinado friamente.
Fruto do amor ou de um estupro, aquele ser que a mãe quer assassinar é um ser humano inocente e indefeso.] Ninguém, em sã consciência, pode esperar que uma mulher carregue pelo resto da vida a sequela de um crime hediondo. Só um ódio patológico admite acrescentar à tragédia do estupro a dor de uma gravidez que gera um feto, não um filho. A hipótese sádica de que ela seja a isso obrigada já foi afastada há mais de 70 anos.

O presidente da Câmara dos Deputados se aproveita do pandemônio em que ele mesmo transformou a Casa para tentar voltar atrás em direitos conquistados por várias gerações de mulheres. Tudo isso diante do imperdoável, do inexplicável silêncio do plenário. De onde vem essa perseguição sistemática, o assédio nas ruas, a violência nos becos, nos trens e, pasmem, sobretudo dentro das casas? Por que esse massacre? No Rio de Janeiro, no ano passado, foram mais de 1.400 mulheres estupradas. [que se identifique e se puna o estuprador - até mesmo com a pena de morte ou, no mínimo com a castração química - mas que jamais se puna o ser humano inocente e indefeso, a vida ainda no útero materno, apenas porque a mãe foi vítima de uma violência.
Não se puna uma violência menor com uma violência mais cruel e especialmente mais covarde já que é perpetrada contra um ser humano ainda não nascido.] O silêncio e a inércia das autoridades são um insulto. 

SAIBA MAIS SOBRE O HORROR DO ABORTO, clicando aqui

Como pode persistir tão impunemente uma prática criminosa que ameaça metade da população? Isso, sim, deveria preocupar os legisladores. Deveria interrogar a consciência moral do país. Não, não é sempre um psicopata quem viola ou mata mulheres. Bons chefes de família já foram descobertos na prática sórdida do estupro. Já aconteceu que assassinos de mulheres antes do crime fossem considerados cidadãos respeitáveis. Não são doentes, inimputáveis, são criminosos. Têm em comum negar às mulheres sua humanidade. A violência sexual é o mais grave e brutal atentado à dignidade das mulheres. Uma forma de assassinato que deixa viva um zumbi que vai parar na delegacia como se fora, ela, a criminosa. [jamais, a nenhum pretexto, podemos punir a violência contra a mulher assassinando o feto.]

Uma coisa, não mais que uma coisa sem vontade, sem opinião e sem direitos, uma coisa desprezível, é o que pensa de uma mulher o homem que a violenta ou mata. Na raiz da violência contra as mulheres está um sentimento ancestral de poder sobre seus corpos e almas que persiste no século XXI como um eterno retorno à Idade da Pedra. É esse poder que tem que ser posto em questão. Ele se apoia ainda hoje numa cumplicidade de sociedade secreta entre homens que continuam a tratar a violência sexual como matéria para piadas que suscitam gargalhadas marotas. Ou que cria argumentos especiosos em que a vitima é sempre a culpada. 

Quando este poder é contestado, quando é atravessado pelo NÃO que o desejo e a dignidade feminina exprimem, confrontado à insubmissão de que a mulher se torna capaz, a fúria se desencadeia, como se algo muito profundo e arraigado estivesse sendo ameaçado.
A existência autônoma da mulher, a autoria do seu desejo, é vivida como uma inadmissível transgressão. Quando a coisa deixa de ser coisa, ganha vida e assume a sua liberdade, vem a punição. Esta punição pode ser o estupro como pode ser um tiro. [e o AUTOR dessa absurda e incabível punição DEVE SER PUNIDO -  o inaceitável, seja qual for o pretexto usado é que quando aquela punição resulta na gravidez da mulher, se puna o feto pelo frio e covarde assassinato.]

Como é possível que uma lei tão retrógrada, tão abertamente ofensiva às mulheres, tão na contramão das liberdades que vêm sendo conquistadas pelos brasileiros, inconstitucional e injusta, tenha passado em brancas nuvens na Comissão de Constituição e Justiça sem que, no plenário do Congresso, se ouvissem manifestações de repúdio? Onde estavam os deputados comprometidos com os direitos humanos? Por que se calaram? Por que se omitiram? Que saiam do silencio e impeçam a aprovação dessa lei que ofende as mulheres e não interessa senão aos desígnios obscuros de seu autor. É o mínimo que deles se espera. Devem isto a si mesmos, às mulheres e a seus eleitores.  Pôr um fim à violência sexual é um compromisso que todos aqueles que abominam as sociedades autoritárias, homens e mulheres, devem assumir. Impedir que esta lei seja aprovada faz parte desse compromisso. Cada um encontrará a maneira de manifestar seu repúdio, falando, escrevendo, protestando nas ruas e nas redes sociais. Não é admissível a indiferença. Este é um desafio moral similar ao da recusa absoluta da tortura.

Por: Rosiska Darcy de Oliveira é escritora - rosiska.darcy@uol.com.br