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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Para especialistas, Cunha terá reação feroz e detonará ainda mais pautas-bomba – o ônus da prova continua com quem acusa



Rodrigo Janot denunciará presidente da Câmara por corrupção, ampliando seu isolamento político
Na opinião de cientistas políticos ouvidos pelo GLOBO, a imagem do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sairá arranhada desse processo assim como sua posição de líder no Congresso. Cunha, no entanto, não deve regredir nem baixar o tom em suas aparições. Renúncia não será uma opção no horizonte. A aposta dos especialistas é que o atual presidente da Câmara fará exatamente o oposto: reagirá ferozmente, detonando novas pautas-bomba e criticando ainda mais o governo Dilma. — Ser denunciado será uma mácula enorme na imagem de Cunha. Ele vai ter que se defender, e essa é a pior coisa que pode acontecer a um político — diz Eugênio Giglio, professor da ESPM Rio. — A pressão para que ele renuncie à presidência da Câmara será muito grande, mas é bastante improvável que ele adote essa saída. Pelo contrário, acho que sua ruptura com o governo será total.

— Cunha não vai renunciar de jeito nenhum — acredita David Fleischer, professor do Instituto de Ciência Política da UnB. — Ele vai continuar comandando a Câmara com mais raiva e mais vigor. A dose de ódio dele com o governo deve aumentar. Podemos esperar mais pautas-bomba.

No Planalto, a expectativa é que Cunha coloque de pé uma “agenda de vingança” contra Dilma.  Apesar das dificuldades neste primeiro momento, a aposta do Planalto é que, a médio prazo, a denúncia será boa para o governo. Ministros próximos à presidente acreditam que, com as acusações, a tendência é que o presidente da Câmara se enfraqueça politicamente. -  É imprevisível quanto tempo ele aguenta. Muitos deputados vão permanecer ao seu lado, mas a Casa sofrerá um desgaste por ter um réu como presidente. Isso passa a contaminar os parlamentares — avaliou um auxiliar palaciano. 

Para o cientista político e coordenador do Grupo de Investigação Eleitoral da Uni-Rio, Felipe Borba, a notícia da denúncia é “muito boa” para o governo. — Ela enfraquece seu principal opositor e pode até levá-lo a deixar a Mesa da Câmara — afirmou. — É bem provável que Cunha se transforme no alvo das manifestações pró-governo que estão agendadas para acontecer hoje, por exemplo. Isso divide o foco das atenções. [esse tal Felipe falou bobagem; as manifestações de hoje, somadas todas,  não reuniram nem 20.000 militantes petralhas.]

A reação do PMDB ante a denúncia da Procuradoria Geral da República ainda é uma incógnita aos olhos dos cientistas políticos. Há quem diga que o partido colocará o presidente da Câmara "para escanteio", repetindo o que fez com Renan Calheiros em 2007. Há quem diga que Cunha é peça-chave da sigla e que não chegou à cadeira que ocupa sozinho.

Para todos, no entanto, a tramitação dessa denúncia no Supremo Tribunal Federal é fundamental para o reequilíbrio das forças em Brasília. — O desenlace destas denúncias é essencial para que o sistema político volte a ganhar prumo — diz Fernando Limogi, professor do Departamento de Ciência Política da USP. — As relações entre o governo e sua base nunca estiveram azeitadas no segundo mandato da presidente Dilma. Cunha não é o único fator que desestabiliza esta relação. Mas tem grande peso.

No PMDB, o clima é de cautela. Qualquer cidadão pode ser alvo de inquérito, pode ser denunciado e tem a presunção de inocência. O presidente da Câmara não está nem acima nem abaixo disso afirmou o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), aliado de Cunha.

Um integrante da cúpula partidária disse que, desde que ele foi citado na Lava-Jato e, posteriormente, rompeu com o governo, peemedebistas impuseram um distanciamento. A tendência é que, em um primeiro momento, o PMDB se solidarize e dê tempo para ele se defender, mas busque deixar claro que os eventuais erros foram cometidos por Cunha, não pelo conjunto do partido. — Ninguém quer se contaminar. Deputados próximos se afastaram gradativamente, temendo ser atingidos. Vão esperar para ver as reações de Cunha, do governo e da oposição para definir que caminho seguir — disse um peemedebista da cúpula do partido.

 A cúpula do PT também estava cautelosa. Dirigentes petistas afirmavam que ainda é preciso saber se o STF vai acolher a denúncia.

Fonte: O Globo


Cunha encurralado – O povo nas ruas saberá perceber o acordão – Janot vai esperar o Senado confirmar sua recondução para denunciar Renan?



À espera da denúncia no STF, Cunha redige nota em que aponta possível acordo para enfraquecê-lo
Segundo aliados do presidente da Câmara, texto questiona ausência de Renan nas acusações a serem feitas no Supremo

Em reuniões e consultas por telefone na noite de quarta-feira com aliados da base e oposição, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) , redigiu uma nota que deverá divulgar após o anúncio do procurador-geral Rodrigo Janot, no qual denunciará o parlamentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro. Cunha decidiu não sair atirando ontem porque quer esperar para ver o conteúdo do despacho de Janot, mas na nota rabiscada a muitas mãos, ele levanta a suspeita de um possível ‘acordão’, por deixar de fora senadores petistas envolvidos no esquema de desvios da Petrobras.

Nas conversas que originaram a nota, Cunha questionou principalmente o fato de o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) ficar de fora das denúncias. Com os aliados, argumentou que a situação de Renan é a mesma que a sua, porque também é acusado de receber propina através do deputado Aníbal Gomes.  — Se os petistas e Renan não entrarem nas denúncias, vai ficar claro que houve um acordão para me enfraquecer. É muito estranho esse direcionamento pra mim, nessa primeira leva de denúncias. E Janot vai começar a ser questionado, porque depende do Senado e do governo para ter sua recondução aprovada no Senado — disse Cunha na reunião de ontem, segundo relatos dos presentes. 

Das reuniões e conversas por telefone com Cunha para redigir a nota participaram o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), e os deputados Nilson Leitão (PSDB-MT), Fábio Garcia, José Carlos Aleluia (DEM-BA), Manoel Júnior (PMDB-PB), Hildo Rocha (PMDB-MA), André Moura (PSC-SE), Mauro Pereira (PMDB-RS).
Os líderes do Democratas, Mendonça Filho (PE); e do PSDB, Carlos Sampaio (SP), foram consultados por telefone, e aconselharam que Cunha tenha uma reação mais ponderada. Mas há outro grupo, dos chamados “pitbulls”, que defendem que ele “parta pra cima”. 

Segundo deputados presentes na reunião, se comentou o fato de o Planalto estar comemorando a denúncia contra Cunha e seu enfraquecimento, esperando que, daqui para frente, frágil, ele decida recuar, negociar e recolher as armas, seguindo a estratégia de Renan.  — O cara tá com água pelo nariz vai negociar o quê? E o que o governo tem para entregar? Não contem com isso. Se vier uma denúncia só baseada em denúncias de delatores, ele vai crescer pra cimadisse um dos aliados de Cunha.


Líderes das manifestações contra Dilma põem Renan na alça de mira



Não há datas previstas para as próximas manifestações, nem um plano de trabalho detalhado. Mas os líderes dos principais movimentos que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff já prometeram: não darão trégua.

Segundo eles, a articulação da pauta de possíveis próximos eventos dependerá do cenário político no Congresso Nacional. Kim Kataguiri, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL), disse que ainda não tem plano definido. Mas pediu que os manifestantes permaneçam mobilizados até “o PT cair”.

Renan Santos, também do MBL, convocou seguidores a atacarem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nas próximas semanas. 

INIMIGO JÁ ERA…
“Nosso inimigo está morrendo, só falta acabar com o Renan [Calheiros] e já era”, afirmou Santos, durante protesto na av. Paulista, em São Paulo.  O presidente do Senado Federal também foi alvo de outros grupos de manifestantes por ter fechado um acordo com a presidente. 

Com o apoio do peemedebista, que articulou o adiamento do julgamento das contas do governo no Tribunal de Contas da União e apresentou uma agenda de propostas anticrise, Dilma ganhou fôlego no Congresso na última semana. [esse decantado ganho de fôlego da Dilma é exatamente a melhora que antecede à morte do agonizante.]

LAVA JATO
Além do MBL, a saída da presidente continua na pauta do Vem Pra Rua.  “As investigações [da Lava Jato] precisam continuar sem interferências. Se isso ocorrer, a queda dos corruptos e da presidente Dilma será uma consequência”, disse Rogério Chequer, um dos fundadores do Vem Pra Rua. 

Chequer, no entanto, acredita que já existem evidências de que a presidente cometeu crimes em sua gestão que seriam suficientes para a abertura de um processo de impeachment no Congresso.   Marcello Reis, líder dos Revoltados Online, é o único que já tem ato programado. No dia 7 de setembro, seu grupo pedirá a saída de Dilma em frente ao Congresso Nacional, em Brasília.  Até lá, pressionarão o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para colocar o pedido de impeachment em votação.

Fonte: Folha de São Paulo

Um inadequado ‘puxadinho’ para as montadoras – Dilma retira recursos do ajuste fiscal para favorecer montadoras



Ao oferecer crédito com juros baixos para fabricantes de veículos, Dilma incorre em erros cometidos no primeiro governo. Demonstra não ter aprendido a lição
O conceito arquitetônico do “puxadinho” surgiu com as favelas e seu crescimento desordenado, em que as casas são ampliadas sem planejamento e sem qualquer outra preocupação a não ser resolver uma questão específica, geralmente atender ao crescimento da família.

No primeiro governo Dilma, com Guido Mantega no Ministério da Fazenda, o termo passou a ser usado para qualificar um tipo de política econômica que baixava normas tópicas, na tentativa de equacionar algum problema. Assim como na arquitetura das favelas, sem maiores cuidados e preocupação com efeitos colaterais. Foi assim, por exemplo, que Dilma 1 desarrumou o setor elétrico, ao forçar um corte de 20% na conta de luz e não recuar, por interesses eleitoreiros, quando a seca forçou o uso intensivo das termelétricas, de custo operacional mais alto. Custo este que ajudou a implodir as contas públicas, pois foi transferido em grande parte ao Tesouro.

E Dilma acaba de inaugurar a política do “puxadinho” no seu segundo mandato, com a ordem dada ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica, instituições federais, para liberar crédito a juros camaradas às montadoras de veículos que se comprometam a não demitir. CEF e BB, somados, podem despejar mais de R$ 8 bilhões neste “puxadinho”.
Trata-se, porém, de um intervencionismo estéril, por tentar mudar o curso de forças do mercado. Há pouco, foi tomada a decisão de permitir a negociação entre patrão e empregado, em torno da troca de um terço do salário pela manutenção do emprego, algo que deveria ser livremente negociado em todos os setores.

Mas são tantas as exigências, e também é tão alto o custo trabalhista do emprego formal, que nem sempre compensa ao empregador manter o funcionário. Com o futuro da economia imprevisível, mesmo com o corte dos salários ele pode não ter condições de sustentar a folha de pagamentos reduzida em um terço.

Há, ainda, a questão do subsídio embutido nesses juros de BB e CEF, mesmo que seja financiado pelo lucro dos próprios bancos. É fato que parte não deverá ser, pois uma das fontes do dinheiro seria o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o BNDES. Quer dizer, de alguma forma essa operação deverá bater no Tesouro, numa gritante contradição com este momento de ajuste fiscal. Assim, a administração da economia tende a reproduzir um barco em que remadores remam em sentidos contrários. O aspecto do crédito subsidiado é grave, e até contraria a preocupação do próprio governo com os juros elevados. Ora, por 30% do crédito no Brasil terem algum tipo de subsídio é que a dosagem da política monetária (juros) precisa ser mais forte para conter a inflação. Afinal, os juros não fazem efeito no bolo integral do crédito.

Em resumo, como os anteriores, este “puxadinho” não deverá atingir seu objetivo e ainda tem custos invisíveis preocupantes. Pelo visto, Dilma 2 não aprendeu com Dilma 1.

Fonte: Editorial - O Globo