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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

PT se acovarda e desiste de convocar 7 de setembro pro Dilma

Para não repetir Collor, PT recua sobre ir às ruas de verde e amarelo no feriado da Independência

Partido queria fazer ato de apoio a Dilma e Lula no dia 7 de setembro

Menos de 24 horas depois de convocar os militantes para ir às ruas vestidos de verde e amarelo no Dia da Independência, na próxima segunda-feira, em defesa da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, o PT recuou e desistiu da ideia. Em agosto de 1992, o ex-presidente Fernando Collor pediu ao povo para ir às ruas com as cores da bandeira brasileira, em apoio ao seu governo. O pedido inspirou o protesto dos caras-pintadas, que foram às ruas de preto. [caras-pintadas de triste memória; um dos líderes dos jovens, aproveitou a ocasião, o tal Lindberg,  ingressou na política, hoje é senador - pelo maldito partido PT = Perda Total e é acusados de vários atos de corrupção =  ser corrupto é, com raras exceções,  regra entre os petistas.]
 
Um texto publicado no site do partido no final da tarde de quarta-feira dizia: “A direção nacional do partido está mobilizando a militância em todo o país de verde e amarelo em defesa da democracia, de Dilma, Lula e contra o golpe”. A convocação foi destacada durante o dia de ontem na página principal do site do partido. O presidente do nacional da legenda, Rui Falcão, chegou a republicar em sua conta no Twitter um chamamento feito pela liderança do PT no Senado para que os militantes aderissem ao uso do verde e amarelo no 7 de setembro.

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Depois de O GLOBO questionar o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, responsável pela comunicação da legenda na internet, sobre a publicação, o partido alterou o texto.Essa é um movimento que está sendo feito pelo PT de Brasília — afirmou Cantalice, negando participação da direção nacional da legenda na mobilização, ao contrário do que estava escrito no texto publicado no site.
  No começo da noite de ontem, o trecho do texto foi alterado para: “A direção nacional do partido está mobilizando a militância em todo o país a ir às ruas com as bandeiras do Brasil e do PT, em defesa da democracia”. — Resolvemos mudar para não parecer que estamos querendo confusão — justificou Cantalice. O verde e amarelo tem sido usado pelos participantes de manifestações contra o governo federal. Neste ano, já foram três grandes protestos, que aconteceram nos dias 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto.

DILMA PARTICIPARÁ DAS ATIVIDADES DO DIA 7
O Revoltados Online, um dos movimentos que têm participado os atos contra Dilma, programou um protesto para o dia 7 em Brasília com o objetivo de constranger a presidente durante o desfile do Dia da Independência. Mas mesmo correndo o risco de ser vaiada, Dilma já decidiu participar, como fez nos outros anos, do desfile. O governo aposta que a maioria do público será formado por famílias interessadas em assistir ao desfile e à apresentação da esquadrilha da fumaça.

De acordo com o vice-presidente do PT, o objetivo do partido é apenas convocar os militantes para participarem da 21ª edição do Grito dos Excluídos, manifestação organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com apoio de outros movimentos sociais, que acontece tradicionalmente no dia 7 de setembro. — Não queremos fazer nenhum confronto ou medição de força. O que existe é uma convocação para engrossar as manifestações do Grito dos Excluídos — disse Cantalice. [esses trastes que se apresentam como 'excluídos' são reles integrantes de movimentos sociais petistas que, como todo movimento petista é integrado por vagabundos que participam a troco de R$ 30,00, um copo de refresco e pão com margarina = depois da descoberta da roubalheira a direção petista cancelou o sanduba de mortadela.]

Fonte: O Globo
 

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Líderes das manifestações contra Dilma põem Renan na alça de mira



Não há datas previstas para as próximas manifestações, nem um plano de trabalho detalhado. Mas os líderes dos principais movimentos que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff já prometeram: não darão trégua.

Segundo eles, a articulação da pauta de possíveis próximos eventos dependerá do cenário político no Congresso Nacional. Kim Kataguiri, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL), disse que ainda não tem plano definido. Mas pediu que os manifestantes permaneçam mobilizados até “o PT cair”.

Renan Santos, também do MBL, convocou seguidores a atacarem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nas próximas semanas. 

INIMIGO JÁ ERA…
“Nosso inimigo está morrendo, só falta acabar com o Renan [Calheiros] e já era”, afirmou Santos, durante protesto na av. Paulista, em São Paulo.  O presidente do Senado Federal também foi alvo de outros grupos de manifestantes por ter fechado um acordo com a presidente. 

Com o apoio do peemedebista, que articulou o adiamento do julgamento das contas do governo no Tribunal de Contas da União e apresentou uma agenda de propostas anticrise, Dilma ganhou fôlego no Congresso na última semana. [esse decantado ganho de fôlego da Dilma é exatamente a melhora que antecede à morte do agonizante.]

LAVA JATO
Além do MBL, a saída da presidente continua na pauta do Vem Pra Rua.  “As investigações [da Lava Jato] precisam continuar sem interferências. Se isso ocorrer, a queda dos corruptos e da presidente Dilma será uma consequência”, disse Rogério Chequer, um dos fundadores do Vem Pra Rua. 

Chequer, no entanto, acredita que já existem evidências de que a presidente cometeu crimes em sua gestão que seriam suficientes para a abertura de um processo de impeachment no Congresso.   Marcello Reis, líder dos Revoltados Online, é o único que já tem ato programado. No dia 7 de setembro, seu grupo pedirá a saída de Dilma em frente ao Congresso Nacional, em Brasília.  Até lá, pressionarão o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para colocar o pedido de impeachment em votação.

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

É hora de cobrar Janot, Renan e ministros do TCU

CONTRA O ARRANJÃO – Alô, Movimento Brasil Livre! Alô, Revoltados Online! Alô, Vem Pra Rua! Alô, decentes!
É na hora de a onça beber água que se testam as convicções, inclusive a de falsas vestais que conseguem se esconder em biombos de moralidade de ocasião. Se há quem ainda não tenha entendido, então sou mais claro: ESTÁ EM CURSO UMA MEGA-ARMAÇÃO EM BRASÍLIA PARA LIVRAR A CARA DOS VERDADEIROS RESPONSÁVEIS PELO PETROLÃO E CULPAR OS SUSPEITOS DE SEMPRE E OS INIMIGOS DE ESTIMAÇÃO DA IMPRENSA.

A armação é gigantesca, bem urdida e nem sempre fácil de entender. Mas os passos estão sendo dados. Contei aqui de manhã um dos sonhos de impunidade que se desenham em Brasília:
1: Rodrigo Janot livraria a cara de Renan Calheiros, não oferecendo denúncia contra o presidente do Senado — também se safariam os senadores petistas Humberto Costa (PE) e Gleisi Hoffmann (PR);
2: Renan faria valer a sua influência no Senado para aprovar a recondução de Janot ao cargo — e alguns imbecis diriam que a troca vale a pena. Como é mesmo? Tudo pela moralidade da Lava Jato!
3: Mas não só! Renan precisa se livrar da Lava Jato porque é a nova âncora de estabilidade escolhida pelo Planalto. De quebra, ele “influenciaria” três votos no TCU, antes contrários a Dilma: Bruno Dantas, Raimundo Carreiro e Vital do Rêgo.

O primeiro passo do sonho já começa a ser realidade. O TCU já anunciou o adiamento da votação do relatório. Em tese, o governo ganhará mais tempo para dar resposta a suas dúvidas. De fato, esse é o tempo necessário da cooptação. Também se espera um abrandamento da fervura.

Leio hoje no Painel da Folha que o terrível Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve ser, de fato, o homem mais poderoso do Brasil, teria orientado seus seguidores a pôr Renan Calheiros na mira das manifestações. Vai ver também faço parte dessa nova conspiração… Sim, é preciso pôr Renan na mira das manifestações porque é evidente que o “arranjão Fica-Dilma” passa por ele.

Que peninha! Não combinei antes com o deputado. Não falo com ele ou com qualquer assessor seu desde o dia 13 de julho, quando concedeu uma entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan — antes ainda de Julio Camargo tê-lo acusado de ter recebido US$ 5 milhões de propina. Coisas assim são sempre comprováveis porque parto do princípio de que não existe mais sigilo telefônico (ou de qualquer natureza) no país.

Mas não é só Renan, não! Também Rodrigo Janot deve ser alvo do interesse dos movimentos de rua que cobram a saída de Dilma. O acordão que está em curso depende também da sua participação. Ah, sim, se quiserem, merecem atenção alguns ministros do Supremo: sabem como é… São eles que aceitam ou rejeitam as denúncias oferecidas pela Procuradoria.

O jogo que se trava em Brasília é por demais óbvio, não é mesmo? Sim, claro!, podemos considerar mera coincidência que Lula estivesse discursando para as ditas “margaridas”, nesta terça, em patuscada financiada por estatais, enquanto Dilma discursava em jantar para Janot, cinco ministros do Supremo, três ministros de estado e presidentes de demais tribunais superiores.

No dia seguinte, nesta quarta, a Câmara dos Deputados foi cercada pelas ditas margaridas, como direi?, “PTeladas”, que pedem, ora vejam, a cabeça de Eduardo Cunha. Fosse porque ele está na Operação Lava Jato, também cobrariam a de Renan, Vaccari e outros. Mas não! Não estão contra ele por seus eventuais e supostos crimes, mas porque ele é, afinal, um adversário do governo.

É preciso, sim, que as ruas passem a cobrar também o procurador-geral da República. Por que não? Como sabe qualquer um que se ocupe da Constituição e da jurisprudência do Supremo, a presidente Dilma pode, sim, no mínimo, ser investigada em inquérito. Quanto ao oferecimento de denúncia, há uma controvérsia, a meu ver, sobre o nada — e bastaria, para tanto, ler o que está na Carta. Em vez disso, Janot está indo jantar com Dilma para comemorar o Dia do Advogado… Tenham paciência!

O “Arranjão” já está combinado. É preciso ver, agora, se as ruas, ao denunciar a farsa, conseguem desfazê-lo. Não é fácil. A máquina, como se nota, é poderosa e opera em várias frentes: no Legislativo, no Judiciário, no Ministério Público, no TCU, nos ditos movimentos sociais, na imprensa. Enfrentar a hegemonia que as esquerdas firmaram nesses anos não é tarefa simples.

E só para arrematar. Há muito tempo vislumbro um acordão sendo desenhado — afinal, a um analista cabe ir além do calor da hora e da simples torcida. Idiotas gritam aqui e ali. Se não o fizessem, idiotas não seriam. O tempo está se encarregando de esclarecer as coisas. No dia 22 de fevereiro, escrevi aqui:
(…)
Muito bem! O Brasil está de olho em Rodrigo Janot, procurador-geral da República. E espera-se que Rodrigo Janot esteja de olho no Brasil, mais preocupado em dar a resposta necessária à impressionante sucessão de descalabros na Petrobras do que em, digamos, “administrar” a denúncia para amenizar a crise política. Esse é, afinal, um papel que cabe aos… políticos. Sim, é preciso que a gente acompanhe com lupa o trabalho do Ministério Público Federal.
Janot andou a pensar alto por aí. E este blog revela um desses pensamentos, prestem atenção: “Passei a régua e, felizmente, Lula e Dilma estão limpos”. É? Então é hora de voltar à prancheta.
(…)
Um dos interlocutores frequentes de Cardozo, diga-se, tem sido justamente Janot. E isso não é bom. É evidente que um procurador-geral deve manter relações institucionais com o ministro da Justiça. E só! Em dias como os que vivemos, conversas cordiais entre quem investiga e porta-vozes informais de investigados não parecem constituir atitude muito prudente.(…)
A hipótese de que o petrolão chegue à fase de julgamento como mero esquema de assalto aos cofres do país, protagonizado por empreiteiros que decidiram corromper agentes públicos, é coisa ainda mais grave do que uma mentira: É UMA CORRUPÇÃO DA VERDADE. Tal leitura busca absolver o PT de seu crime principal: O ASSALTO À INSTITUCIONALIDADE.

Fonte: Blog do  Reinaldo Azevedo

 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Bolsonaro vem aí?

O desempenho de Jair Bolsonaro na pesquisa MDA chamou a atenção. Dirigente de partido de oposição diz que os cerca de 5% podem decidir 2018. Cita o pleito de 2014, definido por 3,2% de votos. A desmoralização do PP governista (Lava-Jato) abre portas para sua candidatura. Se vingar, num 2º turno, o voto do segmento não irá por gravidade para outro candidato. Mas de forma organizada e será negociada. 

Bolsonaro - Foto: Givaldo Barbosa

O fermento à direita
O Movimento Brasil Livre, o Revoltados Online e o S.O.S. Forças Armadas, vinculados ao que se define como direita, foram a vanguarda e usaram as redes sociais para chamar o protesto de 15 de março. Pregam contra o comunismo, pelo combate à corrupção e contra a interferência do Estado na economia. O Revoltados elegeu Jair Bolsonaro como maior porta-voz de suas ideias. O S.O.S. prega a intervenção militar. 

Todas essas organizações vão às ruas atacando as cotas, os nordestinos, os sem-teto e alguns usam símbolos como a suástica nazista. A corrupção (nos governos do PT) e o descrédito do Congresso e dos partidos (pesquisa MDA) criam a química perfeita para o ressurgimento dessa força.


“Peço que contatem os institutos de pesquisa e solicitem manter (e incluir) meu nome nas próximas pesquisas. Estamos no G-4”
Jair Bolsonaro, deputado federal (PP-RJ), pré-candidato a presidente em 2018
Nuvem passageira
O potencial de uma candidatura como a de Jair Bolsonaro (4,6%) ou Ronaldo Caiado (1% nas pesquisas), diz o cientista político Alberto Carlos de Almeida, “não tem expressão real”. Esperidião Amin (PPR) fez 2,7% dos votos no pleito de 1994.

Mas já tem petralha borrando as calças com a perspectiva de Bolsonaro no poder. 
A  primeira medida é revogar as cotas raciais - mais racistas que a Ku Klux Klan - arranjar teto para os marginais sem-teto - mesmo que seja o teto das penitenciárias.

O novo mundo
Hoje todos defendem a livre iniciativa. Os governos são tangidos a manter ou criar programas sociais. O que faz e fará a diferença? Cientistas políticos dizem que será a atitude diante da corrupção. O critério valerá para todos. O juiz Sérgio Moro é uma espécie de passaporte para o futuro. Instituições obsoletas encontraram um veículo para voltarem a ter relevância social. 

A fila anda
Nos primeiros dias de agosto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), vai colocar para votar cinco pareceres do TCU. São de quando o senador Fernando Collor era presidente do Brasil. São quatro pela aprovação e um pela rejeição.
Os investimentos e o Ibama
Empresas interessadas em investir no Norte do país, adotando medidas de preservação, querem mudar regras relacionadas ao Ibama. Hoje, a autorização de um empreendimento chega a ter 16 assinaturas. Isso ocorre porque no Brasil, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, o indivíduo é criminalizado, e não o órgão público. 

O andar da carruagem
Um exemplo. A Guiana Francesa já começou a explorar o petróleo descoberto na região da Foz do Amazonas. Mas no Brasil, as empresas que venceram as licitações já esperam há dois anos por autorização do Ibama para iniciar os trabalhos. 

Em novo percurso
A presidente Dilma tem sido vista de bicicleta no Largo Norte, em Brasília. Moradores relatam que ela percorre a via principal às 6h para não ser vista nem reconhecida. O uso obrigatório de capacete ajuda a manter seu anonimato.

Ex-presidente da Câmara, o ministro Henrique Alves (Turismo) tem sido econômico quando fala de política. Ele diz: “A orientação é baixar a bola”. 

Fonte: O Globo - Blog Ilimar Franco


sábado, 14 de março de 2015

De onde vem a revolta

Quem são os líderes dos movimentos pró-impeachment e anti-PT que dedicam seu tempo a uma missão: cobrar mudanças e tirar Dilma do Planalto

Será que existem líderes no movimento ESPONTÂNEO contra Dilma? contra a corrupção que domina o Brasil com o aval explícito, desde 2003, do governo petralha? 

contra a CORRUPÇÃO, a FALTA de ÉTICA, de MORAL?

contra o desemprego, os juros altos e crescentes, o desemprego voltando mais forte, a inflação crescendo a cada mês, recessão aumentando?

Faz três semanas que o nervo ciático do empresário paulista Rogério Chequer o leva a sentir dores insuportáveis. Anti-inflamatórios e fisioterapia têm sido a salvação para deixar de pé o fundador e porta-voz do movimento Vem pra Rua. Mesmo assim ele atravessa mancando uma faixa de pedestres no Itaim, bairro nobre de São Paulo, às 22h de segunda-feira 10, depois de jantar um sanduíche de rosbife numa padaria. “Nem que seja de cadeira de rodas estarei na manifestação de 15 de março. Vai ser um momento histórico”, diz. Se é verdade que a classe média é a coluna vertebral de uma nação, as dores que há um ano levaram o moderado empresário a se jogar de cabeça no ativismo não são exatamente as de sua lombar. Um grau crescente de indignação, assegura ele, lhe dói há mais tempo. 


Desde o panelaço de domingo 8, a rua está se mostrando como uma força de oposição erguida por uma soma de insatisfações. Elas resultam em diferentes propostas apresentadas por pessoas de variados perfis. Os movimentos anti-PT criados por jovens liberais, empresários moderados e outros mais radicais prometem parar o Brasil no domingo 15 em mais de 200 cidades. A convocação é igual: mensagens por WhatsApp, Facebook e Twitter enviadas a mais de 22 milhões de usuários. Enquanto o Movimento Brasil Livre e o Revoltados Online defendem a saída da presidente, o Vem Pra Rua e o Quero Me Defender acreditam não existir ainda base jurídica e política para o impeachment, mas vão às ruas contra a corrupção e a crise econômica. Querem um basta. 

“Acredito que 80% das pessoas que fizeram barulho no panelaço não viram convocação nenhuma. Ela foi endêmica e contagiante”, diz Chequer, 46 anos, engenheiro da USP e sócio da Soap, uma empresa de soluções de comunicação. Mas essa equação da sociedade indignada tem um denominador comum a rejeição a Dilma Rousseff e ao PT e uma mesma lógica: a partir de uma determinada manifestação, o próximo objetivo é fazer um protesto maior.

No Vem Pra Rua, o custo para organizar as manifestações que antecederam o segundo turno das eleições presidenciais era de R$ 4,5 mil. No último protesto, em 6 de dezembro, o valor chegou a R$ 8,5 mil. O dinheiro seria arrecadado com vaquinhas e doações. No domingo 15, cerca de R$10 mil pagarão a conta da participação do movimento no protesto. Antes de criar com amigos mais discretos o Vem Pra Rua, movimento que desde setembro do ano passado se define como suprapartidário, Chequer garante: nunca havia participado nem de movimentos estudantis na juventude. “Sempre fui zero político. Mas indignação sem ação tem limite. Votei no Aécio e o apoiamos em 2014, mas não sou defensor do PSDB nem recebemos dinheiro deles”, diz ele. A única ação com o PSDB foi às vésperas do segundo turno.

 Tirar o PT do poder é o sonho de Marcello Reis, fundador do movimento Revoltados Online. Reis alugou um flat há dois meses para ser o QG do grupo. É no mesmo prédio em que o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo se hospeda quando viaja para São Paulo. “Aluguei o flat já sabendo que ele (Cardozo) estava aqui. Eu não devo nada.” O grupo tem dois focos: o impeachment de Dilma e o fim das urnas eletrônicas. “No papelzinho, Lula não ganha nem para síndico de prédio”, diz. Reis fundou o Revoltados há 11 anos para rastrear pedófilos nas redes sociais. A página no Facebook foi criada em 2010. 

Como era ano de eleição, passou a focar no tema. Ex-executivo, Reis já foi pastor e ficou desempregado em dezembro após ir ao Congresso se manifestar contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Lá, foi agredido e chamado de neonazista no plenário da Câmara. Ela passa 24h focado no grupo. Uma cama está ao lado de seu computador na sede do movimento, onde dorme duas horas por noite. Além de convocar para domingo 15,  seus quase 700 mil seguidores no Facebook, o Revoltados Online organizou as passeatas na quarta-feira 11 no Rio de Janeiro e na sexta-feira 13, na avenida Paulista. Os três protestos custarão R$ 30 mil para o grupo, que já chegou a gastar R$ 40 mil em uma passeata em 2014 – a metade era só para pagar o aluguel do maior trio-elétrico do Brasil. Eles também desembolsam cerca de R$ 12 mil por mês para manter o Banco de Dados com mais de um milhão de assinaturas que defendem o impeachment de Dilma. 

Para arrecadar a verba necessária para seus projetos, o grupo diz vender camisetas e bonés personalizadas pró-impeachment pela internet, além de aceitar doações. Ele nega receber dinheiro de partidos políticos. Reis diz já ter recebido ameaças de militantes petistas e é criticado por intervencionistas por não mais apoiar a intervenção militar. Já chegou a defender a causa, mas hoje se diz um democrata. [nem sempre a intervenção militar representa ato antidemocrático - a própria Constituição Federal prevê a intervenção militar, bem como prevê o impeachment.]

Também defensor do impeachment de Dilma, o Movimento Brasil Livre (MBL) é coordenado por 150 jovens entre 18 e 31 anos em dez estados do País. Em São Paulo, o jovem Kim Kataguiri, de 19 anos, está à frente do movimento.Fundado em 2013, o MBL ganhou força no ano passado. “Nós percebemos que a vitória de Dilma pode levar o Brasil a uma questão irreversível na própria democracia”, diz um dos fundadores do movimento e o mais velho do grupo, Renan Santos, de 31 anos. O grupo afirma não apoiar nenhum partido, mas simpatiza com políticos como os senadores Ronaldo Caiado (DEM) e Álvaro Dias (PSDB), que foram convidados para discursar em seus carros de som. Eles gastam entre R$ 7 mil a R$ 8 mil em manifestações. Para arrecadar a verba, publicam vídeos no YouTube e aceitam doações.

Entre os movimentos mais moderados, o Quero Me Defender foi fundado no ano passado e é administrado pelo advogado Cláudio Camargo Penteado e sua mulher, Christiane. “Percebemos que as pessoas só leem o que se publica no Facebook”, diz Cláudio. A página ganhou 370 mil seguidores. O advogado não irá as ruas para pedir o impeachment. “Vou contra a corrupção e impunidade”, diz. Cláudio não aceita doações e tudo que faz paga com dinheiro próprio. Para o dia 15, contratou pela primeira vez um caminhão, totalizando um gasto de R$ 2,5 mil. “Não comercializo nada. Você não precisa receber dinheiro, senão estará fazendo a mesma coisa pela qual supostamente luta contra”, afirma.

Fotos: Claudio Gatti, Gabriel Chiarastelli, Airam Abel e João Castellano – Agência Istoé 



terça-feira, 10 de março de 2015

Ato contra Dilma terá pontos fixos de concentração em São Paulo

Entidades que organizam protesto esperam levar 200.000 para Avenida Paulista

Os grupos que convocaram o protesto contra a presidente Dilma Rousseff no domingo definiram, junto com a Polícia Militar, que não farão passeata na região da Avenida Paulista, em São Paulo.

Em uma reunião realizada no Centro de Operações da corporação nesta segunda-feira, as entidades Vem para a Rua, Movimento Brasil Livre, Revoltados Online e Intervencionistas Independentes decidiram que, por causa das diferenças nas reivindicações, cada uma se concentrará em uma área específica da avenida, sem se movimentar.

O objetivo é evitar eventuais conflitos entre os integrantes de cada grupo e barrar a presença de vândalos. Com o 'panelaço' ocorrido em pelo menos doze cidades do país contra o pronunciamento de Dilma em cadeia nacional de rádio e TV, os movimentos elevaram a estimativa de adesão no ato de 100.000 para 200.000 manifestantes. "Será uma manifestação pacífica como sempre foi os movimentos de direita. Visamos à participação da família nos atos e repudiamos a participação de qualquer grupo que promova a desordem e a violência. Não haverá qualquer movimentação fora da [Avenida] Paulista por problemas de logística e espaço. Não haverá arruaceiros", enfatizou Rubens Nunes, do Movimento Brasil Livre (MBL).
 [o ideal é unificar ao máximo os objetivos e para isso as lideranças precisam priorizar metas; 
a primeira meta para o Brasil e que é prioritária no próximo dia 15, é o 'impeachment' - ou até o afastamento sumário da presidente Dilma. Há concordância quanto a isto mas cada grupo busca um caminho e isso poderá dividir o movimento anti Dilma e anti PT;

dividir a manifestação, cada um priorizando um caminho,  é fracionar o movimento e reduzir seu impacto.
primeiro, lutar pelo afastamento da atual presidente procurando unificar os caminhos para chegar ao objetivo; alcançada tal meta (de imediato, pelo menos em termos de divulgação) então caminhar rumo a próxima e sucessivamente.
Pretender alcançar tudo, por caminhos diferentes, apresenta o risco de dividir a forma da população expressar o repúdio ao atual governo e os métodos de expulsar a petralhada.]

De acordo com as lideranças dos movimentos e a PM, haverá pelo menos três pontos de concentração entre a Rua da Consolação e a Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Cada grupo levará um ou dois caminhões de som e se diferenciará entre si por meio de roupas e bandeiras características. Por exemplo, o MBL, que pede o impeachment da presidente Dilma pelas vias institucionais e tem como cores características o laranja e o azul, se reunirá no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). O Vem para a Rua, que não defende o impeachment, mas a renúncia voluntária da presidente, ficará na região da Rua Pamplona - eles se identificam por camisas da seleção brasileira ou de cor amarela. O Revoltados Online, que já chegou a pedir intervenção militar em atos anteriores, se concentrará na altura do número 900, em frente à sede da Petrobras em São Paulo - eles têm como uniforme camisetas pretas com a inscrição "impeachment já" e uma faixa presidencial.

"Fica claro que os movimentos têm convergência em seus objetivos, que é a mudança do Brasil. E essa mudança passa necessariamente pela saída da presidente Dilma e da gestão petista. Agora, cada grupo tem o seu meio para conseguir essa mudança de acordo com sua teoria e embasamento", afirmou Fabio Bravo, do Vem para a Rua, em relação às diferenças entre os grupos para se alcançar, segundo ele, o mesmo fim: "tirar Dilma e o PT do poder". "É importante que o manifestante possa transitar livremente entre os diferentes grupos. Cada um vai ficar em um pedaço da [Avenida] Paulista, fazendo a divulgação da sua programação, com músicas, animação, pautas e gritos de guerra".


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