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sexta-feira, 8 de abril de 2016

PT responde à delação da Andrade Gutierrez com uma mentira e uma pergunta asnal

Questão proposta pelo PT não tem resposta boa porque a pergunta é fraudulenta: coisa de gente que se especializa em enganar os outros
Ao responder à parte do que vazou da delação premiada da Andrade Gutierrez, o PT recorreu 1) à mentira e 2) à lógica asinina.
O fato: segundo o que a empreiteira revelou à força-tarefa da Lava Jato, parte das doações legais feitas ao PT em 2010, 2012 e 2014 — incluindo, muito especialmente, as campanhas de Dilma — teve origem em propinas oriundas das obras de Belo Monte, Angra 3 e Complexo Petroquímico do Rio. Estádios da Copa também entraram na lambança.

Com a habitual riqueza argumentativa, o PT afirmou e interrogou:
1) a Andrade Gutierrez doou mais ao PSDB do que o PT;
2) por que não se desconfia também das doações aos tucanos?
Já dei resposta à interrogação: se houver algo a investigar sobre as doações aos tucanos, que se investigue. Agora, suspeitar que pudessem cobrar propina por obras da Petrobras, Angra 3, complexo petroquímico ou estádios é coisa mesmo de asnos metidos a cavalos de raça. Afinal, a turma do PSDB não tinha como interferir em tais obras, certo?

Agora, a mentira. Reportagem da Folha evidencia que é mentira que a empreiteira tenha doado mais ao PSDB do que ao PT. Transcrevo trecho:  “Dados do TSE mostram que, juntas, as contas da direção nacional do PT e da candidatura de Dilma na campanha de 2014 receberam R$ 34,6 milhões da Andrade Gutierrez, ante R$ 25,9 milhões dos recursos recebidos pelo comando do PSDB e da campanha de Aécio Neves.

Desses R$ 34,6 milhões, R$ 20 milhões foram repassados pela empreiteira diretamente para a campanha à reeleição da presidente. Além disso, a direção nacional ainda transferiu R$ 1 milhão que recebeu da Andrade, somando, no total R$ 21 milhões da empreiteira na conta da campanha da candidatura de Dilma.

Não houve repasse, segundo registros do TSE, especificamente pela empreiteira à campanha de Aécio. Dos R$ 25,9 milhões entregues ao Diretório Nacional tucano, R$ 19 milhões foram para o comitê da campanha presidencial, que então passou R$ 10,2 milhões para a conta criada só para a candidatura e destinou o resto a outras campanhas da legenda.
A candidatura de Aécio recebeu, além dos R$ 10,2 milhões, ainda R$ 2,5 milhões da direção do partido referentes à doação da Andrade, somando R$ 12,7 milhões recebidos da empreiteira.”

Retomo e concluo

Como se nota, o PT responde à delação da Andrade Gutierrez como uma mentira que conduz a uma questão que não tem resposta boa porque a pergunta já é fraudulenta.

É a cara deles. É a moral deles.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

O consistente relatório da comissão do impeachment

Haverá muita discussão política e jurídica, mas os fatos relatados estão mesmo entre as causas da atual grave crise econômica, com reflexos políticos e sociais

Primeiro passo objetivo no processo de impeachment em tramitação contra a presidente Dilma, o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), a favor do impedimento, é peça consistente e aborda manobras ilegais que provocaram graves danos à estabilidade fiscal do país, causa da séria crise econômica atual, e ainda em fase de agravamento.
 
O deputado, cujo trabalho será submetido à comissão especial do impeachment, centrou o foco nas pedaladas — atraso proposital de repasses do Tesouro a instituições financeiras públicas, para maquiar o saldo fiscale na abertura de créditos suplementares por decretos presidenciais, sem a aprovação do Congresso. Fatos que justificam o impeachment, por serem crimes de responsabilidade em malversações orçamentárias — com o que não concorda o Planalto.

As pedaladas referem-se a somas bilionárias. E o problema não está no atraso em si no ressarcimento à Caixa Econômica, ao Banco do Brasil e ao BNDES pelo pagamento adiantado que fizeram em programas sociais, como o Bolsa Família. No caso do BNDES, trata-se do subsídio no crédito distribuído pelo banco. Até o FGTS foi usado neste artifício pelo Tesouro.

Candidamente qualificadas pela defesa da presidente como flutuações normais de caixa neste tipo de operação, as pedaladas foram, na verdade, uma política de maquiagem do deficit público e um mecanismo pelo qual bancos oficiais financiaram o Tesouro, algo proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 

Quando elas eram de fato flutuações, entre 2001 e 2008, segundo a “Folha de S.Paulo”, oscilaram entre 0,03% do PIB e 0,11%. Começaram a crescer no segundo mandato de Lula e dispararam com Dilma no Planalto, em que a presidente teve a companhia do secretário do Tesouro Arno Augustin — considerado o mago da “contabilidade criativa". O ministro da Fazenda, Guido Mantega, superior hierárquico de Augustin, foi um sócio óbvio no desmonte da estabilidade fiscal. Assim, as pedaladas chegaram às alturas de 1% do PIB.

Tudo na política e no Direito se discute. O governo já se prepara para contestar no Supremo o relatório, se aprovado, alegando, por exemplo, que ele teria fugido ao escopo da denúncia, limitada a 2015. O que também é passível de discussão, pois a limitação de se condenar presidente apenas por ato cometido durante o mandato foi estabelecida antes de instituída a reeleição. Admitir esta regra como irretocável significaria permitir, de forma implícita, que o governante fizesse “o diabo" com as finanças públicas no primeiro mandato para se reeleger, pois teria a certeza da impunidade.

Deverá haver muito debate político e jurídico sobre o enquadramento do desmonte do equilíbrio fiscal como crime de responsabilidade, para fins de impeachment. Mas o relatório à comissão especial é um retrato fiel da trajetória de Dilma até produzir o atual desastre econômico, político e social.

Fonte: O Globo
 

Nora de Bumlai, o primeiro amigo, chama Lula de gentalha

'Gentalha', diz nora de Bumlai sobre versão de Lula para atuação do sogro
Em diálogo grampeado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, Cristiane Bumlai reclama com o marido de que "Lula declarou que nunca autorizou JCB usar o nome dele"

Uma das conversas de Maurício Bumlai, um dos filhos do pecuarista José Carlos Bumlai, interceptadas pela polícia Federal na Operação Lava Jato mostra o quão insólita é a versão apresentada pelo ex-presidente Lula de que o amigo Bumlai, homem que tinha acesso direto ao Palácio do Planalto, não tinha autorização para falar em seu nome e possivelmente se valeu da amizade com o petista para conseguir vantagens financeiras.

Em diálogo com uma exasperada Cristiane Bumlai, sua esposa, em um aplicativo de mensagens por celular em 16 de outubro de 2015, Maurício é informado: "Viu que é cada um pra si né? Lula declarou que nunca autorizou JCB usar o nome dele. É pra acabar viu. Gentalha".

Lula deu a explicação, via nota do Instituto Lula, no mesmo dia da conversa entre o casal. O ex-presidente buscava se desvencilhar de uma revelação feita pelo operador de propinas do petrolão e lobista Fernando Baiano em sua delação premiada. No capítulo 11 de seu acordo de delação, o lobista disse que, em 2012, ele e José Carlos Bumlai estavam negociando a aprovação de um projeto junto à empresa Sete Brasil, fornecedora da Petrobras criada para construir navios-sonda. Na ocasião, o pecuarista teria pedido ajuda "para pagar dívida referente a imóvel do filho de Lula".

Baiano contou que o amigo do petista lhe confidenciou que "estava sendo pressionado para resolver um problema". Bumlai "estava sendo cobrado por uma nora do ex-presidente Lula para pagar uma dívida ou uma parcela de um imóvel". Precisava de 3 milhões de reais para resolver o problema. O pagamento, segundo o delator, acabou ficando em 2 milhões de reais.

Vazamentos têm ‘objetivo de criar ambiente propício ao golpe’, diz Dilma



Presidente afirmou ainda que pediu ao ministro da Justiça apuração da responsabilidade do vazamento
Após a divulgação da delação premiada do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que o vazamento “premeditado e direcionado” tem “o claro objetivo de criar ambiente propício ao golpe”. 

 O vazamento acontece às vésperas da votação do impeachment na comissão especial, prevista para segunda-feira. Segundo o executivo, a empreiteira fez doações legais às campanhas de Dilma e de seus aliados em 2010 e 2014, utilizando propinas vindas de obras superfaturadas da Petrobras e da Usina de Belo Monte.
— Na trama golpista, eu gostaria de destacar, também, o uso de vazamentos seletivos. A nossa Constituição, que garante a privacidade, mas, sobretudo, a legislação vigente, proíbem vazamentos que hoje, na verdade, constituem vazamentos premeditados, vazamentos direcionados, com o claro objetivo de criar ambiente propício ao golpe. Vazar porque não é necessário provar, basta noticiar, basta acusar, basta usar de testemunhos falsos; basta, repito, vazar. Nada disso é problema porque sempre se aposta na impunidade. Isto não transforma o Brasil em um país que respeita instituições, respeita a liberdade de informação, nem tampouco respeita a democracia — disse a presidente em discurso durante ato de “mulheres em defesa da democracia”, no Palácio do Planalto. 

Delação de Andrade Gutierrez apressa afastamento de Dilma, diz oposição
A presidente também ressaltou que, nos próximos dias, poderá haver “muitos vazamentos oportunistas e seletivos”. E que pediu ao Ministério da Justiça para tomar todas as medidas cabíveis para punir os responsáveis. — Queria destacar que nós poderemos ter, nos próximos dias, muitos vazamentos oportunistas e seletivos. Eu determinei ao senhor ministro da Justiça a rigorosa apuração de responsabilidades por vazamento recentes, bem como tomar todas as medidas judiciais cabíveis. Passou de todos os limites a seleção muito clara de vazamentos em nosso país. 

Também nesta quinta-feira, o ministro da Comunicação Social Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, disse que é mentira ou manipulação as declarações divulgadas da delação de executivos da Andrade Gutierrez. Também segundo Edinho, o vazamento seletivo dessas informações tem como único objetivo agravar a situação de Dilma às vésperas da votação do impeachment na comissão especial. [percebam: o ministro não contesta a existência do fato criminoso que foi vazado e sim o vazamento.
Na filosofia petralha, o erro não é do criminoso e sim de quem deixou o fato criminoso se tornar público. Aos que não lembrar o ministro Edinho Silva extorquia as empreiteiras no estilo que os agiotas usam para amedrontar seus devedores.]

ATAQUES MACHISTAS
Em um discurso direcionado à plateia feminina e durante o qual chegou a se emocionar, a presidente Dilma disse que é vítima de ataques machistas e que não é "descontrolada ou autista". Dilma voltou a falar em "golpe de Estado", propôs um pacto para sair da crise política e afirmou que espera ter a "honra" de ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro. — É muito interessante notar que em relação à pressão há duas hipóteses que eles levantam contra mim. A primeira é que eu sou autista. Autista porque eu não reajo à pressão perdendo o controle. A segunda hipótese é essa que a revista levantou: que eu reajo com descontrole. Então a mulher só tem duas hipóteses: ou ela é autista ou ela é descontrolada. Acho que é um desconhecimento imenso da capacidade da mulher resistir à pressão, às dificuldades, às dores, enfrentar os desafios — discursou, sob fortes aplausos e gritos de apoio. 

Dilma citou o câncer linfático que sofreu em 2010, lembrou que foi torturada durante os três anos que passou na prisão durante a ditadura e condenou a reportagem da revista IstoÉ”. Segundo ela, a revista vem sistematicamente "mentindo, inventando, incitando o ódio". Em sua última edição, a publicação fez uma matéria dizendo que a presidente está à beira de um ataque de nervos e tem, inclusive, avariado móveis em ataques de fúria. Segundo Dilma, trata-se de "uma peça de ficção com o propósito" de ofendê-la por ser mulher. Ela defendeu que a revista “Isto É” seja processada . 

— Enfrentei, como muitas mulheres nesse Brasil nosso enfrentam, uma doença difícil. Eu enfrentei um câncer que me debilitou no início. Mas eu sempre dizia: "Enfrenta que você supera". Mantive o controle, o eixo e a esperança. Eu estou enfrentando desde a reeleição a sabotagem de forças contrárias e mantenho o controle, o eixo e a esperança. [parece que ocorreu no Palácio do Planalto um encontro de lésbicas e não de autodeclaradas feministas.]

A presidente foi interrompida várias vezes por gritos de apoio da plateia, quase toda feminina. "Dilma, eu te amo", "Dilma guerreira da pátria brasileira" e "No meu país eu boto fé, porque ele é comandado por mulher" foram os mais recorrentes. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, o vice-presidente, Michel Temer, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e a imprensa foram alvos de duras críticas da plateia. 

'GOSTARIA DE TER A HONRA DE TER LULA COMO MINISTRO'
Antes de Dilma discursar, quando convidadas falavam, o mestre de cerimônias solicitou que a plateia tivesse "calma" para dar seguimento à cerimônia. Foi fortemente vaiado e chamado de "machista". No começo do seu discurso, Dilma relembrou o episódio e disse que não iria "cometer" o ato novamente. Ela pediu "muita calma" à equipe do protocolo. — Eu não vou cometer aquela frasezinha que os nossos companheiros do protocolo cometeram contra nós. Eu vou pedir pros nossos companheiros do protocolo que eles fiquem muito calmos — disse Dilma ao iniciar seu discurso. 

A plateia respondeu com muitos gritos de apoio. Em sua fala, a presidente frisou que quer entregar um Brasil melhor para seu sucessor, mas apenas no dia 1º de janeiro de 2019. Ela também afirmou que todas as suas ações têm a redução das desigualdades como marca e que isso vem sendo feito desde a gestão do ex-presidente Lula. Disse que teve a honra de servi-lo como ministra e que gostaria de ter a honra de tê-lo como ministro.
— Eu tive a honra de servir o presidente Lula como ministra e espero também ter a honra de tê-lo como meu ministro - disse Dilma, completando: - Essa questão da construção e redução das desigualdades foi uma das prioridades e eu tenho a honra de ter sucedido também um presidente que foi o presidente Lula, que também deu ênfase a esse caminho — afirmou. 

Ela voltou a condenar o ambiente de intolerância, afirmando que o comportamento está na origem de todas as formas de violência, inclusive o estupro e o assassinato. Para uma plateia extremamente apoiadora, ela construiu mais uma vez a narrativa de que o processo de impeachment não é amparado pela lei, pois ela não cometeu crime de responsabilidade e se trata, portando de um golpe, um "golpe dissimulado".  — Não está escrito na nossa Constituição que o presidente eleito pode sofrer impeachment porque o país passa por dificuldades na economia ou porque parte dos cidadãos não gosta dele por qualquer razão. Podem tirar um presidente se ele cometeu crime de responsabilidade. Num regime presidencialista como o nosso, é necessário ter base política e jurídica para tirar um presidente. Submeter-me ao impeachment ou exigir-me a renúncia ou tentar quaisquer expedientes que comprometam o mandato que me foi conferido é um golpe de Estado, sim. Um golpe dissimulado, com pretenso verniz de legalidade, mas um golpe — discursou.

Fonte: Dilma Rousseff em ato de "mulheres em defesa da democracia" - Andres Coelho / Agência O Globo