'Gentalha', diz nora de Bumlai sobre versão de Lula
para atuação do sogro
Em
diálogo grampeado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, Cristiane Bumlai
reclama com o marido de que "Lula declarou que nunca autorizou JCB usar o nome
dele"
Uma das conversas de
Maurício Bumlai, um
dos filhos do pecuarista José Carlos Bumlai, interceptadas pela polícia Federal
na Operação Lava Jato mostra o quão insólita é a versão
apresentada pelo ex-presidente Lula de que o amigo Bumlai, homem que
tinha acesso direto ao Palácio do Planalto, não tinha
autorização para falar em seu nome e possivelmente se valeu da amizade com o
petista para conseguir vantagens financeiras.
Em diálogo com uma exasperada
Cristiane Bumlai, sua esposa, em um aplicativo de mensagens por celular em 16
de outubro de 2015, Maurício é informado: "Viu
que é cada um pra si né? Lula declarou que nunca autorizou JCB usar o nome
dele. É pra acabar viu. Gentalha".
Lula
deu a explicação, via
nota do Instituto Lula, no mesmo dia da conversa entre o casal. O ex-presidente
buscava se desvencilhar de uma revelação feita pelo operador de propinas do
petrolão e lobista Fernando Baiano em sua delação premiada. No capítulo 11 de
seu acordo de delação, o lobista disse que, em 2012, ele e José Carlos Bumlai
estavam negociando a aprovação de um projeto junto à empresa Sete Brasil,
fornecedora da Petrobras criada para construir navios-sonda. Na ocasião, o pecuarista teria pedido ajuda "para pagar dívida referente a imóvel
do filho de Lula".
Baiano contou que o amigo do
petista lhe confidenciou que "estava
sendo pressionado para resolver um problema". Bumlai "estava sendo cobrado por uma nora do
ex-presidente Lula para pagar uma dívida ou uma parcela de um imóvel".
Precisava de 3 milhões de reais para resolver o problema. O pagamento, segundo
o delator, acabou ficando em 2 milhões de reais.
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