Procuradores da Lava-Jato oferecem duas novas
denúncias
No total,
serão 20 denúncias, que envolvem 17 pessoas investigadas na 23ª e 26ª fases da
Lava-Jato
O empreiteiro Marcelo Odebrecht,
preso desde 19 de junho de 2015, também é alvo de uma das denúncias, a terceira contra ele que já foi condenado em uma delas
a 19 anos e quatro meses de prisão. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a 15 anos
de prisão na operação é outro alvo
das duas denúncias. Também é alvo de uma das denúncias
Maria Lúcia Tavares, secretária que atuava no "departamento da propina" da Odebrecht e fez delação
premiada revelando como funcionava os repasses de propinas da maior empreiteira
do País por meio de apelidos com referências a alimentos e até um software
específico. é alvo de uma das denúncias.
Os procuradores
da República em Curitiba, responsáveis pela investigação na primeira instância, concluíram nesta manhã as acusações que devem ser
protocoladas à tarde na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro. Uma
das denúncias chegou a ser oferecida em março, mas como o juiz Sérgio Moro teve
de remeter as investigações para o Supremo, a acusação não chegou a ser
analisada. Agora, por decisão do STF, o
caso voltou para a primeira instância e será avaliado por Moro.
Entre os denunciados, está o ex-marqueteiro do PT João Santana e a
sua mulher, Mônica Moura. As investigações apontaram que João
Santana, responsável pelas campanhas do ex-presidente Lula e da presidente
Dilma Rousseff, recebeu dinheiro do
petrolão da parte que era destinada ao caixa do PT. Segundo as
apurações, o marqueteiro recebeu 3 milhões de dólares
de offshores ligadas à Odebrecht e 4,5 milhões de dólares do lobista e
engenheiro representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, Zwi Skornicki.
Em relação à Monica Moura, foi ela quem
deu as coordenadas para o depósito dos recursos em duas contas no exterior.
Até o momento ainda não há informações sobre
as denúncias.
São as primeiras acusações formais desde que a Lava Jato avançou sobre o "departamento de propinas" da Odebrecht e sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), preso preventivamente sob suspeita de
receber R$ 5,3 milhões para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs que
investigaram a Petrobras no Senado e no Congresso em 2014.
Com as denúncias de hoje, chegam a 39 as
acusações da Lava Jato contra investigados acusados
de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de organização
criminosa, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, dentre
outros. Das 39 acusações, o juiz Sérgio
Moro já proferiu sentença em 18 ações penais,
contabilizando 93 condenações cujas penas somadas chegam a 990 anos e sete
meses de prisão.
Os investigadores apontaram o
pagamento de R$ 6,4 bilhões em propinas, dos quais ao menos R$ 2,9 bilhões já
foram recuperados por meio de acordos de colaboração premiada. Ao todo, segundo
o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, já são
65 acordos de colaboração firmados no âmbito da operação, a maior do País.
Denunciados:
Zwi Skornicki, Pedro
José Barusco Filho, Renato de Souza Duque,
Monica Regina Cunha Moura, Joao Cerqueira de Santana Filho, João Vaccari
Neto, José Carlos de Medeiros Ferraz,
Eduardo Costa Vaz Musa, Marcelo Bahia Odebrecht, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Luiz
Eduardo da Rocha Soares, Fernando Migliaccio da Silva, Maria Lucia Guimarães
Tavares, Ângela Palmeira Ferreira, Isaias Ubiraci Chaves Santos, Monica Regina
Cunha Moura, João Cerqueira de Santana Filho, João Vaccari Neto, Olívio Rodrigues Junior e Marcelo Rodrigues.
Fonte: Correio Braziliense