Guerra aos privilégios
Aos poucos, os políticos entendem que não se trata apenas de um projeto de governo, mas de Estado
[o mais absurdo de toda a confusão 'reforma da previdência' é que o Governo gasta milhões em propaganda para acusar o funcionário público de ser o responsável pela crise da Previdência - alegando privilégios que não são privilégios.
Qual o motivo do governo não divulgar em sua publicidade - fonte de gastos de recursos que só aumentam a crise - que BILHÕES do DÉFICIT da PREVIDÊNCIA SOCIAL são resultados das FRAUDES.
Reduzindo as FRAUDES o déficit será reduzido em BILHÕES.
Existe um FRAUDÃO que a Lava Jato deveria investigar.]
A economia brasileira dá sinais de retomada, depois de um longo período de recessão. Mas a recuperação corre o risco de morrer na praia se o colossal déficit da Previdência não for contido. O primeiro passo é reduzir os benefícios concedidos aos servidores públicos. A situação atual é insustentável. Em 2016, os 29 milhões de aposentados pelo Regime Geral da Previdência Social geraram déficit de R$ 150 bilhões.Para além do equilíbrio das contas públicas, o que está em jogo é o futuro do País. Por isso, a reforma da Previdência pede urgência. Mas não há como promovê-la sem atacar os privilégios do funcionalismo. Esse é exatamente o foco das mudanças propostas pelo governo Temer, que, embora reticente no início, conferiu prioridade absoluta ao tema. Nos últimos dias, os debates em torno da reforma consumiram a agenda presidencial. O ponto alto foi um jantar na quarta-feira 22 que reuniu cerca de 200 deputados no Palácio da Alvorada. Com um cardápio franciscano – salada de tomate e alface, carne e peixe, arroz branco ou integral, batata ao forno, pudim de coco, água e sucos de acerola e abacaxi com hortelã – Temer levou a tiracolo economistas e ministros para expor aos parlamentares a dura realidade da Previdência.
O primeiro a discursar foi o deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma na Câmara, que apresentou os principais pontos do projeto. Em seguida, falou o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper. Ele afirmou que “sem a aprovação da reforma, a crise voltará”. Na sequência, veio a exposição do economista José Márcio Camargo, que foi taxativo: “Um país não pode gastar tanto com Previdência quanto o Brasil”. Segundo ele, o País está gastando com aposentadoria o mesmo que países europeus de população bastante envelhecida.
Especialista em Previdência, o economista Paulo Tafner também falou aos deputados e demonstrou preocupação com o envelhecimento da população brasileira, o que vai representar pressão cada vez maior para a Previdência nos próximos anos. Referiu-se ainda às limitações da economia nacional: “A produtividade do Brasil está estagnada há 40 anos”. Por fim, falaram o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A reunião encerrou-se por volta de meia-noite.
De acordo com o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper, “sem a aprovação da reforma, a crise voltará”
[até as pedras sabem que a reforma é necessária;
mas, antes da insistência inútil - não adianta acusar alguém de 'crime' se o acusado não está cometendo crime algum.
Da mesma forma, não adianta todos os governos insistirem na teimosia de acusarem os servidores públicos de qualquer crise, devido supostos privilégios.
Se não há privilégios, se a acusação não procede, a crise vai continuar.
Desde antes do FHC que acusam os servidores de serem os responsáveis pela crise - agora o foco é o déficit da Previdência - sempre tiram algum direito dos mesmos e a crise não se resolve, sinal que as acusações não procedem.
Presidente Temer, é proibido falar que a maior parte da crise da Previdência é consequência das fraudes? - fraudam no recolhimento, das contribuições, fraudam na concessão de benefícios (afastamentos por doenças inexistentes), fraudam nas aposentadorias e a CRISE CONTINUA.
Parece que apontar as fraudes como a maior parte do problema assusta o senhor, apavora o ministro Meirelles e muitos outros.
COMBATAM AS FRAUDES e mais de 50% do problema estará resolvido.]
Na própria quarta-feira 22, Temer já havia recebido o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para articular o apoio dos tucanos. Depois, se reuniu com os governadores e pediu empenho junto às bancadas estaduais. “Todos os dados indicam que, se não fizermos a reforma da Previdência, podemos entrar em clima de países da Europa, que deixaram para muito tarde e, quando tentaram fazê-la, tiveram que cortar 40% das aposentadorias, 40% dos salários, dos vencimentos dos funcionários públicos. Estamos evitando isso”, disse o presidente.
A palavra de ordem é aprovar a reforma até meados de dezembro. No Planalto considera-se arriscado deixar a apreciação do tema para o ano que vem, quando muitos dos parlamentares estarão dedicados à reeleição. Daí a insistência do presidente. Interlocutores do Palácio do Planalto afirmaram à ISTOÉ que os discursos de especialistas no jantar deixaram os deputados sensibilizados. O que pode ajudar aos planos de apressar a votação. Para garantir a aprovação na Câmara, também houve alterações no projeto original. Mas continuam de pé as medidas essenciais ao equilíbrio as contas da Previdência nos próximos anos.
A principal delas é a equiparação de benefícios, ou seja, os servidores públicos terão o mesmo teto de aposentadoria que os trabalhadores do setor privado. [agindo igual avestruz os acusadores dos funcionários públicos esquecem um pequeno detalhe: os servidores vão receber o mesmo teto de aposentadoria dos trabalhadores do setor privado, só que também vão contribuir para a Previdência pelo mesmo teto que os trabalhadores do setor privado contribuem.
É reduzir a despesa, reduzindo também a receita = trocar seis por meia dúzia.] As mudanças poderiam ser ainda mais profundas, com maiores corte nos benefícios dos servidores públicos. Mas essa é a reforma possível no quadro político atual. Importante é que todos estejam conscientes de que a reforma da Previdência é necessária. Este não é um projeto de apenas um governo. É do interesse de várias gerações.
Em 2016, os 29 milhões de aposentados pelo Regime Geral da Previdência Social geraram déficit de R$ 150 bilhões [o Regime Geral da Previdência Social não inclui os servidores públicos - esse déficit depende só dos aposentados da iniciativa privada.
Assim, reduzindo o teto da aposentadoria dos servidores públicos (dos que se aposentarem após a reforma, visto que os já aposentados não serão afetados) reduz\ também o teto sobre o qual os servidores públicos contribuem - reduz a despesa, reduz a receita, fica tudo como está.]
Isto É - Octávio Costa e Tábata Viapiana