Pois é... “Ozartista” estavam com o juiz Marcelo Bretas, que agora está com o fuzil na mão. Viva o hospício!
Ainda voltarei a ela.
Jair
Bolsonaro, se eleito presidente da República, [a dúvida é se será eleito em primeiro turno ou haverá necessidade do segundo!] já tem um candidato a
ministro dos Direitos Humanos: o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
do Rio.
E o que ele fez para merecer tal distinção? Ora, posou com um
fuzil na mão. Está mais do que indicado para a tarefa. [desde que defenda os direitos humanos dos HUMANOS DIREITOS e trate os bandidos com um pouco do rigor que usa contra o Sérgio Cabral, será um excelente ministro.]
Bretas decidiu ser a versão pão-com-ovo de Sérgio Moro, que tem cara de champanhe com caviar.
O que vai dizer Caetano Veloso?
É evidente
que eu preferiria, como já fiz algumas vezes, e o faço ainda hoje neste
blog, estar aqui a debater a decisões do juiz, se estão fundamentadas
ou não na lei, se obedecem a este ou àquele entendimento do direito; se
ele evidencia filiar-se a algumas das correntes de pensamento em voga na
área…
Ocorre que o homem adora ser notícia em razão de questões extracurriculares…
A última do doutor é isto que se vê acima.
Bretas, um juiz federal, postou no Twitter a tal foto portando um fuzil, acompanhada de uma legenda muito eloquente:
“Agradeço à Polícia Civil do
Estado do Rio de Janeiro pelo treinamento, bem como à Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro pela escolta pessoal, e ainda ao amigo
Desembargador Paulo Rangel, do TJRJ pelo apoio”.
Bretas está fazendo treinamento de tiro. Para quê? Sei lá… Testar a mira. É tudo
impróprio, a começar do agradecimento. Se quiser, que o faça
privadamente. A Polícia Militar do Rio está obedecendo a uma
determinação legal. Quanto ao “desembargador amigo”, não sei a que vem o
afago. Mas também ele é impróprio. De um magistrado, espera-se
circunspecção.
Eu preferiria ver Bretas a posar com a Constituição na mão, não com um fuzil. E isso na
cidade da bala perdida, que sempre acha um preto e pobre pela frente. Às
vezes, um branco, do tipo que carrega faixas para Bretas. E isso no país dos 61.169 mil homicídios por ano — a quase totalidade, por arma de fogo. E isso no momento em que está em curso
uma campanha histérica em favor da armamento da população, tese de que
Bolsonaro é entusiasta.
Bretas é o
juiz que tentou mandar Sérgio Cabral para um presídio de segurança
máxima porque o ex-governador o teria ameaçado ao lembrar que sua
família lida com bijuterias. A informação é pública e está em todo
canto. Em abril, o
juiz pediu reforço de sua segurança depois de três alegadas ameaças de
morte, duas delas supostamente oriundas de presídios onde estão
investigados da Lava Jato. Num terceiro episódio, dois homens teriam ido
à 7ª Vara Federal do Rio e feito perguntas a funcionários sobre a
rotina de Bretas.
Pode ter acontecido? É, pode…
Como o
juiz ficou sabendo que duas ameaças partiam do presídio? Alguém disse?
Recebeu uma ligação por celular? Mandou rastrear e chegou aos
responsáveis? Quando aos dois homens… Bem, se devem ser temidos, o risco
maior está na burrice, né? Afinal, se queriam pegar o juiz, passaram
antes na 7ª Vara para alertá-lo, é isso? Bem, em todo caso, a sua segurança pessoal foi reforçada. Mas a foto que ele divulga concorre para deixar o país menos seguro. Bretas, sabemos, tem um entendimento bastante particular do mundo, do habeas corpus, do direito, do decoro…
A propósito: estaria se preparado para alguma guerra civil quem, não sendo profissional se segurança, treina com um fuzil?
Pois é…
Outra foto
O doutor gosta de aparecer. Voltemos à foto lá do alto. Lá está Caetano Veloso a sustentar a vírgula entre o sujeito e o verbo.
O doutor gosta de aparecer. Voltemos à foto lá do alto. Lá está Caetano Veloso a sustentar a vírgula entre o sujeito e o verbo.
Bretas
virou herói “dozartistas” em agosto porque, mesmo depois de habeas
corpus concedido pelo Supremo, mandou prender de novo o empresário Jacob
Barata Filho, que agora vira notícia outra vez.
Segundo a faixa de Caetano e amigos, também segurada por Bretas, o Rio estava com o juiz. Está ainda?
Agora com o fuzil na mão?
Como disse Paulo Ferreira, motorista de táxi que me levou ao trabalho nesta sexta, “a culpa não é dele, mas da onça”.
— Não entendi, seu Paulo…
— A culpa é da onça porque ela tava sem fome no dia em que eles nasceram.
Eis um país do Onça!
Blog do Reinaldo Azevedo
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