Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
As
confissões da Lava-Jato foram fartas, os bilhões devolvidos são reais,
assim como reais são os bilhões de dólares que o governo brasileiro
pagou a investidores estrangeiros da Petrobras e de outras estatais.
O Supremo Tribunal Federal (STF) está abusando do direito de errar por
último.
Alguém tem de avisar às excelências que a frase de Rui Barbosa
tem o sentido de que o STF tem a palavra final.
Mas e se a palavra final
de um mesmo juiz muda como biruta ao vento? Muda o Zeitgeist (espírito
do tempo, em alemão), muda o voto?
O então ex-presidente Lula foi para a cadeia por uma decisão do Supremo
de permitir a prisão depois de condenação em segunda instância. Ficou
preso 1 ano, 7 meses e 1 dia, período em que vários habeas corpus em seu
favor foram recusados pela maioria do Supremo. Um belo dia, ministros
mudaram de ideia e de voto,permitindo que se formasse a maioria para
liberar Lula: Rosa Weber, que sempre fora contra,mas seguira a maioria
na votação anterior, Gilmar Mendes e Dias Toffoli,alegando que havia
abuso na prisão em segunda instância.
O ministro Dias Toffoli, ao tomar a decisão drástica de anular todos os
processos da Lava-Jato, mostrou quão volúvel é.
Umbilicalmente ligado
ao PT, de quem foi advogado, e a Lula, foi cruel ao impedi-lo, preso, de
assistir ao funeral de um irmão.
Ao assumir a presidência do STF,
inovou ao convidar para assessorá-lo o general Fernando Azevedo, um
militar tão próximo ao então presidente Bolsonaro que acabou nomeado
ministro da Defesa.
E passou a chamar o golpe de 64 de “movimento
militar”.
O ministro Gilmar Mendes, fluente em alemão, sabe o que é isso.
Classificou de cleptocracia o governo petista, com base nas descobertas
da Operação Lava-Jato.
Mudou o Zeitgeist, mudou sua visão. Classificou
de “organização criminosa” o grupo de Curitiba que desnudou a
“cleptocracia”, depois que conversas entre os procuradores e o então
juiz Sergio Moro foram vazadas devido ao hacker, hoje preso, Walter
Delgatti.
O ministro Gilmar alega, com razão, que não se pode combater a
corrupção cometendo ilegalidades.
Mas por que os processos contra os
corruptos não continuaram até o final, escoimados das ilegalidades?
A
velha máxima jurídica de que “o que não está nos autos não está na vida”
já não vale mais. As provas obtidas de maneira ilegal pelo hacker
contra os procuradores de Curitiba e Moro foram usadas em diversos votos
por variados ministros, até liberadas para a defesa de Lula.
O advogado Alberto Toron, de muitos dos envolvidos na Lava-Jato,
aplaudiu a decisão de Toffoli e alegou que não se pode saber a
legalidade das decisões sobre o acordo de leniência da Odebrecht porque
há “incertezas quanto à veracidade das informações que constam dessas
plataformas”(referindo-se aos sistemas MyWebDay e Drousys, que
guardavam os nomes, codinomes e quanto cada corrompido recebeu).
Por acaso foi atestada a veracidade das mensagens hackeadas dos
celulares dos procuradores no Telegram?
Também lhes faltam a “cadeia de
custódia”, até por terem sido conseguidas de maneira ilegal.
Além do
mais, as confissões foram fartas, os bilhões devolvidos são reais,assim
como reais são os bilhões de dólares que o governo brasileiro pagou a
investidores estrangeiros da Petrobras e de outras estatais.
A
cleptocracia foi comprovada vastamente, e agora, com a liberação geral
de todos os condenados, viveremos a esdrúxula situação de ter que
devolver dinheiro a corruptos.
Veja-se o caso atual da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid,
ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro.
Não é preciso ser
bolsonarista para estranhar que nenhum ministro do Supremo tenha se
levantado contra a prisão preventiva alongada do militar, método
denunciado como“tortura psicológica” pelo ministro Toffoli contra a
Lava-Jato.
Outra questão que a volubilidade do Supremo pode provocar:até quando
as consequências da delação do assessor de Bolsonaro valerão? Bolsonaro
continuará inelegível ou, se mudar o Zeitgeist, mudarão também os votos
de nossos ministros?
Se eventualmente a direita ganhar a eleição em
2026, as joias acabarão legalizadas?
Qual será o Zeitgeist do momento?
São dúvidas que parecem absurdas, mas pertinentes diante da insegurança
jurídica que as mudanças de rumo do Supremo ensejam.
A operação, que tudo podia, virou saco de pancadas
Ministro
do STF, que viu a Lava-Jato passar sem maiores manifestações, proferiu
um voto tardio e pouco original para anular as provas do acordo de
leniência da Odebrecht
Com o seu brado retumbante, classificando a prisão de Lula como “um dos
maiores erros judiciários da história do país”,o ministro Dias Toffoli
alistou-se na categoria criada pelo jornalista americano Murray Kempton
para os editorialistas:“O serviço deles é descer da colina depois da
batalha para matar os feridos”.
Com um voto de 134 páginas, Toffoli anulou as provas do acordo de
leniência da empreiteira Odebrecht e produziu uma catilinária contra a
Operação Lava-Jato. Transbordando os limites do que se julgava, chamou-a
de “armação”, “ovo da serpente” e “pau de arara”. Se o documento viesse
assinado pelo atual ministro Cristiano Zanin, que à época defendia Lula
e recorria das decisões enviesadas do então juiz Sergio Moro, seria o
jogo jogado.
O brado de Toffoli é tardio e pouco original.Depois de ter sido
reprovado em dois concursos para a magistratura, ele se tornou advogado
do Partido dos Trabalhadores e foi nomeado no Supremo Tribunal em 2009,
por Lula. Viu a Lava-Jato passar sem maiores manifestações.
Os pontos de
sua fala que mais chamaram atenção — “erro judiciário”, “tortura” e
“ovo da serpente” — estão em falas antigas do ministro Gilmar Mendes,
que combateu as práticas da República de Curitiba desde o primeiro
momento. O voto de Gilmar pela suspeição do juiz Sergio Moro é de 2021.
Em 2019,quando Jair Bolsonaro estava no Planalto e Lula na cadeia, os
tempos eram outros. Em janeiro, morreu Genival Inácio da Silva, o Vavá,
irmão mais velho do então ex-presidente. Lula pediu permissão para ir ao
velório. Durante a ditadura, o delegado Romeu Tuma, autorizado pela
Auditoria Militar, havia levado o petista, preso, ao funeral de sua mãe.
Os tempos eram outros. A Polícia Federal explicou que não poderia
levá-lo de Curitiba para São Bernardo.
Deltan Dallagnol dizia que sua
presença provocaria “um tumulto imenso” e o Ministério Público se opôs. A
juíza Carolina Lebbos negou o pedido. Lula recorreu, e o desembargador
de plantão, Leandro Paulsen, voltou a negar-lhe a permissão. (A favor na
ocasião, sem que o caso fosse de sua alçada, só o vice-presidente
Hamilton Mourão.)
Num novo recurso, o caso chegou às mãos do ministro Dias Toffoli, no STF.
A essa altura, Vavá já havia sido sepultado. Sem saber disso, o
ministro autorizou Lula a “se encontrar exclusivamente com os seus
familiares, em Unidade Militar na Região, inclusive com a possibilidade
do corpo do de cujos ser levado à referida unidade militar, a critério da família”.Mais: “Vedado o uso de celulares e outros meios de comunicação
externos, bem como a presença de imprensa e a realização de declarações
públicas”.
Lula recusou o oferecimento e não o esqueceu. Em dezembro passado, durante a cerimônia de diplomação de Lula, Toffoli
encontrou-o. Conforme o relato da repórter Mônica Bergamo, disse-lhe:“O senhor tinha direito de ir ao velório. Me sinto mal com aquela decisão, e queria dormir nesta noite com o seu perdão”.
Uma nova pizza para a Americanas A rede varejista Americanas tem à venda três tipos de pizzas.
Seus sabores são: calabresa, quatro queijos e frango com Catupiry. Custam entre R$ 16,99 e R$ 18,99. Desde a semana passada, quando a CPI de seu escândalo encerrou suas atividades sem identificar um só responsável pela ruína, a Americanas bem que poderia oferecer a Pizza CPI, sem nada, só com a caixa de papelão.
A fraude cometida na Americanas resultou num pedido de recuperação
judicial com uma dívida declarada de R$ 43 bilhões junto a bancos e
cerca de 15 mil fornecedores, com prejuízo para pelo menos 146 mil
acionistas individuais. É, de longe, a maior quebra corporativa já
ocorrida em Pindorama, e a CPI acabou em coisa nenhuma.
Tancredo Neves sempre ensinou: “Esperteza, quando é muita, come o dono”.
A CPI caminhava para seu triste desfecho, quando veio uma surpresa: o
ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez enviou-lhe uma carta na qual diz
que “me tornei conveniente ‘bode expiatório’ para ser sacrificado em
nome da proteção de figuras notórias e poderosas do capitalismo
brasileiro”.
Fulanizando, os três grandes acionistas da Americanas são: Jorge Paulo
Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Na última lista da
revista Forbes eles foram colocados como as 3ª, 4ª e 5ª pessoas mais
ricas do Brasil. Juntos, somam US$ 34,3 bilhões. Segundo Gutierrez, os
acionistas sabiam da má situação da empresa e Sicupira acompanhava suas
vendas. Não há registro do que soubessem das fraudes.
Gutierrez está na Espanha e é provável que de lá não saia.
Ele não
depôs na CPI, e na sua carta repete que não sabia das fraudes. No caso
da Americanas, ninguém sabia de nada. O doutor sabia que em 2022 a
empresa ia mal e nada viu de anormal, mas transferiu a propriedade de
três imóveis para familiares e, em pelo menos uma troca de mensagens,
deixou em segredo cifras das dificuldades. (...)
A parolagem na fila do INSS Lula assumiu referindo-se à “vergonhosa fila do INSS, outra injustiça estabelecida nestes tempos de destruição”.
Passaram-se algumas semanas, e o ministro da Previdência, Carlos Lupi,
anunciou que ao fim deste ano a análise dos pedidos seria feita em até
45 dias.
Em abril a fila havia crescido e tinha mais de um milhão de pessoas.
Em agosto deu-se uma mágica e sumiram da fila 233 mil segurados.
Para resolver o mistério, o governo criou um grupo de trabalho.
Assim, há agora mais uma fila, a das pessoas que esperam as conclusões dos doutores. Faltam alguns meses para que Lupi possa exibir o cumprimento da meta de análise dos pedidos em até 45 dias.
Ministro
do STF anula todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht e
manda AGU e PGR apurarem responsabilidades por ‘conluio e parcialidade’
de agentes da Operação; ex-juiz diz que‘corrupção nos governos do PT
foi real’; ex-procurador acusa ‘leniência do STF com corrupção’
O magistrado
diz que a detenção do petista foi ‘uma armação fruto de um projeto de
poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do
Estado’.
“Digo sem medo de errar, foi o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que
já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as
instituições e ao próprio STF. Ovo esse chocado por autoridades que
fizeram desvio de função, agindo em conluio para atingir instituições,
autoridades, empresas e alvos específicos”, ressaltou Toffoli, que foi
indicado por Lula ao Supremo em 2009e atuou como advogado do PT antes de
ser alçado à Corte máxima.
“Sob
objetivos aparentemente corretos e necessários, mas sem respeito à
verdade factual, esses agentes desrespeitaram o devido processo legal,
descumpriram decisões judiciais superiores, subverteram provas, agiram
com parcialidade (vide citada decisão do STF) e fora de sua esfera de
competência. Enfim, em última análise, não distinguiram,
propositadamente, inocentes de criminosos. Valeram-se, como já disse em
julgamento da Segunda Turma, de uma verdadeira tortura psicológica, um
pau de arara do século XXI, para obter ‘provas’ contra inocentes”,
completou, em duro golpe à Operação Lava Jato.
O ex-deputado Deltan Dallagnoll, outro expoente da Lava Jato, também
reagiu à decisão do STF, afirmando que o ‘maior erro da história do país
não foi a condenação do Lula, mas a leniência do STF com a corrupção de
Lula e de mais de 400 políticos delatados pela Odebrecht’.
A prisão de Lula foi decretada em abril de 2018, após
o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar sua condenação no
caso do triplex do Guarujá. À época, era permitida a prisão após
condenação em segunda instância. Foi com base em tal jurisprudência que o
então juiz Sérgio Moroexpediu a ordem de prisão do petista.
As
afirmações de Toffoli constam em despacho de 135 páginas em que o
ministro do STF declarou imprestáveis todas as provas obtidas a partir
do acordo de leniência daOdebrecht e
dos sistemas Drousys e My Web Day B, usado pelo Setor de Operações
Estruturadas - ‘o departamento de propinas’ - da empreiteira. A decisão
foi assinada no bojo de uma reclamação impetrada pela defesa do ex-presidente, que era capitaneada pelo ex-advogado do presidente e hoje ministro do STF Cristiano Zanin.
Toffoli
aproveitou o despacho para tecer críticas à Lava Jato. Segundo o
ministro, a “parcialidade” do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba,
base da Operação Lava Jato, ‘extrapolou todos os limites e com certeza
contamina diversos outros procedimentos’.
O
magistrado afirmou que os “constantes ajustes e combinações” realizados
entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da extinta força-tarefa
da Lava Jato “representam verdadeiro conluio a inviabilizar o exercício
do contraditório e da ampla defesa”.
“Aqui
não se está a dizer que no bojo da mencionada operação não tenha havido
investigação de ilícitos verdadeiramente cometidos, apurados e
sancionados, mas, ao fim e ao cabo, o que esta Reclamação deixa evidente
é que se utilizou de um cover-up de combate à corrupção, com o intuito
de levar um líder político às grades, com parcialidade e, em conluio,
forjando-se ‘provas’”, escreveu.
“Centenas
de acordos de leniências e de delações premiadas foram celebrados como
meios ilegítimos de levar inocentes à prisão. Delações essas que caem
por terra, dia após dia, aliás. Tal conluio e parcialidade demonstram, a
não mais poder, que houve uma verdadeira conspiração com o objetivo de
colocar um inocente como tendo cometido crimes jamais por ele
praticados”, indicou.
Apuração de responsabilidades Considerando a ‘gravidade’ dos fatos citados no despacho, Toffoli determinou a remessa de cópia do processo à Procuradoria-Geral da República, à Advocacia-Geral da União, ao Ministério da Justiça, à Controladoria-Geral da União, ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público.
O
ministro pede que, de acordo com suas “respectivas esferas de
atribuições”, tais órgãos ‘identifiquem e informem eventuais agentes
públicos que atuaram e praticaram os atos no acordo de leniência da
Odebrecht, sem observância dos procedimentos formais junto ao
Departamento de Recuperação de Ativos de Cooperação Internacional.
Segundo
Toffoli, as negociações feitas pelos procuradores da Lava Jato no
Paraná “jamais poderiam avançar para a assinatura” do pacto nos termos
em que foi assinado. “Os Procuradores de Curitiba e os magistrados
lotados na 13ª Vara de Curitiba avançaram para efetivamente remeter
recursos do Estado brasileiro ao exterior sem a necessária concorrência
de órgãos oficiais como a Advocacia-Geral da União, o Ministério das
Relações Exteriores e o Ministério da Justiça e Segurança Pública”,
afirmou.
O
ministro do STF também determinou a “adoção das medidas necessárias para
apurar responsabilidades não apenas na seara funcional, como também nas
esferas administrativa, cível e criminal, consideradas as gravíssimas
consequências dos atos referidos acima para o Estado brasileiro e para
centenas de investigados e réus em ações penais, ações de improbidade
administrativa, ações eleitorais e ações civis espalhadas por todo o
país e também no exterior”.
O
ministro ainda viu ‘recalcitrância’ quanto ao cumprimento de ordens
anteriores, referente ao acesso às mensagens da Operação Spoofing,
oficiou à Polícia Federal“pela
derradeira vez”para a apresentação do conteúdo integral dos diálogos
capturados em meio à investigação sobre o hackeamento de Moro e de
procuradores da Lava Jato. Toffoli alertou sobre uma eventual sob pena
de incidência no crime de desobediência, em caso de descumprimento da
ordem.
No
entanto, o magistrado diz que o pleito ainda não foi atendido - o que,
em suas palavras, “comprova dificuldades enfrentadas para se fazer
cumprir o enunciado da Súmula Vinculante 14 (que trata do acesso amplo a
elementos de prova) nas engrenagens da “operação Lava a Jato”, assim
como em outras esferas do sistema de Justiça”.
Nessa
linha, o ministro entendeu, a partir das dezenas de pedidos de extensão
feitos nos autos, que os motivos que levaram à anulação das provas da
leniência da Odebrecht não se restringiam ao caso específico de cada um
dos investigados, possuindo um caráter “objetivo”, mais amplo. A
hipótese fio reforçada após Toffoli questionar o Departamento de
Recuperação de Ativos de Cooperação Internacional sobre o acordo de
leniência da Odebrecht.
A
avaliação foi a de que a anulação das provas deveria ser estendida a
“todos os feitos que tenham se utilizado de tais elementos, seja na
esfera criminal, seja na esfera eleitoral, seja em processos envolvendo
ato de improbidade administrativa, seja, ainda, na esfera cível”. Assim,
o ministro proferiu o despacho para não seguir analisando, caso a caso,
os pedidos, “evitando a multiplicidade de feitos” na Corte máxima.
Estão soltando os condenados. Não por terem sido considerados inocentes, mas por cuidadosa manipulação de regras formais [oportuno o registro do ilustre Sardenberg "Não por terem sido considerados inocentes", e tal condição se aplica até o maior de todos os ladrões.]
O senador e ex-juiz Sergio MoroCristiano Mariz
Lula
comete muitos equívocos. [o sujeito é um equivoco, além de amoral, grosseiro, ignorante e sem respeito aos doentes.] Na maior parte, são opiniões rasteiras sobre
assuntos complexos que ele não conhece. Entram nessa categoria os
comentários sobre os games — vistos como formadores de crianças
violentas — e transtornos mentais — ou “desequilíbrio de parafuso”que
afeta 30 milhões de brasileiros, potenciais causadores de “desgraça”.Tratava dos assaltos a escolas, tema sensível, mas essas falas não geram
políticas públicas. Ao contrário. Nos ministérios da Saúde e da
Educação, ficaram perplexos com os comentários do presidente. Calaram.
Ainda bem.
É diferente quando se trata das incursões de Lula em política
internacional.As declarações de apoio à China e à Rússia revelam um
antiamericanismo que, antes de mais nada, é visceral. Lula acha — e diz —que sua prisão foi resultado de uma conspiração armada pelo
Departamento de Justiça dos EUA.[achismo digno da mente cínica que o elabora - o petista foi preso por ter cometidos vários crimes, confirmados em várias sentenças condenatórias proferidas por 9 (nove) juízes distintos e confirmadas em três instâncias; tanto que o Supremo, em sua supremacia suprema não conseguiu descondená-lo.] Tem muita gente importante no PT que
racionaliza essa ideia, tornando-a base da diplomacia “Sul-Sul”. Se os
americanos são capazes de destruir uma economia emergente, então o
negócio é buscar outros parceiros.
En passant,
fica dito que a corrupção no mensalão e, sobretudo, no petrolão foi
coisa pequena, limitada a algumas pessoas, sem participação do PT, muito
menos de Lula. Os grandes acordos de delação? Empresas, executivos e
empresários chantageados. E os réus confessos que devolveram dinheiro?
Também chantagem e mixaria. Assim mesmo, tudo duvidoso, porque a
diretoria da Petrobras na época era formada por cúmplices da
conspiração.
Para eles, a Petrobras quebrou, nas gestões petistas, não por má gestão
e roubalheira, mas por ter sido saqueada por agentes do imperialismo. E
por que saqueada?
Porque a estatal e as empreiteiras associadas,
Odebrecht à frente, se espalhavam pelo mundo ameaçando as companhias
americanas. (Leiam artigos e livros de José Sérgio Gabrielli e
Alessandro Octaviani, este agora indicado para a Superintendência da Susep.
Ele, aliás, sustenta que a corrupção foi fator de crescimento em muitos
países.) Dizem que, contra essa expansão brasileira, o Departamento de
Justiça dos Estados Unidos inventou o programa de combate à corrupção,
com o propósito explícito de tirar do caminho as concorrentes das
empresas americanas.[por sorte, o que foi inventado foi um programa de combate à corrupção, o que vale admitir que os idiotas petistas e devotos que propagam essa ideia, admitem que a CORRUPÇÃO PETISTA JÁ EXISTIA - apenas o programa, oportunamente criado, tornou mais fácil comprovar. ]
Como chegaram a isso?Partindo de um fato real: o governo americano, com a OCDE, liderou um programa de combate à corrupção que apanhou empresários,
empresas e governos pelo mundo todo, inclusive entre os aliados
europeus.
Não foi, pois, uma ação contra o Brasil de Lula.
Foi na
sequência de investigações sobre terrorismo e tráfico de drogas, quando
se adotou a linha follow the money. Quem financiava o crime? Como se
dava a troca de dinheiro sujo por respeitáveis recursos no sistema
financeiro global?
No meio do caminho, com a colaboração de diversos
governos, se topou com a corrupção dos Estados.
O programa desenvolveu métodos de rastreamento de dinheiro,
praticamente quebrando o sigilo bancário e estabelecendo troca de
informação entre os fiscos e os bancos centrais.
A Lava-Jato fez parte
desse programa.
Foi assim, aliás, que achou dinheiro desviado em bancos
suíços.
Exatamente como juízes, promotores e policiais de diversos países. Obtiveram condenações notáveis.
Foi tudo uma farsa global?
No mundo, muita gente grande continua em cana. Aqui, estão soltando
todos os condenados. Não por terem sido considerados inocentes, mas por
uma cuidadosa manipulação de regras formais que vai anulando processo
por processo.
Em cima disso, o discurso petista vai ganhando espaço: o
combate à corrupção, uma farsa americana, só serviu para destruir
empresas brasileiras, gerar desemprego e recessão. A inversão está
feita: não é a corrupção que corrói a economia, mas o combate a ela.
Pode?
Não pode. Leiam o livro de Malu Gaspar “A organização” e os escritos de Maria Cristina Pinotti.
Crime de lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a empresa Engevix e a Petrobras já rendeu condenação ao petista
[ainda existem juízes em Brasília, entre eles o STJ e, ... também o STF!!!]
Vice-presidente do STJ, o ministro Jorge Mussi indeferiu um pedido de liminar da defesa do ex-ministro José Dirceu.
Mussi comanda o tribunal neste recesso. O recurso de Dirceu pedia o trancamento de uma ação da Lava-Jato contra ele por desvios na Petrobras. A defesa alegou que pelos crimes de lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a empresa Engevix e a Petrobras já houve processo e condenação do ex-ministro, não sendo possível uma nova ação por fatos que guardam identidade entre si.
Para Mussi, a discussão apresentada pela defesa de Dirceu confunde-se com o próprio mérito da ação, sendo complexa e exigindo uma análise aprofundada, inviável no contexto do plantão judiciário durante as férias forenses. O ministro afirmou que esses fatos serão analisados, em momento oportuno, pelo colegiado da Quinta Turma, sob a relatoria do desembargador convocado Jesuíno Rissato. “O reconhecimento da litispendência seria possível, caso o juízo processante concordasse com a tese da defesa de que existem duas ações com as mesmas partes e sobre os mesmos fatos, algo vedado pelo sistema jurídico brasileiro”, diz o STJ.
Ministros do STF atuam na disputa por vagas do STJ
Gilmar, Fux, Toffoli e Nunes Marques apoiam postulantes às duas cadeiras que serão preenchidas na Corte Superior
Desfalcado de dois ministros há quase um ano, o Superior
Tribunal de Justiça (STJ) se prepara para iniciar o processo de
indicação dos próximos magistrados que vão integrar a instituição.
Embora eles sejam escolhidos pelo presidente Jair Bolsonaro a partir de
uma lista com nomes sugeridos pelos próprios integrantes do tribunal, a
corrida pelas vagas também tem movimentado outra Corte: o Supremo
Tribunal Federal, onde os ministros articulam nos bastidores em favor de
seus candidatos preferidos. [comentando: pela Constituição Federal em vigor, a NOMEAÇÃO dos ministros do STJ é da COMPETÊNCIA do Presidente da República, dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.
Acontece que a escolha deve ser feita de uma lista tríplice elaborada pelo STJ e os integrantes de referida lista devem preencher critérios estabelecidos pela Constituição.
Assim, a escolha difere um pouco do sistema aplicado para seleção dos ministros do STF, indicados pelo presidente da República - escolhidos
dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
notável saber jurídico e reputação ilibada - e aprovação da maioria absoluta do Senado Federal.
Pelas exigências para integrar a lista tríplice, os indicados ao STJ precisam necessariamente ser bacharéis em direito - exigência não aplicável para ser ministro do STF.
Considerando que o presidente da República pode indicar para o STJ integrante da lista tríplice, sem seguir a ordem de colocação, eventual 'lobby' não será de grande valia.]
A
tendência é que os quadros do STJ elaborem uma relação com quatro nomes
a serem submetidos ao escrutínio do Palácio do Planalto. Pela previsão
inicial, eles serão conhecidos no dia 23 de fevereiro. Os dois
magistrados nomeados pelo presidente da República vão substituir os
ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro, que se aposentaram
recentemente.
Faltando um mês e meio, alguns magistrados já despontam como
favoritos para figurar na lista que chegará às mãos de Bolsonaro. Entre
eles está o maranhense Ney Bello, desembargador do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, que conta com o apoio de peso de Gilmar Mendes, do
STF, e de um grupo difuso no STJ.
Outros dois candidatos que
chegam com força à disputa são do eixo Rio-São Paulo: Messod Azulay, do
Tribunal Regional Federal da 2ª Região, e Paulo Sérgio Domingues, do
Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Cada um deles conta com a
preferência dos ministros do STJ dos estados onde atuam: ou seja,
Azulay, cujo tribunal de atuação está localizado no Rio, tem o apoio dos
cariocas, enquanto Domingues, desembargados da Corte sediada em São
Paulo, conta com os votos dos paulistas.
No
STF, contudo, há uma dissidência envolvendo um dos favoritos. O
presidente do Supremo, o carioca Luiz Fux, que normalmente acompanhava a
bancada fluminense do STJ na escolha de novos ministros, desta vez tem
candidato próprio. Trata-se de Aluísio Mendes, também desembargador do
TRF da 2ª Região.
Umministroouvido pelo GLOBO, sob reserva,
pontuou o que considera um desequilíbrio na distribuição geográfica das
cadeiras do STJ. “O que se percebe é que Rio e São Paulo, que já contam
com dez ministros (cinco cada estado) de 33 (somando STJ e STF) querem
mais espaço”, afirmou.
Efeito pandemia Ainda entre os apoios vindos do Supremo, o ministro Nunes Marques, que até chegar ao STF almejava uma vaga no STJ, tem falado com os seis candidatos do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (no Distrito Federal), de onde ele próprio é egresso. No STJ, porém, o diagnóstico é que Nunes Marques tem um favorito: Carlos Augusto Pires Brandão. Já o ministro Dias Toffoli vê com bons olhos a ascensão tanto do paulista Paulo Sérgio Domingues quanto de Ney Bello.
A influência de ministros do Supremo, segundo
interlocutores do STJ, não chega a causar desconforto, uma vez que não é
incomum. Mas a avaliação é que, no fim das contas,o que mais importa
de fato para que um candidato integre a lista é o apoio dentro do
próprio STJ. Os dois novos integrantes vão compor a Primeira Turma, de
onde saiu Napoleão, e a Sexta Turma, onde são julgadas ações penais.
Outro
candidato cotado para ficar entre os mais votados é Cid Marconi,
desembargador da 5ª Região, que julga casos de Alagoas, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Seu principal cabo eleitoral é
o atual presidente do STJ, Humberto Martins, com quem Bolsonaro e,
principalmente, seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro
(PL-RJ), nutrem boas relações. Martins chegou a figurar na lista de
cogitados para a primeira indicação de Bolsonaro ao STF. Influente,
Marconi também é apoiado pelo ministro aposentado César Asfor Rocha.
A formação da lista, que dessa vez deverá ser quádrupla, em vez da
tradicional lista tríplice,[nos parece que prevalecerá a determinação constitucional que a lista seja tríplice. Eventual tradição é mera tradição. E vale destacar que a aprovação prévia pelo Senado Federal é necessária para compor a lista da qual sairá o nomeado = ser um dos indicados aprovado não implica em ser nomeado pelo presidente da República. ] foi adiada ao longo de todo o ano passado em
razão da pandemia. Em fevereiro de 2021, os ministros deliberaram que
não gostariam de fazer a votação de maneira virtual e, como as sessões
presenciais tardaram em ser retomadas pelo alongamento das ondas de
Covid-19, a eleição ficou para este ano. Reservadamente, alguns
magistrados ainda afirmam que a eleição poderá ser remarcada novamente,
visto o recrudescimento da pandemia com a expansão da variante Ômicron.
Candidatos da Lava-jato Em novembro, o STJ recebeu dos cinco Tribunais Regionais Federais (TRFs) as listas dos desembargadores interessados em concorrer às vagas abertas com a aposentadoria dos dois ministros. Inicialmente, o rol de postulantes contava com 16 nomes, mas um deles, Rogério Fialho, do TRF da 5ª Região, desistiu.
Quem acompanha os bastidores da disputa de
perto afirma que a atual corrida pela formação da lista quádrupla já é
uma das mais concorridas batalhas por uma vaga na Corte . E que hoje,
mesmo faltando pouco mais de um mês para a eleição , o quadro ainda pode
sofrer mudanças.
Outro
ministro do Supremo, ouvido reservadamente, prevê uma disputa acirrada
no plenário do STJ. “Todos estão buscando votos, pois a diferença de
quem entra para quem fica fora costuma sempre ser muito apertada. Coisa
de um ou dois votos. A briga vai ser muito grande”, disse.
Até o domingo, o manifesto reunia 1.261 assinaturas
Mais de 1 mil promotores de Justiça e procuradores da República
lançaram um manifesto em apoio à Operação Lava-Jato e contra o que
classificaram como "impropérios retóricos" ditos pelos ministros Gilmar
Mendes e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, sobre a
atuação da força-tarefa. Até o domingo, o manifesto reunia 1.261
assinaturas.
O texto diz que, nos últimos 20 anos, "diferentes operações
conduzidas por órgãos responsáveis pelo combate à corrupção são, em
determinado momento, anuladas pelos Tribunais Superiores", e agora o
"mesmo destino recaiu sobre parte da Operação Lava-Jato". A mobilização foi organizada por um grupo de promotores de Justiça
do Ministério Público de São Paulo, inconformados com o "desmantelamento
de operações a partir de teses de defesa que apontam supostos vícios
procedimentais".
"O movimento, mais do que em defesa da Lava-Jato e dos Procuradores
da República que lá atuaram, representa o sentimento de grande parte
dos membros do MP brasileiro, cansados das ofensas proferidas por alguns
ministros do STF. Infelizmente, usam a toga, às vezes em público, para
tal finalidade, como meio de encontrar algum fundamento, por mais
descabido que seja, para suas decisões, notadamente quando o conteúdo
das provas se mostram inafastáveis", afirma o promotor Aluisio Antonio
Maciel Neto, do MP-SP.
O documento é assinado por promotores de todos os Estados e do
Distrito Federal, além de procuradores da República, integrantes do
Ministério Público de Contas, entre outros. A mobilização se deu em um
grupo de WhatsApp e as mais de 1 mil adesões foram coletadas em cerca de
48 horas.
Parcial O manifesto acontece no momento e que procedimentos adotados na Lava-Jato são alvo de questionamento. No dia 8 de março, o ministro
Edson Fachin anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva com o argumento de que os casos (triplex e sítio de
Atibaia) não deveriam tramitar na 13.ª Vara Federal em Curitiba. A
decisão foi avaliada como uma manobra do ministro para evitar o
julgamento da suspeição de Moro.
No dia seguinte, Gilmar Mendes, que tinha pedido vista, pautou o
julgamento da suspeição de Moro na Segunda Turma da Corte. Ao apresentar
seu voto, Gilmar citou supostas trocas de mensagens entre Moro e
procuradores da Lava-Jato, apreendidas pela Operação Spoofing, para
criticar os procedimentos dos procuradores e apontar para uma atuação
parcial do ex-juiz. "Não se combate crime cometendo crime", afirmou.
Na sessão, Lewandowski acompanhou o voto de Gilmar e afirmou que
Moro assumiu papel de coordenador dos órgãos de investigação e acusação,
onde teria ficado patenteado o abuso de poder. "Um completo menosprezo
ao sistema judicial vigente no País", disse. Na sexta-feira passada, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região
(TRF-4), responsável pela análise em segunda instância dos casos
relacionados à Lava-Jato, divulgou nota rebatendo declarações de Gilmar.
Em outra frente, a Associação Paranaense de Juízes Federais saiu em
defesa de Moro.
No manifesto divulgado no sábado, os subscritos afirmam que "a
forma como Gilmar e Lewandowski se pronunciaram sobre os procuradores da
República"não está à altura do comportamento que se espera daqueles
que integram a Corte.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
"Fico imaginando o que pensa o cidadão comum sobre Justiça,
quando a decisão de um juiz do Supremo se junta ao auge de uma pandemia
que tira vidas, emprego e renda"
De repente, um único juiz decide que estão anulados processos por
corrupção do ex-presidente Lula, porque estariam na vara errada.Vale
dizer,anuladas as condenações que haviam passado pelo tribunal revisor,
o da 4ª Região, em Porto Alegre, e por uma 3ª instância no STJ.
Ao
mesmo tempo, se lança a versão de que seria para isentar Sergio Moro de
suspeição. Se assim fosse, bastaria anular o do tríplex, pois a
condenação do caso de Atibaia é da juíza Gabriela Hardt.[em
miúdos: a decisão do triplex foi de Moro, acusado de suspeição - só que
a do sítio foi da juíza Gabriel Hardt que Fachin, (talvez baseado na
onisciência, que supõe possuir) declarou suspeita, em que pese nenhuma
suspeição pese contra a magistrada.]
[inserido por Blog Prontidão Total]
A decisão de Fachin ainda carece de muitas explicações,
sobre como julgou. Fico me perguntando: - se a 13ª Vara não era a
apropriada, por que tudo continuou, por cinco anos? [oportuno ressaltar que a decisão em comento do ministro Fachin, somada a uma atitude que adotou em fevereiro passado - críticas sobre fatos ocorridos em 2018 e sobre os quais silenciou - fortalece o entendimento que seu senso de oportunidade sobre quando se manifestar privilegia ocasiões em que o potencial provocativo, explosivo, é maior, mais danoso.]
A Lava-Jato, símbolo
da reação do país contra uma gigantesca corrupção institucionalizada,
foi sendo desmontada quando o Supremo decidiu separar a Petrobras de
outros casos.
Fachin criou uma hora da verdade para Lula.Ele deixa
de ser o impedido, o condenado, a vítima,para ser o beneficiado por um
ministro escolhido por Dilma, ex-advogado do MST, próximo à CUT; suscita
mais debate sobre o uso da Petrobras, já que o assunto se atualizou,
mas, além de tudo, terá de enfrentar Bolsonaro, que já ocupou o lugar
que era dele, Lula — o de ser uma espécie de esperança do povo, e que o
povo chama de mito. Lula parece não ter como recusar o desafio que
Fachin lhe joga no colo.
O PT já não precisa repetir o candidato que chamavam de
poste. Agora, o próprio Lula deixou de ser inelegível e pode disputar a
eleição presidencial do ano que vem, se ele quiser. A esquerda pode
continuar fracionada, com Ciro e Boulos, ou se juntar a Lula, criando
uma frente para evitar a reeleição de Bolsonaro. Outros personagens da corrida presidencial devem
estar desolados, como Sergio Moro e João Doria. Mas, sobretudo, fico
imaginando o que pensa o cidadão comum sobre Justiça,quando a decisão
de um juiz do Supremo se junta ao auge de uma pandemia que tira vidas,
emprego e renda. [e o autor de tão explosiva decisão, nada explica, nada responde e não há a quem questionar.
Ficam sempre as questões:
1 - é prejudicial à democracia questionar os motivos de que decisões de um integrante do Supremo não possam ser questionadas?
2 - ou o que prejudica à democracia é proferir decisões e ignorar eventuais questionamentos?
Citamos democracia, por ser o pretexto de defesa da mesma sempre invocado, até para justificar atos contra a decantada democracia.]
O presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, surpreendeu ao
esvaziar o poder das duas turmas no julgamento de ações penais e
inquéritos criminais, que voltarão a ser analisados em plenário
Em cerimônia no Palácio do Planalto, ontem, bem ao seu estilo, o
presidente Jair Bolsonaro disparou: “Queria dizer a essa imprensa
maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava-Jato… eu acabei com
a Lava-Jato”. Entretanto, relativizou: “porque não tem mais corrupção
no governo”. Bolsonaro endossou a avaliação feita pelo senador Renan
Calheiros (MDB-AL) de que seu grande legado será o “desmonte” da
operação, que já teria ocorrido em razão de mudanças no Coaf, na Receita
Federal, na Polícia Federal, no Ministério Público Federal (MPF) e
estaria em vias de ocorrer no Supremo Tribunal Federal (STF), com a
indicação do desembargador federal Kassio Marques para a vaga do decano
Celso de Mello, que está se despedindo da Corte.
Mas pode não ser bem assim, porque o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro Luiz Fux, ontem, surpreendeu a maioria dos pares
ao propor a mudança do regimento da Corte e esvaziar o poder das suas
turmas no julgamento de ações penais e inquéritos criminais, que
voltarão a ser analisados em plenário. A proposta foi aprovada por
unanimidade. Desde 2014, depois do processo do mensalão, essas matérias
eram apreciadas nas turmas, cada qual com cinco ministros. Agora, serão
apreciadas por 11 ministros, inclusive o presidente do Supremo, que não
vota nas turmas. A mudança fortalece o ministro Edson Fachin, relator da
Lava-Jato, que estava perdendo quase todas as votações na Segunda
Turma, presidida pelo ministro Gilmar Mendes.
O argumento utilizado para a mudança foi o fato de que a decisão de
atribuir os julgamentos às turmas fora uma decorrência do acúmulo de
processos no STF, o que não ocorreria mais. A proposta de Fux pegou os
chamados “garantistas” de surpresa. De certa forma, dará uma sobrevida
para a Lava-Jato no caso dos processos relatados pelo ministro Fachin,
cujas investigações estão concluídas. Os casos que ainda estão sendo
investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) são outra história:
vão depender das medidas adotadas pelo procurador-geral da República,
Augusto Aras, para enquadrar e centralizar a atuação dos procuradores
das forças-tarefas no Paraná, no Rio de Janeiro, no Distrito Federal e
em São Paulo.
Simbolismo
Renan tem razão quando assinala que o cerco à Lava-Jato se fechou, com
as medidas adotadas por Bolsonaro. Entretanto, no plano simbólico, tudo o
que é feito contra a operação tem repercussão negativa na opinião
pública. A operação continua sendo um vetor importante nas eleições
municipais em curso e, provavelmente, o será nas de 2022, mas sem o
mesmo efeito catalisador que teve nas eleições passadas. As pesquisas
eleitorais em muitas cidades estão mostrando cautela dos eleitores com
candidatos desconhecidos e certa tendência à reeleição, bem como
preferências por políticos ficha limpa já conhecidos.
Além disso, houve de fato um descolamento de Bolsonaro da Lava-Jato,
assumido publicamente ontem, que começou com a demissão do ex-juiz
Sergio Moro do Ministério da Justiça. Esse afastamento se consolidou com
a aliança do presidente com o chamado Centrão, cujos partidos são
liderados por políticos tradicionais, quase todos enrolados na operação.
Isso significa que Bolsonaro abdicou completamente da bandeira da
ética? Obviamente não. A atuação da Polícia Federal nos escândalos
envolvendo a Saúde, em diversos estados, mostra exatamente o contrário. O
que há é uma separação entre o combate à corrupção e a Lava-Jato. E a
suspeita de que haveria manipulação política nessas ações, mas esse
costuma sempre ser o argumento de defesa dos políticos investigados.
Na verdade, o desgaste ético de Bolsonaro ocorre em razão do caso
Fabrício Queiroz, no inquérito que investiga as rachadinhas nos
gabinetes dos deputados da Assembleia Legislativa fluminense, no qual
familiares do presidente são investigados, sobretudo o senador Flávio
Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho mais velho. A mudança de rota do
Palácio do Planalto tem muito a ver com isso, pois as investigações
forçaram Bolsonaro a articular uma base de apoio mais consistente no
Congresso, que não quer nem ouvir falar em Lava-Jato, e promover uma
aproximação com Supremo. Estava tudo dominado por Bolsonaro na Segunda
Turma, na qual tramita o caso de Flávio, mas a decisão de ontem de levar
os processos para o plenário da Corte embaralhou o jogo. Faltou
combinar com os russos, isto é, com o presidente do Supremo, Luiz Fux,
que não tem vocação para rainha da Inglaterra.
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense