Diz-se País Cleptocrata, onde seu Regime
político se caracteriza pela prática da corrupção, especialmente com o dinheiro
público [1].
O cidadão comum ou autoridade pública, cuja consciência indicar ser esse um drama político nacional, deve apoiar a operação Lava-Jato, agindo no âmbito de suas competências e de forma pacífica, mas com firmeza de atitudes. Deve se contrapor, ativamente, às tentativas de cercear a liberdade da investigação, levadas a efeito por indivíduos e grupos, fisiológicos ou corrompidos, situados em altos escalões da sociedade. A Lava-Jato sozinha não reverterá o caos político, moral e econômico, mas a esperança em um promissor recomeço depende de seu êxito. Na verdade, o aperfeiçoamento moral e cívico da classe política e da sociedade será muito longo e difícil de percorrer, bem como a recuperação da economia.
O cidadão comum ou autoridade pública, cuja consciência indicar ser esse um drama político nacional, deve apoiar a operação Lava-Jato, agindo no âmbito de suas competências e de forma pacífica, mas com firmeza de atitudes. Deve se contrapor, ativamente, às tentativas de cercear a liberdade da investigação, levadas a efeito por indivíduos e grupos, fisiológicos ou corrompidos, situados em altos escalões da sociedade. A Lava-Jato sozinha não reverterá o caos político, moral e econômico, mas a esperança em um promissor recomeço depende de seu êxito. Na verdade, o aperfeiçoamento moral e cívico da classe política e da sociedade será muito longo e difícil de percorrer, bem como a recuperação da economia.
Em situações complexas, delicadas
e de alta relevância, cidadãos honrados se impõem decisões de caráter moral, algumas vezes beirando os limites
das normas legais. Nesses casos, uma autoridade pública corre o risco de ser
questionada por uns e, ainda que defendida por outros, sofrer consequências
pessoais e profissionais. É que decisões, discutíveis em situação de
normalidade, são necessárias para evitar um mal maior quando a omissão, a
inconsequente servidão a tecnicalidades burocráticas e a covardia moral
resultarem em perdas, injustiças e danos morais e materiais inaceitáveis para
os cidadãos, as instituições e a Nação.
Hoje, o cenário nacional apresenta elevados níveis de complexidade
e ameaças, cujas consequências não podem ser menosprezadas por autoridades
públicas comprometidas com a Nação, pois
têm a obrigação de avaliar os riscos para a sociedade. A
consciência da responsabilidade social de seu cargo ou missão e da relevância
que tenham para o futuro do País deve nortear suas decisões. Nessa
ótica, as atitudes tomadas pelo juiz Sérgio Moro na condução da operação
Lava-Jato têm sido, de fato, decisões patrióticas e de caráter moral. O povo
confia nessa investigação, que revelou as podres entranhas de uma nefasta
política de corrupção, cuja finalidade era garantir apoio político e econômico
para manter o poder e, em muitos casos, enriquecer pessoas desonestas.
A esperança em um futuro mais
digno e promissor está depositada, primeiramente, na população, desde que tenha
perseverante e volumosa participação nas ruas para mostrar, de forma vigorosa,
mas pacífica e ordeira, a vontade de recuperar o País, após ser privatizado por
lideranças empresariais e político-partidárias desonestas, que perderam a
legitimidade para liderar a Nação.
As Forças Armadas (FA), como
fiadoras legais dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, seriam as últimas instituições a
intervirem na crise, na eventualidade de uma improvável falência simultânea ou
ingresso na ilegalidade de um ou mais de um dos Poderes da União, com risco à
paz interna, à coesão nacional e à sobrevivência do Estado. Para desconforto e insegurança de
indivíduos moralmente corrompidos e grupos radicais, elas são uma reserva moral e desfrutam dos mais altos índices
de confiança da sociedade.
O Legislativo conduz o processo
de impeachment da Presidente da República, mas sua credibilidade é
precaríssima e não haverá surpresa se o processo for contaminado por manobras
fisiológicas, amorais e aéticas de bastidores, como soe acontecer. O
governo promove um condenável balcão de ofertas, ciente de que uma grande parte
dos congressistas se pautam pelo interesse pessoal e não o nacional. Não importa qual seja o resultado do
processo, o sistema político está falido e precisa ser reformado. Mas o que
esperar da classe política atual, independentemente do partido?
O STF tem credibilidade, ainda
que, às vezes, surpreenda o cidadão com decisões difíceis de entender ou
concordar. Decisões
importantes serão tomadas naquela Corte e seus resultados contribuirão para
abreviar ou prolongar a desgastante agonia da sociedade. Em grande parte dos
julgamentos, ministros defendem posições diferentes entre si, pois as leis não
são dogmas e admitem distintas interpretações, observados certos limites.
Espera-se que a Corte
Suprema seja sensível ao interesse nacional e não à sobrevivência de um governo
moralmente desacreditado. Dessa forma, diante da crise atual, que poderá comprometer seriamente
o futuro do País, cresce a importância dos argumentos jurídicos, certamente
existentes, que impeçam a nomeação de
Lula para ministro-chefe da Casa Civil, o que lhe daria foro privilegiado.
No STF, os processos em curso na
Lava-Jato iriam prosseguir, sem dúvida, mas presume-se que se prolongariam
demasiado, enquanto a sociedade tem pressa para sair da crise.
Lula poderia
estar fazendo a coordenação política e participando do governo, há muito tempo,
sendo ou não ministro de Estado. Por que só agora ele e
o governo julgam imprescindível sua atuação como ministro? É que Lula é
o centro de gravidade do atual sistema de poder e sua neutralização política,
se condenado, desmontará o sistema e abreviará a crise. Dilma, Lula, o PT e seus aliados quebraram o Brasil nos campos
moral, político e econômico e implantaram, com a orientação ideológica de
elites intelectuais, a estratégia gramcista do Foro de São Paulo para transformar nossa democracia em um regime
socialista. Essa mudança não virá por um golpe de Estado repentino, mas pela
revolução sociocultural de longo prazo, intensificada nos últimos treze anos,
visando a dominar a sociedade para, só depois, tomar o Estado.
A
redenção do Brasil requer um choque de valores morais e cívicos e uma revolução
no ensino que, desideologizado e valorizado, proporcione
conhecimento e cultura de qualidade, para formar cidadãos e líderes preparados
para a democracia, comprometidos com um projeto suprapartidário de Nação e não
apenas partidário de poder. É um longo
processo de amadurecimento, que demandará algumas gerações, mas não pode mais
ser protelado.
Saber
o que é certo e não fazê-lo é a pior covardia. (Confúcio)
Por: General da
reserva Luiz Eduardo da Rocha Paiva
Site: A Verdade
Sufocada
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