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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Após criticar embargo dos EUA a Cuba, Lula vai se reunir com Biden - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Relações exteriores

Antes de reunião com Biden, Lula se encontrou com o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel.
Antes de reunião com Biden, Lula se encontrou com o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está em Nova York para a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU). Essas visitas a Nova York não significam uma visita ao governo americano, mas à Organização das Nações Unidas. 
Mas ele ainda assim vai ter encontro, é o que estão dizendo, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira (20), depois de amanhã.

Vai ter a abertura da Assembleia da ONU, em que tradicionalmente o presidente do Brasil é que fala, abrindo mais um período de sessões.[essa tradição submeteu os participantes da Assembleia da ONU, durante 13 (treze) anos seguidos, 2003 a 2015, a verdadeiras sessões anuais de tortura, sendo forçados a ouvir discursos vazios, em conteúdo e sentido, expelidos por nulidades.]  Fala-se também de um possível encontro com Volodymyr Zelenski, o presidente da Ucrânia, que não quis falar com Lula em Tóquio, na última reunião do G20.

Ele evitou falar com Lula, que estava fazendo manifestações sobre o presidente russo, Vladimir Putin, e teve aquela desculpa. Acho que foi desculpa, inclusive, dos dois lados. Porque o governo brasileiro também alegou problemas de agenda, não deu. Meu Deus do céu. E agora talvez dê. Eu estou vendo a notícia de que foi Zelenski que tomou a iniciativa dessa conversa. [Zelenski, o mestre em guerras para outros combaterem, tem muito tempo a perder e resolveu agora desperdiçar algum  com o estadista dos estadistas.]

Lula tem reunião marcada com Biden
Agora, a conversa com Biden, eu imagino o rumo que vai ter, né? 
Porque, é dois ou três dias depois de Lula ter dito em Havana, em Cuba, que a culpa do atraso econômico de Cuba é dos Estados Unidos por causa do embargo econômico. 
O embargo econômico é uma coisa unilateral de um país. 
O Brasil, por exemplo, no governo Bolsonaro ano passado, o comércio com Cuba cresceu 60%. Só que  Cuba compra mais do Brasil do que o Brasil compra de Cuba, porque Cuba tem poucas coisas a oferecer pro Brasil.
 
O Brasil já tem açúcar, não precisa do açúcar cubano, não tem charuto e não tem rum Havana branco
São mais ou menos esses os produtos, eu não sei se tem alguns medicamentos que o Brasil compra, talvez tenha um de vitiligo. 
Cuba está assim por causa do regime. O regime não funciona. Não funcionou na União Soviética, não funcionou na China.  
A China tem uma economia capitalista e um governo comunista.  
Teve que colocar a sabedoria chinesa, colocar Confúcio, e não Marx. Confúcio é muito prático.
 
G77 com Lula foi "quase um comício"
Então é esse o problema, eu não sei se o presidente está sentindo isso, porque a reunião de Cuba com 134 países foi quase comício
É G77, mas na verdade é G134 e está cheio daquilo que o presidente Lula chamou de bagrinho. Quando ele quis diminuir o Tribunal Penal Internacional (TPI), do tratado de Roma, ele disse “Ah, é um tratado que não foi assinado pelos Estados Unidos, China e nem Rússia, é só de bagrinho”.

Pois é, tem 134 países em geral do Hemisfério Sul. Como a gente sabe, no Hemisfério Sul, o Brasil está numa companhia de muitos países que têm um certo atraso em relação aos países do Hemisfério Norte. [como habitual, a generosidade leva o articulista a classificar grande atraso como 'certo atraso'. Paciência... .]   Mas, enfim, vamos ver o que dá. Lá em Cuba, Lula deu jeito de sair da agenda, foi visitar o Raúl Castro, o irmão e companheiro de Sierra Maestra do Fidel.

Os ditadores da Nicarágua e da Venezuela se uniram para dizer que é para dizer que eles estão contra a hegemonia dos Estados Unidos. 
Os Estados Unidos não estão nem aí. 
Estados Unidos, inclusive, na sua prática, estão diminuindo o comércio com a China, e aumentando as relações econômicas com os dois vizinhos, porque fica melhor, fica mais perto, não gasta frete, é só atravessar a linha de fronteira, Canadá e México.

E o México deve estar gostando muito, porque daqui a pouco não tem desemprego no México, porque as empresas americanas vão para lá para produzir automóveis, muitos dos automóveis que a gente compra aqui no Brasil foram produzidos no México.

Brasil deve reforçar poder nacional
Na prática, eu estou falando de política externa e da necessidade de ter um pragmatismo na presença nacional, tem que se impor. 
Eu recomendo a quem estiver interessado por esse assunto, e no futuro de seus filhos e netos, que leia artigo de um general quatro estrelas da ativa e não apenas da ativa como chefe do Estado Maior do Exército, general Fernando Soares e Silva, um artigo no Estadão de sábado (16).
 
No texto, o general recomenda neutralidade em política externa e reforço do poder nacional
Como a gente sabe, o poder nacional se compõe, não apenas do poder militar, mas é do poder econômico, do poder psicossocial, que é o poder da sociedade brasileira, mas o poder militar também… é a última razão dos reis, né? 
Quando cessa tudo o que a diplomacia tenta, o que a gente ouve é barulho dos canhões.
E a gente estaria preparado pra isso? Por isso é uma leitura que eu recomendo.


Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 

 

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Os limites da ingenuidade - Revista Oeste

O que vamos decidir em outubro é se valorizamos de fato nossa liberdade ou se aceitamos ser escravizados por uma ideologia que só produz igualdade na miséria

Em 13 anos, eles devastaram a economia, a política e a ética. Agora, querem voltar, e seu patético pré-candidato à Presidência sempre rodeado por um séquito de pajens vem revelando o que pretende fazer caso retorne ao poder. 
Se você ainda não prestou atenção em seu lero-lero, é bom ficar esperto, porque são declarações de intenções — recorrentes e explícitas — de que, em nome de sua democracia popular de mão única, completará o serviço sujo que foi interrompido em 2016 e lançará o Brasil em uma aventura socialista. Tratam o país apenas como mais um membro da “Pátria Grande” que povoa seus anseios utópicos, uma fantasia que até hoje só produziu fome, miséria, escassez e escravidão no mundo, mas que mesmo assim insistem em replicar, a exemplo do que alguns países vizinhos vêm fazendo.

Para quem sabe ler e ouvir, as intenções que vêm anunciando são claríssimas — fora as que ainda vão divulgar, ou que simplesmente podem vir — e configuram rejeição de qualquer respeito às liberdades individuais. Se o leitor desconfiar de exagero nessa afirmativa, basta consultar rapidamente a página do partido na internet para certificar-se de que não há dúvida.

Assemelham-se a um bando de aracangas (nome, em tupi-guarani, dado às araras-vermelhas-grandes), aquelas aves barulhentas que emitem grasnados que lembram vagamente gritos humanos; em especial, seu chefe resgatado da gaiola por estranhas manobras políticas travestidas de jurídicas possui um aparelho fonador que reproduz jorros sucessivos de mentiras e ameaças.

Até recentemente, as aves encarnadas vinham despejando suas ideias bizarras uma a uma, assim como quem não quer nada. Entretanto, sob o efeito estimulante das eleições, as criaturas deixaram de lado a vergonha e passaram a exibir sua meta: implantar aqui o socialismo do século 21. Recentemente, divulgaram um documento interno, ainda não oficial, um monstrengo ao mesmo tempo ridículo e assustador, intitulado “plano de quarentena fiscal”, elaborado pela cúpula e pelos economistas do partido, a maioria deles oriunda da Unicamp.

Eis um resumo das intenções declaradas no tal plano:  
(1) revogação “temporária” do teto de gastos; 
(2) decretação de “estado de emergência”, para liberar orçamentos da exigência de licitações; 
(3) recuperação da “capacidade de investimento” do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de empresas estatais; 
(4) criação de um “imposto emergencial sobre grandes fortunas, lucros e dividendos”; 
(5) ampliação do programa Bolsa Família; 
(6) retomada imediata do programa “mais médicos”, 
(7) novos concursos públicos para “recompor” o quadro de servidores federais.
 
Além dessas ameaças, há outras: 
revogação da reforma trabalhista e da autonomia do Banco Central; reestatização de empresas privatizadas; 
extinção do programa de desestatização;
censura da internet e da mídia em geral; 
tentativa de cooptação das Forças Armadas, a exemplo do que foi feito na Venezuela; e, 
 retorno à política externa de alianças com ditaduras de esquerda na América Latina e no resto do mundo. Haja estômago.

Chega a ser espantoso que certos ditos liberais sinalizem a possibilidade de apoiar o candidato das aracangas

Como se todo esse retrocesso fosse pouco, para comemorar os 42 anos de sua fundação, o partido anunciou a criação de 5 mil “comitês populares de luta”. É incrível, mas é isso mesmo: a velha conversa fiada de toda a laia de ditadores
Trata-se de um longo cortejo de bizarrices, em que desfilam ignorância, arrogância, petulância e negação dos mais de cem anos de história de fome, miséria, escassez, assassinatos e apropriação das liberdades individuais, sempre em nome de “interesses populares”.
 
Pelo que vêm apregoando, é plausível supor que, caso voltem ao poder, vão acelerar sua conhecida agenda
entabocar a ideologia de gênero goela abaixo da população; 
acirrar o racismo fantasiado de “resgate histórico”
intensificar o feminismo radical; 
abolir a história e as tradições da nossa nação; 
radicalizar o politicamente correto; 
impor o uso da linguagem neutra; e,
abolir a economia de mercado; e,
ressuscitar as práticas sindicalistas de um passado.
 
A esta altura do campeonato, chega a ser espantoso que certos ditos liberais e conservadores sinalizem a possibilidade de apoiar o candidato das aracangas. Não é difícil detectar os dois principais motivos dessa estranha condescendência:  
o ódio irracional ao presidente Bolsonaro, que os leva a procurar uma “terceira via” tão improvável quanto retrógrada, e a necessidade de recuperar algumas “boquinhas” perdidas com a política econômica liberal do governo.

Por quais motivos, senhores, a carta mensal de uma gestora de fundos de investimento faria uma comparação completamente estapafúrdia em que afirma não haver distinção quanto aos resultados da política econômica dos governos de Bolsonaro e o de Dilma Rousseff? E por quais razões o relatório de um banco suíço asseguraria que existe um “consenso” de que, se Lula for eleito, ele aprovará as reformas, avançará no processo de consolidação fiscal e não governará com medidas populistas?

Como a ingenuidade tem limites, a única explicação possível remete à baixa política. É evidente que todos têm o direito de não gostar do presidente e de buscar outros nomes, porém, devem assumir o dever de respeitar a verdade factual. Equiparar o governo atual aos do PT é como chamar Confúcio de Pafúncio.

Politicamente, o governo atual — que as línguas mal-intencionadas acusam de pretender dar um “golpe” é diametralmente oposto aos anteriores, aqueles sim amantes de várias ditaduras espalhadas pelo mundo. Resumindo, temos um governo de direita, conservador e que defende o livre mercado, a equipe econômica é a mais liberal e, provavelmente, a mais bem preparada tecnicamente da nossa história e propôs todas as reformas estruturais necessárias.

Por fim, do ponto de vista ético, é uma enorme agressão à inteligência alheia fazer qualquer comparação com o governo atual, que até hoje não teve atestado um caso sequer de corrupção. Além disso, são absolutamente diferentes as pautas sobre costumes, família, religião, cultura, comportamento e muitas outras.

Por tudo isso, é necessário enfatizar que, no final deste ano, a escolha não será só entre dois candidatos, um de “direita” e outro de “esquerda”, um “conservador” e outro “progressista”, o buraco é muito mais embaixo. O que vamos decidir em outubro deste ano é se valorizamos de fato nossa liberdade ou se aceitamos ser escravizados por uma ideologia que só produz igualdade na miséria.


Ubiratan Jorge Iorio é economista, professor e escritor. Instagram: @ubiratanjorgeiorio

Leia também “O PT quer censurar a imprensa”

Revista Oeste 

 


domingo, 25 de outubro de 2020

Igreja queimada - Chile - O ódio antirreligioso mostra sua face

Thiago Rafael e Jean Marques

Crônicas de um estado laico

Igreja queimada em Santiago, no último dia 18, em atos de vandalismo Foto: Reprodução/Facebook

Diz a famosa frase atribuída a Confúcio: “palavras convencem, mas exemplos arrastam”. É um provérbio que constata uma realidade, e vale tanto para o bem quanto para o mal. Assistimos, chocados, à turba terrorista que destruiu dois templos da Igreja Católica no Chile no último domingo, dia 18. Ainda vimos o ataque à Igreja Batista Chadwell Heath, em Romford, no leste de Londres, onde um homem é filmado tentando arrancar a cruz que orna o templo. No mesmo dia em que este último ataque foi divulgado, três jovens escalam a cruz da Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria, em São Bento do Sul, norte catarinense, tiram fotos ali e postaram em redes sociais mensagens com palavrões.

Em torno do tema, as discussões vão se desdobrando em dois argumentos principais (além dos vários “especialistas de Facebook” que proferem suas pérolas). Entre os que parecem gostar do que viram, mas não podem dizê-lo porque seria feio, relativiza-se as ações dos terroristas e vândalos, querendo justificar o sentimento de frustração pela falta de igualdade, pela herança opressora que tais símbolos representam e que o ato político de derrubar uma igreja é um manifesto contra as superestruturas que tanto mal fizeram à humanidade em processo de libertação e iluminação em direção ao “novo mundo”. Já o segundo trata de quem busque suscitar o debate em torno de um eventual “direito de blasfêmia”, uma liberdade para que aqueles que não creem possam expressar seu desprezo pela religião e seus símbolos.

Para o dogma da religião marxista, a tríade do mal são justamente as forças que moldaram nossa civilização: 
a família nuclear formada pelo vínculo conjugal
a propriedade privada; 
e os valores oriundos do cristianismo. 
O primeiro “argumento” é parte do dogma da religião marxista, o de que o símbolo religioso está atrelado à opressão de estruturas que condicionam o ser humano a um comportamento conforme, alienando-o de sua consciência política, que poderia emancipá-lo e, suprimindo o ópio religioso, criar uma nova humanidade a cumprir um destino feliz, onde a igualdade se estabeleceria pela inexistência de classes opostas e em conflito permanente. 
Por isso mesmo, seja por quem o defende às claras, seja pela infinidade de correntes políticas que tangem assuntos paralelos, mas que conduzem a este rio caudaloso, a tríade do mal são justamente as forças que moldaram nossa civilização: a família nuclear formada pelo vínculo conjugal; a propriedade privada; e os valores oriundos do cristianismo. Não há como tapar o sol com a peneira. Ou seja, esta cosmovisão ataca tudo o que se chama de “mundo”, com o que sabemos, conhecemos, com os acertos a serem mantidos e desvios a serem corrigidos, dando como promessa uma utopia idílica. Se isso não for religião, é, no mínimo, plágio.

Já o segundo discurso é o de que a liberdade de expressão deve, por um lado, permitir a expressão da fé, e, ao revés, permitir o escárnio, a blasfêmia, inclusive ao ponto de relativizar eventuais arroubos de ataques a símbolos físicos. É a justificativa para todas as cenas horríveis que, volta e meia, vemos por aí de uso de símbolos religiosos das maneiras mais desrespeitosas. Sob este argumento alguns analisaram tanto o incêndio terrorista no Chile quanto a cena de depredação em Londres, passando pelo ocorrido em São Bento do Sul.

(.....)

Damos um exemplo de como as coisas podem ser enxergadas sob a ótica penal no caso catarinense. Dois maiores de idade e um adolescente foram identificados pela Polícia Civil como autores do fato. O adolescente, pela legislação, deverá ser enquadrado em ato infracional (segundo o ECA), enquanto os maiores serão responsabilizados criminalmente. Mas por qual tipo penal? Há duas possibilidades.

O primeiro é enquadrar como incursos nas sanções do artigo 208 do Código Penal, o chamado “crime contra o sentimento religioso”. O tipo ali descrito diz que o crime consiste em “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”, e comina pena de um mês a um ano de detenção, ou multa. Ou seja, crime de menor potencial ofensivo, resolvido com uma transação, e basta. O problema neste caso é que o sujeito passivo é pessoa determinada para a ofensa (não houve), impedimento ou perturbação da cerimônia (também não) ou vilipendiar o ato ou objeto de culto (também não aconteceu diretamente com o símbolo em si, mas com a veiculação da foto ao conteúdo da postagem).

Agora, vejamos o artigo 20 da Lei 7.716/89 (lei do racismo): “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Aí o crime sobe para um a três anos de reclusão e multa. E o §2.º aumenta mais a pena, considerando que o crime seja cometido “por intermédio dos meios de comunicação social”, que é exatamente o que aconteceu. Resumo da ópera: a religião é assunto sério, constitutivo do ser humano, e atos de preconceito e discriminação não dependem de uma vítima identificável. Pelo menos 130 milhões de católicos brasileiros foram vitimados.

(.....)

Thiago Rafael e Jean Marques - Vozes - Crônicas de um Estado laico - Gazeta do Povo - MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 7 de abril de 2016

DECISÕES PATRIÓTICAS

Diz-se País Cleptocrata, onde seu Regime político se caracteriza pela prática da corrupção, especialmente com o dinheiro público [1].
O cidadão comum ou autoridade pública, cuja consciência indicar ser esse um drama político nacional, deve apoiar a operação Lava-Jato, agindo no âmbito de suas competências e de forma pacífica, mas com firmeza de atitudes. Deve se contrapor, ativamente, às tentativas de cercear a liberdade da investigação, levadas a efeito por indivíduos e grupos, fisiológicos ou corrompidos, situados em altos escalões da sociedade. A Lava-Jato sozinha não reverterá o caos político, moral e econômico, mas a esperança em um promissor recomeço depende de seu êxito. Na verdade, o aperfeiçoamento moral e cívico da classe política e da sociedade será muito longo e difícil de percorrer, bem como a recuperação da economia. 

Em situações complexas, delicadas e de alta relevância, cidadãos honrados se impõem decisões de caráter moral, algumas vezes beirando os limites das normas legais. Nesses casos, uma autoridade pública corre o risco de ser questionada por uns e, ainda que defendida por outros, sofrer consequências pessoais e profissionais. É que decisões, discutíveis em situação de normalidade, são necessárias para evitar um mal maior quando a omissão, a inconsequente servidão a tecnicalidades burocráticas e a covardia moral resultarem em perdas, injustiças e danos morais e materiais inaceitáveis para os cidadãos, as instituições e a Nação.

Hoje, o cenário nacional apresenta elevados níveis de complexidade e ameaças, cujas consequências não podem ser menosprezadas por autoridades públicas comprometidas com a Nação, pois têm a obrigação de avaliar os riscos para a sociedade. A consciência da responsabilidade social de seu cargo ou missão e da relevância que tenham para o futuro do País deve nortear suas decisões. Nessa ótica, as atitudes tomadas pelo juiz Sérgio Moro na condução da operação Lava-Jato têm sido, de fato, decisões patrióticas e de caráter moral. O povo confia nessa investigação, que revelou as podres entranhas de uma nefasta política de corrupção, cuja finalidade era garantir apoio político e econômico para manter o poder e, em muitos casos, enriquecer pessoas desonestas.

A esperança em um futuro mais digno e promissor está depositada, primeiramente, na população, desde que tenha perseverante e volumosa participação nas ruas para mostrar, de forma vigorosa, mas pacífica e ordeira, a vontade de recuperar o País, após ser privatizado por lideranças empresariais e político-partidárias desonestas, que perderam a legitimidade para liderar a Nação.

As Forças Armadas (FA), como fiadoras legais dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, seriam as últimas instituições a intervirem na crise, na eventualidade de uma improvável falência simultânea ou ingresso na ilegalidade de um ou mais de um dos Poderes da União, com risco à paz interna, à coesão nacional e à sobrevivência do Estado. Para desconforto e insegurança de indivíduos moralmente corrompidos e grupos radicais, elas são uma reserva moral e desfrutam dos mais altos índices de confiança da sociedade.

O Legislativo conduz o processo de impeachment da Presidente da República, mas sua credibilidade é precaríssima e não haverá surpresa se o processo for contaminado por manobras fisiológicas, amorais e aéticas de bastidores, como soe acontecer. O governo promove um condenável balcão de ofertas, ciente de que uma grande parte dos congressistas se pautam pelo interesse pessoal e não o nacional. Não importa qual seja o resultado do processo, o sistema político está falido e precisa ser reformado. Mas o que esperar da classe política atual, independentemente do partido?

O STF tem credibilidade, ainda que, às vezes, surpreenda o cidadão com decisões difíceis de entender ou concordar. Decisões importantes serão tomadas naquela Corte e seus resultados contribuirão para abreviar ou prolongar a desgastante agonia da sociedade. Em grande parte dos julgamentos, ministros defendem posições diferentes entre si, pois as leis não são dogmas e admitem distintas interpretações, observados certos limites. 

Espera-se que a Corte Suprema seja sensível ao interesse nacional e não à sobrevivência de um governo moralmente desacreditado. Dessa forma, diante da crise atual, que poderá comprometer seriamente o futuro do País, cresce a importância dos argumentos jurídicos, certamente existentes, que impeçam a nomeação de Lula para ministro-chefe da Casa Civil, o que lhe daria foro privilegiado. No STF, os processos em curso na Lava-Jato iriam prosseguir, sem dúvida, mas presume-se que se prolongariam demasiado, enquanto a sociedade tem pressa para sair da crise.

 Lula poderia estar fazendo a coordenação política e participando do governo, há muito tempo, sendo ou não ministro de Estado. Por que só agora ele e o governo julgam imprescindível sua atuação como ministro? É que Lula é o centro de gravidade do atual sistema de poder e sua neutralização política, se condenado, desmontará o sistema e abreviará a crise. Dilma, Lula, o PT e seus aliados quebraram o Brasil nos campos moral, político e econômico e implantaram, com a orientação ideológica de elites intelectuais, a estratégia gramcista do Foro de São Paulo para transformar nossa democracia em um regime socialista. Essa mudança não virá por um golpe de Estado repentino, mas pela revolução sociocultural de longo prazo, intensificada nos últimos treze anos, visando a dominar a sociedade para, só depois, tomar o Estado.

A redenção do Brasil requer um choque de valores morais e cívicos e uma revolução no ensino que, desideologizado e valorizado, proporcione conhecimento e cultura de qualidade, para formar cidadãos e líderes preparados para a democracia, comprometidos com um projeto suprapartidário de Nação e não apenas partidário de poder. É um longo processo de amadurecimento, que demandará algumas gerações, mas não pode mais ser protelado.

Saber o que é certo e não fazê-lo é a pior covardia. (Confúcio)

Por: General da reserva Luiz Eduardo da Rocha Paiva

Site: A Verdade Sufocada


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A presimente Dilma quer seguir o mesmo modelo que o Ignorantácio Lula seguiu na Transnodestina – inaugurada quatro vezes, com vagões ferroviários transportados em carretas rodoviárias


Ferrovia transoceânica: a distância entre o discurso e a realidade nos acordos com a China

Anunciado com estardalhaço pela presidente Dilma Rousseff, o projeto de construção de uma ferrovia que ligaria o Brasil ao Peru é o maior exemplo do quanto alguns acordos firmados entre Brasil e China nesta terça-feira estão longe de virar realidade. Com exceção de alguns negócios que já vinham sendo tratados há meses, como a venda do BBM, a compra de 22 jatos da Embraer e a retomada da exportação de carne, a maioria dos acordos ainda necessita de estudos técnicos e licitações. Tirando o entusiasmo do governo diante da perspectiva de receber vultosos valores em um momento de crise financeira, o que se tem de concreto é que as autoridades chinesas manifestaram a intenção de investir mais de 53 bilhões de dólares no Brasil.

Em coletiva convocada para falar sobre o pacote de anúncios, os representantes do governo federal deixaram bem claro que são apenas "memorandos de entendimento". O embaixador José Alfredo Graça Lima explica: "São cifras que visam dar dimensão da grandeza do que pode efetivamente ser alcançado dentro de um prazo de tempo que a gente não sabe, hoje, até onde vai se estender". É por isso que o plano ambicioso de construir uma ferrovia, de 4.700 quilômetros, que atravesse a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes, deve demorar e esbarrar ainda em muitos empecilhos para sair do papel, a começar pela obtenção de licenças ambientais e de estudos de viabilidade da obra. Vale lembrar que a ferrovia transoceânica já havia sido anunciada em julho do ano passado por ocasião da visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, ao país.

Brasil e China: valor dos acordos está nos manuscritos de Confúcio

A presidente Dilma anunciou nesta terça-feira um acordo nababesco com o governo chinês. Serão 53 bilhões de dólares em trocas comerciais, um fundo de investimentos de 50 bilhões de dólares para infraestrutura e outro de 30 bilhões de dólares para não se sabe o quê. O discurso soa como música aos ouvidos de quem está cansado de ouvir notícias ruins sobre a economia. Como o diabo está nos detalhes, quando os representantes do governo brasileiro foram confrontados com perguntas básicas sobre os acordos, na coletiva de imprensa, as respostas não poderiam ser mais evasivas.

Resumo da história: os números são fictícios e nenhum acordo foi firmado. O que houve, durante a visita do premiê Li Keqiang, foi um memorando de intenções que pode resultar em acordos no futuro. Disse o vice-presidente da Caixa, Marcio Percival, que não sabia de nada e que o jornalista teria de procurar a informação com os chineses. "Não tem nada contratado. Houve uma lista de intenções apresentada pelos chineses e esses números precisam ser consolidados. Por enquanto, há apenas a intenção", disse. O fato de Percival não conhecer os números é elucidativo: um dos memorandos firmados nesta terça envolve a Caixa e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) na criação de um fundo de 50 bilhões de dólares. O executivo também não soube explicar o quanto a Caixa deverá aportar desse valor. Talvez os jornalistas tenham de recorrer aos manuscritos de Confúcio para encontrar a resposta.

Fonte: Veja On Line