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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Pátria Educadora destrói o Ensino Médio

A perigosa queda de matrículas no ensino médio

Num país onde a população jovem está diminuindo, a retração implica previsíveis demandas, por exemplo, na renovação de mão de obra especializada e no incremento educacional do país

É na faixa do ensino médio que a Educação brasileira mais patina. Ao longo dos anos, vem se acumulando nessas salas de aula uma série de demandas, umas condicionadas por questões do ensino, outras por fatores econômicos e sociais. Não são poucos os sinais de alerta emitidos por educadores e especialistas, mas em geral eles passam em branco ou, no mínimo, as ações públicas que deles decorrem não são efetivas o suficiente para desatar os nós.

O país paga caro pela inépcia. Tem-se agora uma nova fatura dos desacertos, como evidenciam os números do Censo Escolar de 2015, divulgado no fim de março pelo MEC. Os indicadores mostram que 10% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental são reprovados no Brasil. A estatística é ainda pior no primeiro ano, onde a taxa de insucesso dos estudantes é de 26,5%.

O diagnóstico desse perfil nada estimulante passa por questões como defasagem do aprendizado que o aluno herda desde a alfabetização, e um ensino fundamental pouco atrativo. Também há paradoxos programáticos: o Brasil tem um ciclo médio voltado para preparar o estudante para a Universidade, mas é ínfima a porcentagem deles que de fato alcança o ensino superior. Dá-se, por exemplo, pouca ênfase a cursos técnicos ou a modelos que ofereçam, além do conteúdo obrigatório, alternativas para o jovem seguir trilhas diferenciadas. Todas estas são questões sabidas. Essas variáveis de uma equação ainda por ser resolvida conduziram o ensino para mais um sinal alarmante, uma nefasta novidade nesse quadro: de acordo com o Censo, além das altas taxas de reprovação, o Brasil teve entre 2014 e 2015 uma queda de 2,7% nas matrículas do ensino médio. Isso significa que o número de jovens de 15 a 17 anos fora da escola chega a 1,6 milhão. 

É um pesadelo atual, que projeta para o futuro uma preocupação demográfica adicional. Num país onde a população jovem está diminuindo, a retração implica previsíveis demandas, por exemplo, na renovação de mão de obra especializada e no incremento educacional do país.


Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o governo tentará devolver esse 1,6 milhão de jovens às salas de aula. É iniciativa importante, mas pontual. Resolver o problema passa por ações estratégicas. Se não, ao invés de reduzir, aumentam-se o tamanho do buraco em questões como o número de matrículas e as demandas no ensino do país.

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