O movimento de cinco segmentos da saúde e de policiais civis paralisam diversos serviços em protesto ao adiamento da última parcela do reajuste prometido em 2013. Amanhã, haverá ato com indicativo de greve geral de 32 setores
A semana começou com o endurecimento
dos movimentos sindicais contra o Executivo local. Seis categorias
cruzaram os braços ontem. Sete hospitais tiveram serviços suspensos na
capital federal. Auxiliares e técnicos de enfermagem, técnicos em
radiologia, médicos e enfermeiros reduziram o atendimento. Além disso,
policiais civis iniciaram paralisação que vai até as 8h de amanhã. Pelo
segundo ano consecutivo, o pagamento da última parcela do reajuste
salarial, aprovado em 2013, separa governo e funcionários públicos.
Amanhã, um ato unificado com indicativo de greve geral reúne 32
categorias na Praça do Buriti. Desde a meia-noite de segunda-feira, o
atendimento em centros e postos de saúde, hospitais e unidades de pronto
atendimento (UPAs) está com apenas 30% da capacidade, segundo
estimativa do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem
(Sindate).
Fazem paralisação por tempo
indeterminados agentes penitenciários, técnicos de radiologia e
auxiliares de enfermagem. Médicos e enfermeiros do Hospital de Base do
DF (HBDF) voltam ao trabalho hoje às 8h. A estagnação das negociações
com o Palácio do Buriti é combustível para os boicotes. Ontem, de acordo
com balanço da Secretaria de Saúde, a unidade mais afetada foi o HBDF,
onde os ambulatórios de cardiologia, cabeça e pescoço, odontologia,
neurologia, eletroneuromiografia, gastro e vascular ficaram com
atendimentos suspensos. Somente a emergência funcionou. Por volta das
15h, os hospitais regionais do Gama, de Santa Maria, de Ceilândia, de
Brazlândia, de Sobradinho e da Asa Norte estavam com o atendimento
normalizado, segundo a pasta.
Articulação
Durante
todo o dia, os profissionais de saúde receberam só casos de urgência e
emergência. “Neste ano, o trabalhador está mais mobilizado. Não temos
condições de trabalho, e isso está deixando o movimento mais forte”,
explica o presidente do Sindate, Jorge Viana. Os servidores públicos
prometem mais ações. “Estamos cobrando um compromisso que o governo fez
no ano passado. A sensação que fica é que vivemos um ano de enganação e,
agora, vem o calote”, destaca a presidente do Sindicato dos Empregados
em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues. O Correio
visitou dois hospitais e constatou vários problemas. Além das filas,
alguns pacientes esperavam atendimento no chão. [a greve devido o não pagamento de parcela de reajuste acertado em 2015 - já com o governador Rollemberg é aceitável e o ainda governador tem a obrigação de encontrar uma solução - os servidores assumiram compromissos contando que o governador do DF honraria o combinado.
Mesmo se tratando de servidores da Saúde o atendimento aos pacientes - muitos correndo risco de morte - deve ser priorizado antes de qualquer movimento paredista. EDUCAÇÃO, SAÚDE e SEGURANÇA PÚBLICA são assuntos sérios e as reivindicações dos trabalhadores de tais áreas não podem ser usadas de forma que cause prejuízo à população.
Difícil de aceitar é a greve da Polícia Civil do DF que está exigindo um reajuste no mesmo percentual do da Policia Federal - acontece que o reajuste da Polícia Federal ainda não foi aprovado é apenas um projeto.
Fazer greve por algo que não existe é um absurdo e desmoralizada o próprio recurso da greve.
Cabe aos policiais civis aguardarem que o projeto do esperado reajuste da PF se torne lei para então reivindicarem a paridade e após a concessão dessa a isonomia nos vencimentos.]
O
pedreiro Solemar de Carvalho, 46 anos, buscou atendimento no Hran
com dores no corpo. Esperou por cerca de 4h e não conseguiu
tratamento. “Sinto dores há 12 dias. Tomo remédios para dormir por causa
das pontadas. É insustentável. Precisamos de atendimento”, reclamou. O
morador de Planaltina procurou o HBDF, mas também não conseguiu
consulta.
O secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, afirma que, em caso de greve, paralisações, retardamento ou
má prestação dos serviços públicos, o Executivo local poderá cortar o
ponto dos servidores. As medidas estavam prevista no decreto do
governador Rodrigo Rollemberg derrubado na semana passada. Mas, segundo
Sampaio, o texto está ancorado em normas federais. “Diálogo em torno de
questões financeiras não haverá. Se houver outras demandas, estaremos
inteiramente abertos”, ressalta. “Temos acompanhado com muita apreensão.
A sociedade é que perde com isso. A greve não fará recursos surgirem.
Essa é uma estratégia infrutífera”, completa.
Fonte: Correio Braziliense
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