O imposto sindical está para os sindicatos como o fundo partidário está para os partidos.
O imposto sindical, extinto na aprovação da proposta reforma trabalhista na Câmara a ser ainda submetida ao Senado, está para sindicatos, federações e confederações de trabalhadores como o fundo partidário e demais facilidades financiadas com o dinheiro do público estão para os partidos. Essas entidades têm em comum o fato de receberem recursos decorrentes de contribuição compulsória da população. Os partidos levam um naco do Tesouro e os sindicatos embolsam o equivalente a um dia de trabalho do cidadão que não tem escolha. [temos conhecimento que um sindicato que diz representar uma grande parcela de servidores públicos, em um passado não muito remoto, utilizava 'seus' recursos para fins não republicanos.Um destes fins era conceder empréstimos aos seus diretores com período de carência superior a um ano para o pagamento da primeira parcela, a juros de poupança e prazo superior a 5 anos.
Parou a prática criminosa devido ter havido grande mudança na composição da Diretoria, o presidente na época da mamata perdeu seu mandato parlamentar e os ventos mudaram.]
A diferença significativa é que a mesma prerrogativa que permite aos parlamentares dar um fim às mamatas do alheio os autoriza não só a manter abertas as torneiras de seus privilégios como também a propor a ampliação do tamanho do ralo. Calcula-se que em 2016 os sindicatos tenham recebido mais de R$ 2 bilhões do imposto. Mais ou menos a mesma quantia que os partidos reivindicam que o poder público passe a dar a eles a título e financiamento de campanha. Não por acaso nem coincidência é que ao longo dos últimos anos tenha proliferado a criação de sindicatos (a maioria sem representatividade) e que ainda continue a crescer a quantidade de gente ou de grupos interessados em criar partidos (na quase totalidade inexpressivos).
Entidades de fachada destinadas ao exercício da arrecadação indevida do dinheiro alheio. Em um caso e no outro, as fontes de financiamento devem decorrer das respectivas capacidades de representação e mobilização das categorias profissionais e dos possíveis eleitores.
Fonte: Dora Kramer - VEJA
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