Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

domingo, 7 de maio de 2023

Boi, Bala e Bíblia: governo enfrenta resistência entre líderes evangélicos, ruralistas e policiais na Câmara - O Globo

Em meio a tropeços e resistências mútuas, o governo Lula iniciou movimentos de aproximação com lideranças ruralistas, policiais e evangélicas, de olho em azeitar a articulação política no Congresso. Levantamento do GLOBO aponta que parlamentares das bancadas do boi, da bala e da Bíblia, como são chamadas, se uniram contra o Palácio do Planalto na derrubada de trechos de decreto sobre o marco legal do saneamento, na última quarta-feira. Essa votação foi a primeira grande derrota de Lula na Câmara. Os acenos à “bancada BBB”, seja com pautas de impacto econômico ou simbólico, também miram suavizar a imagem petista em segmentos do eleitorado que apoiaram majoritariamente o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Numa tentativa de agradar profissionais de segurança pública, a base governista articula a edição de uma medida provisória para conceder reajuste salarial de 18% às forças policiais do Distrito Federal, cuja remuneração depende de um fundo constitucional alimentado pelo Executivo — esse percentual é o dobro do garantido a servidores federais.

Segundo o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), uma reunião realizada na sexta-feira com representantes de ministérios “aparou as arestas” que restavam. Na véspera, o governo do DF havia formalizado um pedido para que cerca de R$ 1 bilhão do fundo constitucional seja empregado no reajuste. O governo federal deu sinal verde à operação e deve iniciar os trâmites amanhã ou terça, com o envio de um projeto ao Congresso.

Em outra frente com potencial de atritos, o Ministério da Justiça pretende priorizar repasses do Fundo Nacional de Segurança Pública para estados que implementarem câmeras em fardas de policiais. 
 A adoção do equipamento gera contrariedade inclusive em estados onde está em vigor, como São Paulo. [é mais uma forma de tolher, dificultar o trabalho da polícia - quem tem que ser vigiado é bandido e não os policiais e pessoas de bem.]
A iniciativa faz parte das ações do novo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), relançado por Lula em março com um discurso crítico à violência policial.

Bancada em expansão
A dificuldade do PT com a “bancada BBB” remonta ao governo Dilma Rousseff, momento em que ruralistas e evangélicos ampliaram sua participação no Congresso e passaram a atuar como bloco de oposição a agendas consideradas “progressistas” ou “de esquerda”. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) sobre as bancadas temáticas aponta que a presença evangélica dobrou de tamanho na Câmara entre o segundo mandato de Lula, quando havia 36 deputados, e o primeiro mandato de Dilma, com 70. A bancada ruralista atingiu seu ápice entre 2011 e 2014, com 152 deputados, segundo a série histórica do Diap. Já a da bala cresceu em 2018, quando triplicou de 22 para 61 deputados na onda bolsonarista.

O primeiro revés de Lula na Câmara neste ano trouxe à tona o nível elevado de resistências dessas bancadas ao governo petista, o que reduz sua margem de manobra para a aprovação de projetos. Após Lula editar decreto suspendendo previsões do Marco Legal do Saneamento Básico, a Câmara contra-atacou e aprovou, com ampla maioria, um projeto para retomar esses trechos, com 295 votos — equivalente a 68% do quórum. A contrariedade com o governo foi ainda mais sólida entre ruralistas, policiais e evangélicos, que entregaram mais de 90% de seus votos para derrubada de trechos do decreto.

 Entre os ruralistas, que deram o maior percentual (95%) de votos contrários ao governo, a relação no início do mandato de Lula é marcada por altos e baixos. Invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no último mês ampliaram pressões do agro, cujas principais associações penderam para Bolsonaro em 2022. O ponto mais crítico foi o episódio, na última semana, em que o presidente da Agrishow, Francisco Matturro, sugeriu que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, não comparecesse à abertura do evento, uma das principais feiras agrícolas do país, para evitar “constrangimento” com a presença de Bolsonaro.

(...)

“Respeito mútuo”
Em reação, o governo federal anunciou que o Banco do Brasil deixaria de patrocinar a feira, que acabou suspendendo a cerimônia de abertura.  No lançamento do novo “Conselhão”, na última quinta-feira, que conta com participação do MST, Lula deu a palavra à pecuarista Teresa Cristina Vendramini. Conhecida como Teka, ela presidiu a Sociedade Rural Brasileira (SRB) no ano passado, quando o grupo apoiou formalmente a reeleição de Bolsonaro.

O Conselhão, por outro lado, não incluiu lideranças evangélicas, ao contrário do que ocorreu em outras gestões petistas. [qualquer liderança de entidades do BEM não aceita participar do ridículo, e inútil, 'conselhão' - mais um engodo do governo petista. ]

(...)

Presença frequente em eventos do tipo em seu mandato, Bolsonaro segue alimentando o vínculo com as igrejas. Na semana passada, foi aplaudido durante a exibição de um vídeo gravado especificamente para o congresso Gideões, da Assembleia de Deus de Balneário Camboriú (SC), um dos maiores do segmento.

Política - O Globo 

 

Nenhum comentário: