Após a vitória da corrupção sobre o seu combate com o
enterro da Operação Lava Jato e a posse de Lula como presidente da República, os derrotados do momento seguem perseguidos.
O mais novo capítulo se deu com a cassação injusta de Deltan Dallagnol, deputado federal eleito por mais de 344 mil paranaenses e ex-procurador da Lava Jato: a decisão do Tribunal Superior Eleitoral foi completamente ilegal e contrariou todas as decisões da própria Justiça Eleitoral nas suas instâncias inferiores.
Lula disse antes de ser eleito que não descansaria até se vingar de Deltan e, já presidente, garantiu o mesmo a respeito de Sergio Moro,
juiz de primeira instância da Lava Jato, que o colocou na cadeia pelos
crimes que cometeu, confirmados nas instâncias superiores.
Os políticos e
empresários delatados e condenados pela Lava Jato não cansam de exalar o
mesmo ódio e rancor contra quem fez cumprir a lei no Brasil e recuperou
mais de R$ 15 bilhões aos cofres públicos.
O Poder Judiciário
de última instância, acossado por delações que chegaram às portas de
seus mais eminentes ministros até que passassem a ser censuradas como fake news em inquéritos aberrantes no Supremo Tribunal Federal, aliou-se aos anti-Vingadores para restaurar e defender o status quo ante bellum.
O recado dos poderosos é claro: a corrupção venceu e a pax brasilis que sempre lhes garantiu impunidade está sendo rapidamente restaurada e consolidada.
Nada mete mais medo em político e poderoso do que o povo na rua, já dizia Ulysses Guimarães.
Não resta, pois, outra alternativa ao povo brasileiro senão voltar às ruas.
Apesar desse
péssimo diagnóstico, a reação popular está renascendo das cinzas e dos
traumas causados por um desastroso e repudiável 8 de janeiro de 2023.
A
manifestação pacífica feita por milhares de brasileiros em locais
equivocados – diante de quartéis – e sem liderança a conduzi-las, foi
presa fácil de oportunistas e arruaceiros, de um lado, e de
profissionais da narrativa política e do despotismo estatal, de outro.
Os milhares de presos inocentes,
grande parte sequer presente na área da Praça dos Três Poderes naquele
fatídico domingo à tarde, acabaram demonstrando, a milhões de
brasileiros honestos e pacíficos, do que são capazes os poderosos de
Brasília em matéria de reação arbitrária, desproporcional e
politicamente motivada.
Não é por menos que a volta dos brasileiros às ruas, por receio
de que novamente possa ocorrer o pior, ocorreu pela primeira vez apenas em 1º
de maio deste ano em poucas capitais, dentre as quais se destacou Porto Alegre,
onde estive presente.
A pauta principal dos cerca de 5 mil presentes foi o
rechaço à Lei da Censura, eufemisticamente apelidado pelos poderosos de PL das
Fake News. A iniciativa somou-se a todas as demais formas de pressão popular,
inclusive via placares online informando em tempo real o posicionamento de cada
parlamentar, e surtiu efeito: por ora, o projeto está fora da pauta.
No último fim de semana, desta vez em Curitiba, mais uma manifestação reuniu
um enorme número de brasileiros nas ruas. Entoando “Juntos com Deltan” e
clamando por “Justiça”, milhares de brasileiros demonstraram também na
capital paranaense que estão dispostos a superar qualquer medo e receio
para defender, em paz e respeitosamente, o que entendem ser seu de
direito.
Também estive presente a este ato e pude então constatar o que
tende a ser a tônica em todo o Brasil daqui para a frente: a volta às
ruas de forma coordenada, organizada e liderada por movimentos de rua
que andaram separados e distantes entre si durante o governo Bolsonaro
e se reaglutinam agora com o propósito de defender o que mais deve unir
os brasileiros: nossa democracia constitucional, as liberdades
individuais e a Justiça com jota maiúsculo, recuperando nosso Estado de
Direito fraturado.
Porto Alegre e Curitiba, precursoras desse novo
momento, já deram ao Brasil o exemplo de que a volta às ruas é não
apenas possível, mas absolutamente necessária.
Veja Também:
Há desta vez, porém, uma diferença importante em relação aos movimentos organizados contra o governo de Dilma
entre os anos de 2014 e 2016.
Muitos daqueles que, então, estavam nas
ruas, hoje são parlamentares eleitos.
Se então os manifestantes na rua
davam ao Parlamento o empurrão que faltava para fazer andar o impeachment
de Dilma, por exemplo, agora os parlamentares eleitos pela direita
brasileira são cobrados a retribuir com suas presenças nas manifestações
a fim de conferir a segurança de que o povo necessita para voltar a se
manifestar em paz.
Por isso, é de se celebrar muito a notícia de que na
tarde desta quarta-feira, 24 de maio, movimentos de rua anunciarão em
coletiva de imprensa em pleno Salão Verde da Câmara dos Deputados, ladeados por parlamentares, a volta às ruas em todo o Brasil para o próximo dia 4 de junho.
Nada mete mais medo em político e poderoso do que o povo na rua, já dizia Ulysses Guimarães.
Não resta, pois, outra alternativa ao povo brasileiro senão voltar às
ruas ante a completa falta de sinalização por parte de quem está no
poder de que vá ocorrer uma pacificação nacional, conforme Lula prometeu
no pós-eleição, mas até aqui só fez o contrário.
Diante da vingança
plena e irrefreável praticada pelo sistema contra nossa democracia,
nossas liberdades e a Justiça brasileira, o povo brasileiro já decidiu
por não mais temer e voltar a se manifestar de forma pacífica,
organizada e volumosa.
E, a exemplo do que já se observou na história
recente do país – lembremo-nos das Diretas Já, do impeachment de Fernando Collor
e do impeachment de Dilma Rousseff –, dá para botar fé naquilo que
vaticinou o Velhinho, do Oiapoque ao Chuí.
Nos vemos nas ruas no próximo
dia 4 de junho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário