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Mostrando postagens com marcador Adélio Bispo de Oliveira. Mostrar todas as postagens
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Como transformar um atentado atroz em uma campanha repugnante

Por mais barbaridades que tenha proferido na corrida presidencial, Jair Bolsonaro foi, sem sombra de dúvida, vítima da maior atrocidade cometida na campanha de 2018. Em 6 de setembro, na cidade de Juiz de Fora (MG), foi esfaqueado sem chance de defesa por Adélio Bispo de Oliveira —ex-filiado ao PSOL, crime que quase lhe custou a vida. O agressor foi preso imediatamente após a tentativa de assassinato. A Polícia Federal investigou o caso e concluiu, no principal inquérito, que Adélio agiu sozinho, movido por discordâncias políticas, mesma impressão a que se chega ao ler, ver e ouvir as inúmeras reportagens produzidas desde então pelos veículos jornalísticos profissionais do país. 

[uma análise atenta de todo o material publicado - onde está provado que o réptil  Adélio passou vários meses tendo gastos apreciáveis sem fonte de renda, visitas que ele fez à Câmara dos Deputados, defesa milionária que ficou ao seu dispor - prova que o atentado contra JAIR BOLSONARO teve mandantes, patrocinadores, que precisam ser identificados e punidos de forma exemplar.

O atentado não foi apenas atroz, foi também covarde, repugnante, odioso;

qual o fundamento para considerar repugnante a campanha pela punição dos MANDANTES?

O autor está preso e esperamos que as autoridades cuidem para evitar que se transforme em um Celso Daniel - afinal a turma do 'quanto pior, melhor', sempre teve uma predileção pelo que chamavam durante o terrorismo de 'justiçamento' ou cala boca.

Alguém tem dúvidas que j w,  o ex-BBB, fugiu realmente por medo? Óbvio que foi. 

Mas, não foi por medo das ameaças que ele atribuiu aos eleitores de Bolsonaro - se,  e quando, nominar os que o ameaçaram, os nomes citados pelo ex-deputado, estarão na relação dos que mandaram eliminar Celso Daniel.]

Mesmo assim, uma pergunta não quer calar no núcleo espertalhão do bolsonarismo: quem mandou matar Bolsonaro? Escorados em uma operosa rede de peritos de YouTube, detetives de Twitter e inspetores de Facebook, esses profissionais da velhacaria não têm interesse real na verdade. O que buscam é se valer da complacência dos ingênuos e desinformados para tentar tirar o máximo proveito político da situação.

Convalescendo de mais uma cirurgia que passou em consequência do atentado, Bolsonaro surfa na onda. Postou vídeo no domingo para manter acesa a chama dos fanáticos. Ele também quer saber “quem foi ou quem foram os responsáveis por determinar que o Adélio praticasse aquele crime lá em Juiz de Fora.”

Imediatamente um de seus puxa-sacos no empresariado compartilhou o vídeo, acrescentando a avaliação de que a imprensa “continua calada” e não parece indignada como no caso Marielle. A vereadora do PSOL foi morta, ao lado do motorista, a tiros de calibre 9 mm, assassinatos consumados e com autoria desconhecida até os dias de hoje. [com repercussão menor, mas, sem fugir à regra que já apontamos: é chegar próximo do dia 14, data em que a vereadora do PSOL e seu motorista foram mortos, para que o assunto volte à baila;

neste aniversário, com a matéria ora transcrita, mas, logo o assassinato será ventilado na TV, a tal 'anistia internacional' exigindo que interrompam todas as investigações de homicídios - em um ano foram mais de 60.000 assassinatos - e a identificação de quem matou a politica psolista tenha prioridade sobre tudo e todos.] 

E nessa mistura de alhos com bugalhos, fato com fake, Bolsonaro e seus áulicos não têm o mínimo pudor de usar o crime que quase custou a vida do candidato para tentar tirar o foco de suspeitas bem mais conectadas com o mundo real.

Raniel Bragon - Folha de S. Paulo

domingo, 20 de janeiro de 2019

Como estão as ações contra o autor da facada em Bolsonaro

Autor confesso da facada que o presidente Jair Bolsonaro levou durante a campanha eleitoral de 2018, no dia 6 de setembro, Adélio Bispo de Oliveira é objeto de dois inquéritos e duas ações penais. Mais de quatro meses após o atentado em Juiz de Fora, porém, as apurações contra ele parecem longe do fim.
A Polícia Federal (PF) pediu à Justiça Federal em Minas Gerais, na última quarta-feira (16), mais 90 dias para concluir a investigação sobre quem financia a defesa de Adélio. Os policiais fizeram buscas e apreensões em dois endereços do criminalista Zanone Manuel de Oliveira Júnior, principal advogado do acusado, no dia 21 de dezembro do ano passado.

Este é um dos inquéritos, que corre em paralelo a outra investigação: a que apura eventual participação, no atentado, de "terceiros ou grupos criminosos”. Um primeiro inquérito, já encerrado, concluiu que Adélio agiu sozinho, pelo menos do local do crime.
Preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), Adélio responde, desde o dia 4 de outubro, à acusação de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional (Lei 7170/83). Esta ação penal, porém, foi paralisada devido a outro processo, que apura a sanidade mental do acusado. A pedido da defesa, o juiz federal Bruno Souza Savino, da 3ª Vara de Juiz de Fora, autorizou que Adélio passasse por exames médicos e suspendeu a ação principal até que haja conclusão sobre a "avaliação da integridade mental" dele. Uma primeira perícia, feita em 3 de dezembro, não teve resultados conclusivos, o que levou a psiquiatria forense pedir exames complementares.

Estes exames foram feitos na última terça-feira (15) e devem definir o destino de Adélio, mas a decisão, não importa o resultado da perícia, caberá ao juiz. O autor da facada em Bolsonaro pode ser considerado saudável, inimputável ou semi-imputável. Se for tido como inimputável, deverá ficar isento de pena e ser encaminhado a tratamento em um hospital de custódia ou ambulatorial. Se for tratado como semi-imputável, ele terá, na medida mais rigorosa, uma redução de pena. Caso Adélio seja considerado são, o processo continua a correr normalmente. Com o laudo deste último exame em mãos, o juiz abrirá prazos para manifestações do Ministério Público, dos assistentes de acusação e da defesa, para só então homologar o resultado. Este trâmite não deverá estar concluído antes de pelo menos 20 dias.

Cobrança por respostas
Apoiadores de Bolsonaro seguem cobrando, nas redes sociais, uma solução para o caso. A hashtag #QuemMandouMatarBolsonaro chegou a atingir os Trending Topics mundiais do Twitter em setembro e até hoje é usada por seguidores do presidente. O próprio Bolsonaro e seus filhos já foram às redes para exigir explicações.

Congresso em Foco

 


quinta-feira, 29 de novembro de 2018

'Minha morte interessa a muita gente', diz Jair Bolsonaro

Declaração foi dada após postagem do filho do presidente eleito, Carlos, no Twitter

Contando com esquema especial de proteção desde que foi atingido por uma facada no abdômen, ainda durante a campanha ao Planalto, o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 29, que sua morte "interessa a muita gente".  

A declaração foi dada após Bolsonaro ser indagado por jornalistas sobre uma postagem de um de seus filhos, Carlos, no Twitter. Na quarta-feira à noite, o vereador pelo Rio de Janeiro escreveu que "a morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto". 

"Minha morte interessa a muita gente", disse o militar reformado. Questionado sobre o que seu filho queria dizer com "estão muito perto", Bolsonaro desconversou. "Quando eu recebi a facada estava muito próximo de mim o elemento", comentou
Sobre isso, o presidente eleito voltou a falar sobre seu agressor, Adélio Bispo de Oliveira. "Recentemente era filiado ao PSOL. E houve o caso do outro que tentou entrar no Congresso com a identidade dele", apontou. "No meu entender a investigação está muito fácil de ser concluída".

O Estado de S. Paulo
 

sábado, 13 de outubro de 2018

A mente de Adélio Bispo, o homem que esfaqueou Bolsonaro e "comunicava-se" com Lula - Mensagens de um atentado




A intolerância por trás da mente doentia do homem que ouvia a voz de Deus, “comunicava-se” com Lula e, por muito pouco, não mudou o rumo da história


DESEJO DE MATAR - Oliveira disse que atacou Bolsonaro, entre outras coisas, por “divergências ideológicas” com o candidato (//Reprodução)
 




No dia 1º de setembro, o garçom Adélio Bispo de Oliveira abriu sua página no Facebook e enviou a seguinte mensagem a Jair Bolsonaro: “Espero que esta sua valentia realmente exista no dia em que você me vê (sic)”. Num português claudicante, Bolsonaro é chamado de “marionete do capitalismo” e de “bonequinha de Washington”. Por fim, o garçom faz uma ameaça: “Vc merece tomar um tia (tiro) nesta cabeça de b… q vc tem”. Cinco dias depois dessa mensagem, Oliveira provou que não estava blefando. Ele foi ao encontro do candidato em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, e tentou matá-lo com uma facada no abdômen. Preso, disse que praticara o crime em razão de suas divergências ideológicas e religiosas com o candidato do PSL — sobretudo por causa do discurso “racista e antissemita” do deputado.



Cinco meses antes de atacar Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira também enviou mensagens ao ex-presidente Lula. Em uma delas, manifestou seu apoio à candidatura do petista. “Se estão tentando barra (sic) sua candidatura, claro que é pq sabem dos riscos de se perder o poder em uma disputa democrática”, escreveu. O texto foi postado na página do Facebook chamada Lula Oficial. O título da mensagem era: “Adelio Bispo de Oliveira para Lula Presidente 2018”. Em seu comentário, o garçom fez um apelo ao ex-presidente: “O mundo comunista e até parte do mundo capitalista te agradeceria se vc escrevesse sua biografia e colocasse claramente os elos de ligações entre seus inimigos e a maldita maçonaria (sic)”. E alertou o petista para tomar cuidado com uma conspiração: “E verá que não são meramente homens que se declaram (…) seus inimigos, mas um sistema nazista secreto que existe no Brasil já a (sic) muito tempo”. Ao final, desejou sorte ao ex-presidente.



O garçom também enviou três mensagens à presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann. Numa delas, de março deste ano, deu palpites sobre a escolha do candidato petista a presidente: “Caso Lula não venha realmente concorrer, espero vê (sic) vc na disputa, segunda alternativa o Mercante (refere-se a Aloizio Mercadante)”. E “alertou” para o fato de que, assim que as candidaturas fossem anunciadas, haveria uma caçada aos candidatos ordenada pelo juiz Sergio Moro e por “toda a maçonaria”. Oliveira ainda se opôs à possibilidade de uma aliança do PT com o candidato Ciro Gomes, do PDT, hipótese discutida na pré-campanha. Disse que Jaques Wagner estava “equivocado” quando pedia que o PT cedesse, pois, no seu raciocínio, o partido cedeu ao chegar ao poder “e deu no que deu”.

A aparente proximidade com o PT, a ameaça encaminhada a Bolsonaro e o apoio a Lula, que na época do crime ainda era o candidato oficial do PT à Presidência da República, poderiam sugerir uma relação de causa e consequência quando se busca compreender a motivação do atentado. Em vez disso, as mensagens são apenas o retrato doloroso de uma mente perturbada, pois elas nem sequer chegaram aos pretensos destinatários. Durante as investigações, a Polícia Federal quebrou o sigilo telemático do garçom e encontrou suas mensagens endereçadas a Bolsonaro e a Lula. Só que os perfis com os quais Oliveira se comunicava — “Jair Messias Bolsonaro” e “Lula Oficial” — são falsos e, portanto, não pertencem a nenhum dos dois



A polícia concluiu que Oliveira tentou matar Jair Bolsonaro sem a ajuda de outras pessoas. VEJA teve acesso à íntegra do inquérito que investigou a tentativa de assassinato. São 567 páginas de depoimentos, laudos e informações que reconstituem os passos de Oliveira desde o momento em que ele teria tomado a decisão de tirar a vida do candidato do PSL até o instante em que o atacou.

O crime começou a se materializar com uma coincidência. Oliveira estava em Juiz de Fora à procura de emprego quando soube pelos jornais que o deputado faria campanha na cidade. Segundo ele, já havia algum tempo que “vozes” o instruíam sobre o que precisava ser feito. Era a oportunidade perfeita para atender às instruções que ouvia mentalmente. Dois dias antes da visita, o garçom começou a fotografar e filmar lugares por onde provavelmente o presidenciável passaria. Os policiais encontraram em seu celular imagens da Câmara Municipal, da praça central e de um hotel, roteiros previstos na agenda de Bolsonaro. Para cometer o crime, ele escolheu uma faca de cerca de 30 centímetros de um jogo de duas peças que comprara em Florianópolis, Santa Catarina. Sua intenção inicial, como escreveu na mensagem, era matar o candidato com um tiro na cabeça. Chegou até a treinar os disparos, mas, como não havia tempo nem tinha dinheiro para comprar um revólver, optou por uma solução mais simples.



Com tudo esquematizado em sua mente, Oliveira partiu para a execução do plano às 10h08 de 6 de setembro. Naquele momento, deixou a pensão onde estava hospedado, foi até uma lan house no centro da cidade e acessou sua conta no Facebook. Vinte minutos depois, deixou a loja e rumou para o lugar onde Bolsonaro começaria a cumprir sua agenda na cidade. Passava do meio-dia quando Oliveira chegou a um shopping, a 100 metros do hotel onde o candidato do PSL almoçava com empresários locais. O garçom gravou vídeos do hall de entrada, da reunião dos apoiadores do candidato e exibiu até o jornal que, mais tarde, usou para esconder a arma do crime. Para não chamar atenção, ele se juntou a um grupo de manifestantes que protestava em frente ao hotel. Às 15h12, menos de vinte minutos antes do crime, gravou as últimas imagens, que mostram o instante em que tentava se aproximar do presidenciável — Bolsonaro, nesse momento, já estava nos ombros dos apoiadores. O vídeo tem apenas cinco segundos.

A partir daí, para reconstituir o atentado, a Polícia Federal analisou mais de 150 horas de imagens feitas por manifestantes ou gravadas por dezoito câmeras de segurança instaladas em dez pontos do trajeto feito por Bolsonaro no centro de Juiz de Fora. Minutos antes do ataque, o candidato do PSL chegou à Praça Halfeld, acenou para os militantes e se dirigiu à escadaria da Câmara Municipal. A manifestação seguiu adiante, com o candidato sendo carregado pelos militantes. A cada passo, Adélio tentava se aproximar mais de seu alvo, buscando a melhor oportunidade para atacá-lo, já com o jornal numa das mãos escondendo a faca. Para forçar a aproximação, dizia que queria tirar uma foto de Bolsonaro e até gritava frases de apoio ao presidenciável — protegido por um cordão de quase vinte seguranças. Após várias tentativas, Oliveira conseguiu furar o cerco e atingir Bolsonaro com a faca.


Crimes assim naturalmente alimentam teorias de conspiração. Mas afinal por que Oliveira quis matar Bolsonaro? As explicações foram apresentadas em três depoimentos prestados por ele à Polícia Federal. No último deles, gravado em vídeo onze dias depois do crime, Adélio reafirma que praticou o atentado por motivos ideológicos e religiosos e também “respondendo às ameaças que ele (Bolsonaro) tem feito, pelas ideologias que ele acredita, por ameaças de morte a pessoas” (veja o quadro abaixo). A Polícia Federal concluiu a primeira parte da investigação, conduzida pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes, e constatou que no dia do ataque Oliveira agiu por conta própria. Acusado de cometer crime contra a segurança nacional, ele poderá ser condenado a até dez anos de prisão. Por precaução, um segundo inquérito foi instaurado, para apurar se houve alguma conspiração, se outras pessoas participaram do atentado ou o influenciaram, incluindo suspeitas sobre o envolvimento de uma organização criminosa. Preocupada com o acirramento da disputa no segundo turno das eleições, a PF também reforçou a segurança dos candidatos, que agora contarão com uma escolta de 35 agentes, e intensificou a vigilância sobre as redes sociais.

(...)


MOTIVO DO ATENTADO
“Por divergências ideológicas e respondendo às ameaças que ele tem feito, pelas ideologias que ele acredita, por ameaças de morte… contra pessoas que têm ideologias diferentes das dele. Dos muitos discursos. Discursos racistas, quando fala de negros, quando fala de quilombolas. Tem muita coisa. Tem discursos antissemitas. A gente já ouviu o discurso dele. Discursos contra o povo árabe, basicamente como se todos fossem terroristas, como se o Brasil não pudesse ter relacionamento com o povo árabe, enquanto temos um árabe governando o país, um libanês (refere-se a Michel Temer).”

O PLANEJAMENTO
“A responsabilidade é inteiramente minha, de mais ninguém. (…) Me veio à cabeça. Quando vi nos jornais que ele estaria (em Juiz de Fora). Dois, três dias antes, eu acho. Nem acreditei. Já estava em cima. Resolvi jogar na loteria, digamos assim. Talvez eu conseguisse, talvez eu não conseguisse (atacar Bolsonaro).”

EM NOME DA RELIGIÃO
“Essa é a segunda razão pela qual eu fiz. Esse bom Deus, esse meu Deus que me ordenou a fazer. O Bolsonaro… Ele é um impostor. É meio cristão, mas não é cristão… Está tentando puxar o público evangélico, recrutar os evangélicos para ser o presidente da República, mas ele é um impostor infiltrado pela maçonaria no meio protestante. Ele não tem nada… Basta fazer uma pergunta para ele em relação à Bíblia.”

A ARMA DO CRIME
“Parte de um jogo que comprei, para uso doméstico. Tentei levá-la comigo (refere-se à faca), escondida no corpo, escondida na roupa. Tava enrolada num papel de jornal.”

NA HORA H
“Um pouco antes, sim (refere-se ao fato de ter ouvido vozes), mas teve um momento que eu quase desisti porque achei que seria impossível a aproximação. Era impossível se aproximar. Quase desisti.”


Colaboraram Laryssa Borges e Hugo Marques
Publicado em VEJA de 17 de outubro de 2018, edição nº 2604


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