Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Adhemar de Barros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adhemar de Barros. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Lição do debate americano - William Waack

O Estado de S. Paulo

Disputa indica uma crise constitucional, já que Donald Trump só aceita um resultado: sua vitória

Não são nada boas as evidências trazidas pelo debate entre Donald Trump e Joe Biden sobre o estado geral da política americana. O debate trouxe a cara feia do que até há pouco era impensável: uma crise constitucional provocada por uma eleição de resultados contestados. Com Trump dizendo que só aceita um: o da sua vitória.

O que acontece no sistema político americano pesa de forma desproporcional no resto do mundo. Especialmente quando o país que serviu de referência – “a cidade de luzes no topo da colina”, na clássica definição – vai deixando de ser exemplo positivo.

Os Estados Unidos são um país muito grande, muito rico, muito poderoso e que exerceu grande atração como modelo de vida pública e virtudes civis (há séculos, por sinal). Mas o debate da terça feira fez saltar aos olhos como se acelerou essa “virada para dentro”, o “deixa prá lá” em relação ao que se assumia como sendo o papel dos Estados Unidos de “nação líder” (pode-se gostar ou detestar esse papel, mas não dá para ignorar).

Nota-se na falta de conteúdo substantivo do debate a presença de uma espécie de doença infecciosa espalhada de tal maneira a ponto de grandes temas de formulação de políticas domésticas e internacionais mal receberem menções – uma das poucas foi sobre desmatamento da Amazônia, provavelmente pela sensibilidade que Joe Biden julga detectar no eleitorado democrata. É como se fosse uma “amnésia” em relação ao resto do planeta, assinalam comentaristas americanos.

Um deles é Adam Garfinkle, fundador e editor da imperdível publicação “The American Interest(que tem no seu quadro de colaboradores nomes como Francis Fukuyama, Walter Russel Mead, Robert D. Kaplan, Niall Ferguson). Ele vai ao ponto de dizer que a sociedade e política americanas vivem um “estado geral de loucura” do qual Donald Trump não foi o iniciador. Mas que ajudou a acelerar, passando a representar a “quintessencia” de um tipo de desorientação geral típico de quem se perde numa sala de espelhos.

Para Garfinkle, constatar que Trump está ativamente empenhado em solapar as instituições democráticas americanas (seu destaque favorito é a politização do Departamento de Justiça) não significa dizer que o outro lado é “bom”. “Os democratas podem parecer relativamente menos perigosos para normas e princípios americanos, mas suas divisões internas e seus julgamentos equivocados não os tornam admiráveis. Por serem meramente incompetentes em vez de imorais não os torna bons na linha do tradicional provérbio de que dois erros não compõe um acerto”, escreveu.

MATÉRIA COMPLETA - William Waack, jornalista - O Estado de S. Paulo - apresentador jornal da CNN 

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Cabo Anselmo - Nas entrelinhas

“Bolsonaro tem uma militância armada e radicalizada muito numerosa, que intimida pela truculência, não apenas nas redes sociais. Aonde isso vai parar, ninguém sabe ainda”

É domingo de carnaval, mas vou falar de coisa séria. José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, nasceu em 13 de fevereiro de 1941, em Sergipe. Foi um dos protagonistas do golpe militar de 1964, atuando como um agente provocador. Em 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), da qual se elegeu presidente. Em 25 de março de 1964, durante as comemorações do 2º aniversário da AMFNB no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, protestou contra a punição imposta a 12 dirigentes da associação por apoiarem as reformas de base propostas pelo então presidente da República, João Goulart.

O cenário era de radicalização política: derrotado no Congresso, e diante da forte oposição dos governadores da antiga Guanabara, Carlos Lacerda; Minas Gerais, Magalhães Pinto; e São Paulo, Adhemar de Barros, Goulart resolvera se apoiar nos sindicatos de trabalhadores e nas ligas camponesas. Os marinheiros, porém, roubaram a cena: decidiram não acatar a ordem de prisão dada aos colegas e permanecer no prédio do sindicato. No dia 26, parte dos fuzileiros navais enviados pelo ministro da Marinha, almirante Sílvio Mota, para reprimir o levante, aderiu ao movimento. Diante da recusa do comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante Cândido Aragão, em sufocar o motim, Sílvio Mota recorreu à Polícia do Exército e demitiu Aragão. [Uma vez PE, sempre PE.]

Goulart acabou se colocando ao lado dos marinheiros, gerando uma crise na Marinha, que culminou com a saída de Sílvio Mota, a nomeação do almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues para a pasta e a recondução de Cândido Aragão ao comando do Corpo de Fuzileiros Navais, além da libertação dos amotinados. No dia 28, José Anselmo, comemorou a vitória com uma passeata de marinheiros pelo centro do Rio, e, no dia 30, levou o presidente Goulart ao ato promovido pela Associação de Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar, no Automóvel Clube do Rio de Janeiro. Envolver-se com os amotinados foi um erro fatal do presidente da República, era o pretexto que faltava para que os principais líderes militares da época, à frente o marechal Castelo Branco, assumissem o poder.

Cassado pelo Ato Institucional nº 1, em abril, José Anselmo asilou-se na embaixada do México. Quinze dias depois, deixou a embaixada, mas foi preso no dia seguinte. Em março de 1966, fugiu novamente, em circunstâncias estranhas; porém, era reconhecido como líder político de esquerda. No final do ano, seguiu para o Uruguai. Em 1967, ao lado do líder comunista Carlos Marighella, participou da 1ª Conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade, realizada em Havana, que deflagrou uma onda de guerrilhas na América Latina. Ainda em Cuba, participou da formação do primeiro núcleo de treinamento de guerrilha da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Retornando ao Brasil, em 1970, foi designado para trabalhar em São Paulo. Meses depois, uma onda de prisões e mortes de militantes que tiveram contato com Anselmo levantou suspeitas de que fosse um agente policial infiltrado. Como fora detido em junho de 1971, era inexplicável sua aparição em liberdade dias depois. Anselmo negou o fato. Em janeiro de 1972, voltou a ser alvo da mesma acusação, dessa vez pela Ação Libertadora Nacional (ALN), após a apresentação de um relatório de testemunhas da sua prisão em 1971. Em fevereiro de 1973, a VPR acusou-o formalmente de ser agente da Central Intelligence Agency (CIA). Suspeita-se de que era agente do Centro de Informação da Marinha, sob a supervisão da CIA, antes mesmo de 1964.

Motins
Em 1984, a revista IstoÉ publicou uma entrevista de Anselmo, na qual se assumia um colaborador dos órgãos de repressão. Desaparecido desde então, voltou a ser localizado em 1999, pela revista Época, quando confirmou que fora o principal responsável pelo desmantelamento da VPR e da ALN. Em 1973, havia sido submetido a uma cirurgia plástica e recebera documentos falsos, fornecido pelos serviços de inteligência. Manteve-se na clandestinidade, apesar do direito à anistia.

Na quinta-feira, o Solidariedade expulsou de seus quadros o vereador Sargento Ailton, de Fortaleza, flagrado como um dos líderes do motim da Polícia Militar do Ceará, no qual foi baleado o senador Cid Gomes (PDT-CE), ao investir com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel ocupado por grevistas encapuzados. Em outros estados, movimentos semelhantes estão sendo organizados para exigir aumentos salariais e outros benefícios.

O presidente Jair Bolsonaro aceitou o pedido do governo cearense e decretou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a cargo do Ministério da Defesa, cuja missão é garantir a segurança pública, e não, reprimir os amotinados. Em 72 horas, houve mais de 80 assassinatos no Ceará. A tarefa de resolver o problema da disciplina na PM continua sendo do governador petista Camilo Santana. Bolsonaro flerta com os amotinados, que são parte importante de sua base social.

Há muitos sargentos Aíltons na política, [também há muitos irresponsáveis da laia do senador licenciado Cid Gomes - são tipos como ele, que querem tocar fogo no Brasil custe o que custar.] fazendo agitação entre os policiais militares, alguns dos quais ligados às milícias, utilizando métodos que não são os da política propriamente dita. Bolsonaro tem uma militância armada e radicalizada muito numerosa, que intimida pela truculência, não apenas nas redes sociais. Aonde isso vai parar, ninguém sabe ainda. Sabe-se, porém, que nem é preciso um novo Cabo Anselmo para que a indisciplina nos quartéis das polícias militares vire uma crise institucional.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense




quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O massacre de comunistas em Tupã

“Nós, classe operária, os camponeses, estamos cansados de sofrer e precisamos acabar com os capitalistas, com o monopólio, com Souza Leão, esse capitalista carrasco” [1]
O episódio conhecido como chacina de Tupã tinha como pano de fundo a Guerra Fria e o sentimento anticomunista decorrente desta época. Um aglomerado de fatores gerou este evento obscuro que marcou a história da cidade do interior do estado de São Paulo.

A associação pútrida entre o poder local, encarnado na figura do “fundador”, prefeito da cidade e coronel oligarca da região Souza Leão, o governo estadual e o federal, sem contar catalisadores como a imprensa da cidade e a igreja foram às causas do massacre dos comunistas do PCB em 1949.  O processo histórico brasileiro relegou as populações rurais à marginalização política e econômica gerando uma grande concentração de terras nas mãos de alguns poucos proprietários, o latifúndio como fator de atraso e estagnação, cuja expressão seria o monopólio da propriedade da terra, elemento presente em nosso país até a atualidade [2]. [se o chamado, de forma exagerada, 'massacre de Tupã', tivesse tido toda a amplitude necessária, o famigerado 'movimento social terrorista' dos dias atuais, vulgo MST - que tem em suas fileiras o que o estrupício do condenado Lula chama de 'exército de Stédile'  tanto mal não teria feito.] A repressão aos movimentos sociais expressaria a natureza desse processo, no qual “caso social” é “caso de polícia”. Em meio a um cenário desfavorável, uma série de transformações econômicas, políticas e sociais marcaram a segunda metade da década de 40, com o general fascista e lacaio do imperialismo, Eurico Gaspar Dutra chegando à presidência do Brasil após um golpe em Getúlio Vargas.

Nessa época Adhemar de Barros era o governador de São Paulo (1945-1950) pelo PSP, hábil articulador que conseguiu alianças entre seu eleitorado, os coronéis, os comunistas e o governo Federal. Adhemar em prol de sua sobrevivência política fez algumas concessões ao PCB, ao mesmo tempo em que, desde 1946, reprimia suas organizações no meio rural.  Após o panorama nacional e mundial nos atentamos ao evento em si. “Segundo dados do Jornal Diário de São Paulo daquela época, Tupã possuía 2600 propriedades agrícolas, das quais 1.067 eram pequenas propriedades, dentro de uma população rural de aproximadamente 34 mil habitantes (60% do total)” [3].

Tupã detinha um grande histórico de lutas no campo devido ao excesso de grilagens de terra por meio da violência. O já mencionado Souza Leão era um grande proprietário de terra truculento que não hesitava em mandar seus jagunços para dizimar os camponeses. Moradores do campo relatavam que ao arar a terra encontravam ossadas humanas.  No mês de setembro em 1949, seria realizada em Tupã uma reunião de militantes do Partido Comunista Brasileiro que tratava da realização de um Congresso de Trabalhadores Rurais da Alta Paulista, com a participação de figuras políticas de relevo do PCB, vereadores da região e camponeses.

O militante do partido Dário de Paula frequentemente recebia visitas de camaradas comunistas camponeses na sua fazenda arrendada situada nos arredores de Tupã. A dona da fazenda se queixava das movimentações de Dário perante as mais diversas alegações. Um parente próximo da proprietária da fazenda, ciente da movimentação no sítio, procurou o oficial de justiça da cidade e mais do que depressa o delegado Renato Imparato mobilizou uma caravana rumo à fazenda. Os policiais pararam as viaturas longe da fazenda de Dário para que na noite pudessem passar despercebidos e tomarem de assalto os comunistas, que foram rendidos e revistados quando começou o tiroteio.

Aqueles que ali estavam foram violentamente reprimidos pela polícia, três comunistas e um policial morreram no confronto. Mesmo com a grande repercussão nacional obtida naquele momento, o episódio foi relegado ao esquecimento na história da cidade.  A tocaia arquitetada por oito policiais forjaram “provas” contra os comunistas alegando que estes “resistiram à voz de prisão”. Deixaram armas no local e marcaram as paredes da casa com tiros.

Posteriormente quando o sargento depôs ao Juiz, confessou ter colocado revolveres sobre dois mortos para depois fotografar e assim construir as provas que incriminariam os comunistas. Dário de Paula conseguiu fugir, os militantes Aparecida e Honório foram presos até o julgamento em 1950. Esse episódio ficaria conhecido na história do Partido Comunista como “A Chacina de Tupã”.  O sentimento anticomunista difundido pela mídia reacionária local principalmente através do Jornal de Tupã, e o pensamento conservador da influente Igreja da região, pavimentaram o caminho para que essa tragédia ocorresse; [exagero: a morte de três comunistas jamais pode ser chamada de tragédia.] assim como os resíduos do patriarcalismo das velhas oligarquias cafeeiras e do engenho de açúcar, e ação violenta dos coronéis locais que existem até hoje no Brasil.

André de Lucas - FAP


Fontes:
[1]http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bma/33004110042P8/2009/lima_as_me_mar.pdf
[2]https://www.novacultura.info/single-post/2016/12/03/Menos-de-1-das-propriedades-agr%C3%ADcolas-det%C3%A9m-quase-metade-da-%C3%A1rea-rural-no-pa%C3%ADs
[3]http://www.uel.br/grupo-pesquisa/gepal/segundosimposio/airtonsouzadelima.pdf

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Rouba, mas faz obra social



Quem deixa roubar não combate a desigualdade coisa nenhuma, apenas contribui para perpetuá-la
O bordão “rouba, mas faz” entrou para o folclore político brasileiro na década de 50 do século passado. Os cabos eleitorais do político paulista Adhemar de Barros (1901-1969) o repetiam para neutralizar os adversários, que o acusavam de ser ladrão. Em vez de negar as acusações, os adhemaristas afirmavam que Adhemar era um fazedor, que construía isso e mais aquilo. Se roubava? Ora, isso era o de menos. O argumento era esdrúxulo, mas funcionava com uma boa parte do eleitorado, que também não ligava para aquele “detalhe” de roubar.

Mas não era detalhe. Naquele tempo, a corrupção não era mixaria. Ainda bem que, hoje, o adhemarismo é um capítulo encerrado.  Ou será que foi ressuscitado? De uns tempos para cá, um argumento muito semelhante começa a fazer escola em debates sobre a situação nacional. Aqui e ali, os defensores de certos governos ligados a certos atos ilícitos se especializaram em listar as chamadas “conquistas sociais” supostamente promovidas por seus ídolos, como se cada uma delas servisse de atenuante para o tal “problema” de corrupção. Eles até reconhecem que a bandeira da ética está em frangalhos em suas fileiras, mas acham que as “conquistas sociais” compensam o vexame. Argumentam com tanta convicção que fazem lembrar os velhos adhemaristas. Reeditam o velho bordão, agora com novo formato: “rouba, mas faz obra social”. Eles efetivamente pensam isso, mas não têm coragem de admitir.

Nos anos 1950, o “rouba, mas faz” era combatido pelos udenistas com uma pregação moralista, histérica e metida a redentora. Era patético, mas dava resultados eleitorais. Fora isso, a pregação moralista era inócua, pois a distorção do “rouba, mas faz” não era de natureza moral. Claro que a corrupção sempre foi imoral, ultrajante e indecorosa, mas sua natureza era política – e é por aí que ela devia ser compreendida e combatida. Politicamente.

Hoje também é assim. Quando alguém aceita o bordão neoadhemarista rouba, mas faz obra social”, aceita junto a premissa sobre a qual ele se apoia. Essa premissa é a crença de que, na política, a ética é um departamento separado dos outros campos, mais ou menos como, numa empreiteira, o setor de contabilidade é separado do setor de engenharia. Esse engano gravíssimo, embora bastante comum, estava na base do adhemarismo ontem e está na base do neoadhemarismo hoje.

Por que um engano gravíssimo? Muito simples. Nas democracias, a política tece um pacto de confiança entre governantes e governados, sem o qual não há estabilidade institucional. Ao trair a confiança do eleitor, o político assume o risco de romper os laços que dão coesão a essa estabilidade. Às vezes, os laços rompidos são poucos, e as coisas seguem sua rotina sem maiores abalos. Outras vezes, são laços mais profundos, mais estruturantes, e, aí, vêm as crises. Podem ser crises de governabilidade, uma das que o Brasil enfrenta hoje, e podem ser crises mais sérias.

Aí você pergunta: mas a crise de governabilidade do Brasil é resultante da corrupção? Em grande parte é, sim. É resultante da percepção generalizada de que houve muito desvio de conduta e muita mentira para acobertá-lo. O preço que pagamos pela corrupção não se resume a um caixa de bilhões de reais afanados por uns e outros. Se fosse só isso, seria fácil. O preço inclui a respeitabilidade das autoridades, o esvaziamento da capacidade de liderança dos governantes. Se um governo perde o respeito da sociedade, perde a condição de ser governo.

Não é só. Ao drenar os recursos do Estado – recursos humanos, principalmente –, a corrupção sabota a implementação das políticas públicas e, em especial, daquelas concebidas para combater a pobreza e a desigualdade social, que ficam especialmente desmoralizadas. Quem deixa roubar não combate a desigualdade coisa nenhuma, apenas contribui para perpetuá-la, pois vira serviçal do dinheiro sujo, o pior capital que existe, e vira refém das forças mais retrógradas que hoje atuam no Brasil.

Não é com moralismo vulgar que o Brasil vai superar esse mal. A propósito, fuja dos novos moralistas (neoudenistas), que dizem que todos os ladrões de dinheiro público são filiados ao PT.
[todos não; mas a maioria absoluta é petista.] Isso é mentira, é cinismo. Ao mesmo tempo, cuidado com os que tentam posar de vítimas e se esconder atrás de velha mentalidade adaptada aos novos tempos: Rouba, mas faz obra social”. Outra mentira. Quem rouba faz uma coisa só, e essa coisa é roubar. Cuidado com uns e cuidado com outros.

No mais, façamos figa. A corrupção derrubou o valor de mercado e a credibilidade da Petrobras. Que ela não derrube agora o ânimo do país inteiro.

Fonte: EUGÊNIO BUCCI  - Época