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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Sérgio Cabral: do bacalhau do Antiquarius ao macarrão com carne moída de BANGU 8

Sérgio Cabral: conheça a nova casa do ex-governador-presidiário

Longe das mordomias do Leblon, de sua mansão em Mangaratiba e dos jantares caros em Paris, ex-governador será obrigado a acordar às 8 horas

Por vezes, quando chegava cansado e com fome, Sérgio Cabral gostava de pedir um prato do Antiquarius, um dos mais requintados restaurantes da cidade e vizinho do prédio em que vivia, no Leblon. Quando foi dormir em seu confortável quarto do apartamento 401, ontem à noite, o ex-governador de gosto refinado não imaginava, nem em seus piores pesadelos, que o jantar desta quinta-feira seria dentro de uma cela do Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó.  E nada de bacalhau. A quentinha desta quinta-feira serviu arroz, feijão, macarrão e um punhado de carne moída.
 
Todos os dias, pontualmente às 8 horas da manhã, um agente penitenciário abre a portão principal de acesso às galerias. A tranca bate forte e o som ecoa pelas galerias. É neste momento que o preso mais antigo dentro do sistema se levanta e dá um grito: ‘Confere!’. 

Neste momento, todos os detentos são obrigados a levantar da cama, vestir uma camisa, baixar a cabeça e colocar as mãos para trás. Com uma prancheta nas mãos, o ‘guarda’ vai conferindo um a um, cela por cela. Desde a manhã desta sexta-feira, esta é a nova rotina do ex-governador Sergio Cabral Filho em sua nova casa, no Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, uma das unidades prisionais do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste da cidade.

Com duas prisões preventivas decretadas pelas justiças do Rio de Janeiro e do Paraná, o homem mais poderoso do Rio de Janeiro nos últimos dez anos terá de se habituar a uma nova rotina, bem longe da vida nababesca que levava entre o Leblon, sua mansão em Mangaratiba e restaurantes e hotéis de luxo pelo mundo afora. Uma rotina que, normalmente, deveria coloca-lo no convívio com outros detentos da Galeria D, reservada aos presos com diploma universitário, chamados ‘especiais’. Cabral, Hudson Braga, seu ex-secretário de Obras, e outros quatro integrantes da quadrilha foram para a galeria C6, virada para a horta e uma região onde há mais sombras, ou seja, é menos calor numa região normalmente escaldante. 

Cabral chegou à unidade pouco antes das 22 horas, depois de passar pelo processo de triagem na unidade vizinha, o Bangu 10. Lá raspou a cabeça com máquina 3 e fez a tradicional foto com uniforme verde da Secretaria de Administração Penitenciária para o cadastro interno de controle de presos. “Foi tudo feito nos costumes, no padrão Fifa”, brincou um funcionário da Seap, garantindo que a mochila que o ex-governador levou a tiracolo na viatura da Polícia Federal será entregue à família. “Ele vai usar chinelo, camisa branca e bermuda ou calça jeans, como todo mundo nesta unidade”.

Além do ex-governador, foram para Bangu 8 seu ex-secretário de Obras, Hudson Braga, seu assessor Carlos Miranda, Paulo Fernando Magalhães Pinto, apontado como um de seus principais ‘laranjas’, Luiz Paulo Reis (operador financeiro) e José Orlando Rabelo (assessor do gabinete do deputado estadual Jorge Picciani). Todos têm curso superior. Outros três detentos, Alex Sardinha da Veiga, Wagner Jordão, que movimentava as propinas pagas a Hudson, e Carlos Bezerra, que pagava até as contas pessoais de Cabral, foram mantidos na unidade de triagem, já que não têm diploma.  O outro ilustre preso nesta semana, o também ex-governador Anthony Garotinho, é mais um que tem presença confirmada no presídio de Bangu 8, para onde será transferido a qualquer momento.

Há uma academia à disposição e banho de sol em determinados períodos que são divididos com internos de outras alas. A unidade comporta entre 140 e 150 presos e, atualmente, há vagas. A quadra de futebol é sempre bastante disputada. Lá dentro Cabral encontrará, por exemplo, Nelson Nahim, irmão de Anthony Garotinho, preso por pedofilia. Ele é um dos mais antigos da galeria D. Nahim, aliás, é inimigo do irmão. Depois que Garotinho sair da unidade hospitalar, caso não vá para Campos, terá de ficar numa cela separado de Nahim. Lá estão também assassinos, milicianos e presos por não pagamento de pensão alimentícia.


À exceção de comida crua familiares podem levar as iguarias que o ex-governador desejar. Os detentos têm a opção de comprar na cantina da unidade também. A mulher, Adriana Ancelmo, terá direito a uma visita antes de sua carteirinha ficar pronta, já que o marido está com a prisão preventiva decretada. Depois dessa primeira visita, só com a carteirinha de visitante devidamente cadastrada pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o que em casos de presos comuns leva até dois meses para ficar pronta. Às 18 horas, o grito de ‘Confere!’ ecoa novamente nas cadeias. É hora de voltar pra cela. Pensar na vida. E esperar a Justiça.

Fonte: Revista VEJA

 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ex-governador Garotinho é preso pela Polícia Federal no Flamengo

Prisão seria resultado das investigações da Operação Chequinho, que investiga a compra de votos em Campos

- O secretário de Governo de Campos e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, foi preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal, no apartamento em que ele possui residência, no Flamengo, Zona Sul do Rio. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça Eleitoral de Campos e assinada pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira.

A superintendência da Polícia Federal em Campos dos Goytacazes informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva por crime eleitoral contra Garotinho. O órgão afirmou que daria mais informações sobre o tipo do crime ao longo do dia, já que a operação ainda está em andamento.

Ainda de acordo com a PF, Garotinho será levado para a sede da corporação no Rio. A previsão é que o ex-governador siga para Campos ainda nesta quarta-feira. Segundo informações preliminares, a prisão seria resultado das investigações da Operação Chequinho que investiga a compra de votos durante a eleição do dia 2 de outubro.

A filha de Garotinho, a deputada federal Clarissa Garotinho, deixou às pressas a reunião com o governador Luiz Fernando Pezão no Palácio Guanabara e a bancada federal do Rio sobre a crise financeira no Estado. No último dia 12, o advogado criminalista Fernando Fernandes impetrou um habeas corpus com pedido de liminar para garantir que o Juízo da 100ª Zona Eleitoral não decretasse qualquer prisão provisória contra ele.

Em outubro passado, a PF já havia prendido dois vereadores em Campos, no Norte Fluminense, suspeitos de fraudar um programa assistencial em troca de votos. A Operação Chequinho teve o objetivo de combater crimes eleitorais no município. Ozéias Azeredo Martins e Miguel Ribeiro Machado, vulgo Miguelito, ambos reeleitos na última eleição, são suspeitos de praticar, entre outros crimes, corrupção ativa e passiva eleitoral e formação de quadrilha para cometer corrupção eleitoral, de boca de urna e de fornecimento de alimentação ilegal.

Foram cumpridos oito mandados de prisão temporária, oito mandados de busca e apreensão e uma ordem de condução coercitiva.  No dia 26 do mesmo mês, a Polícia Federal prendeu o vereador Kellenson Ayres Figueiredo de Souza (PR), de 55 anos, em uma nova fase da "Operação Chequinho", e cumpriu outros sete mandados de prisão.

Fonte: O Globo
 

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Posição de ocasião

Nada mais parecido com o PSDB votando a favor do aumento de despesas no governo Dilma Rousseff, em meados do ano passado, que o PT e partidos da área de influência defendendo ontem na Câmara a ideia de que a fixação de um teto para os gastos públicos representava a abertura das portas do inferno aos brasileiros mais pobres.

De volta à oposição, os deputados ditos de esquerda comportaram-se como se os últimos anos não tivessem existido. A proposta aprovada em primeiro turno na Câmara com os exatos 355 votos esperados pelo governo de Michel Temer, conceitualmente é bastante semelhante à Lei de Responsabilidade Fiscal criada no governo Fernando Henrique Cardoso 16 anos atrás e quase em tudo igual à proposta feita pelos então ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo há dez anos como forma de consertar as contas.

Na época, Dilma ganhou a parada qualificando a sugestão como “rudimentar”. Lula poderia ter bancado a posição de Palocci e Bernardo, como fez FH em relação a Pedro Malan, mas preferiu avalizar a posição da ministra-chefe de sua Casa Civil, em via de assumir a candidatura à Presidência da República. O restante da história é sobejamente conhecido e hoje reconhecido passo essencial do PT na direção do abismo administrativo.

O partido em geral, Dilma em particular, levou o País à profunda recessão com suas ideias retrógradas que agora volta a defender como se fosse uma grande inovação. Ainda bem que o governo ganhou. Prevaleceu o bom senso que no governo o PT uma vez adotou e depois abandonou para levar todos – o partido e o País – à rota do desastre.  Petistas e chamados esquerdistas voltaram ao discurso segundo o qual há economia de direita e de esquerda, como se o capital não fosse como é: obediente às leis do mercado.
É bem relativo. Não é da tradição brasileira a realização de prévias para a escolha de candidatos. A não ser quando seus defensores contam com condições objetivas de assegurar o resultado que atendem a seus interesses. Até o PT, cuja democracia interna durante um bom tempo (aquele em que foi oposição) o diferenciou das demais legendas, adotou como prática o veto às prévias. No episódio mais traumático, o partido matou no nascedouro as pretensões de Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque e Tarso Genro de disputar a legenda para a eleição presidencial de 1998.

A direção nacional não apenas interferiu para fazer de Lula candidato, como fez uma intervenção no Diretório Regional do Rio de Janeiro para, em nome da escolha de Leonel Brizola para vice de Lula, rejeitar o nome de Vladimir Palmeira e apoiar Anthony Garotinho para o governo do Estado. Ali, o PT acabou-se no Rio onde dois anos depois recebeu do candidato que apoiou o premonitório apelido de “partido da boquinha”. Prévias por aqui são vistas como sinônimo de racha partidário e não o resultado normal de uma disputa interna.

Por essas e várias outras relativas ao histórico do PSDB na escolha de candidatos, é que, quando a gente vê tucanos defendendo a realização de prévias para a indicação do candidato a presidente em 2018, devemos considerar a teoria da relatividade como tese de valor absoluto.  Assaz loquaz. Governos, partidos e políticos têm o dever de se comunicar bastante com a população, o que não significa que a quantidade possa substituir a qualidade. O prefeito eleito João Doria Júnior não parou de falar desde a vitória e, em pelo menos duas ocasiões, já foi obrigado a recuar de suas afirmações. Isso em dez dias.  Conforme já demonstrado no afã de se comunicar do governo Michel Temer – até para marcar diferença da retraída era Dilma Rousseff no quesito –, o risco de se falar demais é firmar contrato com o constante desmentido.


Fonte: Dora Kramer - O Estado de São Paulo