Nada
mais parecido com o PSDB votando a favor do aumento de despesas no
governo Dilma Rousseff, em meados do ano passado, que o PT e partidos da
área de influência defendendo ontem na Câmara a ideia de que a fixação
de um teto para os gastos públicos representava a abertura das portas do
inferno aos brasileiros mais pobres.
De volta à oposição, os
deputados ditos de esquerda comportaram-se como se os últimos anos não
tivessem existido. A proposta aprovada em primeiro turno na Câmara com
os exatos 355 votos esperados pelo governo de Michel Temer,
conceitualmente é bastante semelhante à Lei de Responsabilidade Fiscal
criada no governo Fernando Henrique Cardoso 16 anos atrás e quase em
tudo igual à proposta feita pelos então ministros Antonio Palocci e
Paulo Bernardo há dez anos como forma de consertar as contas.
Na
época, Dilma ganhou a parada qualificando a sugestão como “rudimentar”.
Lula poderia ter bancado a posição de Palocci e Bernardo, como fez FH
em relação a Pedro Malan, mas preferiu avalizar a posição da
ministra-chefe de sua Casa Civil, em via de assumir a candidatura à
Presidência da República. O restante da história é sobejamente conhecido
e hoje reconhecido passo essencial do PT na direção do abismo
administrativo.
O partido em geral, Dilma em particular, levou o
País à profunda recessão com suas ideias retrógradas que agora volta a
defender como se fosse uma grande inovação. Ainda bem que o governo
ganhou. Prevaleceu o bom senso que no governo o PT uma vez adotou e
depois abandonou para levar todos – o partido e o País – à rota do
desastre. Petistas e chamados esquerdistas voltaram ao discurso
segundo o qual há economia de direita e de esquerda, como se o capital
não fosse como é: obediente às leis do mercado.
É bem relativo.
Não é da tradição brasileira a realização de prévias para a escolha de
candidatos. A não ser quando seus defensores contam com condições
objetivas de assegurar o resultado que atendem a seus interesses. Até
o PT, cuja democracia interna durante um bom tempo (aquele em que foi
oposição) o diferenciou das demais legendas, adotou como prática o veto
às prévias. No episódio mais traumático, o partido matou no nascedouro
as pretensões de Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque e Tarso Genro de
disputar a legenda para a eleição presidencial de 1998.
A
direção nacional não apenas interferiu para fazer de Lula candidato,
como fez uma intervenção no Diretório Regional do Rio de Janeiro para,
em nome da escolha de Leonel Brizola para vice de Lula, rejeitar o nome
de Vladimir Palmeira e apoiar Anthony Garotinho para o governo do
Estado. Ali, o PT acabou-se no Rio onde dois anos depois recebeu
do candidato que apoiou o premonitório apelido de “partido da
boquinha”. Prévias por aqui são vistas como sinônimo de racha partidário
e não o resultado normal de uma disputa interna.
Por essas e
várias outras relativas ao histórico do PSDB na escolha de candidatos, é
que, quando a gente vê tucanos defendendo a realização de prévias para a
indicação do candidato a presidente em 2018, devemos considerar a
teoria da relatividade como tese de valor absoluto. Assaz
loquaz. Governos, partidos e políticos têm o dever de se comunicar
bastante com a população, o que não significa que a quantidade possa
substituir a qualidade. O prefeito eleito João Doria Júnior não parou de
falar desde a vitória e, em pelo menos duas ocasiões, já foi obrigado a
recuar de suas afirmações. Isso em dez dias. Conforme já
demonstrado no afã de se comunicar do governo Michel Temer – até para
marcar diferença da retraída era Dilma Rousseff no quesito –, o risco de
se falar demais é firmar contrato com o constante desmentido.
Fonte: Dora Kramer - O Estado de São Paulo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
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