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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Bancoop, O drama por não ser Lula

O drama de quem não é Lula

Seis anos depois de a OAS começar a assumir as obras da falida Bancoop, compradores de quase 400 apartamentos continuam sem ver a cor de suas chaves

Passados quase dez anos desde que a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) quebrou, e seis desde que a OAS começou a assumir alguns de seus empreendimentos, compradores de 376 imóveis até hoje não ouviram o tilintar das chaves do apartamento. Quando a cooperativa quebrou, em 2006, deixou quinze obras inacabadas. Oito foram repassadas para a OAS. Outras duas foram transferidas para construtoras menores - a MSM e a Tarjab, que concluíram os empreendimentos no prazo. 

Já no lote da OAS, três empreendimentos nunca ficaram prontos. Localizados em diferentes bairros de São Paulo, eles hoje se encontram abandonados. No Residencial Casa Verde, na Zona Norte da capital, há apenas um grande bloco de concreto onde deveria estar a garagem, e mais nada. A vegetação tomou conta do lugar. Os únicos funcionários que aparecem de tempos em tempos são faxineiros encarregados de dar fim a tudo o que possa se transformar em foco de criação do Aedes aegypti. No Liberty, no centro de São Paulo, a obra avançou um pouco mais antes de também parar. O esqueleto da construção foi erguido, mas ainda não tem nem elevador. A situação não é melhor no Villas da Penha II, na Zona Leste: embora algumas poucas casas projetadas tenham saído do papel, continuam sem portas nem janelas.
Sem carro, sem FGTS, sem casa - Para comprar um apartamento da Bancoop, o vendedor Rogério Navarro e a mulher, a professora Silvana, rasparam o saldo do FGTS e venderam o carro. A ideia era parar de pagar aluguel e atender ao pedido da filha, que sempre quis um quarto só para ela. Só que a Bancoop quebrou, a OAS assumiu a obra e o prédio nunca saiu do chão. Hoje, Navarro e a família vivem de aluguel em um apartamento na Zona Leste. Ele diz não ter mais esperança de receber a casa. “Nunca mais tivemos notícias da OAS.”(Paulo Vitale/VEJA)
 
A OAS, em recuperação judicial desde que foi tragada pelo escândalo de corrupção na Petrobras, simplesmente diz que não tem dinheiro para terminar o que começou. Ainda há um quarto prédio inacabado, porque quem não quer que a empresa siga com a obra são os próprios ex-cooperados da Bancoop. Eles brigam na Justiça para que a OAS perca o direito sobre o prédio, por discordarem das condições estabelecidas para a retomada da construção. Ao todo, chega perto de 500 o número de ex-cooperados da Bancoop que, nas mãos da OAS, nunca receberam seu apartamento ou brigam na Justiça para não perdê-lo. É uma situação bem diferente da do ex-presidente Lula e seu hoje famoso tríplex do Guarujá, caprichosamente reformado e mobiliado pela empreiteira investigada na Lava-Jato.

A Bancoop foi criada em 1996 com a promessa de oferecer a seus associados imóveis a um custo 40% menor que o do mercado. Em sua maior parte, os cooperados eram filiados ou parentes de filiados ao Sindicato dos Bancários, por sua vez, ligado ao PT. Em 2006, a Bancoop fechou, deixando um rastro de prédios inacabados e centenas de famílias na ruína

 Em 2010, ao varrer os subterrâneos da entidade, o Ministério Público descobriu o que a levara a quebrar. As investigações da contabilidade da cooperativa revelaram práticas estarrecedoras. Extratos bancários indicavam volumes milionários de saques em dinheiro feitos por meio de cheques emitidos pela Bancoop a si mesma ou ao seu banco. Outros cheques mostravam de forma mais clara os seus destinatários: dirigentes da cooperativa, os cofres do diretório nacional do PT e até um ex-segurança do então presidente Lula, Freud Godoy, já conhecido por seu envolvimento no "escândalo dos aloprados". A conclusão do MP à época foi que dirigentes da entidade, além de encher os próprios bolsos, haviam usado o dinheiro dos cooperados para financiar campanhas eleitorais de candidatos do PT, repassando valores para empresas de fachada que faziam "doações oficiais" aos seus comitês eleitorais.

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Entre os diretores da Bancoop denunciados pelo MP à Justiça estava João Vaccari Neto. O ex-tesoureiro do PT, agora réu no processo do petrolão e preso desde abril, responde no caso da cooperativa por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Afirma o promotor José Carlos Blat, responsável pela investigação: "A Bancoop foi o embrião dos grandes esquemas criminosos que vieram em seguida, como o mensalão e o petrolão".

Agora, uma nova apuração do MP, também conduzida por Blat, verifica se houve ilegalidade no repasse das obras da Bancoop para a OAS e se isso acarretou prejuízo para os mutuários. Na semana passada, VEJA ouviu os relatos de cooperados que afirmam ter sido coagidos pela empreiteira a aceitar termos duríssimos em troca da manutenção de seus contratos. Alguns perderam com eles as economias de toda uma vida. Outros ainda lutam para um dia ao menos poder colocar os pés naquilo que foi um sonho. Nenhum deles relata ter sido convidado a vistoriar seu imóvel na companhia do presidente da OAS.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Lula investigado! Veja as malandragens no tríplex e no sítio do ex-presidente

Elevador privativo pago por empreiteira do petrolão é símbolo de como petista sobe na vida

1) Os custos dos favores
A OAS gastou 777 mil reais na reforma do tríplex de Lula no Guarujá, de acordo com o engenheiro Armando Dagre.

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A Odebrecht gastou 500 mil reais só em materiais para obras – na reforma do sítio de Lula em Atibaia, de acordo com a fornecedora Patrícia Fabiana Melo Nunes.

Duas empreiteiras que tinham contratos com o governo e participaram do esquema de corrupção da Petrobras, portanto, gastaram pelo menos 1 milhão e 277 mil reais em supostos favores pessoais para agradar ao ex-presidente da República.



Lula e sua mulher, Marisa Letícia, serão interrogados pela primeira vez como investigados no dia 17 de fevereiro, no caso do tríplex. É cada vez mais provável que o caso do sítio tome o mesmo rumo.
Ambos são gravíssimos e podem enterrar de vez a carreira política de Lula, apesar das tentativas dos envolvidos de esconder seu nome como beneficiário das reformas.

2) A orientação de silêncio
Tudo foi feito na moita.
O zelador do condomínio Solaris disse que um funcionário da OAS lhe pediu para não dizer que o tríplex era de Lula, mas sim da empreiteira. José Afonso Pinheiro, no entanto, relatou ter visto Lula duas vezes no condomínio na época da reforma – uma delas com Marisa, que chegou a indagar “sobre o salão de festas, piscina, áreas comuns”.

Ele afirmou que os seguranças de Lula prendiam o elevador enquanto a família estava acomodada no tríplex, o que gerava reclamações dos demais moradores. A porteira Letícia Eduarda Rodrigues também relatou ter visto Lula no prédio: “entrou, subiu até o apartamento 164-A e foi embora”.

Nenhum petista até agora chamou o zelador e a porteira de ‘golpistas’, mas talvez ainda chamem o engenheiro Dagre, que cuidou das obras. Ele disse ao Jornal Nacional que “estava reunido com um representante da OAS quando Marisa adentrou o apartamento 164-A com Fábio, filho de Lula, um engenheiro da OAS e o dono da construtora, Léo Pinheiro”, depois condenado a 16 anos de prisão por envolvimento no petrolão.

Já os funcionários da obra no Sítio Santa Bárbara eram proibidos de falar com os operários contratados informalmente na região e orientados a não fazer perguntas. Os operários se revezavam em turnos de dia e de noite, incluindo os fins de semana, e eram pagos em dinheiro vivo.

O ditado popular diz que em boca fechada não entra mosquito, mas, como admitiu a própria Dilma Rousseff sobre o vírus da zika: “Estamos perdendo a luta contra o mosquito”. Pois é.

3) Os ‘laranjas’?
O tríplex de Lula está registrado em nome da OAS, mas a Polícia Federal o incluiu no rol dos imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade” sob investigação na Operação Triplo X, 22ª fase da Lava Jato. O ‘X’ da Triplo X, claro, é Lula.

O sítio de Lula está no nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittarambos sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do e­­x-presidente que ficou milionário após o pai chegar ao poder. Suassuna e Bittar compraram o sítio em agosto de 2010, quatro meses antes de Lula deixar o cargo, pelo valor de 1,5 milhão de reais.

4) Os ‘mimos’
O tríplex de 267 metros quadrados foi reformado com acabamentos de primeira linha, teve a piscina refeita, ganhou elevador privativo e arranjos florais pagos pela OAS, mas está abandonado desde que virou alvo de investigações do Ministério Público, como mostrou VEJA em imagens inéditas.
O elevador privativo de Lula, pago por uma empreiteira do petrolão, é o maior símbolo de como petista sobe na vida.

No sítio de Atibaia, as antigas moradias foram reduzidas aos pilares estruturais e completamente refeitas, um pavilhão foi erguido, a piscina foi ampliada e servida de uma área para a churrasqueira. Também há um lago artificial para pescaria, um dos esportes preferidos do ex-presidente, com dois tanques de peixes interligados por uma cascata.

Em 9 de setembro de 1992, a matéria da VEJAAs Floridas Cachoeiras da Corrupção” informava o povo sobre o suntuoso jardim de marajá que o então presidente Fernando Collor de Mello havia construído para si mesmo na famigerada Casa da Dinda, com suas “cascatas e fontes luminosas”, como escreveria anos depois Carlos Heitor Cony.
A cascata de Lula é o maior símbolo de como o petista lutou pelo impeachment de Collor para obter vantagens semelhantes em seu lugar.

5) Promotor desmonta defesa
No caso do tríplex, a defesa do ex-presidente “argumentou” que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da Bancoop, a Cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo que se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a OAS (graças a um pedido de Lula a Léo Pinheiro, como revelou VEJA).
Este “argumento” foi devidamente refutado pelo promotor de Justiça José Carlos Blat, do Ministério Público de SP:

“A Bancoop não é um consórcio. A Bancoop, ela oferecia unidades habitacionais. Todos, sem exceção, compraram apartamentos ou casas e, ao longo do tempo, pagaram as prestações devidas à Bancoop, que colocou um sobrepreço indevido, ilegal. Então, todas as pessoas que compraram da Bancoop compraram coisas concretas, ou seja, unidades habitacionais, apartamentos e casas. Não existem cotas da Bancoop”, disse Blat ao Jornal Nacional.
O que existe é o Bolsa-tríplex que a OAS deu a Lula.

6) A tripla malandragem petista
Como o único “argumento” de defesa caiu, Lula recorre a uma tripla malandragem contra a Operação Triplo X e demais fases da Lava Jato: processar jornalistas, “questionar a legitimidade do juiz Sergio Moro para conduzir o processo da Bancoop” e dizer-se a viva alma mais honesta do país.
Lula é mesmo uma alma Solaris.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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Notas oficiais do Instituto Lula desnudaram Lula

Há uma originalidade perversa nas notas oficiais do Instituto Lula. Elas transformam Lula numa caricatura burlesca do velho mito. É como se os textos tivessem a missão inconsciente de desnudar Lula. Desvendam a promiscuidade imobiliária do personagem confessando-a em conta-gotas.

As notas do Instituto Lula travam uma relação instável com a verdade. Tratam o noticiário como ficção urdida para difamar o grande líder. Escoram seus desmentidos em meias verdades, realçando exatamente a metade que é mentira. A absoluta verdade, só em caso de última necessidade.

Nas notas do Instituto Lula, a verdade não só é muito mais incrível do que a ficção como é muito mais difícil de inventar. Tamanho é o desejo de criar uma verdade particular para Lula, que os textos mentem mal. Ao tentar remendar a situação, deixam as mais espantosas pistas.

Na primeira versão, Lula não era dono do triplex do Guarujá. Sua mulher Marisa adquirira apenas uma cota-parte da Bancoop. E o advogado da família não tinha a mais remota ideia de que uma empreiteira enrolada na Lava Jato reformara o apartamento que o Ministério Público suspeita pertencer ao clã dos Silva.

Na penúltima versão, as meias verdades anteriores aproximaram-se dos fatos narrados pelas testemunhas inquiridas pelo Ministério Público. Súbito, a cota-parte de Marisa transformou-se no apartamento 141, uma unidade padrão do prédio do Guarujá. Que ela comprara da Bancoop na planta, em 2005.

A mulher de Lula pagara as prestações do imóvel até 2009. Nesse ano, a cooperativa foi à breca. E a OAS assumiu a obra. Sustenta-se que Marisa não quis aderir ao novo contrato com a empreiteira. Ainda assim, preservou o direito de requerer seu dinheiro de volta a qualquer tempo.

Nesse novo enredo, o célebre triplex foi visitado por Lula e Marisa. Ciceroneou-os ninguém menos que Léo Pinheiro, o dono da OAS. O casal avaliou que, como estava, o imóvel não interessava. A empreiteira investiu quase R$ 1 milhão para adaptar o triplex. Instalou-se até elevador privativo.

Admitiu-se que Marisa e o filho Fábio Luís, o Lulinha, visitaram o triplex durante as obras. Sonegou-se o número de vezes. O Instituto Lula absteve-se também de esclarecer se as obras foram realizadas por encomenda dos Silva. Informou-se apenas que a família desistiu de comprar o triplex, mesmo reformado.

Por quê? Lula e Marisa abespinharam-se com o noticiário infundado, apinhado de boatos e ilações. Em novembro de 2015, solicitaram a devolução do dinheiro investido, com desconto de 10%, nas mesmas condições dos outros cooperados que não aderiram ao contrato com a OAS.

Mesmas condições? Lorota. A nenhum outro cliente foi concedida a prerrogativa de esperar seis anos para pedir a devolução da grana. Os outros tiveram de fazer a opção em 2009. Curiosamente, o distrato que teria sido assinado por Marisa em 2015 consta de um documento de 2009. Coisa da Bancoop. Resta saber como uma cooperativa quebrada ressarcirá a família Silva.

Nenhum outro casal visitou o edifício na companhia do empreiteiro Léo Pinheiro. A OAS não mandou remodelar nenhuma unidade além do triplex 164-A. Empreiteiro que derrama quase R$ 1 milhão numa reforma sem exigir o compromisso de compra do imóvel é coisa jamais vista na história desse país.

A pretexto de desmentir as relações promíscuas de Lula com a OAS, a entidade de Lula terminou reforçando-as. Nesse tipo de ligação, a alma do negócio é o segredo. O ziguezague das notas do Instituto Lula avilta a alma do negócio. Especialistas no ramo, como Paulo Maluf, têm a manha da coisa. Lula não. Maluf jamais modifica versões.

Ao fornecer suas verdades em suaves prestações, o Instituto Lula rompe a normalidade de um modelo de transgressões secular. Em menos de duas semanas, Lula foi metido em narrativas imobiliárias que o acomodaram num apartamento à beira mar, ao lado de um empreiteiro tisnado pela corrupção, e o transformaram em visitante contumaz de um sitio em Atibaia reformado por uma construtora cujos executivos suam o dedo na Lava Jato.
Sempre tão loquaz, Lula deveria convocar uma entrevista para assumir sua própria defesa. Só um suicida terceirizaria a tarefa ao didatismo revolucionário dos redatores do Instituto Lula.

Fonte: Blog do Josias de Souza
 

sábado, 30 de janeiro de 2016

O castelo de areia de Lula

Desmorona o castelo de Lula

Documentos obtidos por ISTOÉ colocam em xeque versões apresentadas pelo ex-presidente sobre o tríplex no Guarujá, que entrou na mira da Lava Jato por suspeitas de camuflar pagamento de propina

Na sexta-feira 29, o Ministério Público de São Paulo intimou para prestar depoimento o ex-presidente Lula, sua mulher Marisa Letícia e o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro. Lula será ouvido em 17 de fevereiro como investigado, sob a suspeita de ter praticado crimes de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro. Frente a frente com os promotores, a família do ex-presidente e o empreiteiro terão de apresentar justificativas mais plausíveis do que aquelas já expostas até agora a respeito do tríplex localizado no condomínio Solaris, no Guarujá, e reformado pela OAS, que na semana passada transformou-se em alvo da mais recente fase da Operação Lava Jato. As suspeitas, segundo os procuradores, recaem sobre o uso dos apartamentos do Solaris, entre eles o de Lula, para “repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras.” Em outras palavras, pagamento de suborno do Petrolão.

ISTOÉ teve acesso a três documentos que comprometem as versões exibidas por Lula, desde que o caso veio à tona. No ano passado, quando surgiram as primeiras denúncias de que a empreiteira OAS, envolvida nas falcatruas da Petrobras, desembolsou mais de R$ 700 mil na reforma do apartamento no litoral paulista, o Instituto Lula se esmera em negar com veemência que o ex-presidente ou a ex-primeira-dama Marisa Letícia sejam donos do imóvel. Eles seriam, segundo insistem em afirmar, apenas cooperados de uma cota da quebrada Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, comandada por dirigentes petistas, como João Vaccari Neto e Ricardo Berzoini, hoje ministro de Dilma, que deixou mais de três mil famílias sem ver a cor de seus imóveis e do dinheiro aplicado por eles movidos pelo sonho da casa própria. 

O discurso do principal líder petista persistiu até semana passada, apesar de toda a sorte de depoimentos que confirmaram a presença rotineira de integrantes da família Lula durante as obras responsáveis por mudar (para melhor) a configuração do tríplex. Os documentos que ISTOÉ apresenta agora revelam que Lula jamais abriu mão do imóvel. Há sete anos, a família Lula deveria ter exercido o direito, caso tivesse interesse, de se desfazer da cobertura de frente para a praia e receber a restituição em dinheiro do que havia desembolsado até ali. Mas não o fez. Na época, um acordo foi selado, transferindo o empreendimento atrasado e inacabado da Bancoop para a OAS.  

 Ratificado na assembleia dos proprietários em 27 de outubro de 2009 e subscrito pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o “Termo de Acordo para Finalização do Residencial”, de 14 páginas, é taxativo. Diz que os investidores do inacabado Residencial Mar Cantábrico, renomeado tempos depois para Solaris, tinham dez dias a contar daquela reunião para se desligarem da Bancoop. Precisavam, afirma a cláusula 8.1 do capítulo VIII, também optar entre duas opções em até 30 dias. A primeira, afirma o capítulo X, receber os valores em espécie com multa. A outra consistia em manifestar o desejo de ficar com o imóvel e custear novas despesas para sua finalização. Os valores já pagos, então, iriam ser transformados em uma carta de crédito pela OAS que deveria ser “usada com exclusividade como parte de pagamento para a aquisição de unidade do empreendimento”. Evidente que aquela era uma oportunidade para que os até então aspirantes a adquirir o imóvel desistissem dele, caso tivessem vontade

Mais do que  isso. As cláusulas 8.2, 8.3 e 8.4 afirmam que “os cooperados que não atenderem ao disposto item 8.1 infringirão deliberação da Assembleia” e “serão penalizados” com a “sua eliminação da Bancoop”.  Não foi uma mera ameaça. Segundo apurou ISTOÉ junto a cooperados da empresa, quem descumpriu esses itens acabou acionado na Justiça. Por isso torna-se completamente inverossímil a nota divulgada pelo Instituto que leva o nome do ex-presidente, quando sugere que a família Lula poderia decidir, em 2015, entre ficar ou não com o apartamento. Se porventura isso acontecer, sobretudo depois da eclosão do escândalo, ficará configurado mais um favorecimento da empreiteira OAS, implicada no Petrolão, ao petista e seus familiares. 


Outro documento ao qual ISTOÉ teve acesso revela que a OAS nunca colocou à venda o tríplex destinado à família Lula, o 164 A, ao contrário da atitude tomada em relação a outros imóveis descartados por cooperados em 2009. Os apartamentos dos que não demonstraram interesse em migrar da cooperativa para a empreiteira, logo, foram repassados ao mercado. É lícito supor que se Lula tivesse manifestado a intenção de se desfazer da cobertura, seu apartamento receberia o mesmo tratamento dos demais. 

Definitivamente não foi o que aconteceu. A tabela de vendas com 12 páginas, de uma empresa associada à OAS e responsável pela comercialização das unidades restantes do Solaris, no Guarujá, é bem clara. O documento datado de fevereiro de 2012 mostra que 33 unidades do condomínio Solaris estavam disponíveis naquela ocasião.  Em uma das colunas, a tarja preta sobre o tríplex 164 A de Lula indica que, sim, o imóvel já tinha dono e não poderia ser comercializado. Naquele ano, havia até um tríplex esperando por compradores, mas o da torre vizinha ao prédio de Lula.


 Autoridades familiarizadas com o esquema da Bancoop também estranham outra afirmação do Instituto Lula: a de que Marisa teria adquirido cotas do empreendimento. “Genericamente, este negócio de cotas é coisa de consórcio. Cooperativa, como a Bancoop, é algo diferente. Ali, o que a pessoa adquire é um apartamento X ou Y”, diz o promotor paulista José Carlos Blat. Num outro documento obtido por ISTOÉ, um dos cooperados - que preferiu ter o nome preservado - assina o termo de adesão da Bancoop em março de 2004. O acordo já previa o número do apartamento. Outros ex-proprietários confirmaram que já sabiam previamente dos apartamentos que caberiam a eles, antes mesmo de realizarem qualquer pagamento à cooperativa. “Para mim e para muitos, o apartamento já vinha definido na hora da compra”, diz a advogada e ex-cooperada Tânia de Oliveira “Até porque havia variações de preço de acordo com o tamanho, o andar, a vista e a localização”, afirma.

 Os documentos lançam luz sobre as inconsistências das versões apresentadas por Lula. Os trâmites, por assim dizer, burocráticos desde a incorporação pela OAS dos apartamentos da falida Bancoop são fundamentais para atestar documentalmente que, sim, a família do ex-presidente sempre teve a intenção de permanecer com o tríplex de frente para a praia. Desmoronam o castelo de areia em que se transformou o imóvel do petista. O escândalo, no entanto, vai além de uma questão de formalização. Uma série de depoimentos revela que Lula e Dona Marisa agiram com impressionante desassombro, até serem confrontados com os fatos – como verdadeiros donos do imóvel. A ex-primeira-dama acompanhou de perto a reforma do tríplex, paga pela OAS. Não foram poucas as alterações, como uma simples troca de azulejos do banheiro, por exemplo. 

As mudanças conferiram uma roupagem nova e mais sofisticada ao imóvel, com cerca de trezentos metros quadros e vista para o mar. Segundo o engenheiro Armando Dagre, um dos donos da Talento Construtora, empresa responsável pela reforma, as obras foram típicas de quem pretende se instalar no imóvel deixando-o à sua feição. Por isso foram empreendidas mudanças significativas na área da piscina, com a instalação de um espaço gourmet, no acabamento do piso, que passou a ter revestimento de porcelanato, e na escada, que deixou de ser o único elo entre os três pisos do apartamento: para que Lula e seus familiares pudessem vencer os três andares do imóvel com mais conforto foi determinada a instalação de um elevador privativo. As despesas somaram cerca de R$ 750 mil, pagas pela empreiteira envolvida no Petrolão. O engenheiro foi além em seu relato. Afirmou ter testemunhado uma das visitas da ex-primeira-dama no imóvel em 2014. 

Em sua companhia, estavam o filho Fábio Luiz e nada menos do que Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e réu no Petrolão. As idas de Marisa ao prédio foram atestadas por outros dois funcionários do condomínio, em depoimento ao MP-SP. De acordo com eles, de tão interessada, ela chegou a perguntar sobre o uso das áreas comuns – seguindo à risca a liturgia que todo proprietário de um imóvel adquirido na planta cumpre. Depois da vistoria, a mulher de Lula participou do processo tradicional de recebimento das chaves do imóvel. “Pegamos as chaves do apartamento no dia 5 de junho, inclusive dona Marisa — disse Lenir de Almeida Marques, casada com Heitor Gushiken, primo do ex-ministro Luiz Gushiken, morto em 2013 e que foi também presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. O Solaris abriga outros moradores bem próximos do petista, como João Vaccari Neto e Freud Godoy, uma espécie de faz-tudo do ex-presidente, que, depois de atuar por vinte anos como seu guarda-costas, virou assessor especial do Planalto durante sua gestão. 

Esses fatos por si só já colocariam Lula numa enrascada, uma vez que poderiam ensejar uma denúncia por ocultação de patrimônio, como defende um integrante do MP-SP. As investigações acerca da relação de Lula com o imóvel, no entanto, ganharam nova dimensão na semana passada com a entrada do edifício Solaris no radar da força-tarefa da Lava Jato. A “Triplo X”, nome alusivo a tríplex, mira segundo os procuradores “todos os apartamentos” do edifício Solaris, no Guarujá, que estariam sendo usados “para repasse disfarçado de propina (pela OAS) a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras.” Questionado durante entrevista coletiva,  se Lula seria o foco da operação, o representante do MPF respondeu: “Se houver um apartamento lá que esteja em seu nome [de Lula] ou que ele tenha negociado, vai ser investigado como todos os outros.”

Durante a Operação, da qual participaram 80 agentes, foram recolhidos documentos na OAS, Bancoop e na Mossack Fonseca, empresa responsável por viabilizar a constituição da offshore Murray, sediada no Panamá. Ela foi usada para registrar 14 apartamentos, entre eles um tríplex no Solaris, e ocultar seus verdadeiros donos. A Mossack Fonseca já havia aparecido anteriormente na Lava Jato por auxiliar outros réus a esconderem dinheiro da corrupção da Petrobras em paraísos fiscais. Além da companhia - apontada como uma facilitadora de lavanderias de dinheiro por procuradores -, as investigações centram em imóveis que pertenceriam a familiares de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT e preso na Lava Jato. Um apartamento situado no condomínio e declarado à Receita pela esposa de Vaccari tem sua escritura em nome de uma funcionária da OAS. Chamou atenção também o fato de Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro do PT e que chegou a ser detida no Petrolão, ter comprado e revendido um imóvel para a própria empreiteira por quase o triplo do valor em apenas um ano. A chave para elucidar esta lavanderia, para as autoridades, é Nelci Warken, ex-prestadora de serviços de marketing à Bancoop. Presa na quarta-feira, ela é tida como laranja do esquema.

O novo escândalo abala Lula como nunca antes. Pelo simples fato de que, agora, a denúncia envolve suspeitas de favorecimento no campo estritamente pessoal. No imaginário popular, sai do abstrato e já quase banalizado “desvio de verbas para campanhas” para o concreto e tangível benefício próprio materializado num confortável tríplex com vista para o mar. Diante do exposto, fica complicado persistir na retórica de vítima das elites, enquanto os meros mortais de carne e osso o imaginam refestelado na espreguiçadeira da piscina reformada por uma empreiteira contemplando a vista para o mar da praia do Guarujá. A história política brasileira recomenda alerta. Uma outra reforma potencializou a queda de outro ex-presidente do Planalto. 

Em 1992, Collor viu sua popularidade se deteriorar com a divulgação das cachoeiras motorizadas, do lago artificial e das fontes luminosas da Casa da Dinda, cujo suntuoso jardim de marajá foi reformado por um paisagista renomado com dinheiro proveniente de contas do tesoureiro, Paulo César Farias. Único nome com musculatura eleitoral para dar prosseguimento ao projeto de poder petista em 2018, Lula corre o risco de ver seu castelo de areia desabar, e junto com ele todo o capital político que acumulou em quarenta anos de vida pública.


Fotos: Fernando Donasci e Marcos Alves/ Ag. O Globo , GLAUCO TULIO/FUTURA PRESS; Geraldo Bubniak/AGB 

Fonte: IstoÉ  On Line
Pedro Marcondes de Moura (pedro.marcondes@istoe.com.br)
 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

História da Bancoop tem réus acusados de desviar grana para o PT e três cadáveres

Luís Eduardo Saeger Malheiro, dirigente da cooperativa morto em acidente considerado suspeito, teria confidenciado a irmão que “tinha de ceder às pressões políticas e, muitas vezes, se via obrigado a entregar valores de grande monta para as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, desviando os recursos que eram destinados à construção das unidades habitacionais”

A Bancoop é a cloaca do petismo. A cooperativa foi criada pelo Sindicato dos Bancários, já sob o comando do partido, em 1996. Dez anos depois, João Vaccari Neto, guindado à tesouraria do partido, chegou à presidência da entidade. E tem início, então, a crise. Investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo detectou a transferência ilegal de recursos para a legenda. O nome disso, obviamente, é roubo.

A transferência para o partido, segundo a investigação, era feita por meio da prestação de serviços os mais exóticos, em dinheiro vivo. Havia um caixa eletrônico, dentro da cooperativa, em que se faziam os saques. “Tem pagamento da Bancoop para centro espírita, para pesque-e-pague e empresas de fachada. Não tenho a menor dúvida de que tudo isso é desvio [para o PT)”, afirma à Folha o promotor José Carlos Blat.

Diretores da entidade, Vaccari inclusive, são réus num processo por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Dos 56 empreendimentos da cooperativa, oito não foram entregues, o que teria lesado 3 mil famílias, com prejuízo que chega a R$ 100 milhões.

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Pois é, caros leitores… Eu preciso refrescar a memória de vocês com uma reportagem publicada pelo Estadão no dia 8 de junho de 2008. Leiam com muita atenção. Ela trata de suposto uso de recursos da Bancoop para campanhas eleitorais dos petistas inclusive de Lula e do atual ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e traz ainda três cadáveres, todos dirigentes da Bancoop que, por força do cargo, sabiam demais. Leiam. *
Vamos refrescar um pouco a memória dos leitores. No dia 8 de junho de 2008, o Estadão trazia a reportagem abaixo, sobre a morte de Luiz Eduardo Malheiro, ex-presidente do Bancoop. Leiam. * A morte de Luís Eduardo Saeger Malheiro, ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), vai ser investigada pelo Ministério Público de São Paulo. A versão oficial é que Malheiro foi vítima de um acidente de carro, em 12 de novembro de 2004, no município de Petrolina (PE). Mas, segundo seu irmão, Hélio Malheiro, ele havia sido alertado para reforçar sua segurança pessoal.

O alerta, afirmou Hélio, ocorreu no início de fevereiro de 2002. Duas semanas antes, no dia 18 de janeiro daquele ano, Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, fora sequestrado e fuzilado em um atalho de terra em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Segundo Hélio, o alerta foi dado por José Carlos Espinoza, que depois seria chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo. Para Hélio, o acidente está mal explicado. Em depoimento à Promotoria de Justiça, ele pediu investigações sobre o caso. Disse que considera “estranhas as circunstâncias” do desastre que vitimou seu irmão e outros dois dirigentes da Bancoop.

Hélio Malheiro depôs terça-feira. Foi o seu segundo relato à promotoria, em menos de uma semana. No primeiro, dia 29 de maio, ele afirmou ter ouvido do irmão que “tinha de ceder às pressões políticas e, muitas vezes, se via obrigado a entregar valores de grande monta para as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, desviando os recursos que eram destinados à construção das unidades habitacionais”.

CAMPANHAS Hélio denunciou que recursos que teriam sido desviados da Bancoop abasteceram a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002 e do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). Ele contou que, naquele dia, em 2002, foi à sede da Bancoop, à Rua Líbero Badaró, Centro, chamado por seu irmão “para tratar de assuntos referentes a uma obra”.

Quando chegou à sala de Luís Eduardo, viu que ele conversava com Espinoza. Depois, ouviria do irmão: “Esse cara (Espinoza) é segurança do Lula. Em função da morte do Celso Daniel, ele me orientou a reforçar minha segurança pessoal.”

“Fiquei preocupado porque a morte do prefeito não tinha nenhuma relação com a atividade do Luís Eduardo à frente da presidência de uma cooperativa habitacional”, declarou Hélio ao promotor José Carlos Blat, que conduz investigação sobre supostas irregularidades na Bancoop. “Meu irmão respondeu que se tratava de questões relacionadas ao crescimento da Bancoop e que o cargo dele estava sendo muito visado. Fiquei bastante desconfiado.”

A versão que recebeu sobre o acidente não o convenceu. A ele, disseram que seu irmão estava no banco traseiro do carro. Na frente iam os outros dois diretores da entidade. O que estava ao volante teria adormecido e o carro bateu de frente com um caminhão. O acidente ocorreu à tarde. “Meu irmão era uma pessoa muito desconfiada. Quando não estava dirigindo, não dormia em hipótese alguma.”

“É muito esquisito”, avalia o promotor Blat, que enviou cópia do relato de Hélio ao promotor Roberto Wider, de Santo André, responsável pela apuração do assassinato de Celso Daniel. Wider jamais aceitou a versão policial de crime comum – o prefeito petista, concluiu o Departamento de Homicídios, foi vítima de sequestradores que agiram sem motivação política.

Para Blat, “são fortes os indícios de crimes e de caixa dois com recursos da Bancoop”. Suspeita que a entidade “tem perfil de organização criminosa” e sustenta: “O caso é muito grave, gravíssimo.”

Blat disse que Hélio decidiu contar o que sabe e o que diz ter ouvido do irmão porque a investigação apontava para ele. Outros depoimentos ao Ministério Público indicam que parte dos recursos que teriam sido desviados circulou por contas correntes de Malheiro, o morto.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Corrupção pornográfica - Investigação da Bancoop pega Lula



É estranho que a OAS tenha assumido a Bancoop e só tenha terminado o prédio onde dirigentes do PT e seus parentes tinham apartamentos. Segundo as informações, a OAS assumiu a pedido do presidente Lula. É um escândalos com doses de perversidade muito grande porque os apartamentos foram comprados por trabalhadores, que ficaram a ver navios. E a sensação de impunidade dominava todos os envolvidos nesse escândalo. Os indícios de que alguma coisa aconteceu com o apartamento do ex-presidente Lula são muito fortes.

A Polícia Federal já é conhecida pela criatividade com que nomeia suas operações. Às vezes manda recados, como na Operação "Erga omnes" (Vale para todos) em que prendeu os presidentes das maiores empreiteiras, incluindo Marcelo Odebrecht; ou adverte, como na Nessun Dorma (Ninguém Durma) da ópera Turandot de Puccini.

 A ironia estava presente na Operação  "Que País é esse?", exclamação do ex-diretor da Petrobras Renato Duque ao ser preso, ou na Operação Passe Livre que prendeu o amigo de Lula José Carlos Bumlai, que tinha passe livre no Palácio do Planalto.  Nada mais bem aplicado, porém, quanto o nome dado para a 22 Operação, a Triplo X, que tanto pode ser lido como uma referência ao triplex de Lula no Edifício Solaris, quanto à classificação dos filmes de pornografia pesada. Por que nada mais pornográfico do que esse escândalo dentro do escândalo envolvendo a Bancoop, denunciado no Globo pelo repórter Germano Oliveira, e que Lula tentou parar na Justiça, tendo sido derrotado em seu intento.

Uma cooperativa de trabalhadores presidida primeiro por Ricardo Berzoini e depois por João Vaccari Neto, a alta direção do PT, que quebrou devido à corrupção e deixou literalmente abandonadas mais de 3 mil pessoas que haviam colocado suas economias na arapuca desses sindicalistas que sempre trabalharam em proveito próprio.  Fundada em 1996 pelo ex-presidente do PT e atual Ministro da Secretaria Geral da Presidência  Ricardo Berzoini, a cooperativa dos bancários é investigada pelo Ministério Público de São Paulo desde 2007, por crimes de lavagem de dinheiro, com desvio de recursos para o Caixa 2 do Partido dos Trabalhadores, que controla a máquina sindical dos bancários.

Os fundos de pensão controlados também por representantes do PT perderam muito dinheiro investindo na Bancoop, até que a empreiteira OAS assumiu o empreendimento, a pedido de Lula segundo denúncias que estão sendo apuradas. O fato é que apenas o edifício Solaris foi terminado, coincidentemente onde Lula e dona Marisa tinham apartamento, também João Vaccari Neto, parentes seus, e até Freud Godoi, ex-segurança de Lula envolvido no escândalo dos aloprados.

O triplex de Lula, o 164 – A, foi incluído pela Polícia Federal entre os imóveis com "alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade". As investigações já realizadas, pela força-tarefa de Curitiba e também pelo Ministério Público de São Paulo, indicam, segundo relatório oficial, que "manobras financeiras e comerciais complexas envolvendo a empreiteira OAS, a cooperativa Bancoop e pessoas vinculadas a esta última e ao Partido dos Trabalhadores apontam que unidades do condomínio Solaris podem ter sido repassadas a título de propina pela OAS em troca de benesses junto aos contratos da Petrobras".

O Ministério Público do Estado de São Paulo considera que já tem provas suficientes para denunciar o ex-presidente Lula e sua mulher, dona Marisa, por ocultação de propriedade, e não é coincidência que a Operação Lava-Jato tenha chegado ao estágio em que chegou justamente na semana em que o Ministério Público de São Paulo anunciou sua decisão. As duas investigações estão sendo compartilhadas.

O promotor de Justiça de São Paulo Cassio Conserino foi apenas menos cauteloso que os Procuradores da Lava-Jato, que ontem somente incluíram o apartamento atribuído a Lula na investigação quando perguntados diretamente, e mesmo assim deixando claro que todas as unidades que teoricamente pertencem à OAS serão investigadas.

Os promotores paulistas já têm depoimentos de pessoas que estiveram com o ex-presidente e sua família durante a reforma do apartamento, financiada pela OAS, e sabem até mesmo, como o site O Antagonista revelou, onde as cozinhas foram compradas, por quem, e quanto custaram, possibilitando um interessante cruzamento com um sitio em Atibaia que também é dito pertencer a Lula, mas está no nome de outros proprietários, provavelmente laranjas. As mesmas cozinhas foram compradas na mesma loja, pela mesma pessoa, ligada à OAS, no mesmo dia.

Fonte: Merval Pereira