Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Ricardo Berzoini. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ricardo Berzoini. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Para que serve a honestidade de Dilma e Lula? - antes cabe lembrar: se eles fossem honestos



Para que serve a honestidade de Dilma e Lula?

Munidos de autocritérios, Dilma e Lula se consideram as pessoas mais probas que já conheceram. Em maio, Dilma discursou: “Falam que eu sou uma pessoa dura. Eu não sou uma pessoa dura não. Eu sou honesta, é diferente!'' Em janeiro, Lula já havia se jactado: “Se tem uma coisa de que me orgulho é que não tem, nesse país, uma viva alma mais honesta do que eu.” O depoimento de Otávio Marques de Azevedo, mandachuva da Andrade Gutierrez, ao juiz Sérgio Moro suscitou uma indagação singela: para que serve a honestidade de Dilma e Lula?

Qualquer pessoa é capaz de testemunhar o conceito extraordinário que faz de si mesma. Nada mais humano. No entanto, com todo o respeito ao direito de Dilma e Lula de se autoelogiar, o que sobra no final é um conjunto de fatos. E os fatos transformam a honestidade presumida da dupla numa ficção que ajuda a explicar a realidade brasileira —uma realidade marcada por governos corruptos presididos por pessoas presunçosas.

Otávio Azevedo repetiu para Moro o que dissera em delação para a força-tarefa da Lava Jato: em 2008, o grão-petista Ricardo Berzoini, então presidente do PT, pediu propina de 1% sobre todas as obras federais tocadas pela Andrade Gutierrez nos governos petistas —obras do passado, do presente e do futuro. Participaram da conversa Paulo Ferreira, então tesoureiro do PT, e João Vaccari Neto, que assumiria depois a gestão das arcas petistas. Embora considerasse as propinas como mero “custo comercial”, incluído no preço final dos empreendimentos, o executivo da construtora espantou-se.

A propina requisitada por Berzoini deveria incidir sobre “todos os projetos federais que a Andrade estaria executando e que já tinha executado de 2003 [quando Lula assumiu seu primeiro mandato] para a frente”, contou Otávio Azevedo ao juiz da Lava Jato. “Ou seja, projetos inclusive já terminados. E também dos projetos futuros. Eu realmente estranhei demais a colocação. […] Fiquei bastante constrangido pelo pedido de 1% de contribuição. Essa reunião foi […] extremamente desagradável. Foi uma reunião dura.”
 Ricardo Berzoini, o desbravador - o primeiro dos ladrões; exigiu propina sobre obras passadas, presentes e futuras.
Depois de um debate interno, a empreiteira cedeu ao assédio do PT. Excluiu do acerto apenas as obras pretéritas. Manteve os canteiros já abertos e os empreendimentos futuros. O acerto vigorou de 2008 até 2014. Nesse período, a Andrade Gutierrez borrifou na caixa registradora do PT algo como R$ 40 milhões em dinheiro surrupiado do Tesouro Nacional por meio da elevação dos preços das obras. Os pagamentos foram feitos em anos eleitorais e também nos anos em que não houve eleições. Segundo o delator, 99% da grana foi entregue ao partido, não aos comitês de campanha.

Afora a propina, a Andrade Gutierrez ainda repassava ao PT as doações convencionais de campanha. Somando-se a “verba vinculada'' às obras e os donativos eleitorais, o PT mordeu a empreiteira em R$ 90 milhões durante seis anos. Otávio Azevedo relatou a Sérgio Moro que, em 2014, o apetite dos coletores da campanha de Dilma foi voraz. Eram dois os cobradores mais incisivos: Giles Azevedo, então secretário-executivo do Gabinete Pessoal de Dilma, e Edinho Silva, tesoureiro do comitê de campanha do PT. (vai abaixo, em três partes, o depoimento de Otávio Azevedo. É um excelente passatempo para o final de semana)
Continuar lendo, Blog do Josias

 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O recruta Lula contra todo o resto do pelotão

A família Silva, antes de o apelido do chefe, Lula, ter sido adicionado à própria denominação, morou numa modesta casa de vila operária no Jardim Assunção, em São Bernardo do Campo, há 40 anos. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, hoje intitulado do ABC, não tinha mais de dar expediente no torno mecânico, para o qual fora habilitado pelo Serviço Nacional da Indústria (Senai), e liderava greves operárias que desafiaram a legislação trabalhista da ditadura, abalando com isso as estruturas do regime tecnocrático-militar de exceção. 

Ele simbolizava então a nova classe operária brasileira e, assim, deu-se ao luxo de adquirir um sítio, que denominou Los Fubangos, às margens da Represa Billings, perto de casa, e atualmente está abandonado.  Agora, 40 anos depois, Luiz Inácio e Marisa Lula da Silva, que moram num apartamento duplex em bairro nobre da mesma cidade do ABC, protagonizam um dos casos mais estapafúrdios, ridículos e bisonhos da história do sempre conflagrado direito fundiário no Brasil. A Polícia Federal (PF), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam a hipótese de o casal ter usado um triplex no edifício Solaris, da construtora OAS, na praia das Astúrias de um balneário que já teve seus dias de glória, o Guarujá, e um luxuoso sítio na Serra da Mantiqueira, em Atibaia, no interior de São Paulo, para ocultar patrimônio, uma forma de lavar dinheiro ilícito.

A história do imóvel à beira-mar é absurda, de tão suspeita. A cooperativa dos bancários (Bancoop) fundada por Ricardo Berzoini, da casta dirigente do sindicato da categoria em São Paulo, sob a égide do amado companheiro Luís Gushiken, construiu-o e denominou-o Residencial Mar Cantábrico. Sob a presidência de outro famigerado sindicalista, João Vaccari Neto, a cooperativa é acusada há dez anos de haver ludibriado cerca de 3 mil famílias, cobrando delas penosas prestações mensais e não lhes entregando, como devia, moradias prontas para usar.

Os compradores das unidades do edifício no Guarujá não têm de que se queixar. A empreiteira OAS encarregou-se de acabar as unidades não concluídas, mudou o nome para Solaris e beneficiou graduados militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), do qual Lula é o principal líder. Mesmo com a Bancoop sob suspeita do MPSP há dez anos, esses beneficiários da generosidade possibilitada pela má gestão de Vaccari nunca arredaram pé de seus domínios com vista para o Atlântico. Figuram entre eles Simone, mulher de Freud Godoy, que foi segurança de Lula e “aloprado” acusado de ter falsificado dossiê contra José Serra, Vaccari, sua cunhada Marice Corrêa de Lima e, suspeita-se, o casal Marisa e Lula.

Não consta da saga do torneiro mecânico que ocupou o cargo mais poderoso da República que tenha dado expediente em agência bancária na vida. Nem que Marisa tenha tido uma banca de jornal ou qualquer bem que se possa aproximar semanticamente da palavra bancário, que orna a denominação da Bancoop. O líder dos oprimidos jamais emitiu um protesto ou uma palavra de agradecimento pelo sacrifício de milhares de bancários que acusam, até hoje em vão, na Justiça, o PT, que ele lidera, de ter malbaratado a poupança deles. Sempre atento ao rabo de palha alheio, ele também nunca protestou contra o uso do dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para financiar a pilhagem de que Vaccari é acusado.

A enxurrada de explicações que tem sido dada pelo casal também passa ao largo das suspeições dos agentes da lei em torno do empreendimento. A Operação Triplo X – assim batizada em referência ao triplex pelo qual o casal pagou originalmente R$ 47.695,38, conforme o próprio ex informou ao Imposto de Renda na declaração feita para a campanha de 2006 investiga a hipótese de a OAS ter usado os apartamentos para lavar propinas do petrolão.

Segundo o delegado Igor de Paula, “há indícios de que alguns desses imóveis foram utilizados para repasse de recursos de propina, a partir de contratos com a Petrobras”. A PF e o MPF buscam, então, a razão lógica, no meio dessa barafunda de versões, para a OAS ter assumido o empreendimento a ponto de seu então presidente, Léo Pinheiro, ter acompanhado o casal Lula na visita ao único triplex do prédio, em cuja reforma a empresa investiu R$ 1 milhão e que eles não tinham comprado. Hoje os dois estão juntos e misturados com a empresa panamenha Mossack Fonseca, acusada de possuir unidades no edifício e de estar ligada a firmas abertas no exterior por réus da Lava Jato.

Já era confusão de bom tamanho para o ex, mas ele ainda terá de explicar, na condição de investigado, por que um consórcio formado por empreiteiras acusadas de roubo do erário, a OAS e a Odebrecht, e o pecuarista falido José Carlos Bumlai, que usava no Palácio do Planalto um passe livre assinado por ele, comprou para um sítio em Atibaia pertencente a dois sócios de seu filho Fábio Luiz uma cozinha chique igualzinha à que a OAS encomendou para o tal apartamento.

Mas mesmo protagonizando essa história implausível e no momento em que PF e MPF o investigam em Lava Jato, Zelotes e Solaris, Lula não perdeu a pose e disse a fiéis blogueiros que é “a alma viva mais honesta que há”. O jornalista Jorge Moreno deu no Globo ordem mais sensata à frase: “A alma honesta mais viva que há”. Faz sentido. Afinal, para continuar bancando o São Lula Romão Batista, o ex terá de convencer a Nação de que PF, MPSP, MPF, vítimas da Bancoop e o juiz Sérgio Moro advogam para o diabo contra a sua santidade.

Assim, Lula age como o recruta que se diz injustiçado pelo sargento que teima em fazê-lo marchar no passo do restante do pelotão, pois acha que só ele está no passo certo. O diabo é que ainda há na plateia da parada quem acredite que certo está ele, não juiz, federais e procuradores. Até quando terá o benefício da dúvida?

Fonte: José Nêumanne - Estadão

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

História da Bancoop tem réus acusados de desviar grana para o PT e três cadáveres

Luís Eduardo Saeger Malheiro, dirigente da cooperativa morto em acidente considerado suspeito, teria confidenciado a irmão que “tinha de ceder às pressões políticas e, muitas vezes, se via obrigado a entregar valores de grande monta para as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, desviando os recursos que eram destinados à construção das unidades habitacionais”

A Bancoop é a cloaca do petismo. A cooperativa foi criada pelo Sindicato dos Bancários, já sob o comando do partido, em 1996. Dez anos depois, João Vaccari Neto, guindado à tesouraria do partido, chegou à presidência da entidade. E tem início, então, a crise. Investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo detectou a transferência ilegal de recursos para a legenda. O nome disso, obviamente, é roubo.

A transferência para o partido, segundo a investigação, era feita por meio da prestação de serviços os mais exóticos, em dinheiro vivo. Havia um caixa eletrônico, dentro da cooperativa, em que se faziam os saques. “Tem pagamento da Bancoop para centro espírita, para pesque-e-pague e empresas de fachada. Não tenho a menor dúvida de que tudo isso é desvio [para o PT)”, afirma à Folha o promotor José Carlos Blat.

Diretores da entidade, Vaccari inclusive, são réus num processo por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Dos 56 empreendimentos da cooperativa, oito não foram entregues, o que teria lesado 3 mil famílias, com prejuízo que chega a R$ 100 milhões.

Publicidade
</div> <div id='passback-wb19d722623'></div>
Pois é, caros leitores… Eu preciso refrescar a memória de vocês com uma reportagem publicada pelo Estadão no dia 8 de junho de 2008. Leiam com muita atenção. Ela trata de suposto uso de recursos da Bancoop para campanhas eleitorais dos petistas inclusive de Lula e do atual ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e traz ainda três cadáveres, todos dirigentes da Bancoop que, por força do cargo, sabiam demais. Leiam. *
Vamos refrescar um pouco a memória dos leitores. No dia 8 de junho de 2008, o Estadão trazia a reportagem abaixo, sobre a morte de Luiz Eduardo Malheiro, ex-presidente do Bancoop. Leiam. * A morte de Luís Eduardo Saeger Malheiro, ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), vai ser investigada pelo Ministério Público de São Paulo. A versão oficial é que Malheiro foi vítima de um acidente de carro, em 12 de novembro de 2004, no município de Petrolina (PE). Mas, segundo seu irmão, Hélio Malheiro, ele havia sido alertado para reforçar sua segurança pessoal.

O alerta, afirmou Hélio, ocorreu no início de fevereiro de 2002. Duas semanas antes, no dia 18 de janeiro daquele ano, Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, fora sequestrado e fuzilado em um atalho de terra em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Segundo Hélio, o alerta foi dado por José Carlos Espinoza, que depois seria chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo. Para Hélio, o acidente está mal explicado. Em depoimento à Promotoria de Justiça, ele pediu investigações sobre o caso. Disse que considera “estranhas as circunstâncias” do desastre que vitimou seu irmão e outros dois dirigentes da Bancoop.

Hélio Malheiro depôs terça-feira. Foi o seu segundo relato à promotoria, em menos de uma semana. No primeiro, dia 29 de maio, ele afirmou ter ouvido do irmão que “tinha de ceder às pressões políticas e, muitas vezes, se via obrigado a entregar valores de grande monta para as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, desviando os recursos que eram destinados à construção das unidades habitacionais”.

CAMPANHAS Hélio denunciou que recursos que teriam sido desviados da Bancoop abasteceram a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002 e do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). Ele contou que, naquele dia, em 2002, foi à sede da Bancoop, à Rua Líbero Badaró, Centro, chamado por seu irmão “para tratar de assuntos referentes a uma obra”.

Quando chegou à sala de Luís Eduardo, viu que ele conversava com Espinoza. Depois, ouviria do irmão: “Esse cara (Espinoza) é segurança do Lula. Em função da morte do Celso Daniel, ele me orientou a reforçar minha segurança pessoal.”

“Fiquei preocupado porque a morte do prefeito não tinha nenhuma relação com a atividade do Luís Eduardo à frente da presidência de uma cooperativa habitacional”, declarou Hélio ao promotor José Carlos Blat, que conduz investigação sobre supostas irregularidades na Bancoop. “Meu irmão respondeu que se tratava de questões relacionadas ao crescimento da Bancoop e que o cargo dele estava sendo muito visado. Fiquei bastante desconfiado.”

A versão que recebeu sobre o acidente não o convenceu. A ele, disseram que seu irmão estava no banco traseiro do carro. Na frente iam os outros dois diretores da entidade. O que estava ao volante teria adormecido e o carro bateu de frente com um caminhão. O acidente ocorreu à tarde. “Meu irmão era uma pessoa muito desconfiada. Quando não estava dirigindo, não dormia em hipótese alguma.”

“É muito esquisito”, avalia o promotor Blat, que enviou cópia do relato de Hélio ao promotor Roberto Wider, de Santo André, responsável pela apuração do assassinato de Celso Daniel. Wider jamais aceitou a versão policial de crime comum – o prefeito petista, concluiu o Departamento de Homicídios, foi vítima de sequestradores que agiram sem motivação política.

Para Blat, “são fortes os indícios de crimes e de caixa dois com recursos da Bancoop”. Suspeita que a entidade “tem perfil de organização criminosa” e sustenta: “O caso é muito grave, gravíssimo.”

Blat disse que Hélio decidiu contar o que sabe e o que diz ter ouvido do irmão porque a investigação apontava para ele. Outros depoimentos ao Ministério Público indicam que parte dos recursos que teriam sido desviados circulou por contas correntes de Malheiro, o morto.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Somos mais de 160 milhões de vítimas

Somos mais de 160 milhões de vítimas

Há nove anos chegam a meu computador denúncias de um golpe típico de vigarista: quase 3 mil famílias de associados entraram na Justiça contra a administração da Cooperativa dos Bancários (Bancoop), fundada por Ricardo Berzoini, secretário da presidente Dilma Rousseff. Eles se queixam de ter pago prestações de apartamentos em que não puderam morar. O acusado é o ex-presidente da instituição João Vaccari Neto, suspeito de haver desviado o dinheiro dos cooperados para beneficiar o Partido dos Trabalhadores (PT), de que foi tesoureiro.

Do grupo que mandou no Sindicato dos Bancários de São Paulo sob a égide de Luiz Gushiken, absolvido no mensalão pelo Supremo Tribunal Federal e saudado como herói, quase santo, pelo revisor do processo, Ricardo Lewandowski, Vaccari ficou livre, leve e solto até cair na rede da Operação Lava Jato. E, aí, ser recolhido à prisão em Curitiba, onde cumpre penas. Aplaudido de pé em reuniões do partido, tratado pelo presidente nacional petista, Rui Falcão, e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como companheiro prestimoso, Vaccari vê agora ressuscitarem nas mãos do promotor José Carlos Blat as queixas das vítimas da Bancoop, que têm complicado sua situação.

Nos processos há evidências que desfazem a aura de santidade que Lula se outorgou ao falar a blogueiros fiéis: sem ter dado um dia de expediente em agência bancária na vida, o ex-presidente é acusado de ter adquirido a preço de banana um triplex de 294 metros quadrados com elevador privativo na praia do Guarujá. A revista VEJA circula com reportagem de capa que reproduz trechos de depoimentos ao Ministério Público de São Paulo com testemunhos de que o imóvel, cuja propriedade o ex nega, não pertence à empreiteira OAS, acusada de participar do propinoduto da Petrobras, mas à família Lula da Silva. Outro promotor, Cássio Conserino, informou que “Lula e Marisa serão denunciados” pelo crime de ocultação de patrimônio, que caracteriza lavagem de dinheiro.

A bomba revelada pelo semanário causou controvérsias. O promotor não podia ter dado a entrevista e a revista não devia ter noticiado a perspectiva de denúncia não concretizada? Desde que Gutenberg decidiu imprimir sua Bíblia até nossos dias de internet, o debate sobre o direito à privacidade de homens públicos e o dever dos meios de comunicação de noticiar o que lhes cai nas mãos foi aberto, repetido e dificilmente um dia se resolverá.

Mas há algo mais grave omitido na polêmica: os quase 3 mil chefes de família cuja poupança virou pó de calcário não têm direito a ver punidos o mau gestor que levou a cooperativa à falência e os que o protegeram tanto nela quanto no partido que dela tirou proveito? Esse episódio pungente e revoltante retrata apenas um tijolo do muro das lamentações a cujas proximidades as vítimas da desumana capacidade das castas dirigentes sindical, política e burocrática nacionais nunca tiveram sequer acesso. É o caso do camponês diante da lei na fábula de Kafka que Orson Welles usou como prólogo do filme O Processo, lançado em DVD pela Versátil.

Outra evidência de que as vítimas de ignomínias similares são tratadas no Brasil como párias destinadas à danação é a chicana mal disfarçada no desabafo de famosos causídicos na tentativa esdrúxula de configurar a ação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do juiz federal do Paraná Sergio Moro, que devassam as petrorroubalheiras, como caudatária de métodos neoinquisitoriais da ditadura militar. Em defesa de seus polpudos proventos, os “profissionais da lei” não invocaram um único fato para execrar o trabalho honesto e competente dos agentes do Estado, que cometem o pecado de introduzir na história penal do país condenações de milionários e meliantes de colarinho branco flagrados em delito. A mistura cavilosa de alhos com bugalhos chega a ser um escárnio, de tão cínica.

Ao tratar acusados de rapina do patrimônio público como se fossem vítimas desse saque, os signatários escarram nos rostos honrados dos mais de 160 milhões de brasileiros que sabem que são espoliados sem dó por um desgoverno de desmandos, um Congresso com muitos representantes venais deles próprios e um Judiciário cuja lerdeza é uma forma de opressão. O número citado não é aleatório, consta do furo de José Roberto de Toledo publicado neste jornal: segundo o Ibope, 82% dos entrevistados sabem que nunca podem contar com a gestão federal do PT, PMDB e aliados para nada.

Difícil é encontrar alguma razão para 14% ainda alimentarem a vã ilusão de que Dilma Rousseff e seus asseclas estejam levando o Brasil para um rumo qualquer. Na semana passada, Tania Monteiro, da sucursal do Estadão em Brasília, informou que a presidente ainda não demitiu o ministro da Saúde, Marcelo de Castro, por não querer desagradar a seu candidato a líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, e assim evitar transtornos à condução de seu único projeto de governo: evitar o próprio impeachment.

Cem anos após Oswaldo Cruz ter combatido a febre amarela expulsando o mosquito Aedes aegypti do Brasil, esse senhor cometeu a insânia de dizer, entre risos de mofa, em entrevista, que torce para as mulheres contraírem o vírus da zika antes da fertilidade, ficarem imunes e assim seu desgoverno sem caixa não ter de comprar vacinas caras. Dois séculos depois de José Bonifácio de Andrada e Silva ter articulado a nossa independência, contamos com um líder do pré-sal do baixíssimo clero da Câmara para garantir no posto um ministro que atua como se sua missão fosse disseminar a doença, e não proteger a saúde das vítimas de sua incúria.

O pior é que combate essa súcia uma oposição que, limitada a atuar para pôr fim a um desgoverno desastrado, em vez de apresentar alternativa decente de poder, só propõe patacoadas como a extinção do partido adversário. Pobres de nós, vítimas dessa vil politicagem!

Fonte: O Estadão - José Nêumanne:




quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Na contramão de Dilma, Temer recusa "remédios amargos" e defende cortes



Em reposta direta à presidente, vice diz ser preciso evitar a elevação de impostos; para ele, gestão deve cortar gastos
O vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), rejeitaram nesta terça-feira, 8, a possibilidade de ampliação de tributos defendida pelo governo.

A elevação foi encampada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
em Paris, e pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, em Brasília, após reunião da coordenação política do governo, da qual Temer não participou.  Segundo Berzoini, a presidente voltou a defender durante a reunião que o governo não vai “abrir mão de buscar alternativas” para aumentar as receitas e cobrir o rombo no Orçamento.

Temer, contudo, disse que a equalização orçamentária para evitar o déficit estimado em R$ 30,5 bilhões em 2016 passa, primeiramente, pelo corte de despesas. Para ele, aumentos de impostos só ocorrerão em última hipótese, inicialmente descartável, segundo ele. “As pessoas não querem em geral aumento de tributo. Tenho sustentado exatamente o corte de despesas. É isso que a sociedade quer”, disse Temer. “Aumento de impostos só em última hipótese, última hipótese descartável desde já”, completou.

Temer rebateu a fala da presidente Dilma Rousseff, feita anteontem pelas redes sociais, de que seriam necessários remédios amargos para combater a crise, e classificou o reajuste de tributos como um exemplo. “Temos que evitar remédios amargos e, se for possível simplesmente cortar despesas, a tendência é essa”, disse Temer, ao sair da Vice-Presidência para um jantar com governadores, ministros e lideranças do PMDB no Palácio do Jaburu. “Vou ouvir governadores do PMDB e trarei sugestões para a presidente.”

Eduardo Cunha disse por duas vezes ser contra o aumento de impostos para que o governo consiga ajustar as contas. Ele já havia comentado pela manhã a possibilidade de a área econômica recorrer à elevação das alíquotas de tributos que não precisam de aprovação do Congresso Nacional, como a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para tentar reduzir o rombo no Orçamento da União, conforme revelou o Estado anteontem. Também indicou ser contrário ao aumento.

Apesar das críticas ao aumento de impostos, Temer disse concordar que o aumento da alíquota da Cide sobre a gasolina é uma medida que ajudaria a União e Estados, os quais passam por dificuldades financeiras. Temer disse ter ficado “impressionado” com a argumentação do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto sobre a ampliação da Cide, justamente por gerar receita para Estados e a União.

Fonte: IstoÉ

terça-feira, 19 de maio de 2015

Documentos que comprovam que OAS bancou obra do triplex de Lula no Guarujá podem incluí-lo na Lava Jato. Ou do Lulinha, apelido carinhoso que Lula usa para tratar o filho Fábio



Sabe aquele triplex de luxo, no edifício Solaris, na belíssima Praia das Astúrias, no Guarujá (litoral de São Paulo), financiado pela problemática Cooperativa Habitacional dos bancários (Bancoop) e cheio de benfeitorias bancadas pela empreiteira OAS? A crença maior nos bastidores do Judiciário é que este seja o maior calcanhar de Aquiles de Luiz Inácio Lula da Silva - proprietário do imóvel junto com o filho Fábio (que odeia ser chamado de Lulinha pela mídia adversária ou inimiga).

Lula tem grandes chances de ter o nome efetivamente envolvido em algum processo da Lava Jato, caso dirigentes da construtora baiana entreguem ao Ministério Público Federal as planilhas das obras que beneficiaram o rico patrimônio da família da Silva. A mídia petista tentou negar, mas Lula comprou o imóvel, ainda na planta, em 2006, pela bagatela de R$ 47.695,38 por Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa Marisa Letícia. Em 2010, cada morador desembolsou mais R$ 120 mil para a OAS terminar a obra. Hoje, o  apê de Lula, reformado pelo filho Lulinha, com 297 metros quadrados, á beira mar, com elevador privativo a partir do 16o até o 18o, vale em torno de R$ 1,5 milhão. Há corretor que avalie em R$ 1,8 milhão.

Ainda persiste o temor de que o dirigente Léo Pinheiro, da OAS, revele detalhes sobre como ajudou a bancar a obra no triplex de Lula. Quem também tem um apê no mesmo prédio é o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que presidiu a cooperativa habitacional dos bancários, respondem a processos por problemas durante sua gestão. Também são investigados os ex-dirigentes da cooperativa que desde a sua fundação (em 1996) participaram da gestão da BANCOOP: Ricardo Berzoini, como Diretor Financeiro, João Vaccari Neto, que chegou a presidi-la e o já falecido Luiz Gushiken.

Desastrada operação da República dos Sindicalistas do PT, a Bancoop pegou mais de R$ 100 milhões, de 15 mil famílias, e simplesmente quebrou, sem concluir os empreendimentos imobiliários de Torres de Pirituba, Casa Verde, Butantã, Ubatuba e Praia Grande. A cooperativa quebrou, deixando uma dívida de R$ 86 milhões (em valores atuais). Pelo menos 3.100 cooperativados reclamam, judicialmente, de obras que não ficaram prontas ou que não receberam posso definitiva ou escrituras dos imóveis. 

Dos 57 empreendimentos tocados desde o ano 2000, 14 ainda estão inacabados. Por isso, João Vaccari Neto, ex-presidente da cooperativa, responde pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O MP denunciou que a cooperativa desviou dinheiro para o PT. O promotor José Carlos Blat define que "a Bancoop era um verdadeiro balcão de negócios a serviço de uma organização criminosa".

Uma outra operação da Bancoop também chamou a atenção do MP. O braço direito de Lula, Freud Godoy, recebeu da cooperativa pagamentos de R$ 1,5 milhão, entre os anos de 2005 e 2007. Freud teve sua empresa contratada por Vaccari para prestar serviços de segurança aos empreendimentos (a maioria então inacabados) da cooperativa. Freud tem excelência no assunto, pois prestou os mesmos serviços na sede nacional do PT, em Brasília. Freud tem importância na história petista, pois era um dos amigos do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel.

Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão

segunda-feira, 30 de março de 2015

Eduardo Cunha, passo a passo: de inocente útil a guerreiro

Fingidores

Palavras do Eduardo Cunha, a cada dia mais com jeitinho de presidenciável, em entrevista ao jornal O Globo:

"Eu não estou fazendo crise! Os ministros (do PMDB) não têm ministério (relevante). Sempre foi assim. Na prática, a gente finge que está lá (no governo). E eles fingem também (que o PMDB está no governo)".

"Você acaba apadrinhando, tem que ser tudo técnico, né? Só que é ladrão técnico, não é ladrão político. Eu conheço ladrões técnicos, muitos ficam buscando os políticos, e muitos (políticos) são inocentes e apoiam. Alguns, eventualmente, podem até ter motivos escusos, não vou dizer que só tem santo. Mas, com certeza, esse ladrão não diz para ele o que está fazendo. Fica um monte de pilantra circulando os políticos, pedindo apoio. Para ficar livre do cara, você diz que apoia. E os caras são ladrões, que querem ter apoio para roubar".

Sobre Dilma
"Quem tem a caneta? É ela. Quem edita medidas provisórias? É ela. Quem libera o Orçamento? É ela. Quem nomeia e indica a cargo? É ela. Então, é ela quem governa. A devolução da MP 669, do ajuste fiscal, pelo Renan, foi um gesto político. Tanto que o governo revogou a MP, para poder mandar o projeto de lei".

"Não acho que ela esteja parada. Acho é que está todo mundo no meio de uma crise política que não acaba. Essa eleição foi muito diferente das outras três eleições do PT. Eles não tiveram hegemonia eleitoral, mas uma vitória apertada. E não entenderam esse processo. A crise começou no dia em que a presidente ganhou a eleição. Ela não disse o que ia fazer com o país. Isso foi gerando a crise política. Ficou claro e nítido que eles estavam fazendo uma opção de enfraquecer a todos nós".

Quem sou eu?
"Nesse momento, sou o presidente da Câmara. Não posso me comportar nem como oposição, nem como governo. Tenho que me comportar como poder independente. Preguei na minha campanha que ia ser independente, não ia ser submisso, e que daria governabilidade. Vou cumprir o meu programa".

"Eu sou o Eduardo Cunha (risos). Não sou nem anjo, nem demônio. Sou coerente com o que falo".

"Sou um político de centro, que acredita no mercado. Busco essa linha. E sou conservador de costumes sim. Defendo a tese da vida e da família. Aborto, todo mundo é contra. A questão não é só evangélica. É católica. Cristãos que defendem a vida".

Declaração de guerra
Eduardo Cunha elege seus inimigos preferenciais:
"Eu não convivo naquela intimidade para saber. Ricardo Berzoini (Comunicações) tem uma doutrina ideológica forte, é patrocinador da regulamentação da mídia, da radicalização dos atos políticos e continua no núcleo do processo. Jaques Wagner (Defesa) pode não estar com poder, mas está no bojo da articulação. É mais maleável".

"A partir de agora, estou em guerra aberta com o (procurador-geral da República, Rodrigo) Janot. Tudo é possível. Vamos ver até que nível que vai. Ele me escolheu. Está muito claro. Além de ser inacreditável, foi o maior escândalo de corrupção do mundo. O que mais me incomoda é a gente olhar que tem um escândalo desse tamanho e achar que todo mundo está igual. É a percepção que passa quando abre um inquérito para um e para o outro que não roubou".

Fonte: Blog Alerta Total