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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O “Daesh” põe o Brasil na berlinda



E chegou a vez do Brasil. Apesar de ser o refúgio preferido de terroristas durante a malfadada era PT, nunca antes tivemos notícia do terrorismo islâmico por nossas plagas. Mas o Daesh, ou Estado Islâmico (EI), liberou seus “soldados” para agirem também aqui, uma vez que entre os dias 5 e 21 de agosto receberemos milhares de europeus de países considerados inimigos, para a realização das Olimpíadas.


Desde o fim do ano passado o EI vem intensificando seus ataques bestiais na Europa, sendo nos últimos meses a França e a Alemanha seus alvos preferidos. O ataque ocorrido em Nice, que deixou um saldo de 84 mortos (a maioria crianças) e mais de 200 feridos, seguido do ataque na Alemanha, vem sendo tratado pela imprensa com um misto de parcimônia, covardia e omissão em relação aos atacantes, uma vez que temos observado um cuidado excessivo em rotular como “doentes mentais” que faziam tratamento psiquiátrico, para encobrir quem eram, na verdade, muçulmanos convictos cumprindo sua missão, terroristas que não agiram sozinhos mas orientado pelas lideranças do bando terrorista.

No dia 26 de julho dois terroristas invadiram uma igreja em Rouen, França, com o objetivo de assassinar os “infiéis” que lá estavam. Um padre de 84 anos que celebrava a Missa, duas freiras e dois fiéis foram feitos de reféns. Sob gritos de “Allahu Akbar!”, os dois renderam os fiéis e enquanto um falava coisas em árabe em volta do altar, o outro mandava o padre Jacques Hamel se ajoelhar e o decapitava. Outra pessoa teve igualmente a garganta cortada e foi levada ao hospital, graças a uma freira que conseguiu fugir e avisou pessoas que passavam na rua. Os terroristas foram abatidos.

Congressistas franceses culpam o presidente socialista François Hollande pela intensificação dos ataques, pois eles apresentaram uma série de medidas preventivas e de proteção ao país antes mesmo do atentado em Nice, mas o presidente e seu primeiro-ministro, Manuel Valls, ignoraram solenemente. Quando era presidente do Uruguai, o terrorista José Mujica cometeu a insensatez de trazer para o país 5 terroristas que estavam detidos da base de Guantánamo, Cuba, o que na época causou muita revolta na população. 

Desses, o sírio nascido na Líbia, Jihad Ahmad Diyab, sempre causou problemas, apesar das mordomias que recebiam do governo uruguaio e, tão-logo chegaram, Mujica disse que eles eram livres para ir a qualquer país, “desde que fossem aceitos”. Três meses depois de chegar ao Uruguai Diyab foi para a Argentina, acompanhado de uma argentina “defensora dos direitos humanos” cujo nome se desconhece, e lá afirmou ser filho de mãe argentina e vinha advogar pela libertação de todos os presos de Guantánamo, embora não falasse nada em espanhol.

Consultando a ficha dele em Guantánamo, verificou-se que era mentira, que sua mãe era líbia, que sua especialidade era “falsificação de documentos”, e que ele pertencia a Al-Qaeda no chamado “Grupo Sírio”. Em junho as autoridades uruguaias informam que Diyab saiu do país, entretanto, não há qualquer registro de passagem dele pelos postos de fronteira, o que leva a crer que saiu com documentos falsos, afinal, essa é sua especialidade. A Polícia Federal (PF) e os ministros da Defesa e da Justiça brasileiros informam que ele nunca pôs os pés aqui, mas ontem (27.07) ele apareceu em Caracas, alegando que viajou até lá de ônibus, tendo passado inclusive pelo Brasil. Lá ele procurou a embaixada do Uruguai para pedir que tragam sua família da Síria mas teve seu pedido recusado, inclusive pela Cruz Vermelha, pois saiu do país ilegalmente.

Há pouco mais de duas semanas de se iniciar as Olimpíadas, a PF deteve 12 “supostos” terroristas brasileiros que se articulavam para cometer atentados durante os jogos. Apesar de detidos e de não se ter informações posteriores aos interrogatórios, as autoridades brasileiras enfatizam que se tratava de elementos “primários”, “sem experiência nem preparo”, mas não é prudente subestimar o que as aparências demonstram. Sabemos que, tanto quanto os comunistas, os chefões do EI já deram a ordem para fazer uso da “combinação de todas as formas de luta”, o que ficou provado com o atentado de Nice cuja “arma” foi um caminhão.

É óbvio que, mesmo utilizando redes privadas como o Telegram ou o Nashir Português, as mensagens são cifradas, passadas em código e os atacantes têm que manter um baixo perfil para não levantar suspeitas. Poucos cumprirão o Ramadan, freqüentarão mesquitas ou demonstrarão comportamento agressivo, como foi o caso dos últimos que atacaram na França e Alemanha.

Nesta quinta-feira, 28, a PF prendeu mais um suspeito, brasileiro descendente de libanês, e um dos refugiados do Uruguai, o iraniano Pouria Paykani, foi visto pela última vez no aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre.  Deus permita que nada aconteça no Brasil e que não passemos a entrar nas estatísticas do terror do Daesh, e que as autoridades envolvidas na segurança tenham a clareza e a perspicácia de ver nas entrelinhas e não se fiar apenas em bombas e armas de fogo. O inimigo é astuto como as serpentes e até uma caneta pode se tornar uma arma letal.

Por: Graça Salgueiro - MSM 

sábado, 16 de julho de 2016

Estado Islâmico reivindica massacre de Nice

No comunicado deste sábado, a organização gaba-se do "novo" modus operandi utilizado por "um soldado do EI" para cometer os assassinatos

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou neste sábado o ataque que fez 84 mortos na quinta-feira na cidade francesa de Nice, um massacre cuja magnitude, modo de operação e perfil do autor colocam a França frente a "um novo tipo de atentado".

Na quinta-feira à noite, o tunisiano Mohamed Lahouaiej-Bouhlel semeou o terror ao lançar o caminhão que dirigia contra uma multidão que assistia à queima de fogos de artifício por ocasião do feriado da Queda da Bastilha na Promenade des Anglais. Ele matou 84 pessoas, incluindo dez crianças.  Cinco crianças seguiam neste sábado em estado crítico, incluindo um menino de oito anos que ainda não foi identificado.

O autor do ataque, que o grupo extremista Estado Islâmico apresentou em sua reivindicação como um "soldado do EI", parecia até o momento ser um desequilibrado, desconhecido dos serviços de inteligência e que não teria ligações com o Islã radical. O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, declarou neste sábado que o autor do ataque "parece" ter se "radicalizado muito rapidamente", e falou de "um ataque de um novo tipo", que "mostra a extrema dificuldade do combate ao terrorismo".  O ministro ressaltou que agora, "indivíduos sensíveis à mensagem do Daesh (sigla em árabe do Estado Islâmico) envolvem-se em ações extremamente violentas, sem necessariamente terem participado de combates, sem necessariamente terem sido treinados".

Falhas na segurança?
Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos e motorista de entregas, em vias de divórcio, era conhecido da justiça apenas por fatos "de ameaças, atos de violência, roubo e vandalismo cometidos entre 2010 e 2016".  De acordo com seu pai, ele sofreu de depressão no início dos anos 2000 e não tinha qualquer ligação com a religião. "De 2002 a 2004, ele teve problemas que causaram um colapso nervoso. Ele ficava irritado, gritava, quebrava tudo na frente dele", disse Mohamed Mondher Lahouaiej-Bouhlel à AFP na frente de sua casa na cidade de Msaken (leste da Tunísia).

Quatro homens próximos do tunisiano foram colocados sob custódia. A ex-mulher do homem, morto pela polícia após o atropelamento de famílias inteiras e turistas na famosa Promenade des Anglais, permanecia sob custódia neste sábado de manhã. Oito meses após os ataques jihadistas de Paris (130 mortos), o país voltou ao luto nacional por três dias, mas desta vez a coesão não se manteve, com vários líderes políticos da direita e da extrema-direita acusando as autoridades de falhas na segurança.

Neste contexto de tensão, o presidente socialista François Hollande reuniu um Conselho de Crise neste sábado e pediu "coesão" e "unidade" na França, denunciando "as tentações de dividir um pais", segundo o porta-voz do governo Stéphane Le Foll.  Muitos jornais questionavam neste sábado como um caminhão frigorífico de 19 toneladas conseguiu entrar na quinta à noite, em meio às comemorações do 14 de julho, em um local reservado aos pedestres e protegido pelas forças de segurança, mobilizadas por um estado de emergência.

Pelo menos 17 estrangeiros também foram mortos no ataque, incluindo três alemães, dois americanos, três tunisianos e três argelinos. Um minuto de silêncio será observado na segunda-feira às 12h00 (7h00 de Brasília) no país em memória das vítimas.  O presidente francês anunciou a prorrogação por mais três meses do estado de emergência imposto após os ataques de 13 de novembro.

O EI, um grupo ultrarradical sunita que anunciou em 2014 o estabelecimento de um "califado islâmico" em áreas sob seu controle na Síria e no Iraque, realizou ataques mortais em vários países do mundo que deixaram centenas de mortos e feridos.  O grupo extremista lança apelos frequentes para que seus simpatizantes realizem ataques em países envolvidos na coalizão internacional liderada por Washington, que realiza desde setembro de 2014 ataques aéreos contra posições extremistas na Síria e no Iraque.

Fonte: Correio Braziliense

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A guerra contra o Estado Islâmico



Depois dos atentados terroristas em Paris, as potências atacam – mas bombas não serão suficientes para anular o grupo terrorista 

Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana

Por mais de sete horas, os moradores de Saint-Denis, um subúrbio ao norte de Paris, viveram na quarta-feira (18) o incômodo de ter o terror por perto. Acharam que seria a reprise em menor escala da terrível noite da sexta-feira, dia 13, quando terroristas do Estado Islâmico atacaram diversos pontos da cidade – inclusive as cercanias do Stade de France, em Saint-Denis. 


Poderia ter sido, mas não foi. Uma megaoperação da polícia francesa no bairro desmantelou uma célula terrorista do Estado Islâmico, disparou mais de 5 mil tiros, prendeu oito suspeitos e deixou dois mortos – entre eles o belga Abdelhamid Abaaoud, apontado como mentor dos atentados. O serviço de inteligência francês chegou a Saint-Denis porque descobriu, pelos celulares dos terroristas mortos na sexta-feira, que o grupo planejava novos ataques a Paris. Havia suspeitas de atentados também na Alemanha. A confirmação de que o Estado Islâmico está por trás dos ataques comprova a mudança de estratégia do grupo. O EI declarou guerra e promete mais ataques ao Ocidente.

Desde a fundação do que chama de califado, em junho de 2014, o grupo jihadista concentrou seus esforços na construção de um Estado de fato, conquistando territórios da Síria e do Iraque. Quando tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, o EI declarou terminadas as fronteiras determinadas pelo acordo de Sykes-Picot, o infame arranjo de 1916 pelo qual Inglaterra e França dividiram previamente o espólio do Império Otomano. O EI é assim. Fala em reconstruir o “califado”, uma entidade do século VII, pratica violência local com padrões cruéis da Antiguidade, como decapitações, crucificações, assassinatos em massa, estupro de mulheresescravidão, comete achaques financeiros. Tem predileção por simbolismos e resgates históricos de uma ignorância atroz, como a destruição de monumentos e patrimônios da humanidade, como a antiga cidade assíria de Nimrod, no Iraque, e Palmira, na Síria.


Até os ataques da semana passada, o EI estava interessado em expandir seu território e demonstrar às populações que domina e aos potenciais recrutas sua capacidade de governar. Agora quer intimidar o Ocidente. Em duas semanas, o EI reivindicou três grandes atentados: a derrubada do voo 9268 da Metrojet no Egito, os ataques suicidas em Beirute, capital do Líbano, e os massacres em Paris. Ao assumir os atentados, em 14 de novembro, o EI declarou que aquele seria “o primeiro de uma tempestade”.  “É uma mudança brutal na estratégia do EI”, escreveu William McCants, diretor do Projeto para Relações dos Estados Unidos com o Mundo Islâmico da Brookings Institution e autor de um livro sobre o Estado Islâmico. “Antes eles estavam interessados apenas em inspirar ataques, atrair jovens para a Síria e o Iraque e depois deixar que eles conduzissem os atentados por conta própria”, diz McCants. “Agora, estão interessados em conduzir operações fora de seu território.”


Por que um grupo que em menos de um ano fundou um “califado” e tomou para si um território de 95.000 quilômetros quadrados (quase o tamanho de Santa Catarina) estaria interessado em ataques suicidas e assassinatos de civis? Assim como tudo no Estado Islâmico, esse ponto de virada ainda está envolto em mistério. Para alguns analistas, o Estado Islâmico acusou o golpe. Os bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos teriam provocado danos cruciais à logística do EI, e feito o grupo perder em torno de 10% de seu território. “O Daesh (acrônimo árabe para Estado Islâmico) perdeu território de forma contínua nos últimos dois meses e, por isso, precisou reagir”, afirma Michael Knights, especialista em segurança no Oriente Médio do Washington Institute. “A coalizão conseguiu vitórias, retirando pequenos pedaços de território do EI, mas ferindo gravemente sua logística.”

http://glo.bo/1OTFsEW