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terça-feira, 26 de outubro de 2021

Tráfico de pessoas - 'Me colocaram num quarto com outros 12, e a empresa disse que tínhamos que agradecer', diz vítima

O Globo -
Arthur Leal

Crime tem como base a corrupção, como alvo pessoas em situação de vulnerabilidade e como produto final outras violações aos direitos humanos

Fazenda de Goiás em que na semana passada 116 pessoas de várias partes do país, inclusive cinco crianças, foram resgatadas Foto: PRF/Divulgação / PRF/Divulgação
Fazenda de Goiás em que na semana passada 116 pessoas de várias partes do país, inclusive cinco crianças, foram resgatadas Foto: PRF/Divulgação / PRF/Divulgação
 Crime que tem como base a corrupção, como alvo pessoas em situação de vulnerabilidade e como produto final outras violações aos direitos humanos, o tráfico de pessoas é hoje invisível num país de grande extensão territorial como o Brasil, em que há intenso deslocamento entre pessoas de regiões diferentes, além de uma fronteira seca de 17 mil quilômetros. A subnotificação marca esse “mercado de gente” que acaba, quando vem à tona, levando a inquéritos que apuram crimes correlatos, como trabalho análogo à escravidão e exploração sexual.

Os dados são raros. Em um dos poucos levantamentos sobre o crime, há a informação de que, do início de 2020 a outubro deste ano, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos recebeu 274 queixas de violações envolvendo o tráfico de pessoas, nacional ou internacional. Enquanto isso, relatos de trabalho análogo à escravidão passaram de 3 mil.

Mas os dois crimes, muitas vezes, andam juntos. Em histórias como a do mineiro L.S., de 31 anos, morador de Araçuaí (MG), que percorreu quase 2 mil quilômetros de ônibus porque arrumou um emprego, no Mato Grosso do Sul, que lhe acenou com um futuro melhor do que a vida que deixou para trás, deteriorada pela crise econômica. Em vez disso, se deparou com uma casa que não tinha nada além de paredes, onde permaneceria longo período em sofrimento: — Quando cheguei, me cederam um espaço onde eu não tinha cama nem tinha colchão. Não tinha geladeira nem fogão — contou L. — Eles davam marmita e no final do trabalho, quando a gente recebia, descontavam o valor. O que recebíamos era só para pagar o prato de comida.

Penas brandas
Na prática, essa linha difusa que o tráfico de pessoas estabelece com outros delitos contribui para condenações dos acusados a penas mais brandas. Dados da Organização Internacional para as Migrações da ONU, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça, mostram que, entre 2010 e 2020, haveria pelo menos 612 decisões judiciais envolvendo tráfico de pessoas, nos âmbitos estadual, federal e em cortes superiores. Os números vêm da análise dos sistemas Datajud, do CNJ, e do portal JusBrasil. Já o Ministério Público Federal (MPF) fala em cerca de 160 processos ou inquéritos policiais em andamento hoje. Numa amostragem dos últimos cinco anos, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais apareceu liderando a lista de decisões judiciais sobre esses casos.

A defensora pública da União Natália von Rondow, que atua no apoio às vítimas do crime de tráfico de pessoas, reforça a importância de que crimes como estes sejam reconhecidos como tal para a aplicação de penas mais duras: — Temos uma subnotificação muito grande. Muitas vezes, a polícia ou mesmo a Justiça não têm o olhar voltado para a detecção do tráfico de pessoas. Outros crimes são vistos, mas dentro deles não é identificado o pano de fundo.

Na pandemia, devido às restrições sanitárias, o fluxo de imigrantes ilegais se agravou. Natália, que esteve este ano em acampamentos em Pacaraima, Roraima, conta que os venezuelanos que chegaram ao Brasil, assim como moradores de outros países vizinhos, viraram alvo ainda mais fáceis de aliciadores: — Muitos imigrantes venezuelanos não conseguiam pedir refúgio ou sequer pedir regularização migratória. Isso criou um verdadeiro “estoque” de pessoas indocumentadas, invisíveis, e dispararam os casos de tráfico de pessoas em Pacaraima. [defendemos que cada país deve dar atenção especial aos seus naturais - nos parece sem sentido que um brasileiro nato  fique desempregado, e desamparado para favorecer um estrangeiro;
quanto ao tráfico de pessoas e trabalho análogo a escravidão, deve ser reprimido independentemente da nacionalidade das vítimas e dos criminosos.]

Pelo Código Penal, o tráfico de pessoas consiste em aliciar, transportar ou acolher pessoas mediante violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: remoção de órgãos, submissão e condição análoga à escravidão; adoção ilegal ou exploração sexual. As penas variam de 4 a 8 anos de prisão, além de multa. A punição pode ser aumentada em um terço se as vítimas forem crianças e adolescentes, pessoas retiradas de seu país de origem ou se o delito tiver participação de agentes públicos. Se somado o crime de trabalho análogo à escravidão, a pena poderia duplicar o tempo de prisão, em caso de condenação.

Para a procuradora-regional da República Stella Scamparini, que atua nessas questões, as notificações são incompatíveis com a realidade do país e as contingências econômicas. — É impossível um país como o nosso, de tamanho continental e com tantos países vizinhos, ter números tão pequenos de tráfico de pessoas. É preciso colocar isso em debate — afirma.

Scamparini também ajudou a elaborar uma nota técnica do MPF que orienta juízes a passarem a reconhecer a participação de agentes públicos como facilitadores deste crime. Hoje, segundo o ofício, eles acabam julgados fora de contexto, na esfera da corrupção, e desta forma, não são punidos como deveriam. — Não existem essas organizações criminosas sem que haja corrupção —completa Stella. — É um problema que não é novo e não é só do Brasil. Se não combatermos os facilitadores, não vamos ter resultado.

Num quarto com 12
O venezuelano D., de 59 anos, é uma dessas vítimas. Em 2019, ele fez a difícil escolha de deixar a mulher e os filhos para trás e ir, com outros sete colegas, até a fronteira com o Brasil em Pacaraima, onde soube que uma empresa de transporte de cargas, a Transzape, estava recrutando imigrantes para trabalhar em sua filial em São Paulo. Após tirar os documentos no Brasil, foi até Cordeirópolis, com ajuda da Operação Acolhida, do Exército. Logo ao chegar, percebeu que havia algo errado. - Me colocaram num quarto com outros 12 estrangeiros. O cubano que veio comigo teve de morar  no caminhão, porque não tinha como sua esposa e a filha pequena ficarem num quarto cheio de homem. Fui questionar os responsáveis e eles disseram que tínhamos que agradecer — relata.

No alojamento, o grupo dividia dois pães e margarina no café da manhã. Durante todo o tempo, representantes da empresa prometiam que as coisas melhorariam e intimidavam quem ameaçasse fazer denúncia. Ele ficou nessas condições por um ano, trabalhando de domingo a domingo, sem tirar folga ou receber qualquer remuneração. Dirigia sem carteira de habilitação e ainda era cobrado por pedágios, combustível, multas e arranhões no caminhão. — Eles diziam: “você só precisa trabalhar, mais nada”. Vários motoristas não aguentaram e foram embora. Fiz das tripas coração para trazer minha família , mas a situação só piorou com a pandemia — conta D., que se juntou a mulher e filhos em Atibaia (SP).

O GLOBO procurou a Transzape, que não retornou o contato. O Ministério Público do Trabalho, desde maio deste ano, investiga as denúncias de vários trabalhadores contra a empresa transportadora por irregularidades como a descrita por D. O GLOBO apurou que o inquérito surgiu após uma visita do MPT e do Ministério do Trabalho e Previdência à matriz da empresa em Tubarão, Santa Catarina, que também havia sido alvo de reclamações.

Questionada sobre o tratamento dado aos migrantes venezuelanos pela Operação Acolhida, a Casa Civil do governo federal afirmou que levanta o histórico das empresas antes de repassar as vagas e os responsáveis são obrigados a assinar uma declaração de que não compactuam com a exploração de mão de obra em condições análogas à escravidão. Ainda segundo a pasta, ao chegar, eles são orientados a procurar a rede de assistência social local, caso tenham qualquer dificuldade. A Casa Civil reforça que as fiscalizações são periódicas.

Enganados por parente
Entre processos levantados pela ONU, há casos de exploração do trabalho e sexuais. Uma família de três bolivianos foi mantida num quarto sem ventilação em São Paulo, com outras pessoas, e obrigada a trabalhar por até 13 horas por dia costurando roupas em troca de R$ 0,50 a R$ 2 a peça. Durante a investigação, descobriu-se que o acusado era parente dos bolivianos, o que seria agravante da pena. Em outro caso, mulheres eram levadas do Acre para a Bolívia para prostituição e acesso facilitado à faculdade de medicina. As jovens passaram anos em cativeiro, trabalhando para o dono de uma boate identificado por elas como Dom Marcos.

Há uma semana, O GLOBO mostrou que a Polícia Federal encontrou 16 paraguaios em cárcere privado no subsolo de uma fábrica clandestina de cigarros no Rio Grande do Sul. Também na semana passada, 116 trabalhadores de várias partes do país foram resgatados da rotina de trabalho análoga à escravidão em uma fazenda de Água Fria de Goiás. Entre eles, cinco crianças.

Brasil - O Globo

 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Palocci, o 'favorito de Lula'




PT mantém Palocci

Numa terça-feira da última primavera, 26 de setembro, Palocci soube de um processo ético para expulsá-lo do PT

Depois de amanhã, Antonio Palocci Filho comemora 58 anos de idade. Não vai ter festa na ala A da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde acaba de completar dois anos. Alguém deverá oferecer-lhe um café — não é privilégio do ex- preferido de Lula, apenas autoproteção dos outros presos, porque, estabanado, sempre que tentou cozinhar, ele produziu um desastre. 

No domingo, Palocci permanecerá prisioneiro a 704 quilômetros da sua zona eleitoral, em Ribeirão Preto. Mas o eleitor 3942125012-4 continua petista “de carteirinha”, como há 37 anos, quando fundou o partido na faculdade de Medicina. À 1h30m de ontem, dez horas antes da liberação de trechos da sua delação, Palocci ainda estava no PT. Era o 132.389º na lista do partido na Justiça Eleitoral de São Paulo.Numa terça-feira da última primavera, 26 de setembro, Palocci soube de um processo ético para expulsá-lo do PT. Foi logo depois do seu depoimento sobre Lula e a Petrobras. 

Respondeu, por carta, informando a delação premiada e defendeu “o mesmo caminho” para o partido, como dissera um ano antes a Lula e a Rui Falcão, então presidente, que “transmitia uma proposta” do ex-tesoureiro João Vaccari, para “um processo de leniência na Lava-Jato”. Foi além: “Sobre as informações prestadas em 6-9-2017 (compra do prédio para o Instituto Lula, doações da Odebrecht ao PT, ao Instituto e a Lula, reunião com Dilma e Gabrielli sobre as sondas e a campanha de 2010, entre outros) são fatos absolutamente verdadeiros.” Acrescentou: “Tenho certeza que, cedo ou tarde, o próprio Lula irá confirmar tudo isso, como chegou a fazer no mensalão (...) Um dia, Dilma e Gabrielli dirão a perplexidade que tomou conta de nós após a fatídica reunião na biblioteca do Alvorada, onde Lula encomendou as sondas e as propinas, no mesmo tom, sem cerimônias, na cena mais chocante que presenciei.” 

Palocci desenha suas memórias. O PT também não esquece o “favorito de Lula”. Por isso, o mantém filiado. 


 


sábado, 7 de fevereiro de 2015

Agressões sexuais envergonham a melhor universidade do Brasil

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo tenta manter intacta sua imagem enquanto alunos denunciam uma rotina de trotes e estupros

Marina Souza Pickman, de 24 anos, hoje aluna do quarto ano, conta que nas suas primeiras semanas na universidade sofreu duas agressões sexuais. Seu caso, junto com o de outras nove mulheres que nos últimos meses decidiram romper anos de silêncio, revelou um submundo de trotes violentos e abusos sexuais que se mantinha oculto atrás dos muros da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), uma das mais prestigiadas e elitistas do país. As violações constituem somente a ponta de um iceberg de uma cultura na qual não só as mulheres são ultrajadas, mas também são reprimidos os alunos homossexuais e negros. “Estávamos indo de uma festa a outra quando um colega se ofereceu para me acompanhar porque eu estava muito bêbada. Então, ele me empurrou para uma sala escura e começou a tentar me beijar. Eu resisti. Caímos no chão e ele se colocou em cima de mim e baixou as minhas calças enquanto me prendia os braços. E me penetrou com o dedo […] Depois, soube que esse mesmo colega agrediu outras garotas. É algo comum”, conta Marina.

Na segunda agressão, Marina acordou no pronto-socorro.Bebi e não lembro de mais nada. Abri os olhos no hospital e meus colegas disseram acreditar que eu tinha sido estuprada. Levaram-me para tomar o tratamento antirretroviral para evitar o Aids porque acreditavam que eu tinha sido estuprada sem camisinha. O médico duvidou do abuso e meus colegas se negaram a lhe contar o que sabiam. Dias depois eu soube que um aluno tinha me deixado em uma tenda dormindo e ao voltar se deparou com um empregado da manutenção da faculdade em cima de mim, com as calças abaixadas. Eu disse que queria denunciar, mas a principal testemunha, que eu acho que também abusou de mim, me disse que não ia poder provar. Abafaram o meu caso. O próprio diretor disse que tinha medo de que a imagem da instituição fosse prejudicada”, recorda.

O empregado acusado de entrar na tenda, supostamente depois de pagar a alunos e seguranças, é o único indiciado até agora pelos episódios de violência sexual que marcaram a vida das estudantes e mancham a reputação da instituição desde 2013. O caso de Marina não é o único. Pelo menos dez alunas denunciaram seus casos publicamente ou ao Ministério Público, e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Estado convocou diretores, vítimas e supostos agressores para investigar as violações de direitos humanos, até então ocultas, nas universidades paulistas.
Aos relatos da faculdade de medicina se somaram as denúncias de alunas de outras universidades. Isso ocorre em um país onde se calcula que são cometidos 143.000 estupros por ano, mas somente 35% das vítimas denunciam, segundo o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

A história que deu início a tudo isso é de Phamela Silva Feitosa, aluna de quinto ano de Medicina. Foi em 2013. “Dois colegas me convidaram para ir a um carro pegar mais bebida. Insisti que não queria ir, mas acabei indo. Começaram a beijar-me, a tocar-me, a meter a mão nas minhas calças. Gritei e um deles se irritou com isso, e me disse que, na realidade, era o que eu queria. Eu me salvei porque passou um casal.”

Phamela denunciou o abuso de forma anônima no site do Núcleo de Estudos de Gênero, Saúde e Sexualidade, o único lugar que acolheu seu caso, e desencadeou um furacão. “A atitude da faculdade foi hostil, quiseram convencer-me de que não havia acontecido nada, de que era algo sem importância ou que eu tinha inventado. Até me chamaram de puta, disseram que eu dormia todo mundo […]”, relatou Phamela na CPI. 

Seu depoimento deu origem à criação do grupo feminista Geni, que recebe as vítimas de abusos e discriminação, abriu as portas a mais denúncias e obrigou a faculdade a criar uma primeira comissão para investigar os estupros e o consumo de drogas na instituição.
Enquanto os casos passam a ser de domínio público, os alunos que, segundo as vítimas, abusaram de várias estudantes nos últimos anos, prosseguem impunemente com sua rotina de futuros doutores. Nenhum deles foi expulso. Um exemplo da sensação de impunidade que reina na universidade é a canção que, segundo as vítimas, se tornou moda no campus: “Estupro, sim, o que é que tem? Se reclamar, vou estuprar você também”.

Os veteranos mais envolvidos nas agremiações da faculdade, organizadoras das festas e dos rituais de boas-vindas, negam os abusos. Dizem que não sabiam que eram cometidos estupros e que na faculdade não são praticados rituais como o pascu, um trote que consiste em introduzir pasta de dentes (ou qualquer outra coisa) no ânus do novato e que apareceu várias vezes nos relatos dos calouros. Insistem em que há coisas que podem ser melhoradas, como a participação das mulheres nas atividades da universidade, mas que não há nada condenável.

A denúncia de Phamela abriu os olhos dos professores. “Foi seu modo de nos dizer: ‘Eu fui estuprada. Vocês vão fazer alguma coisa ou não?’”, lembra o professor Paulo Saldiva, presidente da comissão criada no ano passado para investigar os abusos e o consumo de drogas no campus. “Falou-se em reduzir o álcool nas festas, mas isso não era álcool, isso era uma tradição de veteranos na faculdade”, relata o médico. As conclusões do relatório da comissão são um maremoto na reputação de qualquer instituição, mais ainda em uma faculdade de medicina: “A violência sexual ocorre de forma sistemática em nosso meio […] Foram documentados vários episódios de intolerância étnica e religiosa, com muitos exemplos de ações racistas contra nossos colegas africanos […] As dependências da faculdade vivenciam rotineiramente o consumo excessivo de drogas [...].”

Saldiva abandonou o cargo de professor titular depois de concluir o documento. O médico se revoltou conta o silêncio da direção da instituição durante o momento mais crítico da crise, quando todo mundo ia ter acesso aos casos, na abertura da CPI. “Avisei que teríamos de ter uma posição oficial. Disse ao diretor que iríamos ser atropelados pelas circunstâncias e que teríamos de tomar a iniciativa para nos tornarmos um exemplo. Não adiantou nada.” Saldiva está pensando em abandonar a USP: “Quero saber em que faculdade dou aulas”.

Apesar de entre as denúncias ter surgido uma agressão ocorrida há dez anos, para o atual diretor da faculdade, José Otávio Costa, o escândalo explodiu em suas mãos quando acabava de assumir o cargo em 2014. Em um primeiro embate, Costa tentou acabar com a CPI da Assembleia, segundo denunciou seu presidente, o deputado estadual Adriano Diogo (PT). O professor, que não quis dar entrevista a EL PAÍS, negou essa intromissão e disse que somente tentou adiar a CPI até ter essa posição oficial que Saldiva e este jornal pediram. A faculdade proibiu festas e álcool e pôs em andamento um programa que oferece assistência jurídica e psicológica, bem como uma ouvidoria para as vítimas. A resposta institucional está longe de parecer com a adotada pelos Estados Unidos, onde 86 campi estão sob intervenção federal.  “Durante muito tempo eu me culpei por ter bebido e não ter oferecido resistência suficiente, por ter confiado”, afirma Marina. “Mas hoje me parece ridículo que não possa embebedar-me em uma festa da minha faculdade com meus colegas de classe, pois podem estuprar-me.”


O trote, um ritual bárbaro ainda vigente nas universidades do Brasil

Fonte: El País