Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
"O povo venezuelano já foi feliz. Tinha a maior renda
per capita da América Latina; eram os "sauditas" sul-americanos do
petróleo"
Minha candidata ao Prêmio Nobel da Paz é a Operação
Acolhida. Desde junho de 2018, já entraram no Brasil mais de 800 mil
venezuelanos, que deixaram seu país natal por causa da fome e das
perseguições políticas. Segundo o órgão de refugiados da ONU, já
deixaram a Venezuela sete milhões de pessoas, a maioria indo para a
Colômbia, porque é vizinha e tem a mesma língua.
Os que vieram para o
Brasil pela Operação Acolhida, em geral, chegaram famintos, subnutridos,
doentes, e foram alimentados, tratados e encaminhados, do extremo norte
do Brasil, para os estados brasileiros, para terem vida digna para si e
família. O Exército Brasileiro cumpriu uma honrada missão humanitária
nessa operação. Por isso, foi estranho ver gloriosos Dragões da
Independência, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, formados em
alas, apresentando lanças para honrar o causador do êxodo de
venezuelanos, Nicolás Maduro, enquanto subia a rampa do Palácio do
Planalto.
O povo venezuelano já foi feliz. Tinha a maior renda
per capita da América Latina; eram os "sauditas" sul-americanos do
petróleo;o combustível, lá, era quase de graça; só dirigiam carrões
americanos; abarrotados de divisas, importavam o que de melhor havia no
mundo.
Mas veio Hugo Chávez e seu bolivarianismo, uma versão
sul-americana de marxismo. Se Marx não deu certo na União Soviética, em
cerca de 70 anos de poderes divinos sobre as pessoas, por que não daria
certo na América Latina, onde a memória do povo não tem Tolstói para
contar a História? Quem sabe um Bolívar revisado? Com isso, destruíram a
Venezuela. Chávez morreu há 10 anos, e Maduro é seu sucessor, com esse
Bolívar de propaganda, que contrasta o Bolívar libertador.
Hugo Chávez inventou uma união de países sul-americanos
para ver se por aqui viceja o marxismo. A Unasul foi criada em 2008 por
ele, com o apoio de Lula. Não sobreviveu ao estatuto do Mercosul, que
exige democracia de seus integrantes. Como Lula não exige isso de Evo,
de Ortega nem de Maduro, quer recriar a Unasul, talvez com outro nome.
Doutor Goebbels fazia isso, tal como antes fizeram os bolcheviques.
Troca o nome e faz o mesmo. É o que pretende fazer com os presidentes
visitantes, depois da recepção especial com que celebrou Maduro, na
segunda-feira, no Palácio do Planalto e no Itamaraty.
O Doutor Freud estudou o mecanismo de fuga com seus
pacientes em Viena. Lula foge das questões internas, que não consegue
resolver, viajando. China, Japão, Europa, Estados Unidos… e, agora,
Brasília, reunindo vizinhos para propor a paz no mundo e a
bem-aventurança na América Latina. Não consegue se impor, como gostaria,
ao Congresso Nacional, porque ainda vive na primeira década do milênio.
Mas sonha com liderança externa e gera propaganda com essa reunião em
Brasília. Áulico não falta para aplaudir o argumento dele de que há
preconceito contra Maduro, numa narrativa sobre as consequências de seu
governo. Só que a realidade não está em Brasília, na boca de Lula, mas
em Pacaraima, com a Operação Acolhida mostrando o que acontece além da
fronteira com a Venezuela.
Crime tem como base a corrupção, como alvo pessoas em situação de
vulnerabilidade e como produto final outras violações aos direitos
humanos
Crime que tem como base a corrupção, como alvo pessoas em
situação de vulnerabilidade ecomo produto finaloutras violações aos
direitos humanos, o tráfico de pessoas é hoje invisível num país de
grande extensão territorial como o Brasil, em que há intenso
deslocamento entre pessoas de regiões diferentes, além de uma fronteira
seca de 17 mil quilômetros. A subnotificação marca esse “mercado de
gente” que acaba, quando vem à tona, levando a inquéritos que apuram
crimes correlatos, como trabalho análogo à escravidão e exploração
sexual.
Os
dados são raros. Em um dos poucos levantamentos sobre o crime, há a
informação de que, do início de 2020 a outubro deste ano, o Ministério
da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos recebeu 274 queixas de
violações envolvendo o tráfico de pessoas, nacional ou internacional.
Enquanto isso, relatos de trabalho análogo à escravidão passaram de 3
mil.
Mas os dois crimes, muitas vezes, andam juntos. Em histórias como a
do mineiro L.S., de 31 anos, morador de Araçuaí (MG), que percorreu
quase 2 mil quilômetros de ônibus porque arrumou um emprego, no Mato
Grosso do Sul, que lhe acenou com um futuro melhor do que a vida que
deixou para trás, deteriorada pela crise econômica. Em vez disso, se
deparou com uma casa que não tinha nada além de paredes, onde
permaneceria longo período em sofrimento: —
Quando cheguei, me cederam um espaço onde eu não tinha cama nem tinha
colchão. Não tinha geladeira nem fogão — contou L. — Eles davam marmita e
no final do trabalho, quando a gente recebia, descontavam o valor. O
que recebíamos era só para pagar o prato de comida.
Penas brandas Na prática, essa linha difusa que o tráfico de pessoas estabelece com outros delitos contribui para condenações dos acusados a penas mais brandas. Dados da Organização Internacional para as Migrações da ONU, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça, mostram que, entre 2010 e 2020, haveria pelo menos 612 decisões judiciais envolvendo tráfico de pessoas, nos âmbitos estadual, federal e em cortes superiores. Os números vêm da análise dos sistemas Datajud, do CNJ, e do portal JusBrasil. Já o Ministério Público Federal (MPF) fala em cerca de 160 processos ou inquéritos policiais em andamento hoje. Numa amostragem dos últimos cinco anos, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais apareceu liderando a lista de decisões judiciais sobre esses casos.
A defensora pública da União Natália von Rondow, que atua no apoio às
vítimas do crime de tráfico de pessoas, reforça a importância de que
crimes como estes sejam reconhecidos como tal para a aplicação de penas
mais duras: —
Temos uma subnotificação muito grande. Muitas vezes, a polícia ou mesmo
a Justiça não têm o olhar voltado para a detecção do tráfico de
pessoas. Outros crimes são vistos, mas dentro deles não é identificado o
pano de fundo.
Na pandemia, devido às restrições sanitárias, o
fluxo de imigrantes ilegais se agravou. Natália, que esteve este ano em
acampamentos em Pacaraima, Roraima, conta que os venezuelanos que
chegaram ao Brasil, assim como moradores de outros países vizinhos,
viraram alvo ainda mais fáceis de aliciadores: — Muitos imigrantes
venezuelanos não conseguiam pedir refúgio ou sequer pedir regularização
migratória. Isso criou um verdadeiro “estoque” de pessoas
indocumentadas, invisíveis, e dispararam os casos de tráfico de pessoas
em Pacaraima. [defendemos que cada país deve dar atenção especial aos seus naturais - nos parece sem sentido que um brasileiro nato fique desempregado, e desamparado para favorecer um estrangeiro; quanto ao tráfico de pessoas e trabalho análogo a escravidão, deve ser reprimido independentemente da nacionalidade das vítimas e dos criminosos.]
Pelo Código Penal, o tráfico de pessoas consiste em aliciar,
transportar ou acolher pessoas mediante violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de: remoção de órgãos, submissão e condição
análoga à escravidão; adoção ilegal ou exploração sexual. As penas
variam de 4 a 8 anos de prisão, além de multa. A punição pode ser
aumentada em um terço se as vítimas forem crianças e adolescentes,
pessoas retiradas de seu país de origem ou se o delito tiver
participação de agentes públicos. Se somado o crime de trabalho análogo à
escravidão, a pena poderia duplicar o tempo de prisão, em caso de
condenação.
Para a procuradora-regional da República Stella Scamparini, que atua
nessas questões, as notificações são incompatíveis com a realidade do
país e as contingências econômicas. — É impossível um país como o
nosso, de tamanho continental e com tantos países vizinhos, ter números
tão pequenos de tráfico de pessoas. É preciso colocar isso em debate —
afirma.
Scamparini também ajudou a elaborar uma nota técnica do
MPF que orienta juízes a passarem a reconhecer a participação de agentes
públicos como facilitadores deste crime. Hoje, segundo o ofício, eles
acabam julgados fora de contexto, na esfera da corrupção, e desta forma,
não são punidos como deveriam. —
Não existem essas organizações criminosas sem que haja corrupção
—completa Stella. — É um problema que não é novo e não é só do Brasil.
Se não combatermos os facilitadores, não vamos ter resultado.
Num quarto com 12 O venezuelano D., de 59 anos, é uma dessas vítimas. Em 2019, ele fez a difícil escolha de deixar a mulher e os filhos para trás e ir, com outros sete colegas, até a fronteira com o Brasil em Pacaraima, onde soube que uma empresa de transporte de cargas, a Transzape, estava recrutando imigrantes para trabalhar em sua filial em São Paulo. Após tirar os documentos no Brasil, foi até Cordeirópolis, com ajuda da Operação Acolhida, do Exército. Logo ao chegar, percebeu que havia algo errado. - Me colocaram num quarto com outros 12 estrangeiros. O cubano que veio comigo teve de morar no caminhão, porque não tinha como sua esposa e a filha pequena ficarem num quarto cheio de homem. Fui questionar os responsáveis e eles disseram que tínhamos que agradecer — relata.
No alojamento, o grupo dividia dois pães e margarina no café
da manhã. Durante todo o tempo, representantes da empresa prometiam que
as coisas melhorariam e intimidavam quem ameaçasse fazer denúncia. Ele
ficou nessas condições por um ano, trabalhando de domingo a domingo, sem
tirar folga ou receber qualquer remuneração. Dirigia sem carteira de
habilitação e ainda era cobrado por pedágios, combustível, multas e
arranhões no caminhão. — Eles diziam: “você só precisa trabalhar,
mais nada”. Vários motoristas não aguentaram e foram embora. Fiz das
tripas coração para trazer minha família , mas a situação só piorou com a
pandemia — conta D., que se juntou a mulher e filhos em Atibaia (SP).
O
GLOBO procurou a Transzape, que não retornou o contato. O Ministério
Público do Trabalho, desde maio deste ano, investiga as denúncias de
vários trabalhadores contra a empresa transportadora por irregularidades
como a descrita por D. O GLOBO apurou que o inquérito surgiu após uma
visita do MPT e do Ministério do Trabalho e Previdência à matriz da
empresa em Tubarão, Santa Catarina, que também havia sido alvo de
reclamações.
Questionada sobre o tratamento dado aos migrantes venezuelanos pela
Operação Acolhida, a Casa Civil do governo federal afirmou que levanta o
histórico das empresas antes de repassar as vagas e os responsáveis são
obrigados a assinar uma declaração de que não compactuam com a
exploração de mão de obra em condições análogas à escravidão. Ainda
segundo a pasta, ao chegar, eles são orientados a procurar a rede de
assistência social local, caso tenham qualquer dificuldade. A Casa Civil
reforça que as fiscalizações são periódicas.
Enganados por parente Entre processos levantados pela ONU, há casos de exploração do trabalho e sexuais. Uma família de três bolivianos foi mantida num quarto sem ventilação em São Paulo, com outras pessoas, e obrigada a trabalhar por até 13 horas por dia costurando roupas em troca de R$ 0,50 a R$ 2 a peça. Durante a investigação, descobriu-se que o acusado era parente dos bolivianos, o que seria agravante da pena. Em outro caso, mulheres eram levadas do Acre para a Bolívia para prostituição e acesso facilitado à faculdade de medicina. As jovens passaram anos em cativeiro, trabalhando para o dono de uma boate identificado por elas como Dom Marcos.
Intervenção do presidente na cúpula da Defesa na véspera deixou a tropa apreensiva
A data era emblemática,o 57º aniversário do golpe militar, e a intervenção do presidente na cúpula da Defesa na véspera deixou a tropa apreensiva. Enquanto o governo Jair Bolsonaro agia rápido nesta quarta-feira, dia 31, em Brasília, para apresentar novos os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, no restante dos quartéis, oficiais generais tentavam distensionar a caserna. Eles convocavam a tropa para mandar recados diretos aos seus subordinados e acalmar os ânimos.
Gabriela Biló/Estadão
A mobilização do generalato revela que houve, sim, preocupação nas Forças Armadas com o incômodo na base militar gerado pela inédita demissão dos comandantes das três forças, na sequência da queda do ministro da Defesa.
A convocação dos militares foi feita enquanto, no Ministério da Defesa, o general Braga Netto, “interventor” de Bolsonaro na pasta, entrevistava generais, almirantes e brigadeiros de quatro estrelas, indicados pelas forças seguindo critérios de antiguidade. Braga Netto almoçou com alguns deles. Mas, nos quartéis, o efetivo não sabia o que esperar do chamado.
Após as conversas, o ministro levou as listas com sua indicação preferencial ao presidente Jair Bolsonaro à tarde, no Palácio do Planalto. Bolsonaro referendou os sugeridos, e todos posaram para uma foto. Logo, o ministério convocou a imprensa para apresentar os novos comandantes.
Longe de Brasília, comandantes convocaram as tropas para tranquilizá-las sobre as demissões na cúpula das Forças Armadas. Um dos exemplos se deu em Boa Vista (RR), onde general de Divisão Antônio Manoel de Barros, comandante da Operação Acolhida, falou ao contingente, num pátio militar quase ao mesmo tempo do anúncio do novo comando. Desde cedo, ele convocara os militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para permanecerem no quartel após o expediente. Desejava mandar um recado, o que gerou especulações.
Houve quem suspeitasse que o general pretendia ler a “Ordem do Dia” sobre 1964 ou que pregaria alinhamento ao governo Bolsonaro. Mas quem ouviu o discurso disse que Barros foi “sóbrio”. Como a maior parte do contingente da Acolhida é deslocada pelo Exército, o general Barros dirigiu-se mais a eles, e disse que “entendia” que entre seus subordinados muitos poderiam estar “chateados” com a demissão do ex-comandante Edson Leal Pujol. Ponderou que Bolsonaro exerceu uma prerrogativa presidencial.
E reforçou o discurso corrente entre os generais de que as Forças Armadas são instituições de Estado e sabem seu papel constitucional. Por fim, parafraseou o vice-presidente Hamilton Mourão para dizer que tudo permanece dentro da normalidade e da legalidade: “Segue o baile”. O anúncio dos comandantes trouxe surpresas. Bolsonaro recebeu recados para privilegiar o critério de antiguidade. Mas não nomeou os mais experientes de cada força.
Na Marinha, o escolhido foi o almirante Almir Garnier Santos. Ele era considerado favorito nos bastidores do governo, embora fosse ligado ao ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, recém-demitido. Garnier possui trânsito no Palácio do Planalto (a mulher e um filho têm cargos comissionados) e um histórico de serviços a diferentes ministros da Defesa, desde o governo Dilma Rousseff. Na base da tropa, o nome mais cotado era o do almirante mais antigo, Alípio Jorge. Era dado como certo nos grupos de WhatsApp da Marinha. Atualmente no Comando de Operações Navais, ele é tido como “faca cega”, um jargão para um comandante muito rigoroso.
No Exército, o Planalto chegou a indicar preferência pelo comandante militar do Nordeste, Marco Antônio Freire Gomes. Um oficial da equipe da Defesa a par das costuras disse que ele foi descartado por ser “muito novo” no Alto Comando, o que poderia gerar insatisfações e pedidos de aposentadoria, desencadeando uma série de mudanças administrativas e promoções. Já o general José Freitas, do Comando de Operações Terrestres, é tido como inflexível e durão. No meio político, parlamentares com trânsito na Defesa apostavam no general Décio Schons, novo integrante da reserva, também preterido.
O general Paulo Sérgio surpreendeu por ter pregado o distanciamento social e previsto uma terceira onda da covid-19, em entrevista ao jornal Correio Braziliense. Embora não fosse do gosto de Bolsonaro, as declarações não tiveram o peso de impedir sua escolha. Segundo oficiais, ele tem empatia com a tropa, liderança e é flexível. Por isso, era o primeiro da lista de Braga Netto.
Na Força Aérea, o brigadeiro Baptista Júnior, antes do Comando de Apoio, era o favorito e o segundo mais antigo no Alto Comando. Ele é filho do ex-comandante Carlos de Almeida Baptista (1999-2003). Entre pai e filho, só três outros brigadeiros passaram pelo Comando da FAB.O pai de “BJ”, como o novo comandante é conhecido, foi nomeado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também durante uma crise no meio militar – o tucano vivia embates com a Aeronáutica e demitiu dois brigadeiros de quatro estrelas do comando da FAB: Mauro Gandra e Walter Brauer. O pai do novo comandante da FAB também presidiu o Superior Tribunal Militar e teve atuação marcante. Foi o responsável por autorizar a reabertura das investigações do atentado à bomba no Riocentro, em 1981, durante o regime militar.
Não é fácil escrever artigos em tempos de pandemia. Os fatos
são dinâmicos e nos ultrapassam. Eles são graves e tornam irrelevantes
os nossos critérios de importância. Romances como A Peste, de Camus, apesar de escrito em 1947, conseguem
tratar de temas universais como solidariedade e sentimentos mesquinhos
envoltos na condição humana. Era interessante e até risível a velha tese
da teoria do caos: tudo no universo está interligado e o bater de asas
de uma borboleta altera o mundo. Se se substituir a borboleta por um
morcego que acabou comido por um pingolim, por sua vez comido por um
homem, foi um bater de asas que não só alterou o mundo, mas o fez de
forma profunda e definitiva. Quem diria que somos tão frágeis e toda a arrogância da civilização
humana não é mais que ilusão passageira. Não há tanto espaço para
lamentações. É preciso definir o que importa. Claro que o fato de o
presidente da República ser um ignorante tem um peso. Isso será
resolvido a seu tempo. No momento é preciso esquecê-lo em nome do
essencial: que fazer? As fronteiras estão se fechando na Europa e na América Latina. Vamos
fechar as nossas? [Graças a DEUS estão fechadas, ainda que haja muitas exceções, mas é tudo questão de tempo - começo pela Venezuela no dia 18 p.p., ] Todos os casos vieram da Europa e dos EUA. Algumas
fronteiras que conheço são bastante porosas. Mesmo fechando-as, vai
passar muita gente. A primeira é a fronteira com a Venezuela, em Pacaraima. O sistema de
saúde bolivariano entrou em colapso há muito tempo. Com isso tensiona a
Colômbia e o Brasil. Roraima está no limite. Quando vejo centenas de
pessoas atravessando a fronteira colombiana usando máscaras, imagino que
muitos virão também para o Brasil. A Venezuela ainda não foi atingida seriamente pelo coronavírus. Mas o
simples aumento do fluxo, neste momento, merece atenção especial. Antes
da Operação Acolhida e da organização de abrigos, as condições
sanitárias nas ruas de Pacaraima eram preocupantes. Mesmo com abrigos,
ainda havia muita gente na rua. Outra fronteira porosa é com a Guiana Francesa. É fácil atravessar o
Rio Oiapoque. Os franceses já fecharam o comércio. Que tipo de controle o
lado brasileiro pode instalar? São regiões distantes e o vírus ainda
não apareceu com força por lá. Há tempo de preparação. O coronavírus precipitou um movimento que já era irreversível: a
passagem para o virtual. O ministro Mandetta afirmou que iria usar a
telemedicina. Isso é essencial até na vida cotidiana dos brasileiros. Em
tempo de pandemia, entretanto, abrem-se muito mais possibilidades do
que simples contato virtual entre médico e paciente. No Brasil há 235 milhões de smartphones em uso. Sua existência abre
inúmeras oportunidades criativas. Na China e na Coreia do Sul os
aplicativos monitoram a temperatura dos usuários. Em Israel os pacientes
em casa também estão sendo monitorados. O complexo processo de vacinação anual contra a gripe poderia ser
feito com mais segurança com o uso de aplicativos. Seria mais fácil
saber os pontos de vacinação, farmácias incluídas, e até sua
disponibilidade momentânea, isto é, o número de pessoas na fila. Apesar
dos transtornos das fake news, do distanciamento físico das pessoas, o
mundo virtual oferece muitas possibilidades de ajuda. Naturalmente, o governo – a parte do governo que considera o
coronavírus um problema – busca saídas. Mas o potencial criativo da
sociedade nesse campo é muito maior. Como canalizá-lo e extrair suas
possibilidades é tarefa a ser pensada. No momento, o potencial está
concentrado em convencer as pessoas de que estamos diante de uma
situação muito séria. Isso está sendo feito também pela imprensa séria e
pelos cientistas que aparecem nela. Outra questão, que deveria interessar à esquerda, é a desigualdade de
riscos. Nem todos podem isolar-se. Nem todos podem lavar as mãos. Já
mencionei o problema do saneamento em artigo aqui, no Estadão, que
procurava pensar além do coronavírus. Não há tempo para resolver o
problema do saneamento em médio prazo, quanto mais no auge de uma crise.
Mas parte do dinheiro que se vai gastar deveria ser usada para garantir
água limpa às comunidades que não a têm. E álcool gel gratuito. Da mesma forma, enquanto o transporte de massas estiver funcionando
será necessário um debate sobre a redução dos riscos entre os usuários.
Novos horários, aumento de frequência da limpeza, limitação do número de
passageiros, distribuição de álcool gel, há um longo caminho para
reduzir os riscos dos que precisam trabalhar. Aliás, a discussão sobre o emprego do dinheiro de ajuda do governo
deveria ser mais ampla. Em quase todos os países há um destaque para
ajuda às pequenas empresas. Nos EUA prevê-se um cheque de mil dólares
para cada pessoa. Em vez de estarem discutindo se o dinheiro do Orçamento vai para o
governo ou para o Congresso, o único tema possível hoje é admitir que
ele deve ser todo dirigido ao combate ao coronavírus e como será
distribuída a parte destinada a atenuar os efeitos negativos na
economia. [seria exemplar se todo o dinheiro destinado ao Fundo Eleitoral - desperdício, dinheiro jogado fora - fosse destinado ao combate ao coronavírus. Em tempos de internet, os candidatos podem se virar na difusão das suas ideias sem tirar dos brasileiros - sempre os mais prejudicados são os mais carentes, os necessitados. Seria um bom começo.] O mundo político brasileiro está diante de um grande desafio. Não
importa a plataforma em que se vai mover, o fundamental é que tente dar
respostas. Incluída a única pergunta sensata que Bolsonaro conseguiu
formular em toda esta crise:como amparar os trabalhadores informais. Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista Artigo publicado no Estadão em 20/03/2020
Convocação de Bolsonaro para protestos irrita Congresso e STF
[que resta aos irritados? Aceitar. Faz parte da democracia, tão decantada em prosa e verso. E tem sempre o ditado popular:"QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME!"
Ser Presidente da República não implica em abdicar da condição de cidadão.]
Em Boa Vista, Bolsonaro chama a população para as manifestações do dia 15 de março e diz que político que tem medo de movimentos de rua " não serve para ser político".
Cúpulas de Legislativo e Judiciário se indignam com o gesto
O presidente Jair Bolsonaro convocou, no sábado (7/3), emBoa Vista, a população a comparecer às manifestações marcadas para 15 de março. Segundo ele, “político que tem medo de movimentos de rua não serve para ser político”.
Antes de seguir para a Flórida,
ele realizou uma escala de 1h30 na capital de Roraima, onde se
encontrou com políticos locais para tratar detemas de interesse do
estado — como a demarcação e o garimpo em terras indígenas, a retomada
da obra do Linhão de Tucuruí e a Operação Acolhida, que visa receber
refugiados venezuelanos. Bolsonaro postou um trecho do encontro nas
redes sociais e garantiu que o ato não visa a atacar o Congresso ou o
Judiciário, apesar de as cúpulas do Legislativo e Judiciário e os tribunais terem
reagido irritadas, segundo interlocutores.
“Não é fácil. Já levei 'facada no pescoço' dentro do meu gabinete de
pessoas que só pensam nelas, não pensam no Brasil. Essa é uma grande
realidade. Dia 15 agora, tem um movimento de rua espontâneo. É um
movimento espontâneo, e o político que tem medo de movimentos de rua não
serve para ser político. Então, participem. Não é um movimento contra o
Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil, é um
movimento que quer mostrar para todos nós — presidente, poder Executivo,
poder Legislativo, poder Judiciário — que quem dá o norte para o Brasil
é a população”.
Em um outro trecho, Bolsonaro afirmou que
o ato é muito bem-vindo. “Nós estamos submissos à lei. Como diz o
artigo 5º, todos podem se reunir pacificamente, bastando apenas
comunicar à autoridade competente. Participem e cobrem de todos nós o
melhor para o Brasil. Nós temos obrigação de atendê-los. Não é favor da
nossa parte. Ninguém tem que se preocupar. Quem diz que é um movimento
popular contra a democracia está mentindo, e tem medo de encarar o povo
brasileiro”, concluiu.
A nova manifestação de Bolsonaro irritou os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), além do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Dias Toffoli. Segundo fontes que preferiram o anonimato, os três não
esconderam o descontentamento com a exortação, que classificaram como
inadequada. O senador conversou com o chefe do Judiciário e teriam
alinhavado que, caso rebatessem a conclamação do presidente da
República, o fariam conjuntamente. Mas, à noite, Toffoli descartou o posicionamento a quatro mãos — disse que o papel da Corte é “mediar e pacificar”. [Alcolumbre! aproveite e na manifestação conjunta insira um parágrafo explicando como foi possível, na sua eleição para a presidência do Senado Federal, tendo o Brasil 81 senadores, o resultado ter sido 82 votos. Quanto a conveniência da conjunta, lembrem-se que não fica bem os Poderes Judiciário e Legislativo, por seus ilustres chefes, se posicionarem contra uma manifestação democrática e assegurada pela Constituição.] Cortina de fumaça
Lideranças na Câmara dos Deputados também
reagiram à convocação do presidente e classificaram-na como uma
tentativa do governo de criar uma “cortina de fumaça” para o desempenho
ainda baixo do crescimento econômico do país. “Acho que o presidente, em
vez de insuflar manifestações, deveria estar construindo condições para
concentrar os esforços na solução do que realmente interessa”, avaliou o
líder do Democratas na Câmara, Efraim Filho (PB).
Dois membros da Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela
desertaram e pediram refúgio no Brasil, em meio à tensão nas fronteiras
por conta da tentativa de entrada de ajuda humanitária.
Segundo o coronel do Exército brasileiro Georges Feres
Kanaan, os dois militares chegaram em Pacaraima na noite deste sábado
(23) e estão alojados em um abrigo para refugiados. Eles são os
primeiros membros da Guarda Nacional Bolivariana a fugir para o Brasil –
a Colômbia contabiliza pelo menos 61 desertores desde sábado.
“Estamos aqui no posto de triagem da Operação Acolhida, e
ontem à noite dois militares da guarda nacional venezuelana se
apresentaram como refugiados”, disse Kanaan, coordenador-adjunto da
operação de acolhimento de refugiados venezuelanos, ao portal G1.
Os militares estavam desarmados e cruzaram a fronteira a
pé. No último sábado, ao menos três civis morreram em confrontos em
Santa Elena de Uairén, a 15 quilômetros da fronteira brasileira, por
causa da resistência do regime de Nicolás Maduro em permitir a entrada
de ajuda humanitária.