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domingo, 19 de março de 2017

Churrasco no Brasil em tempos da maldita herança do PT

Olha o povo no grupo...

" Sobre o escândalo dá carne só me resta um pedido: Que Deus ilumine o dono dá AmBev para que ele seja uma pessoa honesta, senão lascou..."

Churrasco receita maldita herança PT:

Final de semana chegou, vamos fazer churrasco de papelão: 


" Venho aqui a público,  pedir desculpas à Schin, Itaipava, Kaiser, etc. por todas as vezes que as culpei de ter passado mal após os churrascos. A culpa sempre foi da carne."

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Após colaborarem com a Justiça, condenados na Lava-Jato cumprem pena em espaços luxuosos



Delatores têm quadras de tênis e piscinas à disposição em condomínios
Longe da superlotação e do desconforto, uma casa de quatro quartos, pintada em tom sóbrio, entre o vermelho e o marrom, é o cárcere de um ex-executivo daquela que já foi a maior empresa brasileira em valor de mercado. Ali perto, dentro do mesmo condomínio reservado em Itaipava, na Região Serrana do Rio, quadras de tênis, baias para cavalos, um clube, dois restaurantes um exclusivo para proprietários e seus convidados — e seguranças circulando vinte quatro horas compõem a infraestrutura, considerada a melhor entre os empreendimentos da área.

Preso na natureza. O condomínio onde mora Paulo Roberto Costa ocupa 3,5 milhões de metros quadrados - Marco Grillo / Marco Grillo

Em busca de discrição, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e primeiro delator da Operação Lava-Jato, não é visto com a frequência de antes, mas pode circular de segunda a sexta, entre 6h e 20h — o regime semiaberto exige recolhimento nos fins de semana. Na vizinhança — 180 casas ocupam os 3,5 milhões de metros quadrados da área total —, um imóvel com mil metros quadrados de área construída está à venda por R$ 14 milhões. Outras propriedades disponíveis para compra oscilam entre R$ 2,5 milhões e R$ 7,5 milhões nenhuma casa pode ser inferior a 200 metros quadrados, por determinação da convenção.  — O único problema de morar aqui é que a Polícia Federal aparece de vez em quando — ironiza um morador.

Paulo Roberto é um dos 56 executivos, operadores, empresários e políticos que já firmaram acordos de delação premiada. Ele inaugurou a série de colaborações, em 2014, e provocou uma reação em cadeia. Em seguida, o doleiro Alberto Yousseff revelou mais detalhes do esquema bilionário de desvios da Petrobras. 

A cada nova informação, novas fases da Lava-Jato, mais ações e prisões, em um processo ainda sem data para terminar.

Em acordo com o Ministério Público Federal e a Justiça, o ex-diretor da Petrobras, condenado em sete ações penais na Lava-Jato, foi beneficiado com uma forma mais generosa de cumprir as penas.  

As informações reveladas na delação transformaram a prisão na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, em prisão domiciliar; após um ano, no fim de 2015, migrou para o regime semiaberto.

Com taxa média mensal de R$ 1.500 de condomínio (o consumo de água, cujo pagamento é individualizado, pode reduzir ou elevar o valor), Paulo Roberto ainda não desfruta liberdade total, mas pode aproveitar o luxo que o condomínio oferece e a tranquilidade das ruas de Itaipava.

PRISÃO COM VISTA PARA O MAR
O distrito de Petrópolis também foi escolhido por Nestor Cerveró, outro ex-diretor da Petrobras condenado na Lava-Jato. Há nove dias, cumpre prisão domiciliar em um condomínio também isolado, menos luxuoso que o de Paulo Roberto. Um campo de futebol, nove casas — o caseiro ocupa uma delas — e um lote vazio compõem o cenário. Os terrenos têm por volta de dois mil metros quadrados, e o tamanho dos imóveis gira em torno de 200 metros quadrados.

Os proprietários estão na faixa dos 70 anos, segundo um dos donos de imóvel na área, e são reservados. Os encontros entre eles costumam acontecer uma vez por ano, para escolher o administrador do local. Cerveró foi beneficiado pelas revelações da delação explosiva, em que afirma, inclusive, que a presidente afastada, Dilma Rousseff, sabia das irregularidades no processo de compra da refinaria de Pasadena.

A tentativa de evitar a delação de Cerveró levou o ex-senador Delcídio Amaral para a cadeia — mais tarde, Delcídio também entrou na lista de colaboradores — e a uma extensa apuração sobre uma eventual obstrução da Justiça. Antigo parceiro de negócios de Cerveró, Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na Petrobras, vive em outro endereço nobre. No lugar do verde que rodeia as residências dos ex-diretores da estatal, aparece a extensão do mar da Barra, visto da cobertura de 800 metros quadrados no Posto 5 — corretores especializados no mercado de luxo avaliam o imóvel em R$ 10 milhões.

Baiano está em prisão domiciliar e não pode sair do condomínio, mas tem autorização judicial para circular pelo espaço, que conta com três quadras de tênis, piscina, espaço gourmet, salão de jogos e uma intensa vida social — uma concorrida festa junina aconteceu no local no último fim de semana.

Na manhã da última terça-feira, O GLOBO flagrou o momento em que Baiano, de camisa polo listrada e calça jeans, deixava a portaria do edifício Vieira Souto — os prédios levam o nome de ruas da Zona Sul. — Não sei dizer se ele circula com frequência — interrompeu um dos seguranças da área, orientado a não deixar ninguém incomodar o morador célebre.

Fonte: O Globo


sábado, 15 de agosto de 2015

O Petrolão, o sr. Itaipava e a campanha de Dilma

Documentos mostram que o empresário Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis e amigo do ex-presidente Lula, se tornou um dos principais financiadores das eleições de Dilma e do PT depois de receber propinas do esquema que desviou bilhões da Petrobras

Quando terminar o rastreamento da propina de US$ 15 milhões paga pelo ex-executivo da Toyo Setal, Júlio Camargo, ao esquema do Petrolão, os procuradores da Operação Lava Jato chegarão à mais forte conexão encontrada até agora entre os desvios ocorridos na Petrobras e as campanhas eleitorais do PT e da presidente Dilma Rousseff em 2010 e em 2014. 

Documentos obtidos por ISTOÉ mostram pela primeira vez desde o início das investigações o envolvimento de um empresário que nada tem a ver com empreiteiras ou com o setor de óleo e gás como beneficiário do Petrolão. Trata-se de Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis -- que produz a cerveja Itaipava – e amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os documentos mostram que Faria se tornou um dos maiores financiadores das campanhas de Dilma depois de receber propina do Petrolão em uma conta na Suíça. Na disputa eleitoral do ano passado, Faria destinou R$ 24,8 milhões para o PT e seus aliados. 

Para a conta da então candidata Dilma Rousseff foram remetidos R$ 17,5 milhões em um intervalo de apenas cinco dias, entre 29 de setembro e 3 de outubro. São valores que fizeram da cervejaria sediada em Boituva (SP) a quarta maior financiadora da campanha da presidente, com R$ 10 milhões a mais do que foi doado pela Ambev, a gigante do setor de bebidas, e atrás apenas de potências empresariais como o Grupo JBS, a Andrade Gutierrez e a OAS. Segundo membros do Ministério Público Federal em São Paulo ouvidos por ISTOÉ na última semana, o fato de não estar ligado a obras da Petrobras e nem ao setor de petróleo indica que Faria pode ter atuado como intermediário para levar às campanhas parte dos bilhões desviados da estatal. Um elo fundamental em todo o esquema, que vem funcionando desde 2006 e envolve uma complexa movimentação financeira que passa por contas e empresas na Suíça, em Montecarlo e no Uruguai. 

Para os procuradores ouvidos por ISTOÉ, o fato de a Cervejaria Petrópolis se tornar um dos maiores financiadores das campanhas de Dilma e do PT é parte de um milionário tomá-la-da-cá nada republicano. No ano passado, dias antes de destinar uma parcela de R$ 5 milhões para a campanha da reeleição de Dilma, o Sr. Itaipava, como Faria é conhecido no meio político, obteve benesses do Banco do Nordeste impensáveis em uma operação normal. No começo de 2013, Faria conseguiu um empréstimo de R$ 375 milhões no BNB para construir uma fábrica na Bahia. Como sua empresa acumulava dívidas de aproximadamente R$ 400 milhões com a Receita, o BNB exigiu que Faria apresentasse como garantia uma carta-fiança de outro banco, o que representa um custo anual que pode chegar a 3% do total do empréstimo. O Sr. Itaipava reclamou muito, mas acabou aceitando. Em abril de 2014, o mesmo BNB, com as mesmas condições, disponibilizou mais R$ 452 milhões ao cervejeiro, para a construção de uma unidade em Pernambuco. Em setembro de 2014, a direção do banco mudou e apadrinhados da presidente Dilma e do então governador baiano, Jaques Wagner, assumiram o comando. 


Com a mudança, em apenas 24 horas Faria conseguiu se livrar das cartas fianças e apresentar garantias que, segundo analistas, jamais seriam aceitas por um banco privado. “Como alguém que carrega uma dívida de R$ 400 milhões com a Receita consegue tanto privilégio de um banco público?”, questiona o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). É provável que a resposta esteja nas relações políticas. No ano passado, além de se tornar a quarta maior doadora da campanha presidencial de Dilma, a Cervejaria Petrópolis foi, na Bahia, a principal financiadora da campanha do governador petista, Rui Costa, sucessor de Jaques Wagner. Segundo os registros do TSE, a Cervejaria de Faria repassou R$ 6,2 milhões para a campanha do governador, R$ 2 milhões a mais do que a OAS, a segunda maior fornecedora de recursos para o PT baiano.

 (...)
A LIGAÇÃO COM O PETROLÃO
A força-tarefa da Operação Lava Jato vai chegar ao Sr. Itaipava assim que detalhar as investigações sobre a delação premiada do executivo Júlio Camargo. Para vencer a disputa pelo afretamento do navio-sonda Petrobras 10000, em 2006, Camargo pagou US$ 15 milhões de propina. O juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato já sabem que o dinheiro foi depositado pela Piemont Investment Corp., uma empresa offshore de Camargo localizada no Uruguai, em diversas contas no exterior, todas elas indicadas por Fernando Baiano (apontado como lobista do PMDB) e Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional da estatal. “Fernando e Cerveró indicavam as contas que deveriam receber o dinheiro, mas não sei a quem elas pertencem”, disse Camargo na delação feita para a equipe do procurador Deltan Dallagnol. 

Os documentos agora revelados mostram que a conta que ficou com a maior parte do dinheiro foi a Headliner Limited. Sediada em Lugano, na Suíça, em apenas oito meses a Headliner recebeu US$ 3 milhões de Camargo. Foram três depósitos de US$ 500 mil e um de US$ 1,5 milhão. A conta Headline, segundo os extratos bancários e declarações de renda obtidos por ISTOÉ, pertenceria a Walter Faria (leia quadro na pág.32). Apesar das evidências, na sexta-feira 14 Faria afirmou à ISTOÉ que não é o dono da conta.

 A movimentação financeira registrada na Suíça revela que além de receber as propinas provenientes do Petrolão, a conta Headliner era corriqueiramente abastecida com recursos depositados pela Zucchetti International LTD, por intermédio do banco BSI, em Montecarlo. Normalmente eram feitas transferências de US$ 4 milhões. A Zucchetti também pertence a Faria, como comprova sua declaração de renda entregue à Receita Federal no início deste ano. “Parece evidente que Walter Faria fazia uma constante movimentação entre contas tentando dificultar o rastreamento de dinheiro de origem ilegal, seja por pagamentos de propinas, seja por sonegação ou outros delitos contra o sistema financeiro nacional”, disse à ISTOÉ um procurador da República em São Paulo que teve acesso a parte dos documentos e que já investigou empresas ligadas ao Sr. Itaipava.

(...)

Para não deixar vestígios sobre o recebimento do dinheiro desviado da Petrobras no esquema do Petrolão, em 2009 Walter Faria encerrou a conta Headline. A operação, porém, deixou rastros que, segundo procuradores ouvidos por ISTOÉ, apenas confirmam a propriedade da conta na Suíça. Os documentos mostram que em 3 de junho de 2009 a Zucchetti, empresa de Montecarlo registrada no Imposto de Renda de Faria, transferiu US$ 24,085 milhões para uma outra empresa chamada Gendell Corp. Uma semana depois, a Gendell repassou US$ 24 milhões para a Headliner e US$ 85 mil para a Vale Frondoso S.A, no Uruguai. Em 17 de junho, a Headliner e a Gendell repassaram o saldo que possuíam para a Vale Frondoso. O que dá aos procuradores a certeza de que todo o dinheiro movimentado pertence ao Sr. Itaipava é um documento datado de 11 de novembro de 2010. 

Trata-se de um pedido de crédito de US$ 80 milhões feito pela Vale Frondoso junto ao banco BSI, na Suíça. O documento é assinado por Walter Faria. “Está provado que Walter Faria é dono da conta que recebeu dinheiro do Petrolão e que depois disso ele promoveu uma série de manobras bancárias na Suíça e no Uruguai com o objetivo de dificultar qualquer rastreamento sobre os recursos não declarados”, avalia o procurador da República em São Paulo que teve acesso á documentação. Nas próximas semanas, a força tarefa da Operação Lava Jato começará a receber os dados sobre as contas no Exterior que receberam a propina paga por Júlio Camargo. Certamente terão acesso a toda a movimentação feita pela Headliner e Faria deverá ser convocado para dar explicações.

Ler na íntegra.....................IstoÉ

FOTOS: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress, Carol Garcia/GOVBA; Wagner Ramos, Ricardo Borges/Folhapress; Vladimir Platonow/Agência Brasil, MARCELO PRATES/HOJE EM DIA/AE