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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Ninho de ratos no Peru: Congresso, presidentes e Supremo - Veja - Vilma Gryzinski

Blog Mundialista - Veja

Da cadeia, uma quase presidente, Keiko Fujimori, comanda o caos e o choque aberto entre poderes e instituições que não funcionam está instalado


Imaginem um país em que ordens políticas vitais emanam da cadeia, o povo está revoltado com o Congresso e o Supremo Tribunal, a corrupção patrocinada por uma grande construtora envenena as instituições e ninguém sabe quem é o presidente. [tranquilizem-se: este seria o cenário ideal para o presidiário petista mas, não é, não se trata do Brasil e sim do Peru.
No Brasil as ordens do presidiário só são cumpridas pelos petistas mais fanáticos, uns poucos, entre eles Gleisi Hoffmann.]
 
Isso que ainda nem chegamos no cerne dos problemas do Peru, onde o Congresso foi dissolvido, mas a ala política dominante não aceitou e tentou virar o jogo.  Martín Vizcarra, presidente ou ex-presidente, dependendo da ótica – sendo que nem tinha sido eleito para o cargo, assumindo-o na condição de vice – não precisou de um soldado e um cabo para dissolver o Congresso porque tinha muito mais: o apoio explícito, com foto e tudo, dos comandantes das Forças Armadas e da polícia.   Também não era um golpe de mão, apesar da gravidade da iniciativa. Haveria, ou haverá, sabe-se lá no momento, novas eleições.

O Congresso, onde fujimoristas e outros partidos de direita são majoritários, foi dissolvido porque estava tentando uma esperteza: nomear membros do Tribunal Constitucional, o equivalente ao Supremo Tribunal.  é o fim do ano, nomearia seis juízes. No Peru, o cargo não é vitalício.  Surpresa, surpresa. O Tribunal Constitucional tem importantes decisões a tomar sobre o caso Odebrecht, a construtora brasileira que, em combinação com o apenado e influencer de Curitiba, exportou para o Peru o modelo aparentemente perfeito de corrupção.
Sob o controle da Força Popular, os novos integrantes do tribunal seriam simpáticos a Keiko Fujimori.
Quase eleita presidente duas vezes, ela está presa preventivamente há um ano por lavagem de dinheiro e recebimento de contribuições não declaradas.  A construtora brasileira dava dinheiro a todos os candidatos, para não ficar a descoberto com nenhum deles.

Também foi beneficiado o candidato que derrotou Keiko por pequena diferença, Pedro Pablo Kuzscynski, em prisão domiciliar por idade e doença cardíaca.  PPK queimou o filme quando indultou Alberto Fujimori, envolvido em crimes mais graves de corrupção e repressão descontrolada, envolvendo inocentes, no combate ao brutal e assassino grupo maoísta Sendero Luminoso.
O problema de Kuzscynski, um economista de reputação internacional que voltou ao Peru para salvar o país e foi engolido por ele, era o mesmo que está provocando o caos atual: a oposição fujimorista impedia que governasse.
O indulto a Alberto Fujimori talvez desimpedisse o caminho, mas isso nunca será provado.  PPK acabou sendo obrigado a renunciar, em março do ano passado.

Assumiu o primeiro vice-presidente Martín Vizcarra, que tentou sua própria manobra, também sem sucesso. No lugar dele, prestou juramento perante o Congresso, sem que isso garanta sua legitimidade como presidente interina, a segunda vice-presidente, Mercedes Araóz.  Economista bem falante e bem alinhada, pelos padrões latino-americanos, ela evocou como motivo da resistência o fechamento do Congresso decretado por Alberto Fujimori, um engenheiro agrícola que virou ditador, em outra das guinadas surrealistas do Peru.

Ela lembrou, nesse caso com razão, que na época, Fujimori teve 90% de aprovação popular. Da mesma forma, hoje existem manifestações de apoio ao fechamento do “ninho de ratos”. Ironia das ironias: os congressistas que reagem ao fechamento e decretaram a desabilitação de Martín Vizcara são justamente os fujimoristas.
Ah, sim. Alberto Fujimori voltou para a cadeia.


 
Dessa forma, o Peru tem hoje pai e filha, importantes líderes políticos, igualmente presos; dois presidentes; um Congresso dissolvido e um Congresso que se declarou funcional e ninguém sabe que saída para essa encrenca toda.
Os ratos estão deitando e rolando.

domingo, 5 de junho de 2016

Muitas vezes o excesso de direitos humanos atrapalha que os HUMANOS DIREITOS desfrutem dos direitos humanos

Possível vitória da filha de Fujimori é ameaça ao Peru

Com economia saudável, principal preocupação dos eleitores, que vão às urnas amanhã, é com o nível de delinquência no país, sobretudo nas periferias das cidades

Na reta final das eleições peruanas, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, preso por violação de direitos humanos e corrupção, lidera as pesquisas de intenção de voto, com seis pontos percentuais de vantagem sobre o rival Pedro Pablo Kuczynski, ou simplesmente PPK. Segundo a consultoria Ipsos, um quinto dos eleitores está indeciso, o que torna o resultado imprevisível na reta final do processo eleitoral. 

O PIB peruano, revela o FMI, cresceu 3,3% em 2015 e deve avançar para 3,7% este ano. A inflação está sob controle, tendo alcançado 3,5% no ano passado, com projeção de queda para 3,1% em 2016. Já o desemprego deve permanecer estável em 6%. Num quadro como esse, a principal preocupação dos eleitores é com a insegurança, sobretudo nas periferias das principais cidades, o que tem favorecido Keiko Fujimori, que adotou o mesmo tom belicoso do pai em sua retórica contra a delinquência. Pesquisa local mostra que quase 90% da população acredita que será vítima de algum crime nos próximos 12 meses. 

Em muitos aspectos, o discurso beligerante de Keiko evoca o do pai, que em sua gestão decretou “guerra” contra a guerrilha e acabou condenado por violação de direitos humanos. [a atuação de Alberto Fujimori contra a guerrilha quando presidente do Peru foi impecável e exitosa. Condená-lo por supostas violações de direitos humanos é um comportamento quase sempre adotado pelos opositores do governante que tem êxito no combate à guerrilha e a outras formas de criminalidade.
Quanto as condenações do ex-presidente peruano por corrupção são justas. Acabar com a guerrilha e reduzir a criminalidade não autorizam nenhum presidente a ser corrupto, assaltar os cofres públicos, sem um Lula.] A candidata, de 41 anos, chegou mesmo a defender a pena de morte para pedófilos, e prometeu colocar o Exército no combate ao crime. Desde 2009, o ex-presidente Alberto Fujimori foi condenado em vários processos por corrupção e crimes humanitários, inclusive a morte de 25 pessoas, sequestros e tortura durante seu governo (1990-2000). 


 Imagem inesquecível do líder do 'sendero luminoso', grupo guerrilheiro peruano, Abimael Guzman enjaulado graças a eificência do governo de Alberto Fujimori.
Eventuais, esporádicas e necessárias ações que possam ter resultado em algum  desrespeito aos chamados direitos humanos - direitos que na maior parte das vezes significa extinguir os direitos dos HUMANOS DIREITOS - permitiram que o líder do sendero fosse preso e enjaulado como todo animal terrorista deveria ser
Embora Keiko tenha passado boa parte da campanha tentando se desvincular da imagem do pai, há temores de que a candidata possa de algum modo indultá-lo. A volta do “fujimorismo” é tida como um retrocesso perigoso, ao ponto de até mesmo a candidata de esquerda, Veronika Mendoza, terceira colocada no primeiro turno, anunciar o apoio a PPK, numa campanha de voto útil. Kuczynski também recebeu o respaldo de Lourdes Flores Nano, líder do Partido Popular Cristão. [o monstro que acabou com o Brasil é justamente a maldita esquerda.
Agora que um governo legítimo está tentando consertar o estrago feito pela esquerda, PT, Lula e Dilma à frente da destruição, cabe a pergunta: deixarão que as medidas necessárias sejam implantadas?]

Keiko, porém, possui uma boa estrutura partidária, e seu partido, o Fuerza Popular, tem maioria no Parlamento. Ela conseguiu manter uma vantagem em relação a PPK, mesmo depois de o segundo líder em sua agremiação, Joaquin Ramirez, se ver obrigado a renunciar, após autoridades peruanas anunciarem que o investigam por lavagem de dinheiro. Outros membros da coalizão de Keiko são acusados de ligação com o tráfico de drogas. 

As chances de vitória de Keiko preocupam, dentro e fora do Peru. Além do temor de uma guinada truculenta e autoritária na política, pesam igualmente os danos que o “fujimorismo” poderá causar a uma economia saudável e articulada comercialmente com países vizinhos, por meio da Aliança do Pacífico.

Fonte: O Globo - Opinião