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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Suspensa pelo STF, portaria do trabalho escravo foi editada ignorando parecer jurídico

Ministério mudou regras de fiscalização a partir de pedido de entidade do setor imobiliário

A portaria que mudou as regras sobre classificação de trabalho escravo foi editada pelo Ministério do Trabalho ignorando recomendação de parecer jurídico da própria pasta. As alterações levaram apenas dois meses para serem gestadas no governo, e foram produzidas a partir de um pedido da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) ao Ministério do Planejamento, que não tem relação direta com o tema. A portaria acabou sendo suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), mas até hoje não se tinha conhecimento sobre como o processo tramitou no governo.

No dia 10 de agosto, a Abrainc enviou ao ministro Dyogo de Oliveira um ofício pedindo mudanças nas normas do governo. A entidade alegou que o setor tem grande impacto na economia brasileira e vem sendo vítima de ações de fiscais do trabalho que confundem “ambiente de trabalho com condições precárias de higiene e saúde” com o trabalho análogo ao de escravo. A Abrainc já havia recorrido ao STF em 2014 para impedir a divulgação da lista suja, com nome das empresas flagradas em fiscalizações contra o trabalho escravo.

A entidade listou sete pedidos. Pelo menos quatro seriam contemplados dois meses depois pela portaria editada pelo Ministério do Trabalho. Entre eles a definição do conceito de "condição degradante" e a transferência para o ministro a decisão sobre inclusão de empresa na lista suja do trabalho escravo.

O pedido original da Abrainc foi analisado pela Secretária de Planejamento e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento. O setor emitiu um parecer concordando com a possibilidade de alteração nas regras. “Em que pese a Lei 10.803 trazer as hipóteses em que se configura condição análoga à de escravo, para fins penais e criminais, esta condição é frequentemente confundida com o ambiente de trabalho em condições precárias de higiene e saúde, e esse desentendimento pode levar empresas a serem incluídas, a princípio indevidamente, no Cadastro de Empregadores. Nesse contexto, entidades do setor produtivo, como a Abrainc, defendem a necessidade de que a legislação deixe mais claro o que são, particularmente, “condições degradantes de trabalho”, a fim de orientar as ações de fiscalização, evitando margem excessiva de discricionariedade na interpretação da lei", diz parecer do Planejamento, obtido via Lei de Acesso à Informação. 

O texto conclui, no entanto, que o assunto era da competência do Ministério do Trabalho, para onde o pedido foi remetido no início de setembro.  No dia 11 de outubro, a consultoria jurídica do Ministério do Trabalho deu seu aval para a edição da nova portaria. [não houve nenhuma falha por parte da consultoria jurídica do MT, haja vista que parecer NÃO É LEI e sim apenas uma opinião de um determinado órgão sobre um assunto - nada obriga a autoridade destinatária a segui-lo.]  Mas em três momentos no texto, o consultor-geral substituto de Assuntos de Direito Trabalhista, Francisco Moacir Barros, destacou que era preciso ouvir o setor envolvido diretamente na fiscalização de trabalho escravo antes de a portaria ser editada. 

Caso decidisse ignorar esse setor do ministério, a consultoria recomendava que fosse, então, produzida uma nota técnica por assessores do gabinete do ministro para justificar a edição da portaria. O processo do ministério não registra nenhuma manifestação técnica da assessoria do gabinete.


"Ressalte-se que a matéria noticiada nos autos é sensível e esses não se encontram instruídos com manifestação da área técnica administrativa competente, o que deverá ser oportunamente providenciado pelo gabinete do ministro", diz o parecer. Em outro trecho, o consultor volta a dizer que, por conta do "grau de sensibilidade social elevado" acredita que o tema tenha sido amplamente debatido, "especialmente entre os atores envolvidos". Ao final, ele repete: “reitere-se que deve ser considerada a necessidade da área técnica administrativa manifestar-se sobre a matéria, caso assim não se entenda, os autos deverão conter análise técnica-administrativa por parte da Assessoria Técnica do Gabinete do Ministro”. A portaria foi publicada no dia 16 de outubro no Diário Oficial sem a consulta prévia à área técnica.


Procurado o Ministério do Trabalho não se manifestou. A Abrainc não explicou diretamente porque procurou o Planejamento para tratar do tema trabalho escravo. Por meio de nota, a entidade sustentou que "mantém contato próximo com todos os ministérios, no intuito de colaborar com a tomada de decisões de interesse do setor e do país". "A Associação defende de forma resoluta o trabalho digno e adequado e se alinha sempre com constante melhoria das condições de trabalho. Entende que uma regulamentação adequada, clara e objetiva vem nesta direção, distinguindo as infrações trabalhistas do trabalho análogo ao escravo. Esta distinção é fundamental, já que permite que se dê foco ao seu combate, ao mesmo tempo que traz mais segurança aos investimentos de que o país tanto necessita", diz a nota da entidade.
 

De O Globo

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Ministério do Trabalho abre investigação para apurar assinatura falsificada de servidor



Caso envolve contratos de gestão de sistemas informatizados com a empresa B2T


A polêmica que envolve contratos de gestão de sistemas informatizados do Ministério do Trabalho com a empresa B2T (Business to Technology) ganhou novo capítulo. A Secretaria Executiva da Pasta mandou abrir investigação na Corregedoria sobre a suspeita de que a assinatura de um servidor, Alexandre de Freitas, diretor do Departamento de Tecnologia da Informação, foi falsificada no documento que atestou a prestação de serviços e autorizou pagamentos à empresa.

Sexta-feira (4), ÉPOCA revelou que o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), ignorou alertas da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre suspeitas de irregularidades na execução dos contratos e determinou pagamentos à empresa. O ministério afirmou que suas licitações cumprem os ritos da lei e que está cumprindo as determinações da CGU, enquanto a B2T respondeu que seus preços seguem os padrões do mercado.

No despacho que mandou investigar a suspeita, o secretário executivo do ministério, Antonio Correa, afirmou que o diretor de Tecnologia da Informação negou ter assinado o documento que atestou a prestação de serviços pela B2T: "Em reunião no dia 3/8/2017 no gabinete do ministro, o sr. Leonardo Soares, chefe de gabinete da SPPE [Secretaria de Políticas Públicas de Emprego], questionou, diante de várias testemunhas, o dr. Alexandre sobre a veracidade da assinatura, recebendo, peremptoriamente, a resposta de que ele não havia assinado".

>> Ministro do Trabalho mandou pagar contrato suspeito de irregularidades

segunda-feira, 12 de junho de 2017

A farra de Paulinho

Ministério Público investiga esquema de concessões irregulares de registros sindicais no Ministério do Trabalho. No comando, um velho conhecido

Há três anos, ISTOÉ vem denunciando a existência de uma indústria de criação de sindicatos no Ministério do Trabalho. Além de produzir o milagre da multiplicação de entidades, a pasta deu guarida a um balcão de negócios por trás da concessão de cartas sindicais. A farra pode ter sido estancada, mas grupos comandados por velhos conhecidos do mundo sindical permanecem em atividade. O Ministério Público Federal recebeu recentemente uma série de denúncias de que algumas entidades haviam furado a fila da homologação dos sindicatos graças à ajuda de servidores do próprio ministério. Como não há almoço grátis na capital federal, esses agentes públicos seriam bem recompensados.

Com base nas denúncias, o MPF resolveu promover um pente-fino nos pedidos de registros de sindicatos e descobriu coisas do arco da velha. Um dos operadores do esquema seria o secretário nacional de Relações de Trabalho do ministério Carlos Cavalcante de Lacerda. O secretário é ligado ao deputado Paulinho da Força (SD-SP). 

Na gestão de Carlos Lupi, Paulinho era um dos pontas-de-lança da indústria de sindicatos. Representante da Associação Nacional dos Servidores Efetivos das Agências Reguladoras, Tiago Botelho, que tenta desde 2009 obter o registro sindical, disse à ISTOÉ que a homologação da sua entidade não ocorreu porque ele não topou fazer “o jogo” de Carlos Cavalcante de Lacerda. “Os emissários do Carlos quiseram que a gente entrasse no esquema, mas eu não jogo. Sempre (vêm com) uma conversa estranha: o que você pode fazer pela gente?”, conta ele. Os procuradores já tomaram depoimento de Carlos de Lacerda, que evidentemente negou tudo.

Fura-fila sindical
O Ministério Público Federal (MPF) quer saber qual a mágica que o PPR-SP ligado a restaurantes, empresas e comércio usou para ter o registro homologado pelo Ministério do Trabalho primeiro que outros 374
pedidos que estavam na frente


• Segundo denúncia enviada ao MPF, o PPR-SP protocolou pedido em 26 de dezembro do ano passado e seu pedido foi deferido em 24 de março deste ano
• Na Consulta Cronológica de Distribuição de Processos, dá para ver que havia pedidos feitos desde fevereiro do ano passado, como os da Sinticel, Sindeconbesp e Simted
• Mas o registro do PPR-SP acabou saindo na frente dos demais. Em 24 de março deste ano, o Diário Oficial da União trouxe a publicação do ato de homologação.

 Fonte: Isto É


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Trabalho escravo


Lista suja do trabalho escravo tem que voltar a ser divulgada

A lista com empresas flagradas com práticas análogas à escravidão deixou de ser divulgada pelo governo brasileiro. A última apresentação aconteceu em 2014, como mostrou o “Bom Dia Brasil”. Conhecer os empregadores que praticam esse crime ajudou a limpar a cadeia produtiva brasileira e trouxe resultados comerciais. A lista tem que voltar a ser divulgada.

Além de ser uma vergonha, o trabalho escravo também gera prejuízo comercial. Outros países deixam de comprar o produto brasileiro porque aqui se pratica esse crime. A divulgação da lista inibiu os criminosos. Houve um movimento grande, inclusive de supermercados, para não comprar de empresas que usam trabalho escravo. Fornecedores foram pressionados a fazer o mesmo. Os mercados para as empresas criminosas foram se fechando. O representante da Organização Internacional do Trabalho conta que o empregador temia mais a listagem do que as outras punições. Mas o que se tenta seguir agora é a lógica inversa. Os interessados querem esconder a lista para não provocar prejuízo comercial. O certo é divulgar a lista para combater o crime que, além de tudo, fecha as portas para o produto brasileiro.    

O Ministério do Trabalho disse à reportagem que um problema de tecnologia impede a divulgação da lista.   O crime, nesses casos, não é apenas deixar de assinar a carteira. É colocar em condições degradantes o trabalhador, sem acesso à água potável nem proteção. Mais do que isso, às vezes são flagrados casos de servidão por dívida. A empresa cobra pelo uso de equipamentos que ela mesma é obrigada a entregar ao trabalhador, que passa a ficar em débito com a companhia. Há casos graves em que jagunços armados impedem a saída das pessoas exploradas nesse esquema.

Ao flagrar um caso assim, o Ministério do Trabalho ouve a defesa do empregador e se for confirmada a infração, ele é listado. Caso não cometa novo crime em dois anos, o nome sai da lista. A divulgação da listagem ajuda a inibir a prática. 

Fonte: Blog da Míriam Leitão - O Globo