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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Pantaleão a as visitadoras no bordel chamado Brasil - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura, deve ter sido o autor de ficção que mais li na vida.  
E um dos seus livros mais divertidos é Pantaleão e as visitadoras. 
Escrito no começo da década de 1970, o romance se baseia em fatos e relata o "serviço de visitadoras" organizado pelo Exército peruano para desafogar as ânsias sexuais das guarnições amazônicas.
 
Pantaleão Pantoja é um capitão recém-promovido que recebe essa missão inesperada: criar o serviço de prostitutas para as Forças Armadas peruanas na Amazônia. 
Mas o homem é um militar tão organizado, eficiente e meticuloso em suas funções que coloca "ordem no bordel", digamos assim.
 
O experimento funciona tão bem que Pantoja, fiel marido, acaba se transformando no maior fornecedor de prostitutas do Peru. 
O sujeito trabalha às madrugadas, bebendo em bares infectos, cuidando do empreendimento com personagens insólitos. 
Missão dada, missão cumprida.
 
Lembrei do livro ao ler a coluna de Malu Gaspar no Globo hoje, sobre a festa em Lisboa das elites brasileiras, incluindo grandes empresários, ministros supremos e políticos poderosos. 
Pensei em orgia, em bacanal, em suruba, em promiscuidade, e daí me veio à mente o divertido livro de Vargas Llosa.
 
Colocar um alemão certinho para tomar conta de um bordel pode ser um perigo: o bordel pode ficar tão profissional que toma conta de tudo! Melhor manter a esculhambação mesmo, talvez? Não sei dizer. 
Só sei que o Brasil sempre foi essa bagunça, e é complicado mexer demais nisso, pelo visto.

Talvez o destino dos países latinos abaixo da Linha do Equador seja nunca se transformar em nação séria, republicana, dotada de um império das leis. Talvez nossa "sensualidade", nosso "jeitinho", seja mesmo um fatalismo inescapável. Talvez o errado seja gente certinha, que sonha e luta para transformar bordel em convento.

"Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro". "Instaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos"
Os bordões e aforismos que sobreviveram ao teste do tempo devem atestar uma verdade imutável, vai saber. 
O Brasil é o país da malandragem mesmo, da turma se lambuzando na coisa pública e deixando o povo na privada
.
Agora nosso Exército vai treinar com capangas do ditador Daniel Ortega, que persegue cristãos e oponentes em Nicarágua.  
O TSE não deixou a imprensa lembrar da proximidade entre Lula e seus companheiros tiranos, mas a eleição já acabou, né? 
Maduro foi recebido como estadista, e Ortega vai mandar soldados para o Brasil. Não é para criar um serviço de prostitutas. Infelizmente, pois seria menos pior...
 
A nossa salvação talvez esteja em nossa maldição
Ao ler os relatos feitos por Malu Gaspar, ficamos com a nítida sensação de que nosso país é uma zona mesmo. 
Mas se por um lado isso é lamentável, por outro lado talvez seja o obstáculo mais insuperável da turma de Dirceu. 
Como impor a ordem ditatorial comunista numa zona? 
Como desafiar tantos grupos poderosos, organizados e acostumados com esse prostíbulo? 
O sistema é esse. 
Não há Pantoja capaz de organizar o bordel chamado Brasil...


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

MORO: “CANSEI DE TOMAR BOLA NAS COSTAS”

Aconteceu durante um seminário em Madrid, promovido pela Fundação Internacional pela Liberdade, presidida pelo Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa. Falando na condição de convidado, o futuro ministro Sérgio Moro se referiu ao alcance limitado de suas decisões como juiz. Esclareceu, ainda, que seu trabalho na Lava Jato estava chegando ao fim, mas “aquilo poderia se perder se não impulsionasse reformas maiores, que eu não poderia fazer como juiz”.

Não   é difícil entender a situação descrita por Moro, nem o uso de uma analogia com o futebol. Em outro momento da sua manifestação mencionou a famosa “bola nas costas”, que deixa o zagueiro perdido e concede toda vantagem ao atacante. Ele conviveu longamente com essas dificuldades. Agouravam sobre seu trabalho as tragédias da italiana operação Mãos Limpas, que levaram à sepultura o juiz do caso e respectivas realizações no processo. Transitavam diante da mesa de Moro figuras poderosas da política e dos negócios, cujo acesso ao STF se fazia com um estalar de dedos.

Quantas noites mal dormidas aguardando deliberações do Supremo, onde a Justiça ora faz o bem, ora faz o mal, sabendo muito bem a quem! Moro trabalhava sentindo o hálito azedo de vaidade, ciúme e ódio que sua crescente popularidade fazia exalar das penthouses do poder. A nação, dia após dia, a tudo assistia e se compadecia. Moro se tornou símbolo da luta contra a corrupção. Por vezes, em sua 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, a fila das confissões lembrava período litúrgico de preparação para a Páscoa. 

Era a “sangria” que precisava ser estancada, no dizer metafórico de Romero Jucá. E aquilo, para o diligente juiz, significava novos e reais enfrentamentos que viriam e vieram.
Fica bem entendida, então, a decisão que tomou. Os que ansiavam por um governo para debilitar a Lava Jato terão que conviver com a operação personificada em um dos dois homens mais fortes do governo... Melhor ainda se, ao cabo desse período, ele se for sentar entre aqueles ministros a quem tanto mal estar causou seu combate à corrupção.

São marcas dos novos tempos pelos quais ansiávamos. Alegrou-me por isso ler sobre essa disposição expressa por Moro em Madrid no mesmo dia em que tomei conhecimento dos compromissos recentemente formalizados no 1º Congresso do Ministério Público Pró-Sociedade. Beleza! Beleza ver tantos profissionais dessa nobre carreira de Estado comprometendo-se com o aperfeiçoamento de sua missão e com a consolidação de uma agenda de combate à criminalidade e à impunidade. Há muito tempo a sociedade tem sido vista, desde os círculos do poder, como mera provedora dos meios, pagadora de todas as contas. Estamos tendo nosso país de volta, em boas mãos, posso crer.



Percival Puggina,  (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org
 


segunda-feira, 16 de abril de 2018

A agitação dos militares

A exacerbação do ambiente político em meio à indefinição do destino de Lula atiçou a caserna, que voltou a falar em intervenção militar. [em tempo oportuno, apesar de alguns considerarem de forma Perigosamente.

Somos responsáveis por aquilo que fazemos, pelo que não fazemos e pelo que impedimos de ser feito, dizia o filósofo e Nobel de Literatura, Albert Camus. Por isso, qualquer insinuação que resvale na tentativa de uma nova intervenção militar no País deve ser prontamente rechaçada. Foi o que aconteceu na última semana. A atmosfera de altíssima tensão em torno do julgamento do habeas corpus de Lula incendiou a caserna, que ameaçava reagir de maneira contundente se mantida a intenção da mais alta corte do País de livrar o petista, e mais centenas de condenados em segunda instância, da cadeia, arruinando com a Lava Jato. [convenhamos que não restava ao Exército Brasileiro diante da disposição da mais alta corte de livrar o condenado petista de cumprir sua pena - corroborada por 15 JUÍZES - uma manifestação formal do seu Comandante no sentido de deixar claro a TODOS  que colaborar com a impunidade de um marginal que além de condenado em duas instâncias, condenações avalizadas pelo STJ, responde a outros sete processos que produzirão mais condenações, não seria aceito nem pelo povo brasileiro nem pela Força terrestre, havendo fundados motivos para tal impunidade ser também repudiada pela Força Aérea e pela Marinha de Guerra.]

Na esteira de declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, em que ele disse estar “atento às suas missões institucionais” vários militares de alta patente da ativa e reserva se manifestaram num tom ainda mais elevado. O general Paulo Chagas, por exemplo, se colocou de prontidão para responder a eventuais orientações da cúpula. “Caro comandante, amigo e líder. Recebe minha respeitosa e emocionada continência. Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguardo suas ordens”. O comandante militar da Amazônia até o mês passado, [que até o final deste mês assumirá o Comando Militar do Sul] general Antonio Miotto, fez coro: “Comandante! Estamos juntos na mesma trincheira! Pensamos da mesma forma! Brasil acima de tudo! Aço!”. O ex-comandante da missão de paz da ONU no Haiti, general da reserva Augusto Heleno Ribeiro, foi outro a endossar Villas Bôas. “Nota primorosa, sobretudo pelo senso de oportunidade. A história não perdoa os covardes. Independentemente do resultado, o que vale, perante seus subordinados, é a tomada de posição. Tenho certeza que a repercussão será excelente e terá um efeito motivador para os militares de todos os níveis, das três Forças”.


A reação  
No início da tarde de quarta-feira 4, a ONG Anistia Internacional, uma das principais entidades em defesa dos direitos humanos, divulgou uma nota na qual repudiou a manifestação do Comandante do Exército. [essa ONG deveria em vez de estar interferindo nos assuntos internos do Brasil, se preocupar com a matança indiscriminada e feita de forma cruel de civis na Síria, especialmente inocentes.
Matança esta feita pelo ditador sírio, quando ordena ataques químicos contra posições civis, matando centenas de inocentes, grande parte crianças, matança que é realizada com extrema crueldade mesmo para os que conseguem sobreviver;
a matança também é cruel e desumana, pelas forças sob comando de Trump, May e Macron, com bombardeios que apesar da alegada precisão jurídica também atinge centena de civis, especialmente crianças..
Pessoal da Anistia Internacional cuidem da Síria, protejam os sírios e deixe que o Brasil cuida dos seus assuntos internos.]   Segundo a Anistia, “as declarações do general são uma grave afronta à independência dos poderes, ao devido processo legal, uma ameaça ao estado democrático de direito e sinalizam um desvio do papel das Forças Armadas no Brasil”. Mais cedo, o comando da Aeronáutica tentava por panos quentes jogando água na fervura. “É muito importante que todos nós, militares da ativa e da reserva, integrantes das Forças Armadas, sigamos fielmente a Constituição, sem nos empolgarmos a ponto de colocar nossas convicções pessoais acima das instituições. Seremos sempre um extremo recurso para mantermos a paz”. No mesmo dia, o presidente Michel Temer fez um discurso duro em defesa da Constituição, da qual se disse “quase escravo”. “O que mais prejudica o país é desviar-se das determinações constitucionais. Quando as pessoas começam a desviar-se das determinações constitucionais, quando as pessoas acham que podem criar o direito a partir da sua mente e não a partir daquilo que está escrito, seja literalmente ou sistemicamente, você começa a desorganizar a sociedade”, afirmou.


ORDEM UNIDA Militares acompanham desdobramentos da crise: o problema é a interferência [considerada indevidamente] indevida (Crédito:Divulgação)

Para assegurar a interlocução com as Forças Armadas e não perder as rédeas das tropas, Temer escalou o assessor Denis Rosenfield. Deu certo. Coube a Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, encerrar as insinuações sobre tentativas de intervenção militar. “De zero a dez, a chance é menos um”, afirmou. [Jungmann que é ministro da Segurança Pública e até agora não produziu nada, deveria cuidar dos assuntos de sua pasta e deixar assuntos militares com os militares.]

Caldo de cultura
É inconcebível que as Forças Armadas se arvorem moderadora das instituições. A livre expressão é diferente de insubordinação contra o chefe das Três Forças, que foi o que os militares da ativa ensaiaram. A propósito, um decreto de 2002 editado por FHC veda manifestações públicas de militares sobre temas políticos. Infelizmente, o Brasil é um País pródigo em brincar com fogo. Desde o golpe de 1889 até o de 1964. Nada, no entanto, surgiu por geração espontânea. Aos poucos, foram criadas as condições até ser engrossado o caldo que levaria à ruptura. Daí a necessidade de cortar no nascedouro qualquer sinal de alvoroço no meio militar. Villas Bôas não tinha sido o primeiro a explicitar a efervescência na caserna. O general de exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa foi ainda explícito, dias antes. Disse que se o Supremo Tribunal Federal aceitasse o habeas corpus do ex-presidente petista será necessário a intervenção militar no País. “Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem”. [qualquer pessoa de bom senso e imparcial há de concordar que se o Supremo para beneficiar um criminoso condenado ignora uma lei ou a própria Constituição, cabe as FF AA intervirem para restabelecer o IMPÉRIO DA LEI.]  Lessa avaliava que o STF estaria agindo como “indutor” da violência entre os brasileiros, “propagando a luta fratricida, em vez de amenizá-la”. Lessa foi comandante militar do Leste e da Amazônia e presidiu o Clube Militar. “Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia”, encerrou. Não teve derramamento de sangue, nem terá. Teve derramamento de lágrimas. Lágrimas de esguicho, como diria Nélson Rodrigues, dos olhos de petistas.

 ÍNTEGRA DA MATÉRIA em IstoÉ