Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Fúria e ressentimentos são continuamente atiçados e se espalham pelo mundo. A solução só virá quando se abrir uma brecha no império do rancor
DO LADO DE CÁ - Violência: soldado de Israel usa a força para reprimir manifestante palestino na Cisjordânia (Jaafar Ashtiyeh/AFP)
As guerras são a mais extrema expressão da barbárie e desgraçadamente não faltam exemplos de horrores e mortandade ao longo da história.
Mas poucas vezes a violência sem limites escalou de maneira tão vertiginosa quanto a que se observa no duelo atual entre a força militar de Israel e os militantes do Hamas, que acaba de completar um mês.
A trágica contabilidade de mortos partiu do altíssimo patamar de 1 400 pessoas massacradas no dia 7 de outubro, quando o grupo palestino cruzou os limites da Faixa de Gaza em um devastador ataque-surpresa.
A resposta israelense foi deslanchar uma ofensiva para aniquilar o inimigo que, na conta do Ministério da Saúde da superpovoada Gaza, já matou mais de 10 000 pessoas, quase metade delas crianças.
Os sangrentos trinta dias de confronto desembocaram em uma agressividade de proporção inédita no campo de batalha da opinião pública, com o disparo maciço nas redes sociais de cenas de execuções, bombardeios de escolas, colapso de hospitais e bebês sem vida.
O mundo se repartiu entre contra e a favor, sufocando o meio-termo e abrindo espaço para o mais virulento preconceito. “A mente está cheia até a borda com nossa própria dor e não sobra espaço nem para reconhecer a dor dos outros”, escreveu o historiador e filósofo israelense Yuval Harari. Pairando sobre tudo, o ódio, sentimento que cega e escraviza, vai cumprindo seu papel de aprofundar as históricas desavenças entre árabes e judeus, fazendo delas uma questão pessoal, de indivíduo contra indivíduo, com ecos em toda parte e sem solução à vista.
Nos últimos dias, tanques e tropas cercaram a cidade de Gaza, a maior do enclave, e iniciaram a incursão pela rede de túneis controlada pelo Hamas. “Estamos em uma nova etapa da guerra”, declarou o porta-voz do Exército Daniel Hagari, ao mesmo tempo em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, subia o tom, afirmando que Gaza está se tornando “um cemitério de crianças”. Discute-se a implantação de “pequenas pausas humanitárias” nos combates — as forças israelenses deram quatro horas para moradores da Cidade de Gaza deixarem o local —, e as listas para a saída de estrangeiros e feridos graves pelo Egito são divulgadas a conta-gotas (34 brasileiros estão na fila).
Não se sabe o que será de Gaza após a ofensiva militar. Negociações estão em curso para que a mais moderada Autoridade Palestina, que administra a Cisjordânia, assuma o território, mas ela terá que conviver com a presença israelense— o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu antecipou que o país “será responsável pela segurança por um período indefinido”.A marcha da insensatez se acelerou com a declaração de Amihai Eliyahu, ministro do Patrimônio — cargo criado para acomodar a extrema direita religiosa que faz parte do governo —, de que o uso de bombas nucleares em Gaza “seria uma opção”. Foi afastado e desautorizado, mas o estrago estava feito.
Nada do que se discute agora sinaliza um caminho para a paz — pelo contrário, são ações que, como já aconteceu outras vezes, cristalizam raiva e ressentimentos que se espalham pelo planeta.
Os casos de antissemitismo e de islamofobia mais do que triplicaram na Europa e nos Estados Unidos no último mês. No estado de Illinois, o menino de origem palestina Wadea Al Fayun, 6 anos, foi esfaqueado pelo dono do apartamento onde ele morava com a família, um septuagenário que, segundo sua mulher, “escuta talk shows conservadores no rádio” e andava obcecado pelo conflito no Oriente Médio.
Em Lyon, na França, uma mulher judia foi ferida a facadas por um homem que bateu à sua porta e, para não deixar dúvida quanto à motivação do crime, pichou uma suástica na entrada da casa.
Estrelas de Davi apareceram pintadas na fachada de prédios habitados por judeus em Paris.
No longínquo Daguestão, país muçulmano às margens do Mar Cáspio, uma turba invadiu o saguão de um aeroporto pretendendo linchar passageiros que desembarcavam de Tel Aviv. “No mundo conectado em que vivemos, quem já têm inclinação para a violência reforça sua visão. As pessoas estão buscando motivos para confirmar seus preconceitos”, diz Wendy Via, cofundadora do Global Project Against Hate and Extremism.
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As expressões de ódio despertadas pelo conflito entre árabes e judeus derramaram-se, com força nunca vista, pelas universidades americanas, um terreno minado pela polarização política e pelo racha talhado pela cultura woke, que leva às últimas consequências o conceito do politicamente correto. Em Harvard, trinta organizações estudantis não só condenaram Israel como abraçaram o execrável slogan “Do rio ao mar, a Palestina será livre” — à primeira vista inocente, mas que embute a sumária destruição total do Estado judeu (por repetir o desatino, Rashida Tlaib, única deputada de origem palestina dos Estados Unidos, recebeu um raríssimo voto de censura da Câmara).
Em Cornell, outra instituição de elite, um aluno disparou nas redes sociais ameaças de morte a estudantes judeus. Tulane, em Nova Orleans, foi palco de agressões generalizadas entre apoiadores dos dois lados quando um manifestante tentou incendiar uma bandeira de Israel. Em Stanford, na Califórnia, a polícia investiga como crime de ódio a morte de um judeu nas proximidades de um ato pró-Palestina. “O discurso, no meio universitário, repisa que os dois povos não podem viver naquela região porque um lado representa o domínio imperialista e o outro rejeita a civilização ocidental. É a islamofobia batendo boca com o antissemitismo”, resume Michel Gherman, professor de história da UFRJ nascido em Israel e tachado de antissemita em um debate na PUC carioca.
O antissemitismo observado nos dias de hoje é uma chaga que teve origem no fim do século XIX, concentrado principalmente na Europa.
As aceleradas mudanças políticas e econômicas da época, um processo repleto de conflitos que iriam descambar em duas guerras mundiais, desagradaram a nacionalistas que, em busca de um bode expiatório, atribuíram os problemas surgidos à minoria religiosa que controlava parte das instituições financeiras — início de uma perseguição movida pela intolerância que culminou no Holocausto e nos 6 milhões de mortos pelas atrocidades nazistas.
A fogueira da islamofobia se acenderia meio século depois,quando árabes começaram a migrar para países europeus em busca de vida melhor. Ela explodiria neste século, em que as imensas levas de imigrantes ilegais, associadas à violência latente nas periferias pobres das grandes cidades, desencadearam um turbilhão antimuçulmano. “O antissemitismo e a islamofobia têm a mesma raiz ideológica e é justamente isso que impede que as duas vítimas se reconheçam em pé de igualdade e possam dialogar”, ressalta Arlene Clemesha, professora de história árabe da USP.
O clima de animosidade entre árabes e judeus se fez presente já na origem dos dois povos: como era comum na convivência das tribos naquela época, as escrituras relatam choques entre os descendentes dos dois filhos de Abraão — Ismael, que viria a formar a nação árabe, e Isaac, tronco do judaísmo.“Os dois povos semitas entraram em conflito por terras já em XVII a.C.”, relata o teólogo Jacir de Freitas, autor de A História de Israel e as Pesquisas Mais Recentes. Apesar dessas diferenças, árabes e judeus repartiram o que é hoje a Palestina com relativa civilidade durante milênios.
O conflito do qual a guerra atual é a mais recente e mais mortífera consequênciatem como ponto de partida as movimentações que resultaram na proposta, apresentada pela ONU em 1947, de divisão da Palestina para a formação do Estado de Israel.
Nacionalistas palestinos e sionistas se mobilizaram contra e a favor da partilha, a Liga Árabe tomou partido e os tiros começaram a ser disparados.
Três guerras entre israelenses e alianças militares árabes, inúmeros e horripilantes atentados terroristas e seguidas revoltas sufocadas a bala e bombas depois, judeus e palestinos vivem no mesmo espaço, mas separados por uma montanha de fúria e desconfiança. “O ódio não é a causa dos acontecimentos históricos, mas sim seu subproduto. Frequentemente políticos e ideólogos incitam esse sentimento para ganhar poder e influência”, ensina Norman Naimark, professor de história da Universidade de Stanford.
Sentimento inerente à condição humana, o ódio se situa entre a raiva e o nojo, duas das seis emoções básicas universais descritas pelo psicólogo americano Paul Ekman. Ambas têm lá sua justificativa: enquanto a raiva pressupõe ação diante de algo percebido como errado ou injusto, o nojo serve para evitar contato com perigos e ameaças — na evolução, manteve humanos longe de comidas venenosas ou estragadas. “Mas a combinação é destrutiva”, explica Robert Sternberg, professor de psicologia da Universidade Cornell. “Seu estímulo provém de narrativas falsas, que convencem as pessoas de que o outro está roubando seus recursos e seu destino.” O psicólogo social Aharon Levy completa: “Em uma situação de ódio entre grupos, cada lado acredita que está moralmente correto, ao passo que o inimigo é imoral e não pode mudar”.
A dinâmica do ódio já serviu de base para episódios estarrecedores de massacres de populações. Em 1995, 8 000 muçulmanos foram brutalmente assassinados por forças sérvias em Srebrenica, na Bósnia e Herzegovina. Um ano antes, os hútus executaram 800 000 tútsis, só por serem tútsis, em Ruanda.
No mais impactante ato de terrorismo jamais visto, dois aviões lotados derrubaram as torres gêmeas do World Trade Center, em plena Nova York, matando cerca de 3 000 pessoas, todas civis.
Individualmente, o escritor indo-britânico Salman Rushdie passou anos escondido, com a cabeça posta a prêmio por citar o profeta Maomé no romance Os Versos Satânicos.
Voltou a circular e em 2022, mais de três décadas depois, um fanático o esfaqueou.
Sobreviveu, mas perdeu a visão de um olho e teve o fígado perfurado.
Por outro lado, conflitos que pareciam impossíveis de ser contornados deixaram de existir: franceses se reconciliaram com ingleses após séculos de enfrentamentos, japoneses fizeram as pazes com americanos, depois da II Guerra, alemães assumiram a responsabilidade e se penitenciaram pelos crimes nazistas. No sofrido Oriente Médio, resta torcer para que uma brecha se abra e a voz da razão possa um dia ser ouvida.
Publicado em VEJA, edição nº 2867, de 10 de novembro de 2023
Guerra entre Israel e Hamas é usada para legitimar ódio aos judeus, crime hoje praticado como virtude ‘progressista’
Casa de residentes judeus pichada com uma Estrela de Davi - Foto Geoffrey van Hassel/AFP
Uma loja na maior cidade da Turquia coloca o seguinte cartaz em sua fachada:“É proibida a entrada de judeus” –como se dizia “é proibida a entrada de negros” na África do Sul nos tempos do apartheid, ou nos Estados Unidos na época da segregação racial.
Na capital da Inglaterra,
onde nasceram as ideias centrais da democracia moderna, uma jovem
levanta um cartaz que afirma: “Mantenha o mundo limpo” – e mostra um
cesto de lixo com a Estrela de Davi dentro.
Em Paris a polícia anota
mais de 700 ataques contra judeus e seus símbolos nos primeiros vinte
dias da guerra de Israel contra os terroristas do Hamas e outros grupos da mesma natureza.
Na Alemanha, justo na Alemanha
onde o nazismo produziu o Holocausto, a estrela de seis pontas é
pichada nas paredes de residências e outros imóveis pertencentes a
cidadãos de origem judaica, como aviso: “Aqui tem judeu. Pode quebrar”. O
nome correto disso tudo é antissemitismo. Costumava,
até certo tempo atrás, ser uma das formas mais pervertidas de crime
contra a humanidade. Hoje é praticado como virtude “progressista” e sob o
disfarce de apoio à “causa palestina”.
Leia também: Ditadura dos grupos terroristas em Gaza só sobrevive por causa da guerra
Tão
tóxico quanto esses atos declarados de ódio aos judeus é o
antissemitismo hipócrita que se esconde nas declarações indignadas
contra a reação militar de Israel após as chacinas que sofreu no começo
de outubro.
Sentimentos humanitários são descobertos de repente,
exigindo cessar-fogo por parte do país que foi atacado e cuja única
escolha é atacar de volta para manter-se vivo.
Como na treva nazista,
falsifica-se os fatos, as palavras e os pensamentos para inventar razões
de ordem política e moral que pretendem transformar a selvageria
antissemita numa causa legítima.
Acusam Israel de genocídio, quando quem
prega o genocídio são os inimigos que se propõem abertamente, em seu
programa oficial, a eliminar o Estado de Israel e a jogar 9 milhões de
israelenses “no mar”.
Condenam, também, a reação “desproporcional”
contra os terroristas.
Mas isso só poderia ocorrer se os ataques de
Israel estivessem indo além do seu alvo militar e estratégico – a
destruição do Hamas, que anuncia publicamente o propósito de continuar
atacando o território israelense, até a “eliminação total” do Estado
judeu. O que Israel está fazendo é lutar por seu objetivo legal: a
sobrevivência.
Lamenta-se o veto dos Estados Unidos a uma resolução da ONU que
não admitia o direito de Israel agir em sua própria defesa.
Querem o
quê? Se não fosse o direito de veto, a ONU já teria aprovado uma dúzia
de vezes a extinção de Israel; na verdade, ela própria já não existiria
mais. Não é racional. Mas o antissemitismo também não é.
Ministro da Justiça tenta impor narrativa oficial dos fatos sob o argumento de abolir ‘o ódio’ nas redes sociais
O ministro Flávio Dino,
que está tentando provar que não é um fracasso terminal no combate ao
crime, e nas outras funções do seu cargo, pretende tornar-se um sucesso
como filósofo-chefe de uma ditadura para o Brasil.
Em seu último surto
de ideologia totalitária, veio com um projeto que ficaria perfeito na
tábua de mandamentos das tiranias de Stalin e Mao Tsé-tung:
para se transformar “em nação”, o Brasil tem de criar “uma narrativa
comum para o passado”.
O ministro nos ameaça, também, com um “projeto
comum para o futuro”, mas isso ele parece disposto a deixar para mais
tarde – por ora, seu problema é com o presente.
Dino não está feliz com o
entendimento básico de que o cidadão brasileiro deve ter o direito de
fazer os seus próprios julgamentos sobre fatos que já ocorreram na vida
pública do país.
É uma das determinações mais claras e fundamentais da Constituição Federal,
mas acaba de ser incluída por ele na lista cada vez maior de
“liberdades nocivas” que o atual regime político do Brasil tenta impor à
população. Na sua opinião, esse direito tem de ser substituído por uma
narrativa oficial e única estabelecendo quais são os fatos, o que é a
História e qual é a verdade.
O que realmente interessa, ao menos como ponto de partida do seu
projeto, é proibir os brasileiros de dizerem o que pensam nas redes
sociais. É isso, essencialmente, que está atrapalhando o regime; pode
ser uma ilusão de ótica, visto que nenhum dos problemas concretos que o
Brasil tem hoje é causado pelo que as pessoas escrevem no antigo
Twitter, mas é o que Dino e o seu mundo acham.
Uma internet livre
permite, entre mil e uma utilidades, o cidadão afirmar que o presidente
da República foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes, e não foi
absolvido até hoje.
Permite afirmar, como acaba de fazer a OCDE,
que os escalões mais elevados do sistema de justiça tornaram a
corrupção impune no Brasil. Permite dizer que a Constituição é violada
de forma permanente por quem tem a força.
Segundo
o ministro, a exposição de fatos como esses impedem o Brasil de se
transformar numa “nação”. Ele diz que está querendo abolir “o ódio” nas
redes sociais e, sobretudo, a mentira; não admite que a única arma para
combater a mentira, numa democracia, é deixar o cidadão livre para dizer
a verdade. A liberdade, no Brasil de Dino, deixou de ser uma virtude
natural. Passou a ser o principal problema.
Confesso a vocês que nunca ouvi, nem li, nem assisti sob a égide da nova
constituição, ações sistêmicas como as destes dias, dos quais se diz
estarmos vivendo a vitória eleitoral do amor.
Há uma
uniformidade, um equilíbrio de cadências entre os textos e opiniões do
jornalismo militante e os de seus companheiros nas redes sociais.Os
primeiros escrevem menos pior do que os segundos, não usam palavras de
calão e essa é a única diferença.
Em todos, porém, se percebe o mesmo
ódio à divergência, à oposição política, à conservadores, a liberais, a
religiosos, a patriotas, a pró vidas, a direitistas(categoria
inexistente porque são sempre descritos como integrantes da
extrema-direita). Assim também na voz e nos atos do governo.
As
engrenagens da máquina estatal, rangem,ferro contra ferro, promovendo
vinganças e punindo de modo exacerbado.
Autoridades investidas de poder
de Estado sequer percebem mais o ódio que exalam no falar. E como falam!
E quanto falam!
Os fundamentos da esperança de um povo que viu o
exercício de sua liberdade ser objeto de ameaça e duríssimas punições
são objeto de orgânica destruição.
A Lava Jato– combatida, revertida,
invectivada, desmontada, destruída – faz lembrar essas ruínas de
bombardeio que nos são servidas na tela da TV. Nenhum mérito pode ser
resgatado dos escombros enquanto osladrões são apresentados como heróis
e os heróis como ladrões.
Mas o amor, dizem, venceu o ódio.
Neste
momento, recebem duas lições da História. Numa, veem com os próprios
olhos o que é terrorismo, palavra que não pode ser vulgarizada como foi
após a “vitória do amor”, em discursos políticos rasteiros e
oportunismos retóricos. Noutra, os mesmos – não são todos (mas são
tantos!) – apoiam as ações e/ou motivações do Hamas, enquanto aqui
tentam impor o desarmamento da população civil, esquecendo os eloquentes
conselhos em sentido oposto que nos vem do Oriente.
Eu posso
abrir mão do direito de me defender; mas não posso abrir mão do dever de
defender minha família. E esse não é um amor de cabaré que a ninguém
convence, mas é amor de verdade!
Para encerrar
estas considerações sobre a vitória do amor, trago palavras proferidas
pelo ministro Gilmar Mendes, em Paris, num fórum promovido pelo Grupo
Esfera Brasil dias 13 e 14 deste mês.
Disse ele, referindo-se aos episódios de 8 de janeiro:
Poderíamos estar “contando uma história de derrocada, mas estamos contando história de vitória do Judiciário e do TSE (aqui).
Disse mais:
“Muitos
dos personagens que hoje estão aqui, de todos os quadrantes políticos,
só estão porque o Supremo enfrentou a Lava Jato. Eles não estariam aqui.
Inclusive o presidente da República, por isso é preciso compreender o
papel que o Tribunal desempenhou” (aqui).
Disse ainda:
"Se a
política voltou a ter autonomia, gostaria que se fizesse justiça, isso
foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Se hoje tivemos a eleição do
presidente Lula, isso foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Vamos
travar a luta contra o poder absoluto, mas também a luta contra o
esquecimento. Se a política deixou de ser judicializada e criminalizada,
isso se deve ao Supremo Tribunal Federal"(aqui).
A parte dessa
fala com a qual eu concordo, sempre reconheci, mas não poderia ser
dita. Agora, até o ministro decano do STF proclama com o orgulho e a
temperança que lhe são habituais.
O amor é lindo!
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras.
Ao
longo do dia de ontem, abri duas exceções à sábia decisão de não mais
assistir a alguns canais de televisão. Desconheço suas programações. A
exceção consistiu em não mais de cinco minutos, somados os tempos
perdidos diante da tela, vendo imagens mostradas em dois ou três desses
veículos.
Em
pensamento, exclamei: “Bem feito!”. Colheram o que plantaram, numa
sinistra mistura para a qual uns contribuíram com arrogância, tirania,
desprezo às leis da República, à sociedade e suas opiniões,enquanto
outros aportavam doses maciças de submissão, omissão, cumplicidade e
semeadura de ódio. Imagino o que ia nas mentes de ambas as vertentes que
ali se amalgamavam, constrangidas, diante da silenciosa e gigantesca
vaia nacional!
A quem era
essa vaia dirigida?A quem?É pouco provável que alguém, ali, escapasse
ao desdém expresso no silêncio federal, estadual e municipal daquelas
horas.
Os dias
anteriores evidenciaram o zigue-zague das avaliações oficiais. Segundo a
Gazeta do Povo, o ministro Flávio Dino alertou o governo do Distrito
Federal para possíveis atos organizados pelas redes sociais e colocou a
Força Pública à disposição.
O governo federal constituiu um Gabinete de
Mobilização Institucional e o governo do Distrito Federal afirmou que as
corporações (Polícia Civil e Polícia Militar)estavam vigilantes contra
eventuais ameaças.
Pouco depois, as notícias eram de que o ambiente
nacional estava tranquilo. Cemitérios são, sim, locais bastante
tranquilos. O féretro da liberdade, também.
Há um
provérbio que parece aplicável ao caso sobre a má experiência de certo
gato com água quente, mas o felino da história não pôs a água para
ferver.
O jornal O
Globo, em acesso de lulismo,deixou de lado o xoxo evento de 2023 e
atacou o do ano passado,Bolsonaroe suas aparentemente
“injustificáveis” críticas a ministros do STF.
À época, lembro bem,
alguns ativíssimos protagonistas do ambiente político nacional –
badalados pela Folha, pelo Estadão e pelo O Globo – haviam decidido que
era pouco saudável emitir opinião negativa a seu respeito.
O 7 de
setembro de 2023 tornou-se uma espécie de identificaçãofacial,
facilmente reconhecível, da triste “democracia” brasileira. Democracia
entre aspas, sim, transformada em serventia dos donos do poder.
Durante
anos, parcela expressiva da sociedade brasileira gritou nas ruas e
praças do Brasil para instituições cujas maiorias lhe viraram as costas.
Muitos pagaram caríssimo pelo atrevimento de dissentir.
Silenciar
neste 7 de setembro não é sinal de consentimento. Bem ao contrário,
equivaleu a um ruidoso ato de resistência para quem o amor à Pátria
cantou sofrido no silêncio do peito.
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras.
Petista é hoje o maior pregador do ódio, da violência e da discórdia em atuação no Brasil
O
Brasil está afundando, cada vez mais, num abismo em que a autoridade
pública incentiva abertamente o linchamento dos inimigos políticos – ou
de quem é considerado inimigo.
O último surto desse tipo de doença
degenerativa, presente no DNA de todas as ditaduras, se manifestou em
mais um dos crescentes disparos de ira dopresidente da República.
Sem esperar qualquer decisão da Justiça, Lula chamou de “animal selvagem”um cidadão acusado de ofender o ministro Alexandre de Moraesnum bate-boca no aeroporto de Roma. Sustentou, mesmo, que não se trata
de “um ser humano”. Disse, em seguida, que eles devem ser “extirpados”. O
que significa isso?
A lei brasileira exige que todos, sem distinção,
sejam tratados como seres humanos e tenham direito à vida; não há
exceções.
A lei também estabelece que todo mundo é inocente até ser
provada a sua culpa, e no caso, ainda não se provou nada; talvez não se
prove nunca. Não está previsto em lugar nenhum, enfim, que uma pessoa
deva ser “extirpada” – apenas que seja punida segundo o processo legal.
O
que Lula fez não foi exigir a aplicação rigorosa da lei. Foi estimular a
desordem.
Qual
a surpresa, aí?Este tem sido, há muito tempo, o comportamento natural
do presidente – ele é hoje o maior pregador do ódio, da violência e da
discórdia em atuação no Brasil.
Há algum outro que diga em público as
coisas que ele vive dizendo?
O que há de realmente perturbador não é
isso. É a aceitação passiva de um regime político que obriga a sociedade
a engolir a mentira no lugar da verdade – e que ameaça com cadeia, e
outros tipos de repressão, quem aponta os fatos.
É uma ordem jurídica
que trocou a lei pela vingança, usa a polícia como o seu serviço
particular de segurança armada e substituiu a realidade pela propaganda
oficial. É, mais do que qualquer outra coisa, a continuação do vale-tudo
ideológico e moral que começou com o combate ao ex-presidente Jair
Bolsonaro e a tudo o que havia ao seu redor. Bolsonaro ia acabar com o
Brasil; nesse caso, era justo usar qualquer meio para acabar com ele
antes, como aplicar a censura “só até a eleição”, ou dizer que a
“sociedade está acima da lei”.
É a velha história: vamos matar mil para
salvar um milhão.
Houve a mesma coisa com a histeria descontrolada,por
parte da máquina estatal, de todas as elites e da mídia, no tratamento
da covid. O Brasil ia desaparecer;era preciso, para salvar o País,
eliminar as liberdades, os direitos individuais e a vigência das leis.
Bolsonaro já foi. A covid já foi.Ficou, e vai ficando cada vez mais, a ideia de que só há um Deus, o consórcio STF-Lula, e uma só verdade – a deles.
Detalhe de “O Juízo Final”, de Fra Angelico. - Foto: Wikimedia Commons/Domínio público [quem observa esta foto e ler o post, logo pensa no atual presidente do Brasil; qual a razão? uns acham que é intimidade dele com a mentira - da qual é o pai - e outras coisas mais. E você]
Ele tem a voz do diabo, a mesma cor vermelha, os olhos injetados. Ele vocifera, ele é colérico, é ódio puro, raiva, desejo de vingança.
E dá vazão a toda sua ira. Ele é incendiário, é infernal. Ele é comunista, e isso é bem mais importante do que ser democrata...
No incêndio destruidor de tudo, ainda há quem afirme que ele é “sabidamente democrata e que vem arriscando de forma consciente a própria reputação”. Nas enormes labaredas, ainda há quem propague, disfarçadamente ou não, que ele deveria ser um “ditador benigno do Brasil”. Para ele tudo é meio relativo. Ele é a mentira.Tudo o que diz e faz deixa claro que tem parte com o demônio, mas ele se considera Deus.
Ele é contra a família, os costumes, o patriotismo. É contra as leis naturais, a lei moral, contra as leis dos homens, contra os direitos humanos, as liberdades fundamentais.
Suas leis são todos os males reunidos.
Ele abraça um coletivo diabólico que acha normal o expurgo de opositores, de qualquer um que queira combater o fogo em que ardem o alento e a esperança. Venezuela, Nicarágua, Cuba, ele não condena as ditaduras porque deseja para o Brasil algo parecido... E atiça, a todo momento, o fogo do inferno.
Ele não tem alma, muito menos a mais honesta de todas.
Ele não é o benfeitor dos benfeitores, o democrata conciliador, o redentor dos brasileiros, o redentor do planeta. Ele é insano, asqueroso, ordinário, imundo
O capiroto é atrevido, ardiloso, enganador. Ele finge que nazismo e comunismo são antagônicos.
Fala mal de Israel, dos Estados Unidos, se indispõe com a Europa, com o Ocidente.
O que deseja são as diabruras da China, da Rússia, do Irã.
Ele é contra a liberdade econômica, o agronegócio, o mundo real, contra o que sempre deu certo. Defende diabolicamente o desastre.
Ele é como Mussolini, quer que tudo seja pelo, para e no Estado, mas fascistas são os outros.
E, nesse inferno, não há parlamento que não possa ser comprado. Ele tem bilhões e bilhões para distribuir.
Ele diz que foi golpe o que não foi golpe.Diz que foi tentativa de golpe o que não foi tentativa de golpe...
Ele é viciado em golpes, é milionário. Seus filhos são milionários. A pobreza é para os outros.
Sua vontade é que pelo menos metade da população brasileira continue sem saneamento básico, sem rede de esgoto ou sem água tratada, ou sem os dois. E não sente culpa. A culpa, toda ela, é de governos anteriores, de cúmplices que o abandonaram e que, agora, ele amaldiçoa. A culpa também pode ser da sua mulher morta... O fogo queima tudo.
Não
resta dúvida de que o PT foi trazido de volta ao poder para cumprir seu
destino histórico e destruir o país.
Eu sabia – já escrevi tanto a
respeito! – mas era consequência do que podia ler nos fatos; agora, Lula
verbalizou tudo, audível e claramente, aos amigos da sua Pátria Grande
reunidos no Foro de São Paulo.Disse ele: “Aqui no Brasil nós
enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do
patriotismo, ou seja, o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu
historicamente a combater”.
Qual a
principal trincheira desse combate?
Onde a frente ampla da desgraça
nacional avança sem encontrar resistência alguma?
Onde, num total
desequilíbrio de forças se estabelece o domínio dos corações e das
mentes?
É nas salas de aula do país, convertidas em crematório do futuro
ao longo de toda a cadeia produtiva do ensino.
Não
surpreende o entendimento entre o MEC e o Ministério da Defesa – sim,
você leu certo – que acabou com as escolas cívico-militares criadas em
2019.
Afinal, os três inimigos contra os quais a liderança esquerdista
do continente“aprendeu historicamente, etc., etc” estão presentes
nesses educandários:
1º) as famílias, que junto com os professores, em assembleia e por votação decidem adotar esse modelo;
2º) os bons costumes,
porque traficantes, malfeitores e desordeiros mantêm distância e os
alunos são orientados para condutas civilizadas voltadas ao aprendizado;
3º) o patriotismo, porque nessas escolas, o sadio e produtivo amor à pátria não é reprovado, mas estimulado.
De um modo
gradual, elas serão absorvidas pela mesmice de um sistema cujos péssimos
resultados gritam nas aferições internas e rankings internacionais que
avaliam o desempenho escolar em todos os níveis de ensino. “É que não se
faz Educação sem dinheiro!”, exclamarão em coro as salas de
professores.
No entanto, em 2019, o Brasil ocupava o 6º lugar no
investimento em Educação, medido na proporção com o PIB, perdendo apenas
para os países nórdicos e para a Bélgica.
Mas é só isso
que a esquerda no poder combate historicamente e põe as escolas
cívico-militares de joelhos com a nuca exposta? Não, tem muito mais.
Ela
substitui o moralmente correto pelo “politicamente correto”, a História
por um elenco de narrativas capciosas, a solidariedade pelo
antagonismo,o amor ao pobre pelo ódio ao rico.
Essa esquerda
combate a estrutura familiar pela condenação do suposto patriarcado,
como se a paternidade fosse apenas poder e não amor, responsabilidade,
serviço e sacrifício.
A sala de aula não pode ser o vertedouro das
frustrações de quem detém o toco de giz.
Ela
desrespeita a inocência das crianças.Contra a vontade unânime dos
parlamentos do país,introduz pela janela a ideologia de gênero nas
salas de aula enquanto os valores saem pela porta.
Como alavanca
ideológica,não estimula o respeito à propriedade privada, nem o
empreendedorismo, nem o valor econômico do conhecimento e das
competências individuais.
Poderia
prosseguir pois nada há de meu apreço que não seja combatido pela
esquerda em sua guerra cultural ou contra o Ocidente, ou por uma nova
ordem mundial. O desejado pluralismo de ideias é substituído pela
exclusão da divergência.
O Estado que deveria servir a sociedade põe a
sociedade a seu serviço.
O Estado e a política que os camaradas da
Pátria Grande querem precisa dos necessitados de seu auxílio, sem os
quais desaparecem politicamente.
Vejam o
quanto essa esquerda é dependente de um sistema de ensino que não
ensine, cujo foco não esteja no aluno e sua aprendizagem, mas em difusos
e sinistros objetivos político-ideológicos.
Tal sistema, quando fala em
escola de tempo integral, mais me assusta do que me alegra!
PS –Os muitos bons e valiosos professores têm meu louvor e sabem contra o que também se empenham.
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Em meio a tudo isso, quem mais sofre são as crianças, que pagam pelos erros dos
adultos. Com a economia em frangalhos, em 2022 mais 400 mil menores de 14 anos
passaram para baixo da linha da pobreza no país, o que elevou o total de
crianças pobres para 5,9 milhões.
Além disso, quase metade das crianças com menos de cinco anos na Argentina vive
em lares que não conseguem ter supridas as simples necessidades de uma cesta
básica. O repórter John Lucas explica melhor a tragédia que se abate sobre as
crianças argentinas.
Crise
Desastre econômico agravado pelo governo Fernández já afeta mais da metade das crianças da Argentina
Menina caminha em rua de Buenos Aires: número de menores de 14 anos abaixo da linha da pobreza chegou a 5,9 milhões em 2022| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni [uma das metas da DESplano de governo do petista é transformar o Brasil em uma Argentina piorada = Brasil ajudando Argentina será a distribuição da miséria.]
Em 2019, ao tomar
posse como presidente da Argentina, o esquerdista Alberto Fernández, que vive
seus últimos meses no cargo, disse as seguintes palavras em seu discurso: “Precisamos
de um novo contrato social, fraterno e solidário, porque chegou a hora de
abraçar o diferente. Este é o espírito do tempo que inauguramos hoje. Para
colocar a Argentina de pé, temos que superar o muro do rancor e do ódio, o muro
da fome que afasta os homens”.
Passados quatro
anos, a Argentina não só não superou o muro do ódio e o da fome,como também se
vê a cada dia mais afundada em dívidas, na alta inflação e no aumento da
pobreza. O país vizinho passa pelo acirramento de uma de suas maiores e mais
complexas crises econômicas. Essa crise impacta todos os setores da economia
local e a vida da população, que vê seu poder de compra se esvair a cada semana.
Entre todas as
pessoas afetadas, as que mais sentem a crise agravada pelo peronismo são aquelas
que dependem diretamente do cuidado e da atenção dos mais velhos. Alberto Fernández
também disse no dia da posse que “uma em cada duas crianças é pobre em nosso
país”. No entanto, a preocupação do presidente ficou somente no discurso. Na
prática, durante seu governo foram justamente as crianças argentinas que mais sofreram
com a falta de assistência, empregos e oportunidades para os seus responsáveis.
Em seu levantamento
mais recente, divulgado em março deste ano e baseado em dados coletados em
2022, o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec)
revelou que mais 400 mil menores de 14 anos passaram para baixo da linha da
pobreza no país, o que elevou o total de crianças pobres para 5,9 milhões.
Com o agravamento
da crise, o número de pessoas nessa faixa etária em estado de vulnerabilidade
social aumentou mais de 6% em 12 meses. O número total representa cerca de 54%
de todos os menores de 14 anos do país. A situação fica ainda mais preocupante
quando se considera também que quase metade das crianças com menos de cinco
anos na Argentina vive em lares que não conseguem ter supridas as simples
necessidades de uma cesta básica.
“A cada dia, [o número
de pessoas] aumenta mais para o leite, para a janta. As meninas vêm com
crianças pequenas e trazem os documentos para poder se inscrever [no
refeitório]. Se não vêm, não comem”, revelou Marta Valiente, uma colaboradora
de um refeitório solidário localizado no bairro Zavaleta, uma das maiores
favelas de Buenos Aires, em entrevista à agência EFE.
Estima-se que atualmente
cerca de 12% das crianças argentinas menores de 14 anos vivam também em
condição de indigência, ou seja, não têm acesso à alimentação necessária para uma
vida saudável.
Esse dado é
mencionado no relatório mais recente, divulgado em abril, do Barômetro da
Dívida Social da Infância, da Universidade Católica Argentina (UCA), que
mostrou também que seis em cada dez crianças argentinas são pobres e cerca de
33% dos pequenos do país sofrem de insegurança alimentar. O relatório apontou
que 14,4% dessas crianças enfrentam insegurança alimentar grave. “As famílias não
conseguem suprir uma cesta básica de alimentos para as crianças. Além disso,
13% das crianças enfrentam situações de fome porque seus pais não conseguem
trabalhar nem alimentá-las. Essa realidade está intimamente ligada à extrema
pobreza e indigência, que persistem em valores semelhantes”, declarou a
coordenadora do relatório, Ianina Tuñon, à CNN Argentina.
Dados oficiais divulgados pelo Indec revelaram este mês quea inflação interanual registrada em abril na Argentina atingiu 108,8%
— 8,4% no nível mensal. Entre as categorias com maior alta, estiveram
alimentos e bebidas não alcoólicas, juntamente com carnes, laticínios e
produtos vegetais. “A problemática da
inflação é mais crítica quando se trata da medição da pobreza monetária e
alimentar”, afirmou Tuñon, na mesma entrevista.
Trabalho infantil Além disso, o relatório da UCA apontou que os níveis de trabalho infantil, incluindo atividade doméstica e econômica, voltaram a crescer de forma alarmante no último ano. De acordo com o estudo, por causa dos efeitos da crise macroeconômica, o número de crianças trabalhando atingiu a marca de 14,8% dos menores de 14 anos argentinos. Essa porcentagem é mais alta que a registrada no período pré-pandêmico (2019), quando a UCA havia registrado 14,7%.
(...)
Crise afeta população mais carente A crise inflacionária argentina, agravada pelo governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, atingiu de forma brutal a população mais pobre do país, uma vez que setores econômicos com rendas mais baixas, geralmente com predominância de empregos informais, ficaram totalmente desprotegidos contra o aumento dos preços.