Quando fevereiro chegar – ou antes disso
Se não
havia provas como alega a defesa, e mesmo assim Lula foi condenado por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá,
advogados que acompanham de perto o novo caso admitem, desde que seus nomes não
sejam revelados, que há provas suficientes e robustas para que o ex-presidente
seja condenado no processo do sítio de Atibaia. É o que deverá acontecer em
breve.
Terminou,
ontem, o prazo para as alegações finais da defesa, entregue no início da noite
à juíza Gabriela Hardt, que responde interinamente pela 13ª Vara da Justiça
Federal de Curitiba desde que o ex-juiz Sérgio Moro renunciou à toga para ser
ministro da Justiça e da Segurança Pública do presidente Jair Bolsonaro. Hardt
não tem prazo para dar sua sentença, mas o provável é que o faça até o final de
fevereiro próximo ou antes disso.
O sítio
de Atibaia está em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna,
amigos da família Lula da Silva, mas o Ministério Público aponta Lula como seu
verdadeiro dono. As construtoras Odebrecht e OAS se encarregaram da reforma do
sítio. A obra custou pouco mais de R$ 1 milhão, descontado do montante de
propinas pagas pelas duas construtoras em troca de negócios com a Petrobras.
Ali, a
família Lula da Silva ali se hospedou pelo menos duas centenas de vezes entre
2011 e 2016. Foram encontrados no sítio fotos de bens pessoais da família, como
dois pedalinhos em nomes dos netos de Lula, roupas e presentes que ele ganhou
quando era presidente da República. A acusação se baseia também nos depoimentos
dos ex-presidentes da Odebrecht e da OAS, Marcelo e Léo Pinheiro, delatores da
Lava Jato.
Uma
eventual segunda condenação, se confirmada pela instância seguinte da Justiça,
tornará remota a chance de Lula de ser libertado tão cedo. Antes mesmo de se
eleger, Bolsonaro vaticinou que Lula “mofará na cadeia”. É o que tudo indica.
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