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terça-feira, 11 de maio de 2021

Relatório da Polícia Civil do Rio, desmonta versão da OAB e Defensoria Pública, que tentava inocentar bandidos abatidos na operação 'exceptis'manobra

Fatos: na operação 'exceptis', realizada na favela 'jacarezinho'  morreram 29 pessoas.

Tombou morto, em covarde emboscada - que deu inicio a "chacina" - um agente da Polícia Civil e foram abatidos 27 criminosos.

A Defensoria Pública, a OAB e advogados favoráveis à que criminosos tenham moleza, já alegavam que grande parte das vítimas era inocente, outras já tinham cumprido pena, etc.

A Polícia Civil do Rio dando continuidade ao trabalho sério, meticuloso e responsável, divulgou ontem que dos 27 criminosos mortos, 25 tinham ficha criminal - criminosos com ficha na polícia frequentando pontos de tráfico, não costuma ser demonstração de que pretendem se regenerar.  

Teve um advogado que alegou que os que cumpriram pena,  já tinham pago a dívida com a Sociedade - provavelmente, o ilustre chicaneiro faltou as aulas nas quais ensinam que ex-presidiário que mantém contato com outros bandidos, incluindo manuseio de armas pesadas e tráfico de drogas, demonstra claramente que tem a intençao de contrair novas dívidas com a sociedade.

2 outros que faleceram no confronto, tinham conforme depoimento de familiares, envolvimento com o tráfico de drogas.

Se constata um único ponto fora da curva, representado por um menor de 18 anos, foi morto quando adquiria drogas na favela.  
Como se percebe os 28 cidadãos que a OAB, a Defensoria Pública e advogados de porta de cadeia tentavam apontar como exemplo de pessoas honestas, trabalhadoras, eram bandidos em contato com o mundo do crime - os ex-presidiários buscavam valorizar seu passe, alegando que os tempos de prisão aumentaram sua expertise.

Lamentavelmente, o menor de 18 anos foi abatido sem estar, pelo menos ao que se sabe, praticando nenhum crime no momento. Efeitos colaterais ocorrem, são lamentáveis, indesejáveis, porém ocorrem; o que em nada diminui a eficiência da  da Polícia Civil, a eficácia da operação 'exceptis', e a conveniência de que novas operações sejam realizadas com maior frequência e abrangendo mais áreas.

Ao que sabemos, permanecem em aberto 19 mandados de prisão, que DEVEM ser cumpridos sendo DEVER da autoridade policial  envidar todos todos os esforços para localizar os procurados e usando a força necessária, cumprir todos. 
A suprema decisão que limita, dificulta, a atuação da Polícia Civil do Rio, não impede que MANDADOS DE PRISÃO, emitidos pelo Poder Judiciário, sejam cumpridos. 
 
Todos esquecem,  ou fingem esquecimento, da desenvoltura com que a Defensoria Pública do Rio, circulou em cenas de crime, sempre tentando atribuir responsabilidade pelos crimes as autoridades policiais; comportamento estranho, já que a regra  é que tais áreas sejam preservadas até realização de perícia = no caso da favela carioca, houve sim, uma exibição excessiva de imagens interpretadas como de atos ilegais  praticados pela polícia.  
Será que a Polícia Civil do Rio, que demonstrou tanta competência, senso de dever, ética, na operação 'exceptis',  seria tão incompetente em eventual 'modificação' de uma cena de crime?

Por falar em incompetência, indicamos o link que mostra aquela competência da Defensoria Pública do DF.
 

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domingo, 14 de abril de 2019

Se execução é incidente, Bolsonaro é desrespeito


Decorridos cinco dias da execução do músico Evaldo Rosa dos Santos por uma patrulha do Exército, no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro balbuciou, finalmente, meia dúzia de palavras sobre o fato. "O Exército não matou ninguém, não", disse ele. "O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de ser assassino, não." Para Bolsonaro, o que houve foi "um incidente". Ele lamentou que esse "incidente" tenha levado à morte de um "cidadão trabalhador, honesto". No mais, disse que "está sendo apurada a responsabilidade."
[Pergunta que não quer calar: o que a imprensa quer que Bolsonaro, a Presidência da República e o próprio Brasil façam?

- hoje completa uma semana do lamentável incidente que vitimou um cidadão carioca e a imprensa continua implacável cobrando um pronunciamento do governo.
Um ministro já se manifestou sobre o incidente, assumiu o compromisso de que o ocorrido será investigado - aliás, as investigações começaram no dia seguinte ao evento (ignoramos as realizadas no dia dos fatos, visto que foram realizadas por autoridade policial incompetente, sem jurisdição sobre o fato -  Polícia Civil do Rio;).

O que a imprensa quer mais:
- o presidente da República não tem entre suas atribuições, nem tem sentido ter, a de se manifestar sobre ocorrências policiais havidas nas ruas de qualquer cidade brasileira;
- não se trata de ocorrência que enseje a decretação de luto oficial.
Caso caiba indenização,  será a Justiça quem vai decidir.

O acontecido - lamentável por ter envolvido pessoa inocente e de bem - está sendo investigada pelas autoridades competentes, tudo na forma da lei, e com certeza a verdade será apurada e na sua apuração serão consideradas todas as variáveis possíveis, disponíveis, entre elas ser ÁREA DE SEGURANÇA, velocidade desenvolvida pelo veículo atingido, será também considerado o fato de que horas antes veículo com as mesmas características havia sido roubado, o que colocou a patrulha em estado de tensão, etc, etc.

Não é matéria para o presidente da República se manifestar, expedir Nota Oficial ou algo parecido.

Uma coisa podemos antecipar: a vítima era pessoa de bem, cidadão direito e trabalhador, caso não fosse a 'anistia internacional' e uma meia dúzia de ONGs dos 'direitos humanos' estariam fazendo escarcéu.
Sendo a vítima pessoa de bem, policial, trabalhador, eles silenciam.]


O que é um incidente? Os dicionários trazem vários significados. Por exemplo: Incidente é "um fato inconveniente ou desagradável". Incidente é algo "que desempenha um papel secundário, incidental." Quer dizer: Para Bolsonaro, a execução de Evaldo Rosa é uma inconveniência secundária. [fato: não foi acidente, portante, não cabe classificar o infausto acontecimento como acidente;
não houve dolo - não cabe classificar como assassinato.
Pode parecer uma tentativa de apequenar o ocorrido, mas, é a única palavra (das dez que conheço, que melhor define o ocorrido.] Essa é a posição do presidente da República, comandante em chefe das Forças Armadas. Não fica bem discutir com um presidente sobre tiros, tema no qual ele é especialista. Mas sugiro que façamos um teste. Como ficariam as coisas se Evaldo, em vez de negro e músico, fosse branco e senador, deputado federal ou vereador carioca. Suponha que Evaldo, em vez de morar nos fundões do Rio, vivesse na Barra da Imagine que, numa tarde de domingo, esse nosso personagem hipotético decidisse levar a família a um chá de bebê. 

Suponha que uma patrulha do Exército disparasse mais de 80 tiros de fuzil contra o carro desse Evaldo imaginário. Imagine que ele morresse. Agora suponha o que aconteceria na República se o sobrenome do nosso Evaldo fictício, em vez de Rosa, fosse, digamos, Bolsonaro. Pronto. Agora você pode avaliar o que deveria ter dito o capitão e como se sentem os familiares do músico com o que foi declarado. Não se trata de culpar o Exército. Trata-se de respeitar o morto. Incidente não é sinônimo de execução.


Decorridos cinco dias da execução do músico Evaldo Rosa dos Santos por uma patrulha do Exército, no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro balbuciou, finalmente, meia dúzia de palavras sobre o fato. "O Exército não matou ninguém, não", disse ele. "O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de ser assassino, não." Para Bolsonaro, o que houve foi "um incidente". Ele lamentou que esse "incidente" tenha levado à morte de um "cidadão trabalhador, honesto". No mais, disse que "está sendo apurada a responsabilidade."... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/04/13/se-execucao-e-incidente-bolsonaro-e-desrespeito/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasd... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/04/13/se-execucao-e-incidente-bolsonaro-e-desrespeito/?cmpid=copiaecola
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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Finalmente um delegado tem coragem para declarar o que deveria ter sido dito desde a morte da vereadora: a solução do caso 'pressupõe a paralisação de uma infinidade de investigações de outras mortes'.



[Perguntamos:o que fundamenta dar prioridade a investigação de uma morte quando há milhares de investigações de mortes de outros  seres humanos = homicídios =  na 'gaveta'?]


Em 'carta a Marielle', delegado pede desculpas e ataca estado precário da polícia do Rio


Brenno Carnevale, que já atuou na Delegacia de Homicídios, diz que a solução do caso 'pressupõe a paralisação de uma infinidade de investigações de outras mortes' 



Em uma carta sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março, o delegado Brenno Carnevale, atualmente lotado no setor de inteligência da Polícia Civil, faz um desabafo sobre a precariedade das condições de trabalho na Divisão de Homicídios, onde o caso é investigado. Em um texto emocionado, ele descreve as dificuldades para se elucidar os crimes enfrentadas pelos policiais envolvidos na investigação de centenas de homicídios no estado. Além da carência material, que atinge até os trabalhos de perícia, ele faz críticas à intervenção federal na segurança pública. Os policiais da DH, de acordo com ele, se veem hoje diante de uma verdadeira escolha de Sofia com tantos casos para serem investigados e a falta quase absoluta de recursos humanos e materiais da unidade especializada e da polícia como um todo.

O delegado lembra que a solução do caso da vereadora "pressupõe a paralisação de uma infinidade de investigações de outras mortes, pretas e brancas, ricas e pobres, todas covardes"."Escolha de Sofia", resume. Quando entrou para a Polícia Civil do Rio, há pouco mais de quatro anos, Brenno Carnevale, agora com 28 anos, ganhou o título de mais novo delegado do país.  O jovem policial vinha de uma carreira acadêmica promissora. Formado com ótimas notas em Direito na PUC-RJ, com foco na área penal, teve desempenho exemplar também na pós- graduação em Segurança Pública, concluída na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Bagagem que o credenciou para assumir um posto na Divisão de Homicídios (DH). Ele trabalhou dois anos na DH da Baixada Fluminense até ser transferido para a DH Capital.

Ali, durante mais de dois anos, Carnevale participou de centenas de investigações, entre elas, a do assassinato da menina Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, baleada durante uma aula de educação física dentro da Escola Municipal Daniel Piza, em Acari, no dia 30 de março de 2017. Carnevale coordenou o trabalho de uma equipe de agentes que culminou com o indiciamento do policial militar Fábio de Barros Dias, do 41º BPM (Irajá), por homicídio culposo. Antes de chegar à DH, o delegado teve passagens rápidas pelas delegacias da Tijuca (19ª DP), Catete (9ª DP) e Botafogo (10ª DP).

A Polícia Civil informou que não irá comentar a carta de Carnevale. De acordo com a assessoria do órgão, as declarações são uma opinião pessoal do delegado e não refletem o ponto de vista da instituição.

Confira a íntegra do desabafo do delegado:
"Carta a Marielle Franco"
"Marielle, durante quatro anos ininterruptos de minha vida estive diretamente envolvido em investigações de mortes violentas no Estado do Rio de Janeiro. Acumulo em meu coração ardentes cicatrizes que me fazem lembrar mães, pais, filhos, irmãos, maridos, esposas. Todos vitimados pela maldade humana. Foram muitas madrugadas sem repouso. Muitas lágrimas na penumbra da folga. Assisti a muitos sorrisos desmancharem-se diante da morte. Ouvi gargantas secarem de tantos gritos de dor ao verem de perto a fragilidade do ser e deixar de ser humano.

"Carregava em meus ombros a pesada esperança do sucesso das investigações, afinal, meu trabalho representava o horizonte pós-tempestade para as famílias aviltadas pela violência. Era pouco, mas era tudo. Não fui herói. Alguns casos foram solucionados, mas a maioria das investigações ainda segue o errante caminho entre Delegacia de Homicídios e Ministério Público, à espera de uma empoeirada prateleira de arquivo onde possa descansar em paz. Ali se abafam os gritos por justiça ecoados pelos parentes e amigos daqueles que passaram a ser apenas mais um nome impresso em uma guia de remoção de cadáver.

"Não precisamos de heróis. Mas escrevo-lhe a verdade, Marielle. Poucos se preocupam com as mortes diárias. São muitas as agruras das investigações policiais em homicídios no Rio de Janeiro. As viaturas, por exemplo, estão sucateadas e sem manutenção. A quantidade de investigadores é pífia diante do volume de vidas humanas ceifadas. As escutas telefônicas, quase uma caixa-preta, muitas vezes inacessíveis a alguns delegados. Algumas armas somem, outras não funcionam. Nunca presenciei deputados ou outros poderosos lutando por equipamentos que permitam encontrar evidências durante a perícia no Instituto Médico-Legal. Aliás, esse mesmo instituto não tem impressora para permitir que uma testemunha seja ouvida imediatamente quando vai liberar o corpo de seu ente querido. Sim, muitos veículos apreendidos ficam abandonados e sem qualquer vigilância. Ouse chamar atenção para este fato e a resposta será sempre a mesma: "É assim mesmo".

"E, mesmo assim alguns colegas ainda insistem em se apresentarem em impecáveis ternos e gravatas para bradar nos microfones que está tudo em ordem. Heróis? Diante do caos programado, sinto muito em confessar-lhe que a solução de seu caso pressupõe a paralisação de uma infinidade de investigações de outras mortes, pretas e brancas, ricas e pobres, todas covardes. Escolha de Sofia.
"Infelizmente não tive a oportunidade de contribuir para a elucidação de sua covarde morte, e me desculpo por isso. Me aprofundei sobre a árdua e interrompida missão que você com êxito cumpriu por aqui e não pude deixar de escrever-lhe para pedir socorro. Socorro pelas investigações das mortes violentas. Socorro por amor ao ser humano que sei que você, Marielle, ainda nutre onde quer que esteja, mesmo em tempos difíceis de intervenção funeral.

"Com respeito e afeto, Brenno Carnevale Nessimian".

O Globo  


[percebam que até no esclarecimento sobre a não priorização de uma investigação de homicidio, o nome de uma das vítimas já foi esquecido - motorista Anderson.]