Na avaliação de Mendes, o STF já havia levantado questões sobre a pertinência e a legalidade do acordo de delação premiada firmado pela PGR
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que a delação da J&S utilizada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para denunciar o presidente Michel Temer, era "extremamente problemática" e amparou investigações precárias. As declarações foram feitas na manhã desta terça-feira (5/9), em Paris, onde o ministro tem agenda oficial.
Na
avaliação de Mendes, o STF já havia levantado questões sobre a
pertinência e a legalidade do acordo de delação premiada firmado pela
PGR. "Eu chamei a atenção no julgamento da questão da delação de que nós
precisávamos tomar todo cuidado. Inclusive, quanto à possibilidade de
revisão, a necessidade de apreciar esses casos no colegiado e me parece
que meus prognósticos se confirmaram", afirmou o ministro.
Sobre
as supostas citações a membros do STF nas novas gravações entregues à
PGR, Mendes pediu mais uma vez calma nas investigações. "Temos que
esperar. Isso tem que ser revelado. Essa guerra psicológica não adianta
nada, né? Quer dizer, o importante é que se esclareça e que se tire isso
tudo a limpo", reiterou.
Quanto à perspectiva
de que a delação seja anulada, e que as provas obtidas a partir das
gravações sejam questionadas pela defesa dos suspeitos, Mendes considera
que seja uma possibilidade. "Vamos aguardar. Eu tenho a impressão que
todos sabiam que era uma delação extremamente problemática, desde o
começo", avaliou.
"A Polícia Federal tinha
feito observações muito críticas em relação à pressa com que a
Procuradoria conduziu todo o episódio e agora está se vendo o preço que
se cobra para isso", completou o ministro.
Fonte: Correio Braziliense