DILMA NA UTI
A doutora Dilma parece gostar de UTI.
Na
quarta-feira da semana passada, ela convidou a bancada do PDT para
jantar no Alvorada. O encontro ajudaria a azeitar as relações do governo
com o partido. Alguns comensais chegaram na hora e foram recebidos por
um mestre de cerimônias. Ele lhes disse que a dona da casa estava
ocupada. Serviu-lhes uns petiscos e, tchau tchau.
Desde 1961,
quando Jânio Quadros mandou deixar as malas de Carlos Lacerda na
portaria do palácio com a informação de que deveria dormir em outro
lugar, não há notícia de coisa parecida. Melhor fez Francisco
Campos, ministro da Justiça do Estado Novo. Como um chato insistia em
convidá-lo para almoçar, marcou o dia e não foi, mas mandou um oficial
de gabinete. Foi explícito, com um toque de ironia.
DILMA SAIU DA UTI
Um ano depois de ter
detonado sua base parlamentar, a doutora Dilma saiu da UTI. Desativou
duas pautas-bomba montadas pelo deputado Eduardo Cunha e conseguiu
manter os vetos que impôs a um carnaval de despesas que custariam R$ 45
bilhões ao Erário nos próximos anos. Além disso, desarmou a manobra de
Lula para derrubar logo o ministro Joaquim Levy.
A doutora deixou
de ser a bola da vez e, no seu lugar, está agora Eduardo Cunha lutando
pela sobrevivência política e à espera do STF pela liberdade. Pelo
andar da carruagem, 2015 já acabou e 2016 começará depois do carnaval,
ou da Semana Santa, talvez depois das Olimpíadas de agosto. Quem sabe,
depois da eleição municipal de outubro, às portas de 2017. Até lá, ela
pode ficar fora da UTI.
ELETROSURINAME
A
Eletropaulo criou o apagão tecnológico. Numa boa iniciativa, há alguns
anos a concessionária de energia da cidade de São Paulo instalou umas
caixas de luz nos imóveis de seus fregueses, permitindo-lhes comprar
energia com um telefonema e a digitação de um código num teclado. O
cidadão paga adiantado, mas tudo bem.
Há alguns meses esse avanço
começou a ratear. O sujeito paga, o quadro enguiça e vai-se embora a
energia. A vítima pode ficar sem luz por três dias. Num caso, foram
necessários seis telefonemas, ao fim dos quais chegou o socorro, fazendo
um “gato” legal. Como em alguns casos o “gato” fica ativo por meses e o
cidadão nada paga, a empresa fica no prejuízo por causa do seu mau
atendimento.
Os sábios da concessionária criaram um mecanismo no
qual convivem uma tecnologia do século XXI com um serviço do XIX. Nele,
perdem todos. Felizmente, ela perde algum.
EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo
é um idiota e soube que o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral
(PT-MS), quer usar a nova lei do direito de resposta para esclarecer
notícias baseadas em depoimentos do lobista Fernando Baiano à Justiça
vinculando-o a petropixulecos.
Ex-diretor da Petrobras até 2001,
Delcídio foi acusado por Fernando Baiano de ter recebido pelo menos US$ 1
milhão em 2006 para uma campanha eleitoral, no lance da compra da
refinaria de Pasadena.
O cretino acha que o senador está muito
certo, mas não sabe o que ele poderá acrescentar, pois já considerou a
acusação “absurda”.
Eremildo, como a doutora Dilma, não confia em delator.
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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domingo, 22 de novembro de 2015
Avulsas do Gaspari
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sábado, 12 de setembro de 2015
Propina de Pasadena para a campanha de Lula
Cerveró diz ao MP que contrato em Pasadena rendeu propina à campanha de Lula
O ex-diretor da Petrobras revela, em proposta de delação premiada, como negociou pedágio de R$ 4 milhões com a Odebrecht para a campanha de Lula em 2006
À mesa de um restaurante decorado com lustres de cristal, obras de arte
contemporânea e castiçais dourados, na Praia do Flamengo, no Rio de
Janeiro, três diretores da Petrobras e dois executivos do grupo Odebrecht almoçavam reservadamente às vésperas das eleições de 2006. Era um encontro de homens de negócios. Do lado da petroleira, estavam lá os diretores Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque;
do lado da maior construtora do país, Márcio Faria e Rogério Araújo. Os
cinco não falavam apenas de negócios. Falavam também de política. Nos
tempos de petrolão, no governo de Luiz Inácio Lula da
Silva, falar de negócios na Petrobras exigia falar de política:
contratos com a estatal, conforme demonstram as provas da Lava Jato, eram frequentemente fechados somente mediante pagamento de propina a políticos do PT, do PMDB e do PP,
a depender da diretoria. Hoje, a maioria dos cinco comensais está presa
em Curitiba, acusada de participação destacada no petrolão.
E que revamp. No almoço, estimou-se que ele custaria até R$ 4 bilhões. A refinaria de Pasadena, cuja operação de compra era conhecida dentro da Petrobras pelo codinome projeto Mangueira, não tinha o apelido de “ruivinha” fortuitamente. Era um novelo de dutos enferrujados, de aparência avermelhada provocada pela oxidação dos metais. Se a Petrobras fizera um péssimo negócio ao comprar Pasadena, como veio a se confirmar nos anos seguintes, a Odebrecht estava prestes a faturar mais um formidável contrato.
Decidia-se ali, no restaurante na Praia do Flamengo, que a construtora ganharia o contrato de R$ 4 bilhões. Em troca, os executivos da Odebrecht se comprometiam a pagar propina adiantada de R$ 4 milhões à campanha à reeleição de Lula – o mesmo Lula que, conforme revelou ÉPOCA em seu site na sexta-feira, dia 11, passou a ser considerado pela Polícia Federal oficialmente suspeito no petrolão. O mensalão nem esfriara, e o PT, liderando o consórcio de partidos, já encontrava no petrolão um substituto mais lucrativo para os negócios da alta política brasileira.
A reunião no Rio e o acerto dos R$ 4 milhões foram revelados oficialmente à força-tarefa da Lava Jato pelo protagonista dessa operação: Nestor Cerveró. As informações estão registradas na mais recente proposta de delação premiada de Cerveró, em posse dos procuradores da Lava Jato e obtida por ÉPOCA. Trata-se de relatos pormenorizados de Cerveró sobre os negócios corruptos que tocaram primeiro na Diretoria Internacional da Petrobras, sob ordens do PT e do PMDB, e, a partir de 2008, na Diretoria Financeira da BR Distribuidora, sob ordens do PT e do senador Fernando Collor, do PTB (leia os resumos dos relatos abaixo). Neles, Cerveró afirma que a compra de Pasadena rendeu US$ 15 milhões em propina. E envolve no esquema a área internacional, além de outros funcionários da Petrobras, senadores como Delcídio Amaral, do PT, líder do governo no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros, e Jader Barbalho, ambos do PMDB.
Para enviar os relatos aos procuradores, Cerveró trabalhou durante quatro dias. Reuniu histórias, resgatou datas de reuniões e valores das operações registradas em documentos e anotações que guarda em sua cela. Para corroborar as acusações, a família de Cerveró pretende recorrer a uma pilha de agendas de suas viagens e reuniões realizadas entre 2003 e 2008, período em que ocupou o cargo de diretor internacional da petroleira. Esses documentos estão guardados num cofre, à espera de uma resposta positiva dos procuradores da Lava Jato. “Do jeito que Cerveró está desesperado, ele entrega até a própria mulher”, diz um agente da Polícia Federal em Curitiba que tem contato com Cerveró.
Condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, preso há dez meses, Cerveró tenta a delação desde julho. É uma negociação difícil e lenta. Envolve os procuradores da força-tarefa em Curitiba e da equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Como Cerveró pode entregar políticos com foro no Supremo Tribunal Federal, caso de Delcídio, Renan e Jader, as duas frentes de investigação – Curitiba e Brasília – precisam se convencer da conveniência da delação do ex-diretor. Há hesitação em ambas. Apesar dos relatos agora revelados por ÉPOCA, os procuradores esperam – exigem – mais de Cerveró. “Ele (Cerveró) continua oferecendo muito pouco perto da gravidade dos crimes que cometeu”, diz um dos investigadores de Curitiba. “A delação de Cerveró, para valer a pena, precisa de tempo. Ele ainda promete menos do que sabe”, afirma um procurador da equipe de Janot.
A situação de Cerveró ficou ainda mais difícil depois de a PGR fechar, na semana passada, o esperado acordo de delação com o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, operador das bancadas do PMDB no Senado e, em menor grau, na Câmara. O operador do PMDB, condenado a 15 anos de prisão, deve entregar as contas que foram irrigadas com pixulecos de Pasadena e das sondas contratadas pela área internacional da Petrobras, sob a responsabilidade de Cerveró. Eles atuavam juntos. Segundo Cerveró relatou aos procuradores, Baiano representou a bancada do PMDB no Senado no reparte da propina na Diretoria Internacional da Petrobras – e o dinheiro, ao menos US$ 2 milhões, foi parar nas mãos de Renan e de Jader Barbalho em 2006. Baiano já admitiu aos procuradores que intermediou propina para os senadores do PMDB em contratos na área internacional – a área do parceiro Cerveró. A delação de Baiano, que prometeu entregar comprovantes bancários das propinas, exigirá ainda mais de Cerveró. Ele fechará a delação somente se falar muito.
Nos relatos aos procuradores, porém, Cerveró já indicou o caminho da propina ao PMDB. Segundo ele, o dinheiro foi repassado a Baiano, que, por sua vez, intermediou pagamentos a outro lobista ligado ao PMDB. Esse lobista, de acordo com Cerveró, Baiano e um operador do PMDB, ouvido por ÉPOCA, repassou a propina a Renan e a Jader. Surpresa: esse lobista, cujo nome ainda não pode ser revelado por razões de segurança, também passou a negociar uma delação com os procuradores. A questão na Lava Jato parece ser: quem sobrará para fazer delação?
O senador Jader Barbalho nega que tenha recebido propinas de contratos para a Petrobras. “Nunca nem ouvi falar (sobre os navios-sondas)”, diz ele. O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, afirma que jamais fez reunião com diretores da Petrobras junto com o empresário Ricardo Pessôa, da UTC, e nega que recebeu propinas da Petrobras.
A Odebrecht diz que “de fato foi consultada, formalmente e não em nenhum tipo de evento social, sobre a possibilidade de formar consórcio com outras construtoras brasileiras para disputar contrato para eventual modernização da refinaria de Pasadena”. A companhia diz que tais obras, porém, nunca foram realizadas. “Tal convite, por parte da Petrobras, não tem qualquer relação com doações eleitorais que a empresa faz”, diz a nota. A companhia ainda esclarece que o contrato assinado em 2010 sofreu alteração no valor “em função única e exclusivamente da alienação, por parte da Petrobras”. A empresa diz que todos os questionamentos feitos sobre esse acordo foram esclarecidos. Também procurado por ÉPOCA, Lula não retornou as ligações.
Ler a íntegra em ÉPOCA: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/09/cervero-diz-ao-mp-que-contrato-em-pasadena-rendeu-propina-campanha-de-lula.html
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