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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Além de Robinho, condenado por estupro a nove anos de prisão pela Justiça italiana, outros jogadores já se envolveram em casos de estupro, agressão doméstica e feminicídio, mas mantiveram prestígio e portas abertas nos clubes

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - Como o futebol alimenta a cultura do estupro e menospreza a violência contra mulheres

“Se a violência contra a mulher já é naturalizada pelo homem comum, imagina pelo homem rico, famoso e idolatrado, como é o caso de muitos jogadores de futebol?”

A condenação de Robinho a nove anos de prisão pela Justiça italiana, que entendeu que o ex-atacante de Milan e Real Madrid teria participado do estupro coletivo de uma mulher albanesa em 2013, logo gerou repercussões em seu clube atual, o Atlético Mineiro.  Durante o treino desta quinta-feira, a sentença ao atacante foi o assunto mais comentado na Cidade do Galo.  Robinho recusou-se a dar declarações, mas divulgou uma nota nas redes sociais em que volta a negar seu envolvimento no crime.

O jogador ainda pode recorrer em duas instâncias e, por enquanto, não corre risco de ser preso, nem mesmo em caso de condenação definitiva, já que a Constituição brasileira impede a extradição de cidadãos nascidos no país.  Depois do treinamento com a equipe atleticana, Robinho tirou fotos com crianças que visitavam a Cidade do Galo e deixou o campo em silêncio.  Ao comentarem a notícia nas redes sociais, muitos torcedores saíram em defesa do atacante. Outros, fizeram piadas homofóbicas, tal qual a que descrevia Robinho como estuprador de “Marias” – apelido pejorativo adotado por atleticanos para se referir a torcedores do Cruzeiro, maior rival do Atlético.

Além de torcedores, companheiros de time de Robinho também dizem acreditar em sua inocência. “É muito ruim uma notícia dessas, sem que ele tenha feito nada”, disse o zagueiro Gabriel.  Não é a primeira vez que o atacante revelado pelo Santos é apontado como agressor sexual. No início de 2009, quando jogava pelo Manchester City, ele já havia sido acusado de estupro por uma mulher que conhecera em uma boate de Leeds. Chegou a viajar para o Brasil sem a autorização do clube, por medo de ser detido pelas autoridades europeias. Ao retornar à Inglaterra, teve de se apresentar à delegacia de West Yorkshire, onde pagou fiança e foi liberado. O processo acabou arquivado três meses depois.


Robinho, Jóbson, Bruno e Danilinho: histórico de violência contra a mulher (Foto: Divulgação / El País)Robinho, Jóbson, Bruno e Danilinho: histórico de violência contra a mulher (Foto: Divulgação / El País)


Robinho é apenas mais um jogador a protagonizar escândalos de estupro e violência contra mulheres. Exemplos não faltam. Ex-atacante do Atlético, que atualmente defende o Vitória, Danilinho foi acusado de agredir uma mulher em uma festa ao longo de sua passagem pelo futebol mexicano e, ainda, de estupro e ameaça de morte por uma jovem de 18 anos. Em 2012, ele havia sido dispensado do Atlético por “problemas disciplinares”. Recentemente, o também atacante Juninho, do Sport, prestou depoimento em uma Delegacia da Mulher em Recife após agredir a ex-namorada, que relatou ter sido ameaçada pelo jogador com uma faca. Embora alegue inocência, ele foi indiciado no começo deste mês por violência doméstica. O clube presta apoio ao jogador e o mantém normalmente integrado ao elenco profissional.

O caso mais emblemático, porém, envolve o ex-goleiro Bruno, revelado pelo Atlético, que foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, apontado como mandante do assassinato da modelo Eliza Samudio, com quem teve um filho. Meses antes de sua prisão, em 2010, ele deu uma declaração polêmica ao defender o amigo Adriano Imperador em uma briga conjugal, na época em que ambos defendiam o Flamengo: “Quem nunca brigou ou até saiu na mão com a mulher?”. Antes mesmo de cumprir metade de sua pena, Bruno chegou a assinar contrato com dois clubes de Minas Gerais. Primeiro com o Montes Claros, em 2014 – não conseguiu liberdade provisória para treinar e atuar pelo clube. Em seguida, em 2017, com o Boa Esporte, que disputa a segunda divisão nacional. Ele foi solto em março. Chegou a jogar cinco partidas oficiais pelo clube, mas, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), acabou retornando para a cadeia. [Bruno não merece sequer figurar nesta reportagem sobre estupradores - seres abjetos e que merecem punição rigorosa e exemplar - haja vista que foi acusado de um homicidio sem cadáver e cuja principal testemunha da acusação foi um 'di menor' que mudou o depoimento por três vezes.
Além do mais, o delegado que conduziu as investigações tem antecedentes em conduzir inquéritos nos quais o acusado prova sua inocência.
O fato de na época  ser goleiro do Flamengo, tornou tudo mais dificil para a defesa do ex-goleiro.]


De fato, a sociedade brasileira – e não somente o futebol – convive com o machismo enraizado que segue naturalizando a violência cometida por homens. De acordo com dados coletados pelo Ministério da Saúde, que faz levantamento anual de agressões contra a mulher, o Brasil registra um estupro coletivo (praticado por dois ou mais agressores) a cada duas horas e meia. Somente em 2016, foram mais de 3.000 ocorrências. Uma delas chocou o país, quando pelo menos 30 homens estupraram uma adolescente de 16 anos. Apenas sete deles foram detidos e indiciados. Ainda no ano passado, Jóbson, ex-atacante do Botafogo, foi preso acusado de estuprar quatro adolescentes com menos de 15 anos. Segundo depoimentos das vítimas, ele teria levado as garotas para sua chácara, no interior do Pará, e, depois de obrigá-las a ingerir bebidas alcoólicas, cometeu os abusos sexuais. Jóbson aguarda pelo julgamento na prisão. Ele está afastado dos gramados desde 2015, após receber suspensão da FIFA por se recusar a fazer exame antidoping pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita.

As raízes machistas do futebol
Desde cedo, jogadores são formados de acordo com a cartilha machista do futebol, que prega a virilidade e a imposição física como virtudes indispensáveis para um jovem se tornar um craque de sucesso. Além dos padrões de comportamento agressivo que os acompanham das categorias de base ao profissional, os atletas convivem em ambientes em que a figura masculina é predominante e, de uma hora para outra, podem experimentar uma ascensão social tão acentuada quanto destituída de alicerce emocional para lidar com a nova realidade. “Os garotos são iniciados no futebol com enormes lacunas de educação tanto por parte da família quanto da escola”, diz a psicóloga do esporte Suzy Fleury, que já integrou a comissão técnica da seleção brasileira. “Os clubes não têm compromisso com a formação do caráter dos atletas e são coniventes com comportamentos que nossa sociedade não aceita mais.” Ela cita como exemplo o “Masia 360°”, um programa arquitetado nas categorias de base do Barcelona para formar jogadores sob a perspectiva do desenvolvimento emocional e pedagógico. “Não há clube brasileiro que faça algo parecido. O comprometimento com a educação dos jogadores desde a base ajudaria a prevenir outros casos como o do Robinho”, afirma Fleury.

Com frequência, meninos acabam submetidos a diversos tipos de violência em categorias de base, como o trabalho infantil, assédio e abuso sexual. Algo que, de acordo com a nadadora Joanna Maranhão, que foi molestada por um treinador na infância e hoje mantém um projeto social voltado a jovens atletas, se estabelece como fator determinante para moldar agressores em vez de jogadores. “A cultura machista também prejudica o atleta do sexo masculino, que não se permite denunciar as violências que sofre. No futebol, então, isso se torna uma coisa grave. A criança que é vítima de um abuso, por exemplo, e nunca lida com isso pode crescer pensando que tem o direito de fazer a mesma coisa com outra pessoa.”

Para Gustavo Andrada Bandeira, o esporte precisa deixar de enxergar a mulher como símbolo sexual atrelado a torcedoras musas e atletas beldades, e passar a interpretá-la como protagonista de jogos e competições. Dar mais visibilidade ao futebol feminino e mais espaço às mulheres no jornalismo esportivo seria uma maneira de atacar uma das causas do problema, que é a manutenção de um ambiente extremamente machista no futebol”.

Em 2014, a marcação de um impedimento equivocado a favor do mesmo Atlético de Robinho, durante um clássico contra o Cruzeiro – pela árbitra-assistente Fernanda Colombo, rendeu declarações machistas do então diretor de futebol cruzeirense, Alexandre Mattos: “Essa bandeirinha é bonitinha, mas não está preparada. Tem mais é que posar para a [revista] Playboy, e não trabalhar com futebol”. Apesar de ter sido punido com multa de 500 reais e suspensão pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Mattos se transferiu para o Palmeiras no ano seguinte como um dos dirigentes mais valorizados do Brasil, enquanto Colombo foi afastada pela CBF e, desde então, viu sua carreira entrar em declínio. Ela não apita mais.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Riscos da mandioca - Dunga recebe convite para ser capataz do timinho brasileiro

Ex-jogador Paulo Cezar Caju e as "Chibatadas" em Dunga
Tchau, Dunga!!!!
Ei, Jefferson, você gosta de apanhar? E você, Miranda?
Em 1968, aquele timinho "ruim" do Botafogo, com Gérson, Roberto Miranda e companhia, foi a Bagé, no Rio Grande do Sul, numa excursão. Na folga, saímos para jantar, mas na porta do restaurante do Bagé Country Clube havia um cartaz: "Proibida a entrada de negros".
Lembrei da minha mãe, que só entrava no Fluminense pela porta dos fundos e outras tantas humilhações sofridas por nossa gente. Quantas noites difíceis de dormir, um inferno. O que me livrou das gastrites e úlceras da vida foi o fato de sempre colocar a boca no mundo, denunciar, não deixar passar em branco, extravasar. Sempre acreditei que o tempo mudaria a mentalidade dos homens, pura ilusão.
Anos e anos depois, no mesmo dia em que a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o casamento gay em todo o país, Dunga, o capataz da seleção, deixou aflorar o seu verdadeiro lado e disse que "sentia-se como os afrodescendentes, que gostam de apanhar". Ei, Jefferson, você gosta de apanhar? E você, Miranda? Abram a boca, Elias, Fred, Fernandinho, William, Robinho!!!! Posicionem-se!!!! Opinem!!!! Não tenham medo das chibatadas do "professor"!!! Ou ele pode impor trabalho pesado nos treinamentos?
O valor do homem está na atitude. Abaixar a cabeça é aceitar, é acovardar-se diante dessa declaração estúpida. A mistura de cores é o que move o mundo. A palavra raça deveria ser abolida dos dicionários. E não me venham com essa baboseira de "somos todos macacos", porque somos todos homens, com diferentes pontos de vista, sim, mas maduros o suficiente para respeitar os quadrados alheios.
Hoje morre-se por fanatismo religioso, em disputas políticas, na ganância pelo dinheiro... nas arquibancadas. O futebol deveria ser uma ferramenta para unir os povos, semear a paz, mas até dentro das quatro linhas os trogloditas estão ganhando terreno, ganhando voz.
Por: Paulo Cezar Caju, ex-jogador de futebol – Blog do Moreno
A que ponto chegamos...
Dunga pelo menos pediu desculpas, reconhecendo sua ignorância
Em matéria de cabeças bem instruídas vamos mal.
O país é presidido por uma pessoa capaz de saudar a mandioca como uma das nossas maiores invenções e se referir com elogios à mulher sapiens, criando assim uma nova categoria na escala humana.

                                                       ‘OS RISCOS DA MANDIOCA’ 
Apesar dos elogios feitos pela atual presidente  à “mandioca”, é bom lembrar que o tubérculo não é só prazer, oferece riscos e que riscos ...

E a Seleção é comandada por outra que admite gostar de apanhar, "assim como os afrodescendentes".  Dunga pelo menos pediu desculpas, reconhecendo sua ignorância.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Pedalar faz mal à saúde - e pedalar mal, derruba presidente da República

Fracasso da ‘nova matriz econômica’ foi camuflado por alquimias fiscais para esconder a expansão da despesa pública 

Em 2002, na final do Campeonato Brasileiro de Futebol, Robinho avançou em direção ao seu marcador, passou oito vezes o pé sobre a bola e iludiu o adversário que, atordoado, cometeu pênalti. O próprio Robinho bateu e deu o título ao Santos. O drible antológico ganhou o nome de “pedalada”.

Na área fiscal, no entanto, pedalada significa empurrar despesas para frente como solução para aliviar o caixa em determinados momentos. Nada muito diferente do que faz uma família endividada quando adia o pagamento da escola dos filhos para o mês seguinte.
No governo federal, em vários momentos o fluxo de caixa foi administrado com a postergação de pagamentos. Na década de 90, por exemplo, os salários dos funcionários públicos foram pagos às vezes dentro do mês e em outras tantas nos primeiros dias do mês subsequente. A legislação era alterada conforme as conveniências do Tesouro.

No fim dos anos 90, para o país cumprir as metas do Fundo Monetário Internacional, surgiram os primeiros “velocípedes”, os chamados restos a pagar, compromissos assumidos em um ano, mas pagos em exercícios seguintes. A moda pegou. Em 2002, já com a Lei de Responsabilidade Fiscal em vigor, eram cerca de R$ 25 bilhões. Em 2014, somaram R$ 227,8 bilhões. Os mais graves são os “restos a pagar processados”, gerados quando os serviços prestados já foram reconhecidos pelo governo, mas o dinheiro não sai do caixa. Algo do tipo “devo não nego, pagarei quando puder”.

Os atrasos encarecem as contratações, pois os fornecedores embutem previamente a demora no preço — e dão margem à corrupção, visto que os gestores passam a decidir a qual credor irão pagar. No fim da era Lula e no início da fase Dilma, além da persistente ampliação dos “restos”, o fracasso da “nova matriz econômica” foi camuflado por diversas alquimias fiscais para esconder a expansão da despesa pública, do déficit e da dívida governamental.

Dentre elas, o pagamento de dividendos elevados ao Tesouro por parte das estatais ainda que à custa da descapitalização das empresas — a antecipação de receitas (comprometendo gestões futuras) e a emissão de títulos públicos para entrega, como empréstimos, ao BNDES. No último caso, sem desembolsar um centavo e sem aumentar a dívida líquida (com os empréstimos o crédito do governo aumenta na mesma proporção, só impactando a dívida bruta) cerca de R$ 400 bilhões foram parar em empresas escolhidas e até no exterior, sabe-se lá em que condições.

No ano passado, veio o pânico. Caso Dilma confessasse o profundo desequilíbrio das contas públicas, não seria reeleita. Daí, provavelmente, a carta branca para que os mágicos-chefes, Mantega e Arno, ampliassem o passeio ciclístico. Ou alguém acredita que a economista Dilma não sabia de nada?  O ápice das pedaladas foi a Caixa bancar com recursos próprios o Bolsa Família, o Seguro-Desemprego e o Abono Salarial. O Banco do Brasil fez o mesmo para equalizar as taxas de juros do financiamento agrícola.

Para o FGTS, sobrou arcar com o Minha Casa, Minha Vida enquanto o BNDES cobria custos do Programa de Sustentação de Investimento. A Caixa esperou seis meses para ser ressarcida em R$ 1,7 bilhão, e só recebeu quando o assunto se tornou público. Se isso não significa “empréstimo” ao Tesouro, minha avó é bicicleta.  O Contas Abertas foi a primeira entidade a denunciar as pedaladas, incluindo o abrupto crescimento dos restos a pagar, o atraso nos repasses a estados e municípios e a enxurrada de ordens bancárias emitidas nos últimos dias do ano para só serem sacadas no exercício seguinte.

O competente procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCU, Júlio Marcelo, provocou a Corte e, na semana passada, por unanimidade, os ministros aprovaram relatório que estima em R$ 40 bilhões o montante das pedaladas via bancos públicos. O governo obviamente nega o crime de responsabilidade faísca para o impeachment de Dilma — e tenta caracterizar a promiscuidade do Tesouro com os bancos como mera conta corrente. Nesse sentido, a Advocacia Geral da União (AGU), inclusive, vai orientar os 17 convocados pelo TCU. Com o cursinho, os artistas do picadeiro econômico passarão de mágicos a bonecos de ventríloquo.

O importante é que os ministros do TCU não se intimidem com as pressões políticas e punam todos os que descumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal. Afinal, as pedaladas que todos querem ver são as do drible imortalizado pelo Robinho. Na área fiscal, pedalar é crime e faz muito mal à saúde e à credibilidade das contas públicas.

Fonte: Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não-governamental Associação Contas Abertas