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sábado, 19 de novembro de 2022

Futebol - O MPF se esqueceu da cruz na nossa canarinho? Gazeta do Povo

Thiago Rafael Vieira e Jean Marques Regina

A liberdade religiosa continua sendo desprezada por alguns setores no Brasil. 
Dessa vez, por iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) – aliás, de novo. 
Vamos ao caso: a Nike fez um acordo com o MPF para vetar a personalização das camisas da seleção brasileira com nomes ou expressões cristãs (a customização no site da empresa já vetava expressões de outras religiões, como as de matriz africana).
 
A personalização de camisas não é de hoje. Começou com os próprios jogadores escolhendo números aleatórios em vez dos clássicos 2 para lateral direito, 3 para zagueiro, 9 para centroavante etc. 
Atualmente os jogadores usam o número que quiserem, tudo acertado com o técnico e demais colegas. Gabriel Jesus, por exemplo, joga com a 33 no Manchester City, em alusão à idade com que Jesus de Nazaré foi crucificado. Inclusive, seu próprio nome leva “Jesus”. A partir da Copa do Mundo de 1994, as camisas também passaram a trazer os nomes dos jogadores nas costas, além do número.

Com isso, abriu-se a porteira para que os próprios torcedores personalizassem a camisa do seu time do coração com seu nome ou qualquer outra expressão. Em Porto Alegre, há muitos anos, basta ir à lojinha dentro do próprio Estádio do Beira-Rio e pedir sua camisa oficial personalizada (nós temos várias) mediante uma pequena taxa complementar.

Em um país livre, se você quiser personalizar sua camisa – pois pagou por ela –, personaliza e fim. Contudo, no Brasil, o significado de liberdade não é mais o mesmo especialmente depois da pandemia. Então, uma prática comum vira caso para o Ministério Público.

As liberdades de crença e religiosa são liberdades fundamentais em um democracia, como temos explicado aqui e aqui, e para o próprio sistema de liberdades civis fundamentais. O âmbito de proteção de ambas inclui o direito de ter, não ter, mudar e manter sua religião, além da exteriorização da crença na vida civil, por meio da afirmação pública da crença escolhida (liberdade de crença) e sua defesa, expressão, culto, assistência, ensino e organização (liberdade religiosa).

Por outro lado, tais liberdades são mais bem exercidas quando praticadas em um Estado laico, pois não existe a pressão estatal a favor de determinada religião em detrimento de outras ou da pressão de expurgo de uma, várias ou todas as religiões do espaço público. Na primeira hipótese, identificamos as teocracias e os Estados confessionais; a segunda se conforma com os Estados que praticam o laicismo e o secularismo.

O laicismo, como já explicamos, tem como núcleo o expurgo da religião do espaço público. A religião ou as religiões são males existentes na sociedade e que devem se ater ao espaço privado de seus fiéis. O fenômeno religioso faz mal ao Estado, por isso deve ser abatido. O laicismo é um movimento de expurgo da religião da vida pública, enquanto o secularismo é o golpe final na transcendência para que a religião seja vista, no máximo, como algo cultural. Mas isso é papo para França ou China; aqui no Brasil é diferente. [São principios do Estado e cujo valor é ZERO, diante da DOUTRINA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA - em religião entendemos que deve ser seguida a norma da IMPOSSIBILIDADE DE SERVIR A DOIS SENHORES - em termos Católicos/Cristão não podemos servir a DEUS e ao diabo = DEUS está no CATOLICISMO, religião fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.]

A Constituição brasileira de 1988, documento fundante de nossa nação, criou um ambiente colaborativo entre os poderes político (civil) e religioso. No Brasil, o fenômeno religioso, organizado ou não, goza, em relação ao Estado, de separação, liberdade e autonomia, benevolência, colaboração e igual consideração, como explicamos em nossa obra A laicidade colaborativa brasileira: da aurora da civilização à Constituição brasileira de 1988.

Já as liberdades de crença e religiosa possuem no Brasil um enquadramento constitucional único no mundo, usufruindo de um status que corresponde aos seus  conteúdos, âmbitos de proteção, dimensões e destinatários, como ensina a melhor doutrina europeia sobre o tema e conforme tivemos a oportunidade de constatar em nossa pesquisa de mestrado na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O óbvio seria o MPF pressionar a Nike para que fosse garantido o uso de qualquer expressão religiosa. Em vez disso, o MPF pressionou para excluir todas as religiões da possibilidade de personalização, em típica ação laicista.

Dito isso, qual seria o papel do MPF frente à denúncia de que “pode colocar Jesus na camisa, mas Exu não”? Se considerarmos que o MPF tem legitimidade para dizer como uma empresa multinacional (ou não) deve fazer ou deixar de fazer seu marketing, devemos partir da premissa brasileira para obtermos a resposta, isto é, responder a partir do sistema brasileiro de liberdades e de seu Estado constitucional.


Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Thiago Rafael Vieira e Jean Marques Regina, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 17 de julho de 2018

O pensamento em chuteiras

Elite é nata, suprassumo. A fina flor de uma atividade. Seja qual for. O Brasil já teve uma elite futebolista. Não tem mais. E, se não mais tem, menos pensadores temos

Lamentei menos a seleção brasileira não ter avançado na Copa do que tê-la disputado — mais uma vez — sem um jogador como De Bruyne ou Pogba. Futebol não tem importância. O pensamento, sim. O futebol, esse, da Copa, nada tem a ver com a vida real — não é indicativo da qualidade de um povo. O pensamento, sim. Pensamento é distinção. O futebol brasileiro já formou grandes pensadores. Se não mais, eis um sinal. É a capacidade de formular que estabelece uma elite. Nada a ver com poder econômico ou classe social. Elite é nata, suprassumo. A fina flor de uma atividade. Seja qual for. O Brasil já teve uma elite futebolista. Não tem mais. E, se não mais tem, menos pensadores temos.

Se a presença de pensadores dentro de campo não informa sobre a existência de pensantes brasileiros em outras áreas, a falta de pensadores de chuteiras muito dirá acerca do ambiente de ideias no Brasil.  Sei que devo um aparte a Philippe Coutinho. Um craque. Seus lançamentos para os gols de Paulinho e Renato Augusto se impõem junto ao que de mais original houve na Copa. Há ideias ali. Mas foram lampejos. Não poderia ser diferente. Coutinho não é um homem livre. Dentro de campo: não é. Não julgo técnicos nacionais. São todos dungas. Operam em outro registro. Tampouco os responsabilizo se há os atletas que aceitam se limitar. Apenas escrevo que é impossível — a Coutinho ou qualquer talento de sua estirpe — ser pensador pleno, jogador livre, se encaixotado no extremo do tabuleiro. E ali, no entanto, estão — confinados pela própria finitude do campo — os nossos maiores.

Pensa-se melhor de frente. De Bruyne só é De Bruyne porque lhe é franqueada a chance de ver e medir em profundidade.  Não desmereço as posições, mas me pergunto sobre em que momento o futebol brasileiro se podou em modesto produtor de ótimos alas e pontas, de maneira mesmo que consideremos natural discutir sobre se Neymar e Marcelo podem estar no mesmo time. Oi? Engarrafamos as laterais enquanto despovoado vai o centro. É isso mesmo?

Não desqualifico Casemiro, Fernandinho e outros paulinhos. São bons. Têm carreiras sólidas. Em seus clubes, porém, jogam com outros casemiros e fernandinhos, ou dividem o meio de campo com criadores como Modric e De Bruyne? Não falo de futebol. Mas de ideias sobre o esporte. É só o que deveria interessar a quem aprecia o jogo. Casemiro e Fernandinho são muito melhores com Modric e De Bruyne. Nunca serão, contudo, Modric e De Bruyne jogando com outros casemiros e fernandinhos. Nunca serão nem o Casemiro e o Fernandinho que nos acostumamos a ver respectivamente no Real Madrid (treinado por Zidane) e no Manchester City (por Guardiola). Serão os Casemiro e Fernandinho da Copa, atrapalhados ainda pela expectativa de serem o que não podem, pela pressão de jogarem onde estiveram Gerson e Falcão, e pela precária direção de um desses mano-menezes.

Na decisão entre França e Croácia, Pogba deu um lançamento de 60 metros para Mbappé e acompanhou a jogada para, afinal, concluí-la. Primeiro, recebendo passe de Griezmann, num chute de direita; depois, no rebote, de esquerda. Um golaço. Mas o que me mobiliza aqui é o lançamento. A origem da jogada. Claro que Pogba é um fora de série. Fato também é que só será possível realizar um passe de 60 metros havendo espaço para tanto. Um lançamento de 60 metros exige pelo menos 80. Exige, pois, que aquele que o faça seja o que inicia a armação do time. Não há papel mais importante.

Se é certo que Coutinho poderia fazer o que fez Pogba, certo também é que jamais faria — jamais fará — atado onde está. Coutinho, sempre de lado, nunca tem mais que 30 metros adiante — e esse é o próprio sinônimo do subaproveitamento. Sim, existem bons zagueiros capazes de começar uma jogada. Existem também os bons fernandinhos, eficientes em fazer a bola girar. Mas que deles — a não ser que seja um Aldair, a exceção — não se espere o movimento que surpreende e desconcerta.

Quem sou eu para dar lição aos professores, mas não seria já tempo de investir novamente na formação de meias que joguem de frente, desde a própria intermediária, com livre trânsito para enxergar e conceber? Até a próxima Copa, há quatro anos — inclusive para adaptar jogadores à função. Quando surgiu, pensei que Paulo Henrique Ganso pudesse ser esse homem. Não foi. Em parte, por culpa dele; sobretudo, porém, porque jamais compreendido, porque nunca entendido e explorado o espaço que lhe deveria ser dado e defendido. Era necessário — estratégico — insistir. Preferiram rotulá-lo como lento, obsoleto, em vez de treiná-lo para recuar e tomar para si a saída de bola e a armação do jogo. Que o time se organizasse a partir dele. Tática é se armar em função do pensamento. O resto é Tite, esse Lazaroni, sonhando em treinar time europeu. 

Carlos Andreazza é editor de livros


terça-feira, 19 de junho de 2018

CBF, tão sem noção, erra o próprio nome em carta enviada à Fifa para questionar arbitragem

Brasileiros reclamaram muito contra a arbitragem na estreia da Seleção

Pela primeira vez, diretor da Fifa admite 'erro' em gol da Suíça contra o Brasil  

[pretensiosos como são, CBF,  Tite e Galvão Bueno vão exigir da Fifa nova partida entre Brasil e Suíça.]

A arbitragem do jogo entre Brasil e Suíça no domingo "errou" no gol de empate do time europeu. A avaliação é de Marco Van Basten, ex-jogador e hoje diretor técnico da Fifa. Essa, porém, não é a percepção dos responsáveis pela tecnologia e nem pela arbitragem. "Tive várias discussões com pessoas dentro da Fifa sobre esse assunto nos últimos dias", explicou. "Acho que precisamos aprender com esse caso", defendeu. Segundo ele, os brasileiros agiram de forma correta ao se queixar em uma carta enviada para a Fifa

Para ele, isso não vai mudar o resultado do jogo. Mas pode ajudar a Fifa a avaliar seu próprio processo. "Não acho que o juiz deveria ter dado aquele gol", defendeu. "Essa é minha opinião pessoal", ponderou.  Na carta, a CBF solicita uma cópia do áudio das conversas entre o árbitro de campo e a cabine que se ocupa do vídeo. A entidade também quer as imagens. Ainda que não haja como objetivo rever o resultado do jogo, a CBF quer que a Fifa tenha consciência de que o sistema falhou.  A Fifa já indicou que irá responder à carta enviada pela CBF. Mas teme que, ao entregar o áudio à seleção, abrirá um precedentes perigoso, levando a uma pressão indevida sobre os árbitros.

Já os comentários do ex-jogador holandês apontam que não existe um consenso dentro da entidade sobre o tratamento do caso de Miranda. A avaliação de Van Basten não é a mesma da cúpula da arbitragem na entidade. A percepção no Comitê dos Árbitros é de que o juiz da partida agiu de forma "correta" e não houve nem falta em Miranda e nem pênalti em Gabriel Jesus. Segundo o corpo técnico que se ocupa da aplicação do VAR, os árbitros na cabine avaliaram a cena do suposto empurrão sobre Miranda, inclusive em câmara lenta.

Mas chegaram à conclusão de que não houve uma falta. Por isso, não pediram que o árbitro em campo paralisasse a partida e apenas o disseram para seguir. Um dos aspectos avaliados foi o posicionamento de Miranda, que não teria sido desequilibrado na visão dos árbitros. Já no caso de Gabriel Jesus, o mesmo processo ocorreu. Na cabine do VAR, os árbitros reavaliaram o lance, mesmo sem que o juiz da partida soubesse. Mas optaram por não alertar o árbitro César Ramos sobre uma eventual irregularidade e indicaram que poderia seguir. Por isso, o lance também seguiu.

Fontes na Fifa ainda indicaram que usaram o "super slow replay" - uma tecnologia que permite rever a imagem num ritmo ainda mais lento - para tomar uma decisão no que se refere ao lance de Gabriel Jesus. Mas concluiu que não houve pênalti.  Na avaliação da cúpula da Fifa, o VAR não pode tirar do futebol seu caráter de contato. "Caso contrário, matamos o jogo", afirmou um dos principais dirigentes da entidade. Entre os membros da CBF, a percepção era de que a carta não mudará nada do resultado. Mas a entidade precisava "se pronunciar". "Precisamos marcar posição", disse Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF.

Feijó foi alvo de uma operação policial em meados do ano passado por conta da suspeita de recebimento de R$ 600 mil da CBF para sua campanha eleitoral para prefeito de Boca da Mata (AL). A Polícia Federal apurou que sua campanha teria custado R$ 2 milhões. Mas Feijó apenas declarou R$ 105 mil. Já o presidente da CBF, coronel Antônio Nunes, preferiu não se pronunciar sobre a carta e nem sobre o lance. Quando foi questionado pela imprensa internacional e brasileira sobre o assunto, apertou o passo e foi conduzido por um de seus assistentes para longe dos jornalistas.

Em vez de Confederação Brasileira de Futebol, o documento é assinado pela "Confederação Brasileira de Fitebol"

Revoltada com a arbitragem na partida de estreia de Seleção contra a Suíça, a Confederação Brasileira de Futebol decidiu enviar um documento formal à Fifa questionando a atuação do árbitro mexicano Cesar Ramos. O problema é que a entidade cometeu uma pequena gafe no documento e acabou errando o próprio nome. Em vez de Confederação Brasileira de Futebol, a carta é assinada pela "Confederação Brasileira de Fitebol".
 

Na carta, enviada à Comissão de Arbitragem da Fifa, a CBF declara que considera estranho que Ramos não tenha nem solicitado a utilização do árbitro de vídeo no lance. Para a entidade, o protocolo para o uso do VAR não foi cumprido pelo juiz, seus assistentes e pelos árbitros de vídeo, sendo que o recurso já foi usado em diversas oportunidades em outras partidas do início desta edição da Copa do Mundo. 

(...)

Os brasileiros também reclamaram de um pênalti em Gabriel Jesus, que teria sido puxado por um zagueiro dentro da área, no segundo tempo. Mas o próprio técnico Tite entendeu ser sido este um lance interpretativo, assim como outros membros da sua comissão e até mesmo companheiros do atacante do Manchester City, que assegura ter sido derrubado no lance, quando o placar estava empatado em 1 a 1. Para os membros da CBF e da seleção, se os lances eram duvidosos, deveria ter ocorrido a consultar ao VAR, mesmo que o árbitro optasse por não marcar a falta em Miranda, principal alvo da reclamação da entidade, assim como o pênalti em Gabriel Jesus. Além disso, há dúvidas sobre como e se Ramos recebeu informações de que as duas jogadas reclamadas pela equipe nacional foram legais.

Em seu comunicado, a CBF faz alguns questionamentos. A entidade pergunta se Valeri sugeriu ao árbitro principal se ele deveria revisar algum lance durante o jogo entre Brasil e Suíça, se Ramos pediu orientação dos responsáveis pelo VAR sobre alguma jogada e se houve qualquer tipo de comunicação entre eles. A decisão da CBF foi tomada após uma série de reuniões envolvendo membros da comissão técnica de Tite e da diretoria da confederação. A decisão, inclusive, vai em direção um pouco diferente da adotada pelo treinador na entrevista coletiva após o duelo com a Suíça no último domingo. O técnico reclamou do trabalho do árbitro mexicano, mas também declarou que a discussão não deveria ser expandida, até para não ser vista como uma tentativa de minimizar o resultado negativo da estreia brasileira na Copa do Mundo.

Mais cedo, a Fifa avaliou como boa a atuação de Ramos, o que teria irritando ainda mais a cúpula da CBF. Essa defesa do trabalho do árbitro mexicano, inclusive, teria pesado na decisão da confederação de enviar o documento reclamando do trabalho do juiz no confronto que marcou a estreia do Brasil neste Mundial. Também  houve a gafe do coronel Antônio Carlos Nunes, atual presidente da entidade, na hora da escolha da sede da Copa de 2026. O Brasil se comprometeu a votar com a Conmebol pela tripla candidatura de México, Estados Unidos e Canadá. No entanto, achando que o voto era secreto, escolheu Marrocos. A escolha acabou sendo revelada e foi criada uma situação incômoda para o país. 
 


 

 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Neymar, fora mais uma vez - sempre perde para Messi e Cristiano Ronaldo

Uefa divulga seleção do ano sem presença de Neymar

Dois brasileiros entraram no time ideal de 2017 da entidade europeia

A Uefa divulgou sua seleção do ano de 2017, baseada em votação de torcedores pelo site da entidade. Ao contrário do que aconteceu na seleção da Fifa, Neymar não apareceu na lista. Os laterais Daniel Alves e Marcelo foram os representantes brasileiros.

Mais de 8,7 milhões de votos foram dados para o time escalado na clássica formação de 4-4-2, ou seja, com apenas dois atacantes,Cristiano Ronaldo e Messi. O mais votado na lista foi o zagueiro Sergio Ramos, com mais de 588.000 escolhas. Marcelo ficou em segundo, com mais de 558.000 votos.

Com cinco representantes, o atual campeão da Liga dos Campeões, Real Madrid, foi a equipe com mais jogadores na lista. A Juventus teve dois, enquanto PSG, Manchester City, Chelsea e Barcelona tiveram um cada.

A seleção da Uefa de 2017

GOLEIRO
Gianluigi Buffon (Juventus/Itália)

DEFENSORES
Daniel Alves (Barcelona/Brasil)
Sergio Ramos (Real Madrid/Espanha)
Giorgio Chiellini (Juventus/Itália)
Marcelo (Real Madrid/Brasil)


MEIAS
Toni Kroos (Real Madrid/Alemanha)
Luka Modric (Real Madrid/Croácia)
Kevin De Bruyne (Manchester City/Bélgica)
Eden Hazard (Chelsea/Bélgica)


ATACANTES
Lionel Messi (Barcelona/Argentina)
Cristiano Ronaldo (Real Madrid/Portugal)


[com ou sem Neymar e com jogadores do porte dos escolhidos pela Uefa,  a seleção brasileira está marcada para perder a Copa do Mundo 2018.]

 

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Além de Robinho, condenado por estupro a nove anos de prisão pela Justiça italiana, outros jogadores já se envolveram em casos de estupro, agressão doméstica e feminicídio, mas mantiveram prestígio e portas abertas nos clubes

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - Como o futebol alimenta a cultura do estupro e menospreza a violência contra mulheres

“Se a violência contra a mulher já é naturalizada pelo homem comum, imagina pelo homem rico, famoso e idolatrado, como é o caso de muitos jogadores de futebol?”

A condenação de Robinho a nove anos de prisão pela Justiça italiana, que entendeu que o ex-atacante de Milan e Real Madrid teria participado do estupro coletivo de uma mulher albanesa em 2013, logo gerou repercussões em seu clube atual, o Atlético Mineiro.  Durante o treino desta quinta-feira, a sentença ao atacante foi o assunto mais comentado na Cidade do Galo.  Robinho recusou-se a dar declarações, mas divulgou uma nota nas redes sociais em que volta a negar seu envolvimento no crime.

O jogador ainda pode recorrer em duas instâncias e, por enquanto, não corre risco de ser preso, nem mesmo em caso de condenação definitiva, já que a Constituição brasileira impede a extradição de cidadãos nascidos no país.  Depois do treinamento com a equipe atleticana, Robinho tirou fotos com crianças que visitavam a Cidade do Galo e deixou o campo em silêncio.  Ao comentarem a notícia nas redes sociais, muitos torcedores saíram em defesa do atacante. Outros, fizeram piadas homofóbicas, tal qual a que descrevia Robinho como estuprador de “Marias” – apelido pejorativo adotado por atleticanos para se referir a torcedores do Cruzeiro, maior rival do Atlético.

Além de torcedores, companheiros de time de Robinho também dizem acreditar em sua inocência. “É muito ruim uma notícia dessas, sem que ele tenha feito nada”, disse o zagueiro Gabriel.  Não é a primeira vez que o atacante revelado pelo Santos é apontado como agressor sexual. No início de 2009, quando jogava pelo Manchester City, ele já havia sido acusado de estupro por uma mulher que conhecera em uma boate de Leeds. Chegou a viajar para o Brasil sem a autorização do clube, por medo de ser detido pelas autoridades europeias. Ao retornar à Inglaterra, teve de se apresentar à delegacia de West Yorkshire, onde pagou fiança e foi liberado. O processo acabou arquivado três meses depois.


Robinho, Jóbson, Bruno e Danilinho: histórico de violência contra a mulher (Foto: Divulgação / El País)Robinho, Jóbson, Bruno e Danilinho: histórico de violência contra a mulher (Foto: Divulgação / El País)


Robinho é apenas mais um jogador a protagonizar escândalos de estupro e violência contra mulheres. Exemplos não faltam. Ex-atacante do Atlético, que atualmente defende o Vitória, Danilinho foi acusado de agredir uma mulher em uma festa ao longo de sua passagem pelo futebol mexicano e, ainda, de estupro e ameaça de morte por uma jovem de 18 anos. Em 2012, ele havia sido dispensado do Atlético por “problemas disciplinares”. Recentemente, o também atacante Juninho, do Sport, prestou depoimento em uma Delegacia da Mulher em Recife após agredir a ex-namorada, que relatou ter sido ameaçada pelo jogador com uma faca. Embora alegue inocência, ele foi indiciado no começo deste mês por violência doméstica. O clube presta apoio ao jogador e o mantém normalmente integrado ao elenco profissional.

O caso mais emblemático, porém, envolve o ex-goleiro Bruno, revelado pelo Atlético, que foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, apontado como mandante do assassinato da modelo Eliza Samudio, com quem teve um filho. Meses antes de sua prisão, em 2010, ele deu uma declaração polêmica ao defender o amigo Adriano Imperador em uma briga conjugal, na época em que ambos defendiam o Flamengo: “Quem nunca brigou ou até saiu na mão com a mulher?”. Antes mesmo de cumprir metade de sua pena, Bruno chegou a assinar contrato com dois clubes de Minas Gerais. Primeiro com o Montes Claros, em 2014 – não conseguiu liberdade provisória para treinar e atuar pelo clube. Em seguida, em 2017, com o Boa Esporte, que disputa a segunda divisão nacional. Ele foi solto em março. Chegou a jogar cinco partidas oficiais pelo clube, mas, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), acabou retornando para a cadeia. [Bruno não merece sequer figurar nesta reportagem sobre estupradores - seres abjetos e que merecem punição rigorosa e exemplar - haja vista que foi acusado de um homicidio sem cadáver e cuja principal testemunha da acusação foi um 'di menor' que mudou o depoimento por três vezes.
Além do mais, o delegado que conduziu as investigações tem antecedentes em conduzir inquéritos nos quais o acusado prova sua inocência.
O fato de na época  ser goleiro do Flamengo, tornou tudo mais dificil para a defesa do ex-goleiro.]


De fato, a sociedade brasileira – e não somente o futebol – convive com o machismo enraizado que segue naturalizando a violência cometida por homens. De acordo com dados coletados pelo Ministério da Saúde, que faz levantamento anual de agressões contra a mulher, o Brasil registra um estupro coletivo (praticado por dois ou mais agressores) a cada duas horas e meia. Somente em 2016, foram mais de 3.000 ocorrências. Uma delas chocou o país, quando pelo menos 30 homens estupraram uma adolescente de 16 anos. Apenas sete deles foram detidos e indiciados. Ainda no ano passado, Jóbson, ex-atacante do Botafogo, foi preso acusado de estuprar quatro adolescentes com menos de 15 anos. Segundo depoimentos das vítimas, ele teria levado as garotas para sua chácara, no interior do Pará, e, depois de obrigá-las a ingerir bebidas alcoólicas, cometeu os abusos sexuais. Jóbson aguarda pelo julgamento na prisão. Ele está afastado dos gramados desde 2015, após receber suspensão da FIFA por se recusar a fazer exame antidoping pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita.

As raízes machistas do futebol
Desde cedo, jogadores são formados de acordo com a cartilha machista do futebol, que prega a virilidade e a imposição física como virtudes indispensáveis para um jovem se tornar um craque de sucesso. Além dos padrões de comportamento agressivo que os acompanham das categorias de base ao profissional, os atletas convivem em ambientes em que a figura masculina é predominante e, de uma hora para outra, podem experimentar uma ascensão social tão acentuada quanto destituída de alicerce emocional para lidar com a nova realidade. “Os garotos são iniciados no futebol com enormes lacunas de educação tanto por parte da família quanto da escola”, diz a psicóloga do esporte Suzy Fleury, que já integrou a comissão técnica da seleção brasileira. “Os clubes não têm compromisso com a formação do caráter dos atletas e são coniventes com comportamentos que nossa sociedade não aceita mais.” Ela cita como exemplo o “Masia 360°”, um programa arquitetado nas categorias de base do Barcelona para formar jogadores sob a perspectiva do desenvolvimento emocional e pedagógico. “Não há clube brasileiro que faça algo parecido. O comprometimento com a educação dos jogadores desde a base ajudaria a prevenir outros casos como o do Robinho”, afirma Fleury.

Com frequência, meninos acabam submetidos a diversos tipos de violência em categorias de base, como o trabalho infantil, assédio e abuso sexual. Algo que, de acordo com a nadadora Joanna Maranhão, que foi molestada por um treinador na infância e hoje mantém um projeto social voltado a jovens atletas, se estabelece como fator determinante para moldar agressores em vez de jogadores. “A cultura machista também prejudica o atleta do sexo masculino, que não se permite denunciar as violências que sofre. No futebol, então, isso se torna uma coisa grave. A criança que é vítima de um abuso, por exemplo, e nunca lida com isso pode crescer pensando que tem o direito de fazer a mesma coisa com outra pessoa.”

Para Gustavo Andrada Bandeira, o esporte precisa deixar de enxergar a mulher como símbolo sexual atrelado a torcedoras musas e atletas beldades, e passar a interpretá-la como protagonista de jogos e competições. Dar mais visibilidade ao futebol feminino e mais espaço às mulheres no jornalismo esportivo seria uma maneira de atacar uma das causas do problema, que é a manutenção de um ambiente extremamente machista no futebol”.

Em 2014, a marcação de um impedimento equivocado a favor do mesmo Atlético de Robinho, durante um clássico contra o Cruzeiro – pela árbitra-assistente Fernanda Colombo, rendeu declarações machistas do então diretor de futebol cruzeirense, Alexandre Mattos: “Essa bandeirinha é bonitinha, mas não está preparada. Tem mais é que posar para a [revista] Playboy, e não trabalhar com futebol”. Apesar de ter sido punido com multa de 500 reais e suspensão pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Mattos se transferiu para o Palmeiras no ano seguinte como um dos dirigentes mais valorizados do Brasil, enquanto Colombo foi afastada pela CBF e, desde então, viu sua carreira entrar em declínio. Ela não apita mais.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Seleção é vaiada no Mané Garrincha e torcida pede Marta no lugar de Neimar

Brasil empata com Iraque e completa dois jogos sem fazer gol

Seleção é vaiada em Brasília e fica no 0 a 0 outra vez com adversário fraco

Jogo contra Dinamarca será com time misto: Marta e Formiga e mais nove jogadores do sexo masculino 

Difícil medir o alcance, os efeitos do tropeço de proporções escandalosas do Brasil diante do Iraque. Porque existe um limite entre o aceitável e o suportável. É aceitável dizer que o time foi formado há pouco tempo, trata-se de um torneio de improvisos e que futebol se faz com projeto, algo difícil para seleções hoje. Tudo isso é justo e real. O caso é que o futebol brasileiro não suporta mais tropeços desta natureza. 

A cota de constrangimentos parece esgotada, a pressão é enorme. Ter piorado sua situação na primeira fase da Olimpíada é só a consequência esportiva imediata. A seleção perdeu o crédito com o público. Diante disso, perdeu a cabeça, o equilíbrio. No 0 a 0 contra os iraquianos, foi vaiada primeiro. Depois, foi humilhada com gritos de “olé”, de “Marta” e um desfecho melancólico: gritos de “Iraque” em Brasília. O compreensível senso de urgência nacional é o maior dos adversários do futebol brasileiro. 
O Brasil do primeiro tempo fez 30 minutos de pavor e terminou com um tipo de jogo que poderia ser a semente de uma mudança. O difícil é fazer a boa sensação durar. Seja porque o futebol brasileiro hoje tem dificuldade de jogar bem em equipe, seja porque o time existe há muito pouco tempo, seja porque os nervos dominam a seleção. Antes de mudar, mostrou como é viciado o jogador brasileiro num jogo em espasmos, de correria na direção do gol, sem combinações e troca de passes em progressão. Sem pensamento. Eram tentativas individuais, verticais. Joga-se futebol com pressa no Brasil. E mudar a cultura leva tempo. Mesmo sem treino, o que dificulta tudo, o primeiro recurso do brasileiro não é passar, é correr. 

É verdade que o Iraque tinha meio time semifinalista do Mundial sub-20 há três anos, o que lhe dá algo de padrão coletivo. Mas também teve que mudar jogadores para o Rio-2016. Não ficou imune. E mesmo assim era condicionado a se associar. Chegou duas vezes com perigo, uma em lance armado, outra ao acaso, num lateral que terminou na trave de Weverton. O Brasil, na dificuldade, corria. Mais tarde, na fase agônica da partida, cavava faltas, brigava com o árbitro, recorria a artifícios.

O time até terminou o primeiro tempo com outra cara. Jogando mais próximo, triangulando. Brotou futebol pelo lado direito, onde ora Renato Augusto, ora Gabigol, buscavam a lateral para Zeca se converter em armador por um corredor mais central. Houve jogo. A marcação do Iraque se confundiu, e o Brasil empilhou chances. Pelo menos duas delas, perdidas por um Gabriel Jesus que desperta justas preocupações. Se o time inteiro é ansioso, pressionado, o atacante do Palmeiras e, futuramente, do Manchester City, multiplica tais sensações. Tem dificuldade em jogadas simples e vê o gol se estreitar na hora de finalizar. Vive uma nova fase na carreira e não parece fácil lidar com ela.

Fonte: O Globo