O carnaval de
escândalos na Petrobras pode jogar o santo nome do Presidentro Luiz Inácio Lula
da Silva no meio dos processos da Lava Jato. Basta que o Ministério Público
Federal requisite à estatal o conteúdo de depoimentos à Comissão Interna de
Apuração de Desvios na Comunicação. No dia 13 de março de 2009, o ex-gerente da
área de comunicação da área de Abastecimento, Geovane de Morais, revelou que o
então Presidente Lula ordenou a Paulo Roberto Costa que arrumasse R$ 1 milhão
em patrocínios para cada uma das 12 escolas de samba do grupo especial do Rio
de janeiro, no carnaval 2008.
No depoimento, Geovani foi claro: "Em 10 de janeiro de 2008, o diretor Paulo
Roberto Costa chama eu, a Carmen (Swire, na época, gerente-geral do Abastecimento) e a Venina (Velosa
da Fonseca, então gerente-executivo) na sala dele e disse que o Lula disse que era para dar R$ 1
milhão para cada escola”. Ontem, vazou a
informação (mais uma para o Instituto
Lula desmentir) de que pelo menos R$
2 milhões 385 mil reais foram destinados a uma única escola de samba, com
dinheiro sendo pago por fora, supostamente nos esquemas montados por Paulo Costa
e o doleiro Alberto Youssef. A agremiação beneficiada recebeu R$ 385 mil reais para sua ala de passistas
e mais R$ 1 milhão de ajuda para a reforma da sede.
Geovani Morais revelou no depoimento
que chegou a argumentar que não haveria tempo para uma licitação pública para
liberar o dinheiro: “Faltavam 15 dias e,
em 15 dias, você não contrata nem licita muito menos numa condição dessas”.
Embora a área técnica da Petrobras tivesse alegado que não poderia atender à
solicitação, o pedido foi parar na Secretaria de Comunicação da Presidência.
Segundo Geovani, de lá voltou a ordem de fazer o pagamento sob um argumento
consistente: “O Presidente quer porque quer”. No caso, o Presidente era o Lula, e não José Sérgio
Gabrielli, que presidia a estatal.
O ex-gerente Geovani confessou que
assumiu o risco sozinho para repassar o dinheiro às escolas de samba e que “toda a diretoria estava lá” nos
camarotes da Petrobras no carnaval em 2008. A empresa teria gasto R$ 4,7 milhões só na organização dos camarotes.
Geovani acabou demitido da Petrobras. Agora, pode ser mais uma testemunha-chave
dos processos da Lava Jato. Além dele, o doleiro Alberto Youssef também fez
menção a Lula em seu depoimento de "colaboração
premiada". A geóloga Venina Velosa Fonseca também falou de Lula,
citado por Paulo Roberto Costa, nas entrevistas que deu ao Valor Econômico. Só o "Paulinho", até agora, tem poupado
Lula em suas revelações de delator premiado. Até
quando?
Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão
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