Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
A
única saída para essa epidemia de infelicidade na adolescência é
resgatar o núcleo familiar, criar senso de propósito elevado, retomar os
hábitos religiosos
Ilustração: Luboffke/Shutterstock
Se você acerta o diagnóstico de um problema, as chances de você acertar a solução aumentam. Mas, quando você tem uma visão totalmente equivocada sobre o que causou a doença, aí fica realmente complicado achar a cura. É o caso da esquerda, quando o assunto é juventude. Todos podem observar os crescentes problemas da garotada no mundo moderno, mas os “progressistas”, sem qualquer compreensão acurada das causas, pregam mais do veneno que tem causado a praga.
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) divulgou nesta semana um relatório sobre o aumento da sensação de tristeza, violência e pensamentos suicidas em adolescentes norte-americanos, especialmente nas meninas. São pesquisas subjetivas, pois os próprios entrevistados devem responder sobre sua condição mental. Não obstante, os resultados são alarmantes: o crescimento de 57% em uma década nas meninas que persistentemente se sentem tristes ou desesperançosas. O quadro masculino não foi positivo tampouco: salto de 29%.
Quase um em cada três adolescentes teria considerado de forma séria o suicídio, um aumento de 60% nos dez anos.
Quase um em cada cinco alega que sofreu alguma tentativa de abuso sexual, conceito que se tornou mais elástico com o tempo.
E mais da metade dos que se consideram LGBT+, grupo que vem aumentando significativamente, apresentou um estado mental pobre, levando 22% deles a tentarem o suicídio no ano passado.
O que está acontecendo aqui? Para os pesquisadores do CDC, falta inclusão e tolerância nas escolas, que deveriam ser locais tranquilos e protegidos de traumas.
Mas quem diria que na última década a situação piorou para as minorias nas escolas, depois de todas as medidas efetivas e culturais em favor desses grupos?
Para um observador mais imparcial e menos ideológico, fica evidente que deve haver outra explicação. E certamente há.
O avanço da tecnologia e da ciência não anulou o impulso religioso tão natural do ser humano, apenas o deslocou, e é por isso que vemos essas “religiões” seculares patéticas, a garotada histérica, como a Greta Thunberg, desistindo de ter filhos por conta do “aquecimento global”
Os adolescentes estão perdidos, cada vez mais confusos, sem âncoras. O advento das redes sociais não ajuda em nada, assim como a pandemia, que levou aos lockdowns insanos. As garotas são mesmo as mais prejudicadas, como explica o Dr. Leonard Sax em Por Que Gênero Importa?: “Quanto mais tempo você passa nas redes sociais, se comparando com as outras pessoas, maior a probabilidade de se deprimir. Isso serve para meninas e meninos, mas o efeito disso é muito maior para as meninas do que para os meninos”.
O Instagram tem criado uma ficção de que todas são belas e felizes, e isso tem afetado mais as meninas. A grama do vizinho é sempre mais verde, os procedimentos estéticos começam cada vez mais cedo, as garotas acham que somente as demais possuem vidas completas e instigantes. Tudo isso é verdade, mas não dá conta da totalidade do fenômeno. Tem mais coisa acontecendo em nível estrutural, e é aqui que a esquerda falha miseravelmente,até porque ela é a grande responsável pelo problema.
A adolescência já é uma fase difícil de qualquer jeito,uma transição em que a pessoa não tem mais o conforto da infância, tampouco é adulta ainda. Não só o corpo muda, mas os ritos de passagem são cruciais para ensinar esse jovem a se tornar adulto, superando as inseguranças naturais dessa metamorfose.
Toda cultura forma adultos com base em processos que reforçam seus papéis na sociedade.
Alguns pilares são fundamentais aqui: família estruturada (segurança do lar), sensação de pertencimento (patriotismo) e religião (senso moral). Esses pilares estão sob ataque da esquerda há décadas.
As famílias vêm sendo destruídas, as taxas de divórcio dispararam,os “progressistas” acham que qualquer formação com base no “amor” se configura uma família.
O patriotismo vem dando lugar à crença de que somos todos umas ilhas atomizadas, cidadãos do mundo, desprovidos de uma pátria comum, que nos liga por meio da língua, da história compartilhada, da cultura.
E a religião, em especial o cristianismo, vem sendo demonizada como superstição tola ou reacionária, dando lugar a seitas ideológicas insanas.
O adolescente moderno é bombardeado com a propaganda de que a libertação sexual vai trazer felicidade, de que ele deve ser “genuíno” e dar vazão aos seus impulsos animalescos, romper com todos os grilhões e tabus impostos pela sociedade.
Mas ele acaba extremamente perdido, confuso e infeliz nesse processo, sem um norte claro, sem propósito elevado, sem freios morais internos.
A cultura pop ainda vende a falsa ideia de gênero fluido, e como pessoas reagem a incentivos, não é coincidência o aumento exponencial em gente que se considera LGBT+, crescimento que a biologia jamais poderia explicar.
De forma resumida, pais covardes, que querem se “sentir” bem, descolados e moderninhos, ou então justificar suas próprias vidas disfuncionais, usam as crianças para “provar” suas ideologias.
Os filhos são transformados em cobaias de um experimento social.
Os mais doentes se gabam de ter filhos trans, como se fossem troféus de como são modernos e tolerantes.
Um transtorno acaba virando motivo de orgulho. Os filhos viraram pets exóticos, mascotes, sinalização de falsa virtude, enquanto as crianças sofrem cada vez mais. Faltam adultos de verdade no recinto, para educar, para impor limites, para explicar que “desejos” não devem ser sempre seguidos, não importam as consequências.
Temos gerações cada vez mais mimadas, que se vitimizam, que vivem de maneira bestial.
E aqueles que são responsáveis por este quadro sombrio ficam perplexos depois, achando que o problema é gerar um clima de mais “inclusão” e “proteção” nas escolas. Se ao menos tivéssemos mais “locais seguros”…
A única saída para essa epidemia de infelicidade na adolescência é resgatar o núcleo familiar, criar senso de propósito elevado para a garotada, fornecer-lhes uma sensação de pertencimento maior ao seu povo e retomar os hábitos religiosos.O avanço da tecnologia e da ciência não anulou o impulso religioso tão natural do ser humano, apenas o deslocou, e é por isso que vemos essas “religiões” seculares patéticas, a garotada histérica, como a Greta Thunberg, desistindo de ter filhos por conta do “aquecimento global”.
O diagnóstico esquerdista da doença é totalmente equivocado, porém, e é por isso que eles receitam mais do veneno que nos trouxe até aqui. Não tem como dar certo.
De
uns tempos para cá, a militância esquerdista brasileira parece haver
encontrado o que fazer na afirmação de pautas ambientais e identitárias,
ideologia de gênero, domínio do vocabulário e imposição do
“politicamente correto”. A jornada se completa com algumas ações do tipo
“Fora Bolsonaro” escrito assim, sem vírgula e sem ponto de exclamação.
Mas aí já seria exigir demais.
Ao procurar
votos por esses caminhos, estabelecendo a cizânia e, principalmente,
restringido a liberdade de expressão, a esquerda acordou sua adormecida
divergência natural. Aqui e ali, dispersos, os conservadores começaram a
sentir cheiro de fumaça e passaram a reagir de modo inevitavelmente
crescente, num mecanismo de autodefesa.
Lembro-me bem
da primeira vez em que fui advertido de estar sendo politicamente
incorreto.Eu criticara o incremento da gravidez na adolescência e seus
efeitos, por vezes devastadores, sobre a vida de tantas jovens. Lá pelas
tantas, denunciei a promiscuidade incentivada pela moderna produção“cultural”, especialmente por aquela produção voltada para a juventude.
Meu interlocutor julgou-se no direito de me acusar de estar sendo
politicamente incorreto ao desqualificar, com palavras e autoritarismo
moralista, a “opção” das garotinhas. Minha resposta foi ainda mais
incorreta e não caberia reproduzir aqui.
Por cancelar o
debate sobre certos temas ditos sensíveis e dá-los por consensuais e
irrecorríveis – malgrado sejam insustentáveis numa interlocução
esclarecida e bem intencionada – o “politicamente correto” deixa de ser
civilizado e benéfico para ser uma velhacaria.
Impõe, assim,
uma servidão mental e se vai, pouco a pouco, entregando as liberdades
para o discernimento e a tutela daqueles que confiam mais no Estado e no
partido do que em si mesmos e na sociedade. Parcela poderosa do Estado e
muitos partidos querem exatamente isso.
Breve não
lembraremos mais o caso do jogador Maurício Souza, como não lembramos o
caso do delegado que, manifestando-se sobre o estupro de uma menina de
11 anos pelo homem que vivia com a mãe, afirmou “haver crianças pagando
muito caro pelo rodízio de padrastos em casa”. O autor da frase foi
qualificado como machista e exonerado da função que ocupava na área de
comunicação social de sua instituição.
Sempre que me
deparo com esse tipo de abuso, essa estatização de conceitos, versões e
narrativas como ação política, fico me perguntando se é para isso que
nós, cidadãos, formamos partidos e instituímos poderes. Onde e quando
esses poderes e partidos ocupam-se do Brasil real?
Principalmente,
quando vão entender quão politicamente incorreto é seu agir e o quanto
são cúmplices, por omissão ou interesse próprio, em relação a tantos de
nossos males?
Existe algo politicamente mais incorreto do que políticos
incorrigíveis?
*Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é
arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.