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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Alto risco: policiais grávidas de São Paulo participam de operações e condução de presos - O Globo


terça-feira, 16 de junho de 2020

Dexametasona - Será uma outra encrenca igual a da cloroquina? Esta no uso contra o coronavírus, pacientes em estado grave, tem o aval da Universidade de Oxford

Na luta contra o novo coronavírus, dexametasona é o primeiro medicamento que salva vidas

Tratamento para coronavírus: cientistas britânicos dizem ter comprovado 1a droga eficaz para reduzir mortalidade por covid-19


{Dexametasona é o nome genérico de vários antialérgicos de baixo custo no Brasil.] 
Um medicamento barato e amplamente disponível chamado dexametasona pode ajudar a salvar a vida de pacientes gravemente doentes com coronavírus. O medicamento faz parte do maior teste do mundo com tratamentos existentes para verificar quais funcionam contra o coronavírus. E o tratamento com esteroides em baixa dose de dexametasona é um grande avanço na luta contra o vírus mortal, segundo especialistas do Reino Unido.

Seu uso levou a uma redução em um terço no risco de morte para pacientes respirando com a ajuda de respiradores.

Para quem demanda oxigenação, reduziu as mortes em um quinto. Se o medicamento tivesse sido usado para tratar pacientes no Reino Unido desde o início da pandemia, até 5 mil vidas poderiam ter sido salvas, dizem os pesquisadores. E também poderia ser benéfico em países mais pobres, com grande número de pacientes da covid-19.  Cerca de 19 dos 20 pacientes com coronavírus se recuperam sem serem admitidos no hospital. Dos que são internados no hospital, a maioria também se recupera, mas alguns podem precisar de oxigênio ou ventilação mecânica. Estes são os pacientes em alto risco, que a dexametasona parece ajudar.

O medicamento já é usado para reduzir a inflamação em várias outras doenças e parece que ajuda a interromper alguns dos danos que podem ocorrer quando o sistema imunológico do corpo entra em ação exageradamente ao tentar combater o coronavírus. A reação exagerada do corpo é chamada de tempestade de citocinas e pode ser mortal.


Redução de 1/3
O tratamento com dexametasona reduz em um terço a mortalidade entre os pacientes mais graves de covid-19, de acordo com os primeiros resultados de um grande teste clínico anunciados nesta terça-feira (16).
“A dexametasona é o primeiro medicamento que observamos que melhora a sobrevivência em caso de covid-19”, anunciaram os autores de um estudo clínico randômico que recebeu o nome de Recovery. A droga foi aplicada em doses de 6 mg uma vez por dia em 2.104 pacientes no Reino Unido, que fizeram parte do teste.

NEWS - BBC Brasil

Diversos tratamentos
A dexametasona é um glicocorticoide sintético que faz parte da classe dos corticosteroides. Altamente antiinflamatório e imunossupressor, é usado em doenças reumatológicas e alérgicas como asma, por exemplo. Também pode ser usada em tratamentos intensivos e de curto prazo em casos de doenças reumatológicas, distúrbios da pele, alergias, transplantes, tumores e problemas oculares, pulmonares, gastrointestinais, neurológicos e sanguíneos.

A dexametasona não pode ser usada por pessoas que sejam alérgicas (ou tenham conhecimento de que alguém da família tenham tido reação semelhante) ao seu princípio ativo ou a qualquer outro medicamento da mesma classe, bem como a algum componente de sua fórmula. O medicamento deve ser usado com precaução em casos de diabetes, úlcera estomacal, osteoporose, doenças psiquiátricas, problemas no fígado ou rins, hipertensão, catarata ou glaucoma, herpes ativo, insuficiência cardíaca, tuberculose, entre outros.

Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus que matou mais de 437.000 pessoas em todo o mundo.

JBr - Com Estadão, UOL e AFP


quarta-feira, 31 de maio de 2017

Trombada é alto risco

Alerta para novo ministro Torquato Jardim: Lava Jato é blindada, Temer não

Publicado no Estadão

O advogado Torquato Jardim estará para o presidente Michel Temer no Ministério da Justiça assim como Márcio Thomaz Bastos esteve para o presidente Lula e José Eduardo Cardozo para a presidente Dilma Rousseff. Fiéis à sua cultura de advogados, o objetivo era, como é agora, defender seus chefes. Simples assim.

O que não é nada simples é o momento dramático em que Torquato assume, com Temer acossado não só pela gravação feita por Joesley Batista, que ele questiona judicialmente, mas também por outras suspeitas envolvendo a JBS e pelo processo de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE. Além de velho amigo e parceiro de Temer, o novo ministro tem longo histórico na Justiça Eleitoral.

A bem da verdade, Temer já manifestava insatisfação com o ex-ministro Osmar Serraglio antes das delações da JBS. Crise de índios? Ele não foi de grande valia. Matança de posseiros? Idem. Afinal, para que servia Serraglio no ministério número um da República?

Para piorar, ele é deputado e foi escolhido por indicação do PMDB da Câmara, mas o pau quebrava na reforma trabalhista, depois na da Previdência, e era acusado de não dar o ar da graça na articulação política no Congresso. Ou seja, Serraglio caiu de maduro. O novo problema é que caiu para o lado, mais precisamente para o Ministério da Transparência. A gritaria já começou.  Mas o foco não está lá e sim no Ministério da Justiça, que não abrange só índios, posseiros e penitenciárias em chamas, mas também a Polícia Federal – pelo menos no organograma. Temer tem à disposição dois pesos pesados do Direito, o próprio Torquato Jardim e seu advogado e também amigo Antônio Claudio Mariz de Oliveira. Ajudam muito, mas se os dois, ou os três, incluindo o próprio Temer, tentarem passar uma rasteira na cúpula da PF, vai ser tiro no pé.

Quanto mais tentam minar a Lava Jato, mais fica evidente o quanto a maior operação de combate à corrupção do planeta está blindada. Todas as investidas no Legislativo e todos os dardos atirados do Executivo e mesmo do Judiciário não deram em nada e toda estridência de envolvidos à direita e à esquerda entraram por um ouvido e saíram pelo outro.  A Lava Jato continua firme e forte e quem mais pode arranhá-la não está fora, mas dentro dela. A PGR ataca ministro do STF, o ministro do STF devolve com pedradas, a guerra entre MP e PF, procurador sarcástico acusa o juiz Sérgio Moro de ter “coração generoso” por absolver alguém por falta de provas… Calma, gente! A Lava Jato tem de estar acima dessas vaidades e idiossincrasias e respeitar o equilíbrio entre o combate à corrupção e as regras do Estado Democrático de Direito.

Hoje, o CNJ julga Moro pelos áudios entre Lula, investigado, e Dilma, então presidente, sob a expectativa de que isso não vá adiante. Amanhã, o Supremo debate o fim do foro privilegiado, mas nem todos os juízes são como Moro (PR), Vallisney de Souza Oliveira (DF) e Marcelo Bretas (RJ). Em tese (porque nem sei quem são), será que os juízes de Alagoas são imunes à proximidade com o senador Renan Calheiros e seu filho governador?

Vê-se o quanto o ambiente brasileiro está contaminado pela crise e por descobertas estarrecedoras, disputas de egos e falta de cenários a curto, médio e longo prazos. Temer tem direito de trocar ministros e de lutar pelo mandato, mas é cedo para saber o desfecho, até mesmo no TSE na próxima semana. Jogar o Ministério da Justiça contra PF, MP e Judiciário será o pior caminho. A trombada é certa e a Lava Jato está blindada, mas Temer não.

Fonte: Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo