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sábado, 22 de fevereiro de 2020

O gabinete fardado - O Estado de S. Paulo

 Marco Aurélio Nogueira


‘Militarização’ coincide com o comportamento autoritário e debochado do presidente

[Excelente matéria, porém, defende posições que se fossem consideradas e implantadas implicaria em cassar do presidente da República o direito, a competência,  que a tão falada (especialmente,  quando é usada e/ou interpretada contra o governo)  'constituição cidadã' confere ao Presidente da República = a escolha de seus auxiliares.]
E eis que, sem maior alvoroço, os militares voltaram a ter importante peso político no Brasil. Passaram a dominar o Palácio do Planalto, onde fica o presidente, ele também um ex-militar. Vários generais e um almirante ocupam da Casa Civil à Vice-Presidência da República.  O gabinete fardado está sendo analisado como um freio ao extremismo histriônico da ala ideológica do governo, formatada pelo olavismo. O fato poderia ser visto como uma oportunidade para que se imprima um novo estilo de atuação ao governo, reduzindo seu sectarismo e sua visão obnubilada da realidade. Um estilo mais frio não daria trela às baixarias dos ideólogos.

Nessa avaliação, o novo gabinete poderia funcionar como um freio de arrumação, que acomodaria as melancias que o governo deixa chacoalhar na carroceria. Ajudaria a reduzir o destempero presidencial. [externamos nosso entendimento que a palavra melancias, nada tem a ver com o sentido usado para indicar militar comunista - verde por fora, vermelho por dentro.
Os militares aos quais o artigo se refere certamente não foram contaminados pelo vírus do comunismo - mais mortal, nojento, repugnante que o coronavírus.]  Formar-se-ia um colegiado decisório que, apoiado na hierarquia militar e na cultura da caserna, faria um contraponto às manifestações bélicas do bolsonarismo. Afinal, em tempos de paz é mais importante saber guardar e reforçar posições do que atacar, sobretudo se os inimigos são imaginários.

Tudo isso a se ver. Antes de tudo será preciso descobrir se os oficiais têm um plano para recuperar a imagem do governo, se atuarão como fator de equilíbrio ou se darão um cheque em branco ao presidente Jair Bolsonaro, estimulando suas intervenções desqualificadas. Aconteceu algo assim com o general Heleno, no início visto como “moderador”, mas que logo se revelou um ativista do bolsonarismo, um “incendiário”.

A Casa Civil está com o general Braga Netto, militar experiente. Órgão estratégico, dele depende a coordenação governamental e a organização de um ambiente favorável no Congresso. Militares são, como todos os cidadãos, seres políticos qualificados para pensar o Estado, a comunidade política. Fazem isso, porém, com uma sólida ideia de lealdade e uma forte carga corporativa, que os impulsiona a verem a si próprios como diferentes dos demais e com interesses que precisariam ser defendidos a ferro e fogo. São treinados para “desconfiar” dos políticos, não para fazer política.

Se não tiver jogo de cintura, um general na Casa Civil pode dificultar ainda mais as relações entre o Executivo e o Legislativo. Pode, também, aprofundar a inserção das Forças Armadas no governo, com o risco de que terminem por trocar o perfil técnico e a missão institucional de proteger o Estado pela gestão dos negócios governamentais e pelos conflitos políticos a eles inerentes. Militares num governo autoritário, como é o de Bolsonaro, não beneficiam a imagem de isenção democrática das Forças Armadas. É algo que as lança no olho do furacão, ainda que sejam apenas alguns oficiais a assumir o encargo.

Um governo com uma ala militar ativa pode transitar em campo minado. Como observou o sociólogo Rodrigo Prando, em caso de rompimento com os militares o governo poderia ver-se numa crise de desfecho imprevisível. Militares sabem ocupar territórios, mas não necessariamente estão preparados para dialogar, mover-se entre ideias plurais e pressões típicas do mundo político.

No Brasil as Forças Armadas são vistas como patrióticas, disciplinadas e “desinteressadas”. Mas carregam o fardo do golpismo e do autoritarismo. Acreditam que os militares existem para salvar o País. É provável que os oficiais mais jovens não compartilhem esse fardo. A caserna, porém, é mais ampla. Seja como for, já estão dadas as condições para que as Forças Armadas contenham os seus impulsos históricos e atuem democraticamente.

A presença militar tenderá a incentivar uma postura focada em resultados estruturais, alheios ao jogo eleitoral. É onde repousa o risco de atrito com a política. Também terá de se haver com as resistências do núcleo civil do governo. A “militarização” coincide com o comportamento autoritário e debochado do presidente, com seu familismo exacerbado. É difícil imaginar que Bolsonaro adote uma conduta mais digna e educada, mais criteriosa com as políticas estratégicas e os interesses nacionais. A questão não é de espaço e poder de pressão, mas de biografia, estilo e modo de pensar.

Deveria ser constrangedor, para a ética militar, que as grosserias, ofensas e aberrações do presidente estejam a ser cometidas nas barbas dos oficiais que integram o núcleo principal do governo. Militares costumam ser discretos, falam pouco, cuidam da linguagem. Não deveriam lavar as mãos diante dos descalabros que jogam a Presidência da República num poço sujo e sem fundo.

O gabinete fardado dará força à tecnocracia? Vai depender, também, da capacidade que tiverem os políticos de equilibrar a balança. O Congresso tem contrastado a falta de iniciativa do Executivo no que tange às reformas e à formulação de políticas públicas. Se calibrar bem a sua atuação e reunir as forças democráticas de oposição, o Congresso poderá ajudar a que se organize uma agenda nacional e se modifique a orientação de uma população que acredita que a saída está fora da política e longe do Parlamento.

 Marco Aurélio Nogueira, professor - Opinião - Estado de S. Paulo 

domingo, 12 de janeiro de 2020

IRÃ ,COREIA DO NORTE, CUBA E VENEZULA SENTAM NO “COLO” DOS RUSSOS E CHINESES - Sérgio Alves de Oliveira

Se alguma dúvida ainda persistisse no ar sobre os FUNDAMENTOS MORAIS que sustentam o PODER POLÍTICO na Rússia e na China, essa mesma dúvida desapareceria   no  exato  momento em que se desvendasse   os perfis morais, políticos, sociais e econômicos dos  4 (quatro) países que são os seus “protegidos” e “assistidos”, tornando-se em consequência   ”anexos” dessas duas grandes potências mundiais,  seus “espelhos”,  com “soberanias” somente aparentes, em troca de “proteção”, inclusive bélica. São essas,portanto,nações muito “covardes”. Não tivessem sido protegidos  até agora pela Rússia e pela China,com certeza esses quatro países  “nanicos” já teriam sofrido “intervenções”,internas, a partir dos seus próprios povos,  as maiores vítimas dos regimes  de terror e abolição completa das liberdades civis  implementadas  nessas “tiranias”.
Tudo isso significa dizer que o regime de terror,opressão e repressão, contra os seus povos , que corre solto no Irã ,Coreia do Norte ,Cuba e Venezuela, além de diversos  outros países que não “aparecem” tanto, tem PATROCÍNIO INDIRETO da Rússia e da China, que sempre insinuam com ameaças “bélicas” os diversos  países solidários que ofereçam  qualquer tipo  de ajuda humanitária aos sofridos povos dessas tiranias  ,“guarnecidas”, imoralmente, pelas duas grandes potências mundiais.
Gilberto Freyre, em “Casa-Grande & Senzala”,”desenhou” com perfeição,em termos de sociologia brasileira,na época do “patriarcado”, a opressão e o terror cometidos pelos patriarcas das “Casas-Grandes” contra os seus escravos ,da “Senzala”, mas  que nunca faziam isso “diretamente”, ”pessoalmente”, porém através de  prepostos, geralmente os chamados “capatazes” ,para fazê-lo, e  assim “justiçar” os escravos faltosos.   
                               
O “patrão” acabava se passando  por “bonzinho”,”lavando as suas mãos”, relativamente à  punição e maus tratos  dos escravos. O “demônio justiceiro” estava na pessoa do “capataz”, que fazia o serviço “sujo”, sob as ordens do patriarca. Essa relação (des) humana desenhada na “Casa- Grande & Senzala”, por Gilberto Freyre, pode ser transferida sem medo de erro para as relações entre a Rússia e  China (os “coroné”,donos  da Casa Grande), os  seus 4  (quatro) países “capachos”, no caso, “os capatazes”, com  os respectivos povos desses países assumindo o papel dos “escravos” ,maltratados , indiretamente pelos “coroné”, Rússia e China,que dão  as ordens, e diretamente pelos “capatazes”, representados pelos tiranos que governam cada  um desses países, e que as executavam com canina fidelidade.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo