Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador barbeiragem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador barbeiragem. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Lula e suas ‘mancadas do bem’ - Revista Oeste

Silvio Navarro

Discursos do ex-presidente candidato viram dor de cabeça para a esquerda e forçam o consórcio de imprensa a maquiar manchetes

No último sábado, 20, os organizadores da campanha de Lula à Presidência arriscaram mais uma vez um gesto que tem tirado o sono dos seus aliados: entregar um microfone nas mãos do petista. O evento reuniu 4 mil pessoas no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. É possível notar a apreensão no semblante da plateia, como tem ocorrido quando ele pede para discursar. As falas, mais uma vez, caíram muito mal. “Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa”, disse. “Quando quero conversar com Deus, não preciso de padres ou de pastores. É assim que a gente tem que fazer para não escutar mentiras.”

O palavrório do fim de semana se soma a uma verdadeira sucessão de barbeiragens que Lula tem cometido nos últimos meses. A afirmação de que Jair Bolsonaro “não gosta de gente, só gosta de policial”, dita no fim de abril, ainda não foi contornada com a categoria. A frase ainda azedou o clima da comemoração do 1° de Maio, preparada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), para o dia seguinte. Lula teve de abrir a festa pedindo desculpas.

No mesmo dia, até o escritor Paulo Coelho, um dos cabos eleitorais do petista na lista de famosos, se manifestou: “Se Lula continuar com essa incontinência verbal. E se não investir em comunidades sociais de maneira inteligente e profissional, vai permitir que o atual inquilino do Planalto tenha sérias chances de reeleição”, escreveu no Twitter.

Na última semana, foram publicadas dezenas de notas em colunas do consórcio da imprensa sobre os “deslizes” do petista. A avaliação dos aliados é que Lula “não tem mais filtro”. Os comícios têm sido selecionados a dedo e são cada vez mais raros. Oficialmente, a campanha informa que Lula tem poupado a voz.

A fala desastrosa sobre agressão às mulheres que incendiou as redes sociais no fim de semana foi dita no mês em que há uma campanha do governo Bolsonaro em curso sobre os 16 anos da Lei Maria da Penha. A ministra da Mulher, Cristiane Britto, tem participado de rodadas de entrevistas no rádio e na TV para falar sobre novas ferramentas para o registro de denúncias on-line criadas na atual gestão.

A bancada feminina também tem se queixado da frequência com a qual ele se refere à virilidade, aos 76 anos. “Estou com tesão de 20”, costuma dizer publicamente. [quando alguém fala demais sobre possuir em abundância certas qualidades, especialmente quando é um mentiroso compulsivo, é motivado por NÃO TER o que apregoa, patologicamente, possuir em abundância.]   A avaliação delas é que a expressão soa como machista.

Outro ponto delicado é a defesa do aborto. A mensagem inicial, que agradava à militância, era assim: “Aqui no Brasil, a mulher não faz o aborto porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha”.

A retórica causou estrago no eleitorado evangélico. Precisou ser substituída às pressas por essa versão na carta de intenções de governo: “O Estado deve coordenar uma política pública de cuidados e assegurar às mulheres o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos, políticas essenciais para a construção de uma sociedade mais igual”.

As muitas formas de fechar uma Igreja
De todas as mancadas, o que mais preocupa o PT atualmente é o vaivém com o eleitorado evangélico. As igrejas apoiam majoritariamente a reeleição de Bolsonaro. Nesse segmento do eleitorado, a principal figura é a primeira-dama, Michelle, estrela da campanha deste ano. Pastores também estão bastante ativos nas redes sociais, o que irrita a esquerda. Mas, ao levar essa insatisfação para o palanque, Lula aumentou o incêndio.

“Eu não sou candidato de uma facção religiosa. Sou candidato do povo brasileiro” (Minas Gerais, 17 de agosto)

Os partidos que formam a coligação com o PT pediram à Justiça Eleitoral nesta semana a retirada de postagens em redes sociais que vinculem a esquerda ao fechamento de igrejas protestantes. Os alvos são deputados ligados a igrejas, especialmente Marco Feliciano (PL-SP), que é pastor da Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento.

“O deputado vem proferindo publicamente falas desinformadoras a respeito das consequências para os fiéis da religião evangélica caso o Partido dos Trabalhadores vença a eleição presidencial (…) ao propagar as falas, sem apresentar qualquer embasamento ou fundamento, trazendo ainda dados que não conferem com os oficiais, fere a imagem e a honra do partido.”

Feliciano respondeu em entrevistas. “Reitero firmemente que tenho muito receio que um governo encabeçado por Lula persiga os evangélicos. A base são inúmeras declarações públicas do ex-presidiário, disse. “Existem muitas formas de fechar uma Igreja. Uma delas é calando os pastores ou obrigando religiosos a terem condutas antibíblicas. A igreja fisicamente estará aberta, mas na prática estará fechada.”

[Lula é ateu, a esquerda também, assim como o comunismo e outras coisas semelhantes; o descondenado apoia Ortega que, - a exemplo de outros países comunistas, progressistas, esquerdistas = ateus =  - persegue os cristãos. CONFIRA.]  

Uma das cartadas usadas pelos adversários de Lula é mostrar que é aliado do ditador Daniel Ortega, que fechou templos na Nicarágua. “O amigo de Lula anda prendendo padres e fechando igrejas”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente.[A ESQUERDA GOVERNANDO.] Nicarágua, aliás, era um dos nomes que Bolsonaro escreveu na palma da mão durante a entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo.

Uns bons drinques
Na segunda-feira 22, Lula novamente provocou ruídos, dessa vez com as Forças Armadas e com diplomatas. Ele participava do lançamento do livro do seu fotógrafo particular, Ricardo Stuckert, que o acompanha há duas décadas.

“O Itamaraty será aquilo que o governo decidir o que ele seja”, afirmou. “Como as Forças Armadas serão, como todas as instituições do Estado serão, aquilo que o governo quiser que sejam”

Na sequência, esticou mais a corda em relação ao Itamaraty. “Quem define é o Estado e é através de políticas do governo que o Itamaraty pode agir mais ou agir menos”, disse, ao afirmar que há excesso de conservadorismo na chancelaria. “Se você tem um governo que não define que política você quer, que não te dá orientação, é muito mais fácil ficar na embaixada servindo de drinque ou ir à embaixada dos outros tomar drinque”.

Não bastasse a sucessão de frases problemáticas, o petista ainda tem de conviver com a patrulha da cartilha politicamente correta da esquerda. Uma reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta semana lista o que é tratado como “escorregões”. O jornal cita menções à criação do “Ministério do Índio e da Índia” — diz que o correto seria “dos povos indígenas” — e do termo “escravo” quando se tratar de causa racial — deveria ser substituído por “escravizado”.

Bater em mulher
Há ainda pressões que beiram o ridículo, como a que tenta convencer o petista a ceder à linguagem neutra “todes” e parar de contar piadas sobre nordestinos. Pernambucano, Lula usa essas piadas em referência própria. Até o consumo de carne, como a tradicional frase que ele repete — “Os pobres vão poder comer picanha” —, virou problema com os vegetarianos.

Paralelamente, cabe ao consórcio de imprensa tentar minimizar o estrago. Se de um lado as frases de Jair Bolsonaro são consideradas “más intenções”, as de Lula são tratadas como “deslizes”, “gafes” e “escorregões”. É possível prever, por exemplo, como a fala sobre “bater em mulher” seria publicada se partisse de Bolsonaro. O site do PT mantém um arquivo com uma cronologia do que diz configurarem atitudes misóginas e homofóbicas do presidente. Sobre a recente fala de Lula, contudo, não publicou uma linha.

Fato é que restam pouco mais de 30 dias para o primeiro turno das eleições. É uma corrida curta. Se Lula continuar falando de improviso, até os institutos de pesquisa vão acabar desistindo dele até outubro.

Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo

Leia também “Pesquisa estimulada”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

BC desiste de levar a inflação para a meta em 2016. No popular: abre as pernas e BC mantém taxa de juros em 14,25%

Autoridade monetária admite que não conseguirá alcançar meta de inflação em 2016

Sem a perspectiva de controlar a inflação no curto prazo, o Banco Central admitiu que não conseguirá domar o dragão e alcançar a meta de 4,5% no ano que vem. A tarefa só deve ser cumprida em 2017. O recado foi dado no comunicado divulgado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira, em que os diretores da autoridade monetária mantiveram, por unanimidade, os juros básicos em 14,25% ao ano — é a segunda reunião em que a taxa é mantida. A decisão era esperada por todo o mercado financeiro, que sabe que o BC não tinha escolha: não poderia subir ainda mais os juros e condenar o país a uma recessão ainda mais grave.
 
O Banco Central disse que manterá a vigilância, mas sinalizou a convergência para a inflação em 2017. Antes, o discurso era que o IPCA iria para a meta no ano que vem. Agora, o Banco Central fala em “horizonte relevante”, ou seja, em mais dois anos de trabalho.
“O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária. O Copom ressalta que a política monetária se manterá vigilante para a consecução desse objetivo”, diz o BC no comunicado.

Analistas destacaram a retirada do compromisso de levar a inflação à meta em 2016. Em nota, o Banco Fator comentou o comunicado do Copom, com indicações de que pode haver alta dos juros na próxima reunião, em dezembro: “O Copom manteve a taxa Selic em 14,25%, como era amplamente esperado. O comunicado, no entanto, sofreu algumas alterações importantes. Ao substituir ‘no final de 2016’ por ‘horizonte relevante da política monetária’, ele reconhece que a trajetória de inflação não atinge o centro da meta no fim do próximo ano. A volta da expressão ‘vigilante’ para o comunicado, lembrando que ela estava presente na ata da última reunião, mantém espaço para alta na Selic, ainda que esse não seja o caminho mais provável”. Esse horizonte relevante é um período de dois anos. É esse é o horizonte médio da política monetária. Às vezes pode ser um pouquinho a mais ou a menos, mas o que importa é que o Banco Central quis dizer que teremos inflação na meta no segundo semestre de 2017— explicou o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, que avalia a decisão de mudar o discurso como acertada e necessária.

A principal barreira para aumentar os juros imediatamente e conter a inflação é a crise econômica. A expectativa dos analistas é que a economia encolherá 3% neste ano e que a recessão continue no ano que vem com indústria em grave crise e consumo em forte retração.

De outro lado, a incerteza política, a possibilidade de impeachment, a perda do grau de investimento e, principalmente, a falta de uma definição sobre o que acontecerá com as contas públicas. Tudo isso afeta o dólar: quanto mais ele sobe, mais combustível a inflação recebe. A deterioração do quadro político e a barbeiragem de mandar um Orçamento deficitário para o Congresso influenciaram o câmbio, e isso já tem efeito na inflação como na alta do preço do pãozinho — analisou o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, que ressalta que ninguém esperava um desempenho tão ruim das contas públicas:
— A herança da dupla Mantega-Augustin é mais desastrosa de que se poderia imaginar.

PIOR JÁ PASSOU?
Submerso em todas essas incertezas econômica, o Banco Central resolveu manter-se parado à espera de uma solução. A avaliação do governo é que, por mais que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) esteja em 9,77% nos últimos 12 meses, o pior já passou. Daqui pra frente, o índice oficial deve ficar mais comportado. Além disso, juros mais altos não afetariam o principal problema deste ano: o aumento de tarifas públicas. Energia deve ter um aumento de cerca de 50%, por exemplo. Essa demanda não é contida com juros mais altos.

Para conseguir fazer com o a inflação chegasse à meta de 4,5% no fim do ano que vem, o BC teria de dar um choque de juros e fazer com que a taxa básica (Selic) fosse a 18%, na visão de Maílson. Ele mesmo alerta que isso seria um erro. E que o ideal seria apenas admitir que essa promessa é utópica. — Nenhum Banco Central daria um choque de juros para fazer convergir a inflação a ferro e fogo num curto tempo num cenário como este.
É consenso entre os analistas e dentro do próprio governo que todo o andamento da economia e sua recuperação dependem de uma definição do quadro fiscal. Ou seja, é preciso colocar as contas públicas em ordem. Para isso, é preciso aguardar que as medidas fiscais como a recriação da CPMF — sejam aprovadas pelo Congresso Nacional. O problema é que o Legislativo vive sua crise particular. — O Banco Central tem de aguardar as negociações do Congresso sobre o cenário fiscal. O que ele poderia fazer?  

Introduzir uma retração maior na economia não seria uma política adequadaavalia Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do Banco Safra. O que a gente precisa hoje na economia não é mais de juros é de política fiscal.

Fonte: O Globo