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terça-feira, 5 de julho de 2022

Servidores do BC encerram greve nesta terça (5), após mais de três meses

Decisão ocorreu durante uma assembleia do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), depois do Ministério da Economia ter enviado propostas de reestruturação da categoria.

Após mais de três meses de paralisação, os funcionários do Banco Central decidiram encerrar a greve, em uma assembleia do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), na manhã desta terça-feira (5/7).

Na visão da categoria, o movimento cumpriu seu papel de reivindicar por melhores condições para a carreira. A Autoridade Monetária do Ministério da Economia se comprometeu a enviar propostas para a reestruturação da carreira e a criação da Retribuição por Produtividade Institucional (RPBC), por parte do próprio Banco Central.

Outro fator levado em conta pelos servidores do Banco Central, foi o esgotamento do prazo legal - nesta segunda-feira (4/7) - para que o reajuste pudesse ser concedido.

A reestruturação proposta pelo Ministério da Economia, no entanto, não envolve aspectos salariais. No mês passado, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), já havia declarado que não haverá reajuste salarial para nenhuma carreira típica de estado neste ano. 

Correio Braziliense


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

BC não dá braço a torcer sobre Pix e Procon promete ofensiva contra bancos

Autoridade monetária afirma que não haverá retrocessos no Pix; Procon-SP, por sua vez, quer estimular vítimas de golpes a entrarem na Justiça

Em meio a denúncias de fraudes e aumento de denúncias de sequestros-relâmpago em São Paulo, o Procon-SP reuniu-se na última quarta-feira, dia 15, com representantes do Banco Central em busca de uma solução para o Pix, o sistema de transferências instantâneas implementado em 2020. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, houve um aumento de 39,1% em ocorrências referentes a esse tipo de crime no estado entre janeiro e julho deste ano, sendo o Pix, que permite transferências imediatas, 24 horas por dia, o método mais utilizado por criminosos. Em virtude disso, o Procon solicitou que o Banco Central suspendesse ou estabelecesse um teto de 500 reais para transações por meio do sistema durante 30 dias.  [o PROCON merece todo o respeito - ou merecia, pelo menos  até expelir essa ideia burra - mas quer complicar uma das poucas medidas monetárias que favorece a todos. Resta ao ilustre Capez propor que seja proibido a circulação de pessoas portando valores ou dinheiro em espécie. Medida que certamente terá o apoio do secretário de Segurança Pública de São Paulo,  que em vez de oferecer segurança à população, quer complicar a vida do povão. Senhor secretario e senhor Capez: que tal proibir a porte de celulares, uso de dinheiro em espécie, e outras coisas que os ladrões gostam de roubar?]

A VEJA, a autoridade monetária refutou essas hipóteses. “Tal medida não seria efetiva, ao contrário, prejudicaria os mais de 100 milhões de cidadãos e mais da metade das empresas do Brasil que utilizam e confiam no meio de pagamento. O Pix é responsável por aproximadamente 1 bilhão de transações por mês. Suspender o Pix prejudicaria 40 milhões de cidadãos e microempreendedores que foram incluídos no sistema de pagamentos por este meio, sendo 8 milhões deles em São Paulo, e que teriam que pagar tarifas nas suas transações ou abandonar o uso de pagamentos digitais”, diz comunicado enviado pelo Banco Central a VEJA. “O Pix, ao fazer a inclusão financeira, ajuda a evitar que essas pessoas carreguem dinheiro no bolso, o que inibe eventuais crimes de roubo ou similares.”

O BC afirmou que entende a relevância do tema e se solidariza com vítimas de crimes e fraudes por meio do sistema, além de se colocar à disposição das forças de segurança pública e da Justiça para colaborar na prevenção e no combate a crimes no Sistema Financeiro. Em agosto, o BC adotou, como medida de segurança, um limite para operações para transferências instantâneas no período noturno, das 20h às 6h. Para o Procon-SP, a iniciativa não é suficiente para inibir a ação dos criminosos. “A limitação somente durante o período noturno é catastrófica e permitirá que a vítima fique em poder do sequestrador até o amanhecer. Isso é estatístico, já aconteceu com os bancos 24 horas. Pode até expor as vítimas a um maior risco”, disse Fernando Capez, presidente do Procon-SP.

Um dos pedidos do Procon-SP, no entanto, deve ser atendido de forma mais célere. A entidade solicitou que o Banco Central encontre meios para facilitar o estorno de transações suspeitas. A possibilidade encontrada pela entidade seria a de possibilitar a devolução da quantia em casos de cadastros inferiores a 30 dias — esse seria o tempo médio para a utilização de uma conta corrente por “laranjas”. O Banco Central, por sua vez, informou que, em 16 de novembro, entrará em vigor o Mecanismo Especial de Devolução, um método que facilitará o processo de ressarcimento em caso de fraudes, “uma vez que padroniza os procedimentos e prazos de análise das instituições, utilizando a própria infraestrutura do Pix para facilitar a comunicação entre as instituições envolvidas, bem como o bloqueio e a devolução dos recursos.”

“Há que se ressaltar que as transações com suspeita de fraude no âmbito do Pix representam apenas 0,0011% da quantidade total de transações, ou seja, uma parcela ínfima em relação ao universo de operações realizadas, que se mantém constante ao longo do tempo e que é bem inferior ao que ocorre em outros meios de pagamentos como, por exemplo, cartões de crédito”, disse o Banco Central. “Importante destacar que não há registro de situação de fraude nas infraestruturas do Pix. As causas são todas externas ao ecossistema, fruto majoritariamente do resultado de engenharia social ou de questões relacionadas à segurança pública.”

Disputa

Para Capez, não há razão para relutância do BC. [esse Capez é meio sem noção, ou totalmente desregulado;  o Pix além de facilitar a movimentação financeira das classes menos favorecidas - conhecemos casos que a pessoa recebeu um PIX de R$ 200,00, efetuou vários pagamentos de pequeno valor, pagou pão na padaria, tudo sem usar dinheiro em espécie.
Certamente o cidadão Capez quer facilitar a vida dos bandidos - no exemplo acima, não fosse o PIX, quem recebeu os R$ 200,00,  seria forçado a portar a portar aquele valor, correndo o risco de ser assaltado - fraudar o PIX dá bem mais trabalho do que usar o clássico 'perdeu, perdeu, ..."] a inclusão das classes menos Ele promete uma ofensiva contra os bancos que não se comprometerem com a segurança do sistema. “Nós tivemos 2.500 reclamações, um aumento de 40% de sequestros-relâmpago em São Paulo, já tivemos três latrocínios… Não é questão de ser 0,001%. Em números absolutos vai ser cada vez mais alto. Esse raciocínio que eles fazem é muito simplista e demonstra má vontade. O que nós pedimos foi que, durante um tempo, um ou dois meses, os bancos segurassem o limite em 500 ou 1.000 reais por mês, enquanto nós avisaríamos a população sobre os golpes, por meio de uma ampla campanha de publicidade”, diz Capez. “Nesses termos é difícil. O Procon irá fazer a sua parte. Nós iremos multar os bancos, todos, e exigir que eles indenizem as vítimas.”

Para o Banco Central, iniciativas que desestimulem o uso da ferramenta podem significar um retrocesso para o país. “O Pix é uma realidade sem volta, que facilitou dinâmicas de pagamento, democratizou o acesso a meios de pagamentos eletrônicos, ampliou a competitividade no setor. Além disso, está incentivando a eletronização dos pagamentos que representa economia para o país como um todo, beneficiando a vida de milhões de brasileiros e negócios”, diz a autarquia. “Qualquer medida em sentido de restringir o seu uso seria um retrocesso para o Brasil, o que apenas levaria os criminosos a migrar para roubos de dinheiro (a medida em que levaria as pessoas a voltarem ao uso intensivo de dinheiro) ou crimes envolvendo outros instrumentos de pagamento, mantendo a população vulnerável ao crime.”

 Economia - Revista VEJA


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Insegurança inflacionária – O Estado de S. Paulo

Opinião

A inflação estimada para o ano subiu pela 15.ª semana consecutiva, segundo a pesquisa 'Focus'. É uma má notícia para os consumidores.

Pesadelo da maior parte das famílias, a inflação estimada para o ano subiu pela 15.ª semana consecutiva, segundo a pesquisa Focus, uma consulta feita pelo Banco Central (BC) junto a cerca de cem instituições do mercado financeiro. Em um mês a mediana das projeções para 2020 subiu de 2,99% para 3,45%. No mesmo intervalo a alta de preços calculada para o próximo ano passou de 3,10% para 3,40%. São más notícias para os consumidores, especialmente num período de pouco emprego, renda baixa e muita insegurança. Mas o quadro inclui pelo menos um aspecto positivo, ou menos sombrio. Se as expectativas se confirmarem, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continuará abaixo da meta, de 4% neste ano e de 3,75% em 2021.

Com a inflação abaixo da meta, a taxa básica de juros, a Selic, deve ficar em 2% até o fim do ano, segundo a pesquisa Focus divulgada ontem. O superendividado Tesouro Nacional encerrará 2020 carregando juros excepcionalmente baixos. Para o fim de 2021 a projeção indica, no entanto, uma taxa de 3%, 0,25 ponto superior àquela estimada quatro semanas antes.

Essa projeção pode parecer estranha, à primeira vista. No Brasil, como na maior parte do mundo, os dirigentes dos bancos centrais têm-se mostrado dispostos a manter a política de juros baixos e crédito fácil por muito tempo, para dar espaço à recuperação dos negócios e do emprego.  No caso brasileiro, a orientação será mantida, segundo a autoridade monetária, enquanto duas condições forem observadas: 1) a expectativa de inflação deve permanecer compatível com a meta; 2) o Executivo deve manter o compromisso de condução responsável das contas públicas. Deste compromisso dependerá a evolução da dívida bruta.

Dúvidas sobre o compromisso com a responsabilidade fiscal continuam marcando o dia a dia do mercado. As preocupações aparecem na oscilação dos juros e, de modo mais sensível, na instabilidade cambial. O dólar tem estado mais barato do que até recentemente, mas sem sinal de acomodação. A cotação da moeda americana caiu, na manhã de ontem, mas em seguida subiu, depois de uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes. A fala, segundo fontes do setor financeiro, decepcionou quem esperava alguma indicação positiva sobre as condições fiscais em 2021.

A cobrança de sinais mais claros sobre a condução das finanças públicas tem sido feita, de modo muito diplomático, também pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Executivos do mercado financeiro também têm mostrado inquietação diante do cenário fiscal obscuro. O Orçamento federal do próximo ano continuava indefinido ontem. Não se sabia se a programação financeira do poder central para 2021 estará mais clara no fim de novembro.

A incerteza sobre as contas públicas pode afetar perigosamente as expectativas de inflação. A instabilidade cambial é uma das formas de transmissão da insegurança para os preços. O efeito inflacionário da alta do dólar tem sido facilmente observado. Mas o desajuste das contas fiscais pode afetar os preços de forma ainda mais desastrosa. Um amplo desarranjo das finanças oficiais pode produzir, nos casos mais graves, a chamada dominância fiscal. Quando isso ocorre, o aperto da política monetária pelo BC deixa de funcionar como remédio para a inflação. Pior que isso: produz o efeito contrário.

Uma elevação de juros pode normalmente gerar duas consequências, a contenção de preços e o encarecimento da dívida pública. Em situações de dominância fiscal, a desconfiança crescente em relação à dívida afeta o fluxo de recursos, mexe no câmbio e realimenta a inflação. O aperto monetário deixa de funcionar como instrumento de ajuste e se converte em fator inflacionário, gerando uma situação descrita por alguns economistas como o pior dos mundos. Não há, até agora, dominância fiscal no Brasil. Mas sobram razões para o governo se comprometer claramente com a seriedade fiscal e com o controle da dívida, deixando em segundo plano os objetivos pessoais do presidente da República.

 Opinião - O Estado de S. Paulo

 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Pela primeira vez em 14 anos, governo reduz meta de inflação


Redução está em linha com a expectativa do mercado, que prevê uma inflação menor que a estipulada pela autoridade monetária

O Conselho Monetário Nacional ( CMN) anunciou hoje a redução da meta de inflação de 4,5% para 4,25% em 2019. É a primeira vez que o centro da meta de inflação é reduzido em 14 anos.  A margem de tolerância foi mantida em 1,5 ponto percentual, para mais ou menos. Isso significa que a inflação pode oscilar de 2,75% a 5,75% em 2019 sem que a meta seja descumprida. Para 2020, a meta de inflação foi diminuída para 4%. 


Pelo sistema atual, o CMN fixa a meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central, que utiliza a taxa Selic para atingir o que foi determinado. A taxa básica de juros está em 10,25% ao ano.  O governo publicou hoje um decreto que atualiza os prazos para a definição das metas pelo CMN, mediante proposta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A partir de agora, a meta será fixada com três anos de antecedência – hoje, ela é definida dois anos antes.

O decreto determina que a definição da meta deverá ocorrer até 30 de junho de 2017 para os anos de 2019 e 2020 – como aconteceu hoje -, e até 30 de junho de cada terceiro ano imediatamente anterior para os anos de 2021 e seguintes.  “Esse novo horizonte será válido a partir deste ano em diante e permite uma maior separação entre a definição da meta para a inflação e a condução da política monetária. Com isso, amplia-se a capacidade de a política monetária balizar as expectativas de inflação para prazos mais longos, o que reduz incertezas e melhora a capacidade de planejamento das famílias, empresas e governo”, diz nota divulgada pelo Banco Central.

A redução da meta está em linha com a expectativa do mercado, que prevê uma inflação menor que a estipulada pela autoridade monetária. A última pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras mostrou que o mercado estima que a inflação ficará em 4,25% em 2019. Este porcentual já vinha sendo projetado pelo mercado desde abril. 

Fonte: Revista VEJA


 

domingo, 16 de abril de 2017

Economia do Brasil cresce 1,3% em fevereiro, diz Banco Central

Autoridade monetária revisa dado de janeiro, que agora é expansão de 0,62%

A economia brasileira voltou a crescer. Nas contas do Banco Central, a expansão foi de 1,3% em fevereiro. A previsão dos analistas para o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), divulgado na manhã desta segunda-feira pela autarquia era uma alta de 0,6%. 
 O BC revisou o dado de janeiro de uma queda de 0,26% para uma alta de 0,62%. Isso reflete uma revisão intensa dos dados referentes a janeiro nos setores de serviço e comércio divulgados pelo IBGE se deu por causa de uma mudança metodológica que segue as normas internacionais.

Boletim do Bradesco, assinado pelo economista-chefe, Fernando Honorato Barbosa, afirma que o resultado surpreendeu positivamente, "impulsionado pelas revisões altistas dos dados de vendas do varejo e de receitas de serviços".

Na semana passada, o IBGE informou que o varejo brasileiro registrou expansão de 5,5% em janeiro, na comparação com dezembro, em vez da retração de 0,7% que havia sido anteriormente informada. Nesta quinta-feira, o instituto revisou o número de janeiro para o setor de serviços, de uma queda de 2,2% para uma alta de 0,2%.

Fonte: O Globo
 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

BC desiste de levar a inflação para a meta em 2016. No popular: abre as pernas e BC mantém taxa de juros em 14,25%

Autoridade monetária admite que não conseguirá alcançar meta de inflação em 2016

Sem a perspectiva de controlar a inflação no curto prazo, o Banco Central admitiu que não conseguirá domar o dragão e alcançar a meta de 4,5% no ano que vem. A tarefa só deve ser cumprida em 2017. O recado foi dado no comunicado divulgado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira, em que os diretores da autoridade monetária mantiveram, por unanimidade, os juros básicos em 14,25% ao ano — é a segunda reunião em que a taxa é mantida. A decisão era esperada por todo o mercado financeiro, que sabe que o BC não tinha escolha: não poderia subir ainda mais os juros e condenar o país a uma recessão ainda mais grave.
 
O Banco Central disse que manterá a vigilância, mas sinalizou a convergência para a inflação em 2017. Antes, o discurso era que o IPCA iria para a meta no ano que vem. Agora, o Banco Central fala em “horizonte relevante”, ou seja, em mais dois anos de trabalho.
“O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária. O Copom ressalta que a política monetária se manterá vigilante para a consecução desse objetivo”, diz o BC no comunicado.

Analistas destacaram a retirada do compromisso de levar a inflação à meta em 2016. Em nota, o Banco Fator comentou o comunicado do Copom, com indicações de que pode haver alta dos juros na próxima reunião, em dezembro: “O Copom manteve a taxa Selic em 14,25%, como era amplamente esperado. O comunicado, no entanto, sofreu algumas alterações importantes. Ao substituir ‘no final de 2016’ por ‘horizonte relevante da política monetária’, ele reconhece que a trajetória de inflação não atinge o centro da meta no fim do próximo ano. A volta da expressão ‘vigilante’ para o comunicado, lembrando que ela estava presente na ata da última reunião, mantém espaço para alta na Selic, ainda que esse não seja o caminho mais provável”. Esse horizonte relevante é um período de dois anos. É esse é o horizonte médio da política monetária. Às vezes pode ser um pouquinho a mais ou a menos, mas o que importa é que o Banco Central quis dizer que teremos inflação na meta no segundo semestre de 2017— explicou o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, que avalia a decisão de mudar o discurso como acertada e necessária.

A principal barreira para aumentar os juros imediatamente e conter a inflação é a crise econômica. A expectativa dos analistas é que a economia encolherá 3% neste ano e que a recessão continue no ano que vem com indústria em grave crise e consumo em forte retração.

De outro lado, a incerteza política, a possibilidade de impeachment, a perda do grau de investimento e, principalmente, a falta de uma definição sobre o que acontecerá com as contas públicas. Tudo isso afeta o dólar: quanto mais ele sobe, mais combustível a inflação recebe. A deterioração do quadro político e a barbeiragem de mandar um Orçamento deficitário para o Congresso influenciaram o câmbio, e isso já tem efeito na inflação como na alta do preço do pãozinho — analisou o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, que ressalta que ninguém esperava um desempenho tão ruim das contas públicas:
— A herança da dupla Mantega-Augustin é mais desastrosa de que se poderia imaginar.

PIOR JÁ PASSOU?
Submerso em todas essas incertezas econômica, o Banco Central resolveu manter-se parado à espera de uma solução. A avaliação do governo é que, por mais que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) esteja em 9,77% nos últimos 12 meses, o pior já passou. Daqui pra frente, o índice oficial deve ficar mais comportado. Além disso, juros mais altos não afetariam o principal problema deste ano: o aumento de tarifas públicas. Energia deve ter um aumento de cerca de 50%, por exemplo. Essa demanda não é contida com juros mais altos.

Para conseguir fazer com o a inflação chegasse à meta de 4,5% no fim do ano que vem, o BC teria de dar um choque de juros e fazer com que a taxa básica (Selic) fosse a 18%, na visão de Maílson. Ele mesmo alerta que isso seria um erro. E que o ideal seria apenas admitir que essa promessa é utópica. — Nenhum Banco Central daria um choque de juros para fazer convergir a inflação a ferro e fogo num curto tempo num cenário como este.
É consenso entre os analistas e dentro do próprio governo que todo o andamento da economia e sua recuperação dependem de uma definição do quadro fiscal. Ou seja, é preciso colocar as contas públicas em ordem. Para isso, é preciso aguardar que as medidas fiscais como a recriação da CPMF — sejam aprovadas pelo Congresso Nacional. O problema é que o Legislativo vive sua crise particular. — O Banco Central tem de aguardar as negociações do Congresso sobre o cenário fiscal. O que ele poderia fazer?  

Introduzir uma retração maior na economia não seria uma política adequadaavalia Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do Banco Safra. O que a gente precisa hoje na economia não é mais de juros é de política fiscal.

Fonte: O Globo

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Nova alta de juros. Meta do governo Dilma: SELIC a 15% até junho 2015

Copom eleva Selic para 11,75% ao ano, maior taxa de juros desde 2011

Decisão de subir a taxa básica de juros da economia em 0,50 ponto porcentual foi unânime entre os membros da autoridade monetária

[a esperança - se ainda existe alguma? - é a posso do novo Congresso que se espera seja oposição ao governo Dilma. O atual, pretende vender o tempo que lhe resta e bem e fielmente servir ao governo da petralhada.]

O Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 3, elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime. Às vésperas do fim da reunião, o mercado financeiro ainda não havia batido martelo numa aposta majoritária.

Esta é a maior taxa de juros dos últimos três anos. Desde agosto de 2011, quando a Selic estava em 12%, os juros básicos praticados no Brasil não eram tão elevados. Esta também foi a segunda elevação consecutiva dos juros pelo Banco Central, que em sua última reunião havia elevado a Selic em 0,25 ponto percentual, fazendo com que a taxa chegasse a 11,25% ao ano. Apesar de o mercado não estar unânime sobre a intensidade do aumento, uma elevação já era esperada, principalmente após o anúncio da nova equipe econômica, que promete austeridade e um controle efetivo da inflação.
 
Veja abaixo a íntegra do comunicado:
 
"O Copom decidiu, por unanimidade, intensificar, neste momento, o ajuste da taxa Selic e elevá-la em 0,50 p.p., para 11,75% a.a., sem viés.Considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o Comitê avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia.
 
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes,Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltro e Sidnei Corrêa Marques."
 
Fonte:  Agência Estado