Foram mais de 70.000 novos postos de trabalho a mais, em comparação com o total dos primeiros quatro meses de 2020 – cerca de 11.000 só em abril – o triplo, por sinal, das vagas abertas em março. Neste momento, espelhando o que acontece na área do emprego, o agro brasileiro bate recorde sobre recorde. Nunca exportou tanta carne como em 2021, em todas as suas categorias, e registra avanços importantes na soja, sua principal cultura de exportação.
Enquanto o Senado deprava mais uma vez as suas funções, e faz uma CPI sobre a Covid onde o presidente teve a própria mulher presa por corrupção na área da saúde e o relator responde a nove processos por ladroagem geral, os números do emprego do agro em 2021 são um tapa na cara do submundo da política brasileira. Os parasitas, safados e ladrões, mais uma vez, falsificam a realidade e mentem para o público, em meio à admiração geral da mídia. O Brasil que trabalha, e sustenta todos eles, vai adiante.
A sociedade brasileira, possivelmente, tem musculatura e repertório para conviver com a mentira, a corrupção e a incompetência de todos os dias – mas fica cada vez mais claro, número após número, que não resistiria à destruição do seu agronegócio. É o que prega, todos os dias, a turma que age no circuito da reforma agrária, fim da “monocultura”, zoneamento rural ecológico, denúncia dos “agrotóxicos”, agricultura familiar etc. etc. etc. Sua preocupação é o sucesso cada vez maior do capitalismo na agropecuária do Brasil. Seu sonho é fazer por aqui o que se faz na Argentina.
O agronegócio é a única atividade realmente bem-sucedida, em grande escala, da economia brasileira. É a única onde o Brasil é realmente competitivo no mercado internacional. É a única em que a tecnologia põe o país na mesma corrida das grandes nações do mundo. É a única capaz de assegurar a independência cambial do Brasil. É a única esperança de uma sociedade moderna neste país. É tudo o que existe de mais sério nas realidades brasileiras do século XXI. Tem de ficar a salvo do Senado, do Supremo Tribunal Federal, dos políticos e de todo o movimento que aposta diretamente no atraso.
J.R. Guzzo, colunista - VOZES - Gazeta do Povo