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domingo, 27 de março de 2022

Câmbio - Dólar em queda prova que não há crise na nossa economia - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

É uma decepção: o dólar caiu para abaixo dos R$ 5, sua menor cotação em dois anos. Como assim?  
Mas ele não deveria estar subindo, como garantiam todos os economistas de esquerda, o comando da campanha de Lula e os banqueiros com sensibilidade social?

Desvalorização do dólar é reflexo de um aumento nos investimentos estrangeiros no Brasil, atraídos pela taxa de juros mais alta - Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

Deveria, porque, segundo eles, o dólar em alta é prova provada e comprovada de crise econômica em fase terminal, e em sua visão o Brasil está vivendo uma crise econômica em fase terminal; 
era mais um prego no caixão desse governo que está aí. E agora?      Como explicar que a moeda de uma economia moribunda está ficando mais forte em relação ao dólar – mais de 10% de valorização, desde o começo do ano?

Os economistas da PUC, ou de qualquer outro canto onde se faz militância política na economia, não vão explicar nada. Vão apenas repetir que o Brasil está em crise e etc. etc. etc., e que a cotação do dólar, que até agora dizia muito, não quer dizer mais nada.

Naturalmente, a realidade é outra, e muito mais simples. O dólar vale o que vale, e não depende do que Lula e seu conselho econômico querem que valha, nem da importância que lhe atribuem hoje, ontem ou amanhã. No caso, está valendo menos porque no momento há sobra de dólares no Brasil; entra mais do que sai, a oferta é maior que a procura e o preço cai.

A oferta abundante de dólares é o resultado de um forte aumento nos investimentos estrangeiros no Brasil, a começar pela Bolsa de Valores – e aí sim, há um significado importante a se considerar. Investimento estrangeiro em alta não combina, de jeito nenhum, com crise econômica; jamais, em tempo algum, o capital corre para países em agonia. O fato, muito simplesmente, é que a economia brasileira não está em agonia. Tem problemas pesados, como o resto do mundo, em consequência da pandemia que colocou uma camisa-de-força na atividade produtiva durante os dois últimos anos. Mas é isso, e só isso.

As forças insanas que agem contra o progresso do Brasil

Após discurso de Biden sobre Putin, Macron afirma que vai buscar diplomacia

O desemprego no Brasil é uma questão de primeira grandeza, mas não é maior nem pior do que o desemprego que há nas principais economias do mundo. A inflação está alta demais, na casa dos 10% ao ano, mas a inflação na maior economia de todas, a dos Estados Unidos, está beirando os 8% anuais – a pior dos últimos 40 anos. [sobre a inflação dos Estados Unidos, só a do mês de fevereiro alcançou os 7.9%, maior do que 2/3 da brasileira em um ano =  7 % , em oito meses =    que foi de 10,5 % em doze meses.

Imperioso destacar que além da queda do dólar causada pelo fartura de investimentos, em dólar, no Brasil, a tendência da moeda americana é cair em função da valorização do rublo - moeda russa - que se tornou essencial para que os países ocidentais paguem o gás natural e petróleo que importam da Rússia.] O crescimento projetado para este ano é muito baixo, pelas previsões feitas até agora, mas não há nenhum país fazendo muito melhor. É claro que teria de ser assim, no mundo inteiro – como poderia ser diferente, após dois anos de economia paralisada por conta da Covid?

A queda do dólar não é uma realização do governo, da mesma maneira que a alta não é sua culpa. É apenas um reflexo das realidades. Mas o noticiário econômico, hoje, passou a fazer parte do noticiário eleitoral – reflete apenas a torcida, e não os fatos. Preste atenção, assim, para não perder seu tempo acreditando em tudo aquilo que lhe dizem.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 11 de dezembro de 2021

Ação do BC contra inflação começa a surtir efeito - Editorial

O Globo

Em meio à inflação galopante, é um alento que a mão firme do Banco Central (BC) venha sendo sentida pelos agentes econômicos. As altas recentes nos juros a última delas na quarta-feira — e, sobretudo, a mensagem de que o aperto monetário continuará começam a surtir efeito num dos fatores responsáveis pela espiral ascendente dos preços: as expectativas. Pela primeira vez desde junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial de inflação, ficou abaixo da expectativa do mercado (em novembro, 0,95% ante 1,07%, segundo o BC).

Como todos percebem quando vão a postos de gasolina, supermercados ou pagam por serviços, a alta dos preços nos últimos 12 meses continua acima do razoável (10,74%). Mas os olhos do BC estão no futuro. A autoridade monetária planeja chegar ao final de 2022 e 2023 com a inflação abaixo do teto da meta (5% no ano que vem e 4,75% no seguinte). Domar as expectativas agora é chave para atingir o objetivo.

Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, elevou a taxa de juros que serve de referência para o mercado, a Selic, de 7,75% a 9,25% ao ano. É o maior patamar desde julho de 2017
Em janeiro, a Selic estava em 2%, o piso histórico. O salto de 7,25 pontos percentuais é o maior ciclo de alta desde 2002, quando investidores temeram a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e a adoção de políticas populistas. A alta desta vez nada tem a ver com o pré-candidato do PT à Presidência.

É resultado de dois fatores. O principal é interno: as barbeiragens do governo, incluindo aí o Executivo de Jair Bolsonaro e o Legislativo de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Todo o esforço do presidente e dos líderes do Centrão em romper o teto de gastos para poder dispor de recursos antes das eleições do ano que vem provocou estrago gigantesco na credibilidade da política fiscal e da capacidade do Estado em honrar suas dívidas. A irresponsabilidade não saiu de graça. O aumento da incerteza fez o câmbio depreciar, aumentando o valor dos produtos importados e alimentando a inflação.

O segundo fator é externo: a recuperação global depois da pandemia exerceu pressão nos preços em quase todo o mundo. Nos Estados Unidos, a inflação registrou alta de 6,8% nos últimos 12 meses, maior valor desde 1982. Isso afeta as cotações de todos os produtos básicos, como petróleo e soja, definidos pelo mercado internacional.

Em comunicado, o Copom deixou claro que manterá a estratégia conservadora.  
É provável que a Selic suba mais 1,5 ponto percentual na próxima reunião, em fevereiro. 
Os juros altos impõem um freio ao consumo, por isso tiram o ímpeto de fabricantes de produtos e fornecedores de serviços de elevar preços.  
Verdade que, por aqui, esse mecanismo tende a surtir menos efeito diante do hiato persistente entre a demanda e a capacidade de produção. Mas, ao anunciar que pretende seguir elevando a Selic, o BC tenta “ancorar” as expectativas, induzindo os agentes a não repassar custos diante do risco da demanda reprimida adiante, com juros ainda maiores no futuro.

Infelizmente, o BC está sozinho na tarefa. Na verdade, é pior: Bolsonaro trabalha contra. Preocupado apenas em aumentar suas chances na eleição do ano que vem, o presidente insiste na estratégia desajuizada de jogar álcool na fogueira inflacionária. [se adotar medidas para reduzir,  ainda que apenas um pouco, a miséria de mais de 17.000.000 de famílias - além de famintas, estão desprovidas do básico do básico - for jogar fogo na fogueira inflacionária, tragam mais álcool. = VIDAS DE BRASILEIROS FAMINTOS IMPORTAM.]

Editorial - O Globo


domingo, 21 de novembro de 2021

A um ano da Copa do Qatar, crise e dólar alto deixam evento mais restrito aos mais ricos - O Globo

Pacote de luxo para sete jogos do Mundial sai por R$ 327 mil, sem passagens

Estádio 974, feito com 974 contâineres, é o sétimo estádio a ficar pronto no Qatar, de oito que receberão jogos do Mundial Foto: HANDOUT / Reuters Estádio 974, feito com 974 contâineres, é o sétimo estádio a ficar pronto no Qatar, de oito que receberão jogos do Mundial Foto: HANDOUT / Reuters

Flávio Canedo, 33 anos, é advogado e torcedor do Flamengo. Em dezembro de 2019, passou 14 dias no Qatar para acompanhar o time no Mundial de Clubes. Sem contar com os ingressos para os jogos, gastou aproximadamente R$ 6,4 mil, afirma. No cálculo, passagens aéreas, diárias em um hostel “bem basicão, sem café nem nada”, transporte em Doha e alimentação simples, cozinhada por ele mesmo no hostel, com a comida que comprava no mercado.

Dois anos depois, a um da primeira Copa do Mundo no Oriente Médio, o cenário é ainda mais dispendioso para o torcedor brasileiro da classe média. O dólar, moeda que precifica da passagem aérea à barra de chocolate dentro do estádio, saltou de R$ 4,20 para R$ 5,50, desde a experiência de Canedo até hoje. O Relatório de Mercado Focus, divulgado no começo deste mês pelo Banco Central, estima a moeda americana seguindo neste patamar em 2022. [a ida ao Qatar para acompanhar o Flamengo e/ou conhecer novos costumes, novas atrações, vale a pena para quem pode. 

Agora desperdiçar dinheiro, ainda que peso venezuelano, para acompanhar o timinho de pernas de pau, de mercenários,  do aglomerador Tite timinho que, em passado remoto foi chamado de Seleção Brasileira, é babaquice, é ser sem noção. 

O resultado já se sabe = mais uma vez o timinho não vai ganhar nada = tem chances de ganhar uma goleada tipo 8 a 1, quebrando o recorde dos 7 a 1 que levou, merecidamente, da Alemanha.]

É claro, existe quem passe à margem das oscilações no câmbio e da crise econômica do país. Em fevereiro, a Fifa começou a comercialização de pacotes de hospitalidade (ingressos e serviços dentro do estádio) para jogos da Copa do Mundo. E a procura por parte de torcedores brasileiros é grande, afirma Rildo Amaral, gerente executivo da Stella Barros Franqueadora, agência oficial de venda de pacotes.

A expectativa da empresa é levar dez mil pessoas para o Qatar. A compra de pacotes que incluem hospedagem, translado terrestre e facilidades em Doha, e mais o pacote de hospitalidade da Fifa, sai, o mais barato, para apenas uma partida da fase de grupos, por 7,9 mil dólares, aproximadamente R$ 43 mil as passagens aéreas não estão na conta. O torcedor que quiser assistir a sete partidas, seguindo a seleção em uma eventual ida à final, gastará cerca de R$ 327 mil. Trata-se de turismo voltado para pessoas em nada afetadas pela pandemia ou pela crise a reboque. A Copa do Mundo tem disso, muitas vezes o torcedor é uma pessoa que não sofreu impacto financeiro na crise. O problema para ele não é de investimento, ele tem dinheiro — afirma Amaral: — Mas tem pessoas que se capitalizam para ir a um Mundial, elas vendem apartamento, carros.

Sete estádios prontos
Será o primeiro grande evento global com público depois da explosão da Covid-19, em 2020. Isso gera uma perspectiva de procura maior por parte dos fãs de futebol, incluindo os brasileiros. 
Mas se engana quem vislumbra nesta Copa a grande experiência catártica de vida pós-pandemia. Os costumes do país do Oriente Médio pedem moderação, nada parecido com as extravagâncias protagonizadas pelos cerca de 34 mil brasileiros que foram à Copa da Rússia, em 2018.

(...)

A conhecida restrição ao álcool é uma questão: as bebidas só poderão ser consumidas em determinados hotéis ou nas fan fests, áreas reservadas para torcedores confraternizarem. Em 2019, o rubro-negro Flávio Canedo lembra ter pago R$ 50, no câmbio da época, em uma cerveja long neck em um desses hotéis, e cerca de R$ 35 nas fan fests. A experiência como solteiro também foi frustrante: — Flerte, pegação, isso não existe lá. Zero.

Esportes - O Globo - MATÉRIA COMPLETA


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Pela sexta vez seguida melhora a perspectiva para o PIB


Segundo economistas consultados pelo Banco Central, queda da atividade será de 5,62%; há um mês, previsão era de uma depressão de 6,5%

Semana a semana, a estimativa do mercado financeiro para o desenvolvimento da economia brasileira dá passos rumo a sinais positivos. Depois de atingir ofundo do poço”, com previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 6,54%, analistas ouvidos pelo Banco Central passaram a enxergar uma melhora para a economia. No Boletim Focus desta semana, a estimativa é que a economia brasileira recue 5,62%, a sexta revisão seguida para cima. O processo de retomada das atividades econômicas, que acelerou em junho em boa parte do país, culminou na melhora de alguns indicadores como indústria e comércio. Esses índices ajudaram a melhorar o pessimismo generalizado e puxam revisões semanais na economia. Para 2021, a estimativa do mercado é de crescimento de 3,5% há onze semanas consecutivas.

A projeção para o PIB começou a seguir, ao fim de fevereiro, uma curva de queda drástica, acompanhando os novos casos de Covid-19 e os anúncios das prefeituras e estados brasileiros sobre o isolamento social, devido à disparada do contágio da doença. Após as estimativas para o PIB ficarem estáveis em junho, os resultados a partir de então apontam para uma retomada. Apesar das projeções do mercado financeiro não apontarem para uma recuperação em “V”, as melhoras semanais são indicativos de volta da atividade econômica.

A recomposição de renda trazida pelo auxílio emergencial a trabalhadores informais, que paga cinco parcelas de 600 reais a vulneráveis mais afetados pela crise, é um dos colchões que seguraram a economia brasileira durante a fase mais aguda da crise. Com o auxílio chegando a sua quinta e última parcela, há tensão sobre o impacto que o fim da ajuda trará a economia, ao mesmo tempo que o governo sofre pressões para prorrogar o programa, que custa 50 bilhões de reais ao mês.

Apesar da melhora nas projeções apresentadas, a recessão é significativa e atinge o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016. No início do ano, a expectativa do mercado financeiro era de que a economia brasileira crescesse 2,3%, acima dos desempenhos de 2017 e 2018 (+1,3%) e 2019 (1,1%).

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A pesquisa mostrou também que a expectativa do mercado brasileiro sobre a taxa Selic se mantém igual à da semana anterior: em 2% para este ano, taxa atual. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) baixou 0,25 ponto porcentual a taxa, como estímulo adicional. Apesar da preocupação com o risco fiscal, o Comitê deixou a porta aberta para novos cortes, porém o mercado financeiro ainda não aposta em mais ajustes da Selic neste ano. Já o câmbio, que reflete as incertezas do Brasil e acaba sendo prejudicado pela baixa Selic, continua alto. A perspectiva do Focus é que o dólar fique em 5,20 no final de 2020.
Para o final de 2021, a perspectiva permanece em 5 reais e para 2022, 4,80 reais.

Em VEJA, MATÉRIA COMPLETA



quarta-feira, 29 de julho de 2020

A volta do “mais do mesmo” - Nas entrelinhas

“O governo está quebrado e não tem recursos para implantar o programa Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família, menina dos olhos de Bolsonaro para sua reeleição”

O governo Bolsonaro perdeu o ímpeto das reformas. É normal, mas após o segundo ano de governo. Entretanto, a pandemia antecipou a inércia. E, se levarmos em conta o papel coadjuvante que representou na reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro nunca teve muita motivação para protagonizar as reformas econômicas. Sua agenda prioritária sempre foi outra, o conservadorismo nos costumes, que também anda encalhado no Congresso, e o fortalecimento do Executivo em relação aos demais Poderes, como fato consumado na política. Se ainda houver alguma reforma este ano, será a tributária, na qual as propostas em discussão na Câmara e no Senado são mais ambiciosas do que o projeto apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para embrulhar a recriação do imposto sobre operações financeiras. 

Uma solução simples para um problema muito mais complexo, que seria modernizar o nosso sistema tributário para torná-lo mais eficiente, equilibrado para os entes federados e mais justo, socialmente. Entre os economistas, há uma compreensão quase unânime de que a dívida pública, se nada for feito, trará de volta a inflação no próximo ano (o termômetro é o câmbio), que somente não está acontecendo por causa da recessão e do desemprego. Mesmo economistas como Samuel Pessoa e Armínio Fraga, que defendem políticas de austeridade fiscal, já admitem a criação de um novo imposto para evitar o colapso do governo federal no próximo ano. A alternativa que está se discutindo, a partir da proposta de Guedes, é a volta da CPMF. A tese é ampliar a base de arrecadação para ter a menor alíquota do imposto. Com isso, o governo espera resolver seu problema de caixa e evitar a insolvência.

Como aconteceu na reforma da Previdência, uma reforma tributária depende muito mais da Câmara e do Senado do que do empenho do Palácio do Planalto. O projeto encaminhado por Paulo Guedes não tem nada a ver como isso: seu foco é a falta de caixa. Por causa da pandemia, o governo está quebrado e não tem recursos para implantar o programa Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família, menina dos olhos de Bolsonaro para sua reeleição. Na pauta da Câmara e do Senado, respectivamente, as PECs 44 e 110 são outra coisa: uma reforma tributária de verdade.

Diferenças
A PEC 45/2019, elaborada por Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal, tem como relator o deputado Baleia Rossi (SP), presidente do MDB. É defendida também pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que pretende aprovar a reforma tributária antes de deixar o comando da Casa. O ponto central do projeto é a substituição de cinco tributos por um único imposto, que seria chamado de imposto sobre bens e serviços (IBS). O modelo é inspirado em sistemas utilizados em outros países, que reúnem em um único imposto sobre valor adicionado (IVA) toda a tributação sobre o consumo, com uma alíquota uniforme. 


Economistas como Samuel Pessoa defendem a proposta. A PEC 110/2019, de autoria do ex-deputado Luiz Carlos Hauly, em discussão no Senado, porém, tem a preferência dos tributaristas, porque promove uma simplificação tributária mais ampla, unificando nove impostos. A PEC, porém, facilita a concessão de incentivos fiscais a alguns setores produtivos e atividades econômicas específicas como de alimentação básica, saneamento básico, educação infantil, o que não é bem-visto pelos fiscalistas, porque gera subsídios cruzados e guerra fiscal.
[quando uma reforma profunda, completa, necessita ser realizada e muitos dão palpites, outros boicotam, a melhor solução é se optar por  uma implosão total.
Implodindo tudo, é bem mais fácil estabelecer novos fundamentos -  imperioso que a implosão soterre, definitivamente, qualquer ideia de recriação da CPMF.]

Voltando ao ponto de partida. O governo não aposta em nenhuma dos dois projetos já em tramitação. Fatiou a sua proposta de reforma tributária, porque o interesse maior de Guedes é sair do sufoco orçamentário. O problema é que essa estratégia mexe com os nervos da equipe econômica, recrutada entre economistas liberais, cuja motivação para participar do governo está longe de ser apenas financeira, é ideológica. Se Guedes jogar a toalha e aderir ao “mais do mesmo”, a equipe implode.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense




quinta-feira, 11 de junho de 2020

Entenda Essa Crise Política. É O Poder Mudando De Mão - DefesaNet

Stephen Kanitz

Essa súbita polarização na política, que deve estar assustando muita gente, é na realidade um fim de ciclo. O poder reinante nesse pais nos últimos 25 anos está sucumbindo, lutando com todos os seus meios para impedir o inevitável. Usam jogo sujo sim, mas é por puro desespero acreditem. Quem está perdendo miseravelmente nesses  últimos 30 anos  é a indústria, os sindicatos, os trabalhadores chão de fábrica, as grandes cidades, os industriais cada vez mais falidos e subsidiados.
Quem está crescendo e ganhando é a Agricultura.

A agricultura por si só já representa 25 % do PIB, contra 10% anos atrás. O Agro  negócio, que incorpora as indústrias que a fornecem, como mineração de fertilizantes, a indústria de tratores, os bancos, as seguradoras, as transportadoras passa a ser 40% do PIB, tranquilo. Ter 40% do PIB significa dinheiro, crescimento, poupança, prosperidade. ignifia crescente poder político, que ao contrário que a maioria das pessoas pensam, o setor Agrícola não tinha comensurável a esses 40%.

Foi sempre a agricultura que gerou exportações e superávit no câmbio, foi sempre a indústria que importava máquinas estrangeiras.
A Indústria sempre foi muito mais forte politicamente do que a Agricultura, mas agora ela definha, não apresenta lucros, não tem mais poder financeiro. Foi sempre a Indústria que indicava os Ministros da Fazenda, normalmente economistas ligados a Fiesp como Delfim Neto e Dilson Funaro, por exemplo. Foi esse total descaso pela nossa Agricultura que resultou no enorme êxodo rural, que tanto empobreceu o país e fortaleceu justamente partidos que atendiam as demandas dos bairros pobres.

Nada menos que 45% de nossa população teve que abandonar a agricultura, abandonada que foi pelos Ministros da Fazenda. Que nem sabem mais o significado de  “Fazenda”, apropriado para um país destinado a agricultura, como o Brasil e a Argentina. Foi  Raul Prebish, que convenceu economistas argentinos e brasileiros como Delfim, Celso Furtado, Jose Serra, FHC e toda a Unicamp, a esquecerem  nossa agricultura a favor da “industrialização” para o mercado interno, a famosa “substituição das importações ”. Por isso investirem fortunas em “incentivos”, leis Kandir, subsídios via o BNDES em indústrias antigas mas que “substituiriam as nossas importações”, importações que geralmente eram dos mais ricos, produzir produtos populares para classe C e D nem pensar.

Somente a partir de 1994 , que passaram a produzir para a Classe C e D, movimento do qual fiz parte. Além das milícias que invadiam terras, a luta por reservas, contra a ampliação de terras produtivas, destruição de pesquisas de aprimoramento genético. Nossos  industriais perceberam tardiamente que foi justamente essa “substituição das importações” que iria gerar nossa estagnação e não inovação, e lentamente destruímos a nossa indústria nascente a partir de 1987. De 27% do PIB, 45% com seus agregados, a Industria entrou numa espiral descendente para 14,5% hoje.

Que reviravolta. Essa atual crise política no fundo é a crise da indústria e das famílias ricas desesperadas, empobrecidas mas ainda com certo poder político. É a crise dos sindicatos trabalhistas que viviam dessas contribuições sindicais.

Em DefesaNet - continue lendo


terça-feira, 3 de setembro de 2019

Economia não ajudará aprovação - Míriam Leitão

O Globo

Economia não ajudará na avaliação de Bolsonaro

A economia não deverá vir em socorro do presidente Bolsonaro para melhorar sua popularidade, porque o nível de atividade este ano está muito fraco, não houve a retomada prevista pelo mercado financeiro. Para 2020, a previsão é de um crescimento de 2,1%, insuficiente para criar um clima de otimismo e que pode nem ser confirmado. Ele terá que mudar totalmente sua forma de governar, focar nos problemas que herdou e que tem que solucionar, se quiser que a conjuntura melhore. A desculpa de “eu não entendo de economia” é boa como truque de campanha. Não serve para governar.

O mais importante na pesquisa Datafolha é que ela confirma a tendência de piora precoce da aprovação. Os dados mostraram que 38% avaliam o desempenho do presidente como ruim ou péssimo, apenas 29% acham que é ótimo ou bom. Na mesma época, Fernando Henrique era reprovado por 15% das pessoas consultadas, Lula, por 10%, e Dilma, 11%. Bolsonaro mesmo derrubou a sua popularidade, com a estratégia conflituosa que colocou em prática.  Sua decisão de criar sucessivos atritos, a crise ambiental, a demora da resposta da economia estão fazendo com que ele perca o apoio daquele eleitor que votou nele por determinadas circunstâncias, mas que não necessariamente se identifica com todas as suas propostas. Uma importante maioria, 62%, acha que ele fez menos do que o esperado em seu governo. E até entre os que votaram nele 41% acham isso.

O apoio que ele tem é baixo principalmente porque há uma longa travessia para fazer até o fim do governo, e ele já está pensando no próximo mandato. Se ele tivesse esses percentuais de aprovação após um período longo de administração e, portanto, de natural desgaste, se poderia dizer que era um bom nível para a disputa da reeleição. Mas ele tem pela frente três anos difíceis, com as contas públicas em situação calamitosa.  Quanto mais impopular é o presidente, mais difícil é ele reunir uma base de apoio no Congresso para os seus projetos. Bolsonaro criou dificuldades desnecessárias com o Congresso no seu melhor momento, em início do mandato, e agora está distribuindo cargos e aceitando as indicações que dizia que não aceitaria. A reforma da Previdência foi aprovada na Câmara pelo esforço de outros partidos, alguns hostilizados por ele, mas a sua desidratação pode levar a maiores dificuldades de construir consensos que levem a avanços na pauta econômica.

O Orçamento feito pela equipe econômica do presidente Bolsonaro não é nem de longe o que foi prometido na campanha. Ninguém que entende da economia brasileira achou que a promessa de zerar o déficit no primeiro ano fosse factível. Mas mesmo os mais pessimistas se assustam com o quadro orçamentário. Do pico de 2014, de R$ 102 bi, em valores de hoje, o investimento público veio caindo ano a ano. Para 2020 o número é impressionante: apenas R$ 19,3 bilhões. Pode crescer com emendas parlamentares, mas pouco.

O déficit da Previdência vai subir mesmo com a reforma. Como a regra do teto de gastos impede que as despesas totais cresçam acima da inflação, o que aumenta na Previdência acaba sendo tirado de outras áreas. Há riscos reais de paralisia da máquina pública. E isso tudo apesar de ser um orçamento deficitário em R$ 124 bilhões, e que obrigará o governo a pedir ao Congresso dinheiro extra no volume de R$ 367 bilhões.

O cenário internacional continua problemático. Ontem o dólar bateu em R$ 4,18. O real foi a moeda que mais se desvalorizou no dia. O Banco Central anunciou leilão de dólar no mercado à vista. O Brasil tem dólar sobrando nas reservas, portanto, não há no horizonte nenhuma crise cambial. O problema é que altas abruptas no câmbio sempre têm efeitos na economia, encarecendo importações. A crise da Argentina vai impactar a indústria que exporta para lá.

Esse não é um quadro que autorize a avaliação de que a economia vai ter uma melhora substancial, que alavanque a confiança, o emprego, a renda e se transforme em aprovação ao governo. O que mais se ouve entre economistas é que a “entrega” está baixa. O presidente herdou uma situação difícil. Mas depois de um certo tempo não adianta culpar o passado, é preciso responder o que tem feito para mudar a situação. Bolsonaro prefere criar conflitos do que solucionar problemas.

Blog da Míriam Leitão, jornalista - Alvaro Gribel, São Paulo

sábado, 17 de novembro de 2018

A equipe começa a ser formada

Mansueto fica e Campos Neto é indicado para comandar um projeto de BC independente como defende Ilan, que está de saída


Ilan Goldfajn ficou fechado, em total silêncio, enquanto se especulava se ele permaneceria ou não. Havia interesse em que ele ficasse até pela convergência natural entre a defesa do Banco Central independente pelo futuro ministro da área econômica, Paulo Guedes, e por Ilan, que ontem prometeu em nota continuar a apoiar o projeto nesse sentido em tramitação no Congresso. Mas um dos critérios para seguir no cargo era demonstrar interesse em ficar, o que não foi o caso do atual presidente do BC. O secretário do Tesouro Mansueto Almeida fica e mantém toda a sua equipe. Ana Paula Vescovi tem dito a todos que a procuram que quer ir para o exterior estudar.

Com a escolha de Roberto Campos Neto para presidir o BC, a equipe econômica começa a tomar forma. A ideia de Paulo Guedes sempre foi aprovar o Banco Central independente, o que é um passo adiante na autonomia que tem havido no órgão em alguns momentos. Ilan Goldfajn teve total autonomia e entregou o excelente resultado, reconhecido na área econômica do futuro governo, e comprovado pelo menos em dois indicadores. A inflação que estava perto de dois dígitos caiu abaixo do piso da meta e, com toda a turbulência do processo eleitoral, chega ao fim do ano no centro da meta. O segundo é a queda da taxa de juros para o menor nível da história do real, uma redução consistente, que atravessou estável esse período tenso. Ilan foi também ágil e firme nos momentos de maior tensão no mercado cambial. Avisou que só os efeitos secundários da mudança do patamar do câmbio seriam combatidos, ou seja, não subiria juros na vã tentativa de criar um patamar para o dólar.

Dentro da equipe que prepara o governo Bolsonaro há dois critérios para os convites, segundo um desses integrantes. “É preciso ter feito um bom trabalho”, o que é o caso de Ilan e estar com vontade de permanecer no novo governo. Ontem no fim do dia, o presidente do BC explicou que “seu afastamento do cargo se dá por motivos pessoais” e que ficará no BC até que a indicação de seu sucessor s
eja aprovada pelo Senado.
Roberto Campos Neto é definido com uma palavra na equipe de transição: “excelente”. Atualmente no Santander, ele tem bastante experiência no mercado financeiro e já vinha colaborando com a equipe do novo governo. Foi escolha pessoal de Paulo Guedes, como tinha que ser. Chega com o desafio de manter a política monetária, mas ao mesmo tempo criar as condições para o aumento da competição no mercado bancário. Paulo Guedes vem dizendo desde a campanha que tem interesse em reduzir o custo da dívida pública e a própria dívida. Chegou a falar, depois da eleição, em vender parte das reservas cambiais com esse objetivo. Esta não é uma operação trivial.

O nome foi bem aceito pelos investidores. O fundo que acompanha os principais papéis de empresas brasileiras em Nova York acelerou a alta durante o dia, com as notícias sobre a indicação de Campos Neto. O EWZ subia mais de 2% à tarde. Isso indica que a bolsa por aqui deve abrir a sexta-feira em alta.  A permanência de Mansueto no Tesouro é importante por inúmeras razões. É um grande economista, com sólido conhecimento da máquina pública, e está tocando assuntos complexos como o quadro fiscal nos estados. Ele acompanha com o cuidado devido as bombas fiscais que estão armadas no Congresso e sabe como lidar com temas espinhosos que normalmente suscitam reações políticas. 

Depois dos grandes erros cometidos pelo governo Dilma na Secretaria do Tesouro, Mansueto, e antes dele, a economista Ana Paula Vescovi, tiveram que resolver problemas de muitos anos antes. Não haverá solução fácil para o rombo fiscal do governo federal e dos governos estaduais, mas a atual equipe melhorou a qualidade das políticas públicas, dos indicadores e está fazendo uma correta transição administrativa, só comparável à que foi feita entre os governos Fernando Henrique e Lula. No caso dos estados, a convicção na equipe do governo Temer é que sem a reforma da Previdência não haverá melhora duradoura. Mas há formas de atenuar, como se pôde ver no Rio de Janeiro.

O governador Luiz Fernando Pezão conta que reduziu os gastos de pessoal como
 proporção da Receita Corrente Líquida de 70% em 2017 para 46% em outubro de 2018. E garante ter cumprido 12 das vinte metas. No governo federal a expectativa não é assim tão boa, mas os técnicos estão convencidos de que o estado se enquadrará abaixo do limite de 60%. O caso do Rio é importante porque é o único estado que entrou no Regime de Recuperação Fiscal. O Rio Grande do Sul não conseguiu e Minas nem foi conversar, preferindo tentar as liminares na Justiça. A melhora no Rio é em parte pela alta do petróleo — que a propósito voltou a cair —, mas também porque a partir do enquadramento no RRF houve mais disciplina. Não são poucos os desafios que esperam a nova equipe econômica que está sendo formada.




domingo, 4 de junho de 2017

A economia reage - PIB, investimentos e confiança dos empresários mostram que a crise política não freou a recuperação

O pesadelo acabou. Depois de encolher por oito trimestres consecutivos, o PIB, enfim, deu sinais de vida. 


 RECORDE Super-safra impulsionou desempenho do setor agropecuário, que teve melhor resultado em 20 anos (Crédito: AFP photo)

Na quinta-feira 1º, o IBGE informou que o País cresceu 1% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao quarto trimestre do ano passado. Além de indicar a saída da recessão, o resultado trouxe um alento adicional: a economia foi capaz de resistir à crise política que se instalou em Brasília nas últimas semanas. Se, em um primeiro momento, a delação de Joesley Batista assinalava uma nova era de incertezas, não foi preciso muito tempo para a desconfiança se desfazer. Passado o susto, a Bolsa voltou a subir, o dólar se desvalorizou e uma leva de indicadores mostrou que a recuperação era mais consistente do que os derrotistas imaginavam. Em uma das principais demonstrações de descolamento do caos, o Banco Central decidiu seguir o ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic, e reduzi-la em 1 ponto. O temor inicial deu lugar a um sentimento comum: é preciso blindar a agenda econômica dos colapsos da política brasileira, tendo em vista que eles provavelmente não serão resolvidos a curto prazo.


Nos últimos meses, o noticiário econômico deu ao mercado financeiro muito pouco do que se queixar. A inflação teve consecutivas quedas e a previsão é de que chegue ao final do ano abaixo dos 4%. A taxa básica de juros, a Selic, deve baixar para um dígito, 8,5%. Até o desemprego, a pior herança da crise econômica gerada pelos governos anteriores, começou a dar sinais de arrefecimento: em abril, o País voltou a contratar e abriu quase 60 mil vagas. Por motivos como esses, os índices de confiança de consumidores e empresários voltaram aos mesmos patamares do final de 2014, quando a crise econômica ainda não havia estourado.

Descolamento
É consenso entre o empresariado que a economia brasileira está mais robusta. “As contas externas estão equilibradas, temos um nível de reserva significativo. Isso evita que a histeria de curto prazo se torne crise”, afirma Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central.


Agora, o crescimento de 1% no primeiro trimestre também anima o mercado já que, tecnicamente, o resultado tira o Brasil da recessão. O setor de destaque foi o agropecuário, que teve seu melhor resultado em 20 anos, impulsionado pela safra-recorde de 233,1 milhões de toneladas. Para que os próximos resultados sigam a mesma trilha, é importante que outros setores também melhorem o seu desempenho.

É o caso da indústria, que já cresceu 0,9% nos primeiros três meses do ano. O setor de serviços, que representa mais de mais de 70% do PIB, teve variação e puxou o resultado total para baixo. Entre as empresas, o plano de investimentos para 2017 já foi iniciado. Segundo um levantamento realizado junto a 45 empresas pelo jornal Valor Econômico, os aportes previstos para este ano totalizam R$ 117,5 bilhões. Para Antônio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da Raia Drogasil, o cenário é de normalidade e o otimismo em relação à retomada econômica continua o mesmo. Presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), ele conta que a expectativa é que o setor cresça de 1,5% a 2,5% nos meses de maio e junho, impulsionado pelo saque das contas inativas do FGTS.

Entre empresários, economistas e trabalhadores, o sentimento é o mesmo: a economia vai decolar, ainda que, para isso, precise deixar a política para trás. Diante da possibilidade de uma segunda troca de comando no governo em apenas um ano, empresários e investidores viveram o início de um déjà-vu. Mas, no lugar do abatimento, veio a reação. “Houve um primeiro momento de cautela e temor de que a crise pudesse desencadear a retomada do quadro recessivo anterior, mas em 72 horas isso já tinha sido superado”, afirma Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza. “Existem alguns aspectos no País, a começar pelos 14 milhões de desempregados, que não podem permitir esse tipo de comportamento”. Especialistas concordam: a economia precisa amadurecer para além dos abalos políticos. “A estabilidade macroeconômica não pode ser sacrificada por crises”, diz Carlos Langoni.
Equipe econômica do governo Michel Temer tem se esforçado para mostrar que continua trabalhando na agenda de reformas
 
Reformas
O empresariado brasileiro parece estar cansado de fazer suposições sobre a governabilidade do País e os desígnios da Lava Jato. “O mercado trabalha com a hipótese mais sensata: a de que o Congresso também terá maturidade de seguir a agenda positiva tocada pelo Ministério da Fazenda, independentemente de quem estiver no poder”, diz Marco Maciel, economista-chefe da Bloomberg Intelligence para a América Latina. Para ele, o mais importante é que a agenda de reformas não pare.


A equipe econômica do governo tem se empenhado para mostrar que segue trabalhando. A primeira das quatro votações previstas para a reforma trabalhista no Senado deve acontecer na próxima semana, no dia 6. O setor do varejo, que ainda sofre com os impactos da crise, é um dos mais interessados na sua aprovação. Ela, afinal, regulamenta o trabalho intermitente e deve facilitar o regime de contratação. A reforma da previdência, essencial para que o governo consiga realizar o ajuste fiscal, ainda não tem data para votação, mas o governo já retomou os esforços para obter os votos necessários. Segundo o relator da reforma na Câmara, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), o projeto tem hoje o apoio de mais de 280 dos 308 deputados necessários. “Se continuar a aprovação das reformas, o clima acalma, o câmbio melhora mais um pouquinho. Se parar, a situação vai se deteriorar”, diz o economista Samuel Pessoa, chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV).

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