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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Mais boi, menos pasto e mais picanha - Evaristo de Miranda

Revista Oeste

Como já é na agricultura, a pecuária tropical do Brasil ainda se tornará exemplo planetário de eficiência e sustentabilidade 

Gado nelore | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

Gado nelore | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

O boi é responsável pela falta de picanha no churrasco de domingo? Não. Em 2021, o rebanho bovino do Brasil chegou ao recorde de 224,6 milhões de cabeças, um crescimento de 3,1% com relação a 2020. São dados divulgados recentemente pela Pesquisa da Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior rebanho já registrado na série histórica do IBGE. Supera o recorde de 218,2 milhões de cabeças de 2016. Há muita desinformação sobre a pecuária, quase sempre acusada de ser um problema ambiental e até social.

O aumento do número de bovinos nem sempre é boa notícia. Pode resultar de problemas no mercado e na produção. Entre 2020 e 2021 houve retenção de fêmeas pelos pecuaristas para a produção de bezerros. Impactos dos lockdowns da pandemia na perda de renda da população, aumento de preços na carne bovina para o consumidor e boicote temporário da China à carne brasileira, entre outros fatores, levaram à queda no abate de bovinos.

Em tom de boutade, parte da mídia destacou o fato de o país ter um número de bois e vacas superior ao de pessoas. Mas outras comparações também são possíveis. O rebanho de vacas produz leite. O IBGE estimou em 35,3 bilhões de litros a produção em 2021
Ela cresceu 13% no Nordeste, onde chegou a 5,5 bilhões de litros. 
Pode-se comparar essa produção de alimento nobre, leite, com a de etanol combustível, na linha alimento x energia. 
Em 2021, a produção de etanol foi de cerca de 27 bilhões de litros contra 35 bilhões de leite. A produção de leite cresce e segue bem superior à do etanol.
Unidade de ordenha | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

Os indicadores mais relevantes para compreender a pecuária nacional são seus ganhos em produtividade, rentabilidade e sustentabilidade. Segundo estudos da consultoria Athenagro, em 32 anos, o rebanho bovino aumentou 13%, enquanto a produção de carne cresceu 108%! A produtividade foi ampliada em 147% no período, mesmo com uma redução de 16% na área das pastagens. Menos pastos, mais bois e muito mais carne.

Há décadas, o país assiste a uma redução constante na área das pastagens e ao aumento de seu rebanho. Isso indica claramente ganhos de produtividade nas pastagens: novas variedades de capins; pastos bem manejados e mais produtivos; com maior qualidade nutricional e mais resistentes a seca, cigarrinhas e outras pragas. E suplementação mineral e proteica propiciada a pasto pelos pecuaristas. Há cada vez menos pastagens degradadas. Ainda há muito por fazer, mas a dinâmica é a da intensificação no uso dos pastos.

Os ganhos de produtividade nos sistemas de criação e manejo decorrem do uso de tecnologias modernas: melhoramento genético dos rebanhos; cuidados veterinários e garantias da boa saúde animal; atenção ao conforto e ao bem-estar animal; complementações nutricionais adequadas ao ganho de peso; confinamentos etc. Como já é na agricultura, a pecuária tropical do Brasil ainda se tornará exemplo planetário de eficiência e sustentabilidade.

Nos rebanhos, a eficiência produtiva e a reprodutiva caminham juntas. Há décadas, a Embrapa e outras instituições desenvolvem técnicas para melhorar o manejo reprodutivo dos bovinos de corte para pequenos e grandes produtores.  
Os pecuaristas praticam sistemas de produção capazes de aumentar o número de bezerros nascidos por ano e a vida útil de suas vacas. 
E administram de forma eficiente o intervalo de partos. 
Inovações constantes aumentam a produtividade na pecuária, com redução da mortalidade, diminuição do número e do tempo de vacas secas nos rebanhos e crescimento da natalidade e do ganho de peso em bovinos de corte.
Fazenda de gado confinado na Amazônia, Pará 
| Foto: Paralaxis/Shutterstock

O gado fica pronto para o abate em tempo cada vez menor. A redução da idade ao abate não compromete a qualidade da carne, nem o peso dos animais. Os pecuaristas cuidam até da alimentação intrauterina dos bezerros. Garantir sua gestação nas melhores condições resulta, já no nascimento, em animais de peso adequado. Quando a vaca prenha é bem nutrida, o terneiro em seu ventre também o é. Para um bovino com 24 meses seguir para o abate, ele deve pesar mais de 450 quilos. A redução da idade ao abate melhora os índices de aproveitamento dos rebanhos em até 25%, com menos emissões de gases de efeito estufa por quilo de carne produzida e custos inferiores. Esses são os dados decisivos sobre modernização da pecuária.

Além dos ganhos em produtividade, a pecuária tem características históricas de sustentabilidade. Desde o início do povoamento europeu, os portugueses introduziram a pecuária em biomas propícios e pouco adequados à agricultura. Foi assim na pampa, caatinga, Pantanal, várzeas e campos inundáveis da Amazônia, serras e montanhas.  
A pecuária cresceu em locais inaptos à agricultura devido à topografia acentuada, aos tipos de solos pedregosos ou regularmente inundados e ao clima (escassez de água e períodos secos muito pronunciados)
Em áreas marginais para a produção de alimentos, onde não se podem cultivar grãos, cana-de-açúcar, frutas ou praticar agricultura mecanizada, os ruminantes fazem o milagre de transformar capim em leite e carne, proteínas nobres. E sem subutilizar as pastagens, algo tão problemático quanto degradá-las por uso excessivo.

Não faltam bois, nem vacas, e tem faltado carne. Com o aumento do preço da carne bovina no mercado nacional e internacional e a perda de empregos e renda da população durante a pandemia, houve diminuição no consumo per capita entre 2019 e 2022. Os preços das carnes suína e de frango ao consumidor aumentaram cerca de 45% e 55%, respectivamente. O preço da carne bovina (considerados todos os cortes) subiu 72%. De acordo com o IBGE, a queda foi de 5,2 quilos de carne bovina/ano para cada brasileiro.

Diante desse quadro, algumas lideranças políticas sugeriram reduzir as exportações de carne para aumentar a oferta no mercado interno e baixar os preços. O raciocínio não é novo, nem original. Essa proposta simplista ignora a dinâmica do mercado e da produção bovina. E pode ser trágica.

O país exporta cerca de 25% da carne produzida. Restringir as exportações traria, no curto prazo, maior oferta no mercado interno e redução nos preços aos consumidores. Por quanto tempo? Quais seriam os impactos para a economia e os consumidores no médio e longo prazo? Propostas de limitar as exportações de carne resultariam num cenário prejudicial a todos. Foi assim na Argentina.

Em março de 2006, para controlar a inflação no mercado interno, o governo argentino anunciou restrições às exportações de carne bovina. O mercado estava em alta sobretudo pela ocorrência da gripe aviária na Ásia. Com o recuo de quase 25% nas exportações anuais, os argentinos tiveram um curto período de maior oferta. A disponibilidade de carne bovina subiu da média de 63 quilos para 67 quilos/pessoa/ano.

Logo ocorreu uma reversão no processo, dada a queda no interesse dos pecuaristas de produzir com perda de renda. Os rebanhos diminuíram. Os preços voltaram a subir. De 2010 em diante, a disponibilidade per capita de carne bovina nunca mais voltou aos patamares anteriores. E cai a cada ano. Hoje, a quantidade de carne bovina disponível ao consumo por argentino é de 47,8 kg/ano, quase 25% abaixo do disponível antes da decisão de 2006 e a menor em 100 anos! O rebanho per capita também está no menor valor histórico: 1,1 bovinos por habitante contra o máximo de 2,3 em 1977.

Os argentinos foram vítimas dessa proposta imediatista e irresponsável. Uma questão pontual, passível de ser resolvida em poucos anos, pelo investimento privado em mais produção, transformou-se em um grave problema. E levará décadas para ser solucionado. Aqui, tal medida depreciaria o patrimônio de quase todos os pecuaristas. E a carne bovina não está apenas em grandes fazendas. Cerca de 70% da produção vem de pequenos e médios produtores.

No Brasil, essa sugestão demagógica é contestada por um exemplo inverso. Após a queda da oferta global de proteínas, as exportações nacionais de carne suína aumentaram quase 60% entre 2018 e 2020. O crescimento nos preços estimulou a produção. Entre 2018 e 2021, o volume anual produzido aumentou duas vezes com relação ao total exportado. Nos últimos dois anos, a disponibilidade de carne suína foi a maior dos cinco anos anteriores.

O ciclo da produção bovina é muito mais longo. Em 2022, espera-se um aumento de 5% a 8% na produção. A disponibilidade crescerá ainda mais a partir de 2023. Restringir as exportações quebraria o estímulo ao aumento consistente da oferta. Reduziria empregos no campo, bem como a renda gerada a partir de fazendas, empresas e negócios relacionados à produção de carne. Impedir ou taxar exportações nunca garantiu picanha no churrasco. É conversa de burro, para boi dormir.

Leia também “O agro, o mercado e o supermercado”

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste 

 

 

terça-feira, 1 de março de 2022

Crise traz lição que o Brasil já deveria ter aprendido há muito tempo - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

A guerra entre Rússia e Ucrânia deixa escancarada, mais que em qualquer outra ocasião, uma fraqueza pouco discutida na economia brasileira: a severa dependência que o agronegócio tem dos fertilizantes estrangeiros para se manter vivo, próspero e competitivo. A produção da agricultura e da pecuária, hoje, é uma questão estratégica de primeira ordem para o Brasil. É daí que vem os dólares que, ano após ano, fornecem à economia o oxigênio que lhe permite ter uma vida normal – sem problemas de escassez cambial, sem missões do FMI e com reservas em divisas perto de 400 bilhões de dólares. De um momento para outro, com a guerra, o Brasil fica numa posição complicada: uma porção vital dos fertilizantes que utiliza vem da Rússia, e as incertezas da guerra colocam em questão a regularidade do fornecimento.

Essa crise está trazendo uma lição que o Brasil já deveria ter aprendido há muito tempo: uma área tão importante da economia não deveria viver, de maneira permanente, na dependência externa de algo absolutamente essencial para o seu funcionamento. Não haveria o que fazer, naturalmente, se o país não tivesse nenhuma possibilidade material de produzir seus próprios fertilizantes e se fosse obrigado a importar tudo o que precisa. Mas acontece o contrário. O Brasil tem os recursos naturais para isso, sobretudo pelas reservas de potássio mas recusa-se a desenvolver as suas minas.

Rússia, China e outros países utilizam suas riquezas naturais para produzir cada vez mais energia e outros elementos básicos destinados ao desenvolvimento econômico. Em vez de amarrar-se com “políticas ambientais”, tratam de explorar e vender os recursos do seu solo. Aqui, cada vez mais, a caminhada vai na direção diretamente oposta. Legislação ambiental frequentemente suicida, políticas de “proteção aos índios”, a ação do Ministério Público e da Justiça proíbem o Brasil de aproveitar os recursos que são de todos, como fazem outros países, para promover o interesse comum. 
É o caso das minas de potássio brasileiras. Se pudessem ser trabalhadas, livrariam a nossa agropecuária da dependência da Rússia e de outros fornecedores. Mas não. É proibido mexer no potássio brasileiro porque ele está próximo ou dentro de terras indígenas. Vai se buscar na Rússia o que existe em abundância no Amazonas.[agora talvez o Brasil e veja que os interesses dos índios - especialmente a política de para protegê-los tem que doar terras e mais terras, que não são utilizadas, só traz prejuízos ao Brasil. 
É necessário que entendam que o INTERESSE DE TODOS tem que prevalecer sobre o interesse de minorias barulhentas. Os índios tem e  devem ter, os DIREITOS e os DEVERES que todos brasileiros possuem = nem mais, nem menos.
Não tem sentido é que devido uma legislação ambiental quase sempre suicida e de interesses menores (que são maximizados ao exagero,  por ação de ONGs vendidas aos interesses estrangeiros) sejamos dependentes do que poderíamos produzir atendendo nossas necessidades e exportando.]  
 
LEIA TAMBÉM: BANCOS PROGRESSISTAS LANÇAM SEUS BÚZIOS  E PREVEEM DESASTRE NA ECONOMIA

A abertura do potássio brasileiro à exploração industrial não tem nada a ver, como sustentam os militantes do ambientalismo, [em sua maioria vendidos a interesses estrangeiros] com a satisfação de “interesses das grandes mineradoras” ou das “grandes propriedades rurais”. Tem a ver diretamente com os interesses da população brasileira - a grande beneficiária do agronegócio e do mundo econômico que gira em torno dele. Em nome de meia dúzia, sacrifica-se o interesse de 200 milhões.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Decreto do governo argentino ajuda a nossa pecuária - VOZES - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

Decreto que praticamente proíbe exportação de carne de gado da Argentina deve abrir mais mercado para o boi brasileiro.

Os pecuaristas brasileiros, que na segunda-feira (3) fizeram a manifestação "Segunda com carne", satirizando uma campanha mundial, oferecendo churrasco em frente a agências do Bradesco, foram premiados com um decreto do presidente Alberto Fernández, da Argentina, que praticamente está proibindo a exportação de carne. Talvez os pecuaristas argentinos não tenham a mesma militância que a nossa.

Foto: Michel Willian/Arquivo/Gazeta do Povo 
 
É proibido exportar o boi inteiro, ou pela metade, o quarto dianteiro, o quarto traseiro com osso, a costela com ou sem osso, a fraldinha, o matambre, uma outra parte da costela, coxa, paleta... eu acho que só estão permitindo exportar o filé.

Com isso sai ganhando a pecuária brasileira, que preserva o meio ambiente. Só a área de preservação do agronegócio, por conta própria, é maior que vários países europeus juntos. E tem mais, só para lembrar, carne vermelha, que fazem campanha contra, contém zinco, e em épocas de Covid, é muito importante, porque protege a célula contra a entrada de vírus.

 
Bolsonaro melhora aos poucos

O presidente Jair Bolsonaro está se recuperando após a internação no hospital a que foi submetido. A sonda nasogástrica foi retirada, mas ele ainda terá que seguir uma dieta que não provoque fermentação e gases no intestino, porque depois da facada, o intestino dele está sujeito a aderências que interrompem a passagem. Ele vai ter que se comportar mais com a boca daqui por diante.

Nesta terça-feira (4), Bolsonaro trabalhou do hospital e sancionou uma lei, que teve origem no Congresso, que obriga escolas, hospitais, repartições públicas, o Judiciário e os locais de trabalho a manter o sigilo sobre pessoas que têm tuberculose, hepatite, HIV e hanseníase. Eu acho muito justo. Agora não há esse respeito com os não-vacinados.

Cerca de 570 mil funcionários públicos estaduais de São Paulo não vão poder entrar em seu trabalho. Agora mesmo, o presidente do Superior Tribunal de Justiça não concedeu uma liminar num habeas corpus pedido por um funcionário que quer trabalhar. O servidor alegou o direito constitucional de livre locomoção e de acesso ao trabalho. E, no entanto, o ministro do STJ disse não.

Qual é a culpa dos cruzeiros
Tem outra injustiça aí
. O Procon disse que as empresas de cruzeiro, desses três navios que tiveram surtos de Covid-19, é que têm que arcar com os direitos do consumidor pelo ônus pelo qual passaram os passageiros. Interessante isso, porque eu acho que as empresas de cruzeiro e os passageiros cumpriram todos os requisitos estabelecidos pela Anvisa. De passaporte, de teste, cumpriram tudo, então a culpa não é deles. A responsabilidade não é nem dos cruzeiros nem dos passageiros, temos que procurar quem deveria pagar.

Audiência pública
Aliás, a propósito, nesta terça houve uma audiência pública sobre a vacinação em crianças.
É uma questão muito séria que os pais precisam pensar, porque a Anvisa autoriza a vacina, mas não se responsabiliza. O Ministério da Saúde coloca a vacina à disposição, vai pôr agora, a partir do dia 10 ou 15.

Os laboratórios, produtores da vacina, têm contrato com o governo brasileiro em que não assumem a responsabilidade jurídica. Então a responsabilidade é puramente dos pais e é uma senhora responsabilidade.

Um problema que também atinge os Estados Unidos, que está tendo um surto de Covid como nunca. Muito maior agora, com o presidente Joe Biden, do que aconteceu com o presidente Trump, inclusive com consequências políticas. Essa é uma discussão que está lá também. Aliás, um juiz proibiu a Marinha americana de punir quem não quisesse tomar a vacina. Se bem que na Marinha americana, segundo dados oficiais, mais de 98% já se vacinaram.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O BRADESCO E A TURMA DO “CARBONO NEUTRO”

 J. R. Guzzo

Campanha de publicidade

O Bradesco levou ao ar recentemente, através das redes sociais, uma campanha de publicidade com a pretensão de promover a ideia do “carbono neutro”. A campanha é mais uma repetição daquilo que fazem hoje, com o dinheiro das grandes empresas que pagam a conta, os departamentos de marketing, agências de propaganda e produtoras de comerciais para salvar o mundo do capitalismo destruidor da natureza – e dos delitos ambientais cometidos pelos próprios clientes dessas mesmas empresas, em suas vidas nocivas ao “planeta” e carentes de consciência ecológica.

O conteúdo é aquilo que se pode imaginar: um amontoado de aulas de conduta com teor de inteligência nas vizinhanças do zero, pregando essas superstições disfarçadas de verdade científica tão na moda nos dias de hoje. Até aí, é oportunismo direto na veia. De um lado, executivos da área de criatividade, de imagem e de “responsabilidade social” ganhando dinheiro com as causas em circulação na praça. De outro, um banco que quer, ao mesmo tempo, tirar vantagem da ideologia ambientalista barata que cresce pelo mundo afora e fingir que está prestando um serviço de interesse público.

Só que, desta vez, deu errado. A campanha do “carbono neutro”, num dos seus vídeos, mostra três comunicadoras, ou algo assim, dizendo que a pecuária é uma inimiga da natureza e que as pessoas deveriam comer menos carne para reduzir o carbono que está destruindo o mundo. Seria apenas mais uma estupidez. Mas é uma estupidez paga e promovida pelo Bradesco, e aí a coisa muda de figura.

Os pecuaristas, sobretudo os que são clientes do Bradesco, ficaram indignados: quer dizer que o seu banco, no qual depositam seu dinheiro e sua confiança, está dizendo que eles são delinquentes ambientais? Com a falta de coragem típica da falta de convicção que marca essas campanhas, o Bradesco tirou imediatamente o tal comercial do ar. Em nota oficial, lamentou profundamente o que estava dizendo, pediu desculpas aos pecuaristas e prometeu providências “internas” para que o desastre não se repita. [esperamos que as providências internas comecem, incluam, a demissão sumária de todos os que de alguma forma colaboraram  para o absurdo.]

É este, precisamente, o grau de honestidade que marca a maior parte da comunicação pretensamente “social” das grandes empresas no Brasil de hoje. Por causa da covardia, preguiça e insuficiência mental dos seus presidentes e principais imediatos, a coleção de princípios e valores das maiores corporações brasileiras foi abandonada em favor do primeiro zé-mané executivo que ganha a vida sendo, ou fingindo ser, politicamente correto.

Os acionistas não mandam mais nada nessa área. É a turma do “carbono neutro” e a favor do extermínio da pecuária que decide o que a empresa tem de dizer para o público. É ela que proíbe a divulgação de publicidade nos veículos de imprensa carimbados como “de direita”. É ela que corta patrocínios e manda demitir atletas deste ou daquele clube. É ela que define a virtude e o pecado.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 4 de agosto de 2021

"Os que buscam atingir o governo atingem o país" - Alexandre Garcia

A divergência ideológica move os que não têm pejo de falar mal do país em que nasceram, passando por cima do princípio de patriotismo

Por que a imagem do Brasil no exterior está tão deteriorada? Essa pergunta me fizeram em uma palestra sobre Comunicação Estratégica, para oficiais superiores que irão comandar unidades do Exército pelo país. Os ministros da Agricultura e Turismo, recém-chegados de reuniões do G7 e G20 em Roma, ficaram com a impressão de que a imagem do Brasil nunca esteve tão ruim. O ministro Gilson Machado, que não leva desaforo para casa, prepara contra-ofensiva pelo bom nome do nosso país. Por que imagem negativa, se temos tantos dados positivos para mostrar ao mundo? Estaríamos escondendo o bom e mostrando o ruim?

A origem dessa propaganda negativa é política e comercial. Os que pretendem atingir o governo atingem também o país. O jejum da Lei Rouanet ajuda a turbinar a campanha; a divergência ideológica move os que não têm pejo de falar mal do país em que nasceram, passando por cima do princípio de patriotismo, em que a gente pode falar mal aqui dentro, mas lá fora defende sempre. Apátridas não se importam com isso.

A concorrência comercial é um ingrediente importante na propaganda anti-Brasil. Estamos cada vez mais importantes no comércio mundial. Carne, soja, sucos, minérios. Um em cada cinco pratos no planeta tem alimento brasileiro. 
E o alimento é o mais essencial dos combustíveis. 
A ministra Tereza Cristina teve que ir a Roma desfazer armadilhas contra nossas exportações. 
Destinos turísticos do mundo sentem o poder brasileiro no turismo de natureza.
 
O mote é a Amazônia, embora sejamos o país que mais preserva seu solo, cerca de 60% da área nacional. Semana passada, o Ministério da Defesa demonstrou a adidos militares de 34 países o que as Forças Armadas vêm fazendo pela Amazônia. 
Na agricultura e pecuária, tecnologia e sustentabilidade são palavras de ordem no setor. No entanto, o preconceito ideológico é forte. 
E miram no governante não se importando em acertar o país, tal como aconteceu na pandemia.  
Os que adotaram o coronavírus como parceiro contra o governo, debilitaram a renda nacional, o emprego e as empresas. No exterior, para atingir o governo, sujam a imagem dos brasileiros.
 
Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense 
 

sexta-feira, 4 de junho de 2021

O agronegócio salva o Brasil, mas tem de ser salvo dos políticos

Acabam de sair os números do primeiro quadrimestre de 2021 e o resultado, como em geral acontece quando se trata deste setor, foi mais uma grande notícia:  
- de janeiro a abril do corrente ano, a geração de empregos formais na agropecuária do Brasil foi a maior dos últimos dez anos. É uma informação que revela a força extraordinária do agro nacional. 
Em plena desgraça geral da economia, com o país e o resto do mundo em estado de falência geral por conta das devastações da Covid, a agricultura e a pecuária não apenas mantiveram a situação de destaque que já tinham. Melhoraram, e muito – não se gerava tanto emprego na área desde 2011.

Foram mais de 70.000 novos postos de trabalho a mais, em comparação com o total dos primeiros quatro meses de 2020 – cerca de 11.000 só em abril – o triplo, por sinal, das vagas abertas em março. Neste momento, espelhando o que acontece na área do emprego, o agro brasileiro bate recorde sobre recorde. Nunca exportou tanta carne como em 2021, em todas as suas categorias, e registra avanços importantes na soja, sua principal cultura de exportação.

Enquanto o Senado deprava mais uma vez as suas funções, e faz uma CPI sobre a Covid onde o presidente teve a própria mulher presa por corrupção na área da saúde e o relator responde a nove processos por ladroagem geral, os números do emprego do agro em 2021 são um tapa na cara do submundo da política brasileira. Os parasitas, safados e ladrões, mais uma vez, falsificam a realidade e mentem para o público, em meio à admiração geral da mídia. O Brasil que trabalha, e sustenta todos eles, vai adiante.

A sociedade brasileira, possivelmente, tem musculatura e repertório para conviver com a mentira, a corrupção e a incompetência de todos os dias mas fica cada vez mais claro, número após número, que não resistiria à destruição do seu agronegócio. É o que prega, todos os dias, a turma que age no circuito da reforma agrária, fim da “monocultura”, zoneamento rural ecológico, denúncia dos “agrotóxicos”, agricultura familiar etc. etc. etc. Sua preocupação é o sucesso cada vez maior do capitalismo na agropecuária do Brasil. Seu sonho é fazer por aqui o que se faz na Argentina.

O agronegócio é a única atividade realmente bem-sucedida, em grande escala, da economia brasileira. É a única onde o Brasil é realmente competitivo no mercado internacional. É a única em que a tecnologia põe o país na mesma corrida das grandes nações do mundo. É a única capaz de assegurar a independência cambial do Brasil. É a única esperança de uma sociedade moderna neste país. É tudo o que existe de mais sério nas realidades brasileiras do século XXI. Tem de ficar a salvo do Senado, do Supremo Tribunal Federal, dos políticos e de todo o movimento que aposta diretamente no atraso.

J.R. Guzzo, colunista - VOZES - Gazeta do Povo  

 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Que tal a Europa aplicar as regras que o produtor rural é obrigado a obedecer aqu.? - O Estado de S. Paulo

‘Zona húmida’
Se o agronegócio e o governo brasileiros soubessem se defender um pouco melhor na guerra religiosa, e em geral suja, que há anos se dedica a destruir o sucesso da agricultura e da pecuária do Brasil nos mercados mundiais, bem que poderiam propor aos países europeus, os mais excitados em traficar a crença de que a soja e o boi estão acabando com “a Amazônia”, uma nova abordagem para este negócio todo. 
Que tal, a partir de agora, a França, a Alemanha, a Inglaterra e outros passarem a aplicar em todas as suas propriedades agrícolas as mesmas regras e as leis que o produtor rural brasileiro é obrigado a obedecer aqui dentro – e obedece mesmo, ponto por ponto, sob pena de perder o seu negócio? 

Pelo que dizem lá fora da gente, não deveria haver problema nenhum em se fazer isso, não é mesmo? Afinal, presidentes da República, primeiros-ministros, reis, rainhas, os funcionários que mandam nas organizações públicas, mais as classes intelectuais e a mídia, repetem há anos que o Brasil é uma terra de ninguém em termos de responsabilidade ambiental; aqui vale tudo. Bandos de bilionários andam por aí derrubando uma floresta por dia para socar soja, milho e boi em cima. 
Não há lei nenhuma para controlar essa gente. 
Os governos deixam fazer tudo – o governo atual, então, praticamente organiza incêndios no Pantanal e está mandando derrubar as últimas árvores da Amazônia. Em suma: é nisso que acreditam, ou que fingem acreditar. 

Nesse caso, aplicar a lei brasileira na Europa não iria incomodar ninguém; tudo continuaria, lá, exatamente como é agora, pois leis que não existem não mudam nada. Não é assim? Mas aí é que está: as leis ambientais brasileiras existem, estão entre as mais duras do mundo e, se um dia pudessem ser aplicadas na agricultura e na pecuária dos países europeus, provocariam uma revolução.

Apenas uma exigência, uma só, à qual o produtor rural brasileiro já se acostumou, como está acostumado com o sol e a chuva: 20% da área de todas as propriedades rurais brasileiras (mais que isso, dependendo da região) têm de ser reservadas para matas
O proprietário não pode tirar um galho de árvore nenhuma. Não pode ganhar um tostão com esse quinto da sua propriedade. Mais: se não houver mato na sua terra, tem de plantar, com dinheiro do seu próprio bolso, ou então comprar, também com dinheiro do seu próprio bolso, uma nova área só com árvores para juntar à sua terra. É óbvio que não recebe nenhuma compensação do Estado, nem abatimento de um centavo de imposto, pelo investimento que faz em favor do meio ambiente; ao contrário, a única coisa que recebe são multas a cada vez que a vigilância por satélite ou o fiscal detectam que está faltando alguma árvore que deveria estar lá.

Então: podemos sugerir, por exemplo, que o presidente Macron crie um esquema igual para a França – já que ele vive à beira de um ataque de nervos diante do agro brasileiro. O Brasil pode propor, também, que os agricultores europeus não cheguem a mais de 50 metros dos seus rios, nem toquem nas matas ciliares. 

Melhor ainda: por que não aplicam por lá o novo “zoneamento econômico e ecológico” de Mato Grosso? Essa última criação dos ambientalistas militantes em nosso serviço público considerou 4 milhões de hectares do Vale do Araguaia como “zona úmida” e em “zona húmida”, por decisão dos autores do “zoneamento”, não se pode produzir nada, nem peixes criados em tanques de água.

Seria interessante ver o que aconteceria se os governos ecológicos da Europa declarassem “zonas húmidas” de 4 milhões de hectares nas bacias do Rio Sena, ou do Rio Reno, ou do Rio Póe botassem o povo de lá para fora. 

J R Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Falando sozinho - William Waack

O Estado de S. Paulo

É preciso um pouco de paciência, mas a força dos interesses privados brasileiros está conseguindo impor severos limites aos rompantes de política externa do governo Jair Bolsonaro.

A “linha” externa foi basicamente subordinar-se a Donald Trump, um erro grotesco do ponto de vista “técnico” de diplomacia e um exemplo já clássico de como a cegueira ideológica conduz a decisões que são pura estupidez.

O agronegócio foi o primeiro a gritar contra a gratuita hostilização de parceiros comerciais no Oriente Médio e na Ásia, seguido de perto por setores modernos industriais e do mundo financeiro em relação a políticas ambientais. [felizmente a má fase passou e o governo Bolsonaro passou a priorizar parceiros comerciais que tem demanda a oferecer.] Os mais novos grupos a entrar no “vamos dar uma segurada” são de setores tecnológicos ligados a telecomunicações e infraestrutura, preocupados com o dano que a hostilidade à China possa trazer a investimentos no 5G. [aos poucos, o governo do presidente Bolsonaro começa a  aprender que nações não tem amigos e sim interesses = relações de amizade podem, e até devem, ser paralelas às comerciais = mas jamais superiores.

Quanto aos comentários dos filhos do presidente precisam ser vistos como o que são: NÃO IMPORTANTES, meros ruídos.]

Especialmente no agro “tecnológico” – aquele que colocou o Brasil como uma superpotência na produção de grãos e proteínas – a postura externa do governo Bolsonaro é vista com consternação e abertamente criticada. O racha já chegou à relação entre entidades que representam os variados grupos desse setor. Aqueles apelidados de “ruralistas”, e identificados com a soja e a pecuária “primitiva”, continuam apegados à noção de que, sendo o Brasil um campeão na produção de alimentos, não importa o que aconteça ou o que se diga, o mundo continuará comprando aqui. [noção que pode até ser classificada como primitiva, mas aponta um FATO = ou compram daqui, ou daqui, ou não compram.

Apesar do esforço dos 'especialistas' ambientais, das Ong's a serviço dos interesses estrangeiros e dos Macron da vida, não invadiram o Brasil (começando pela Amazônia e suas riquezas que tanta cobiça despertam) - se tentarem terão que importar alimentos da Lua pelo menos por uma dezena de anos.]

Mas coligação de peso é a que passa pelos bancos, grandes indústrias (química, por exemplo), instituições financeiras (plataformas de investimentos), empresas de ponta no setor digital (aplicação de inovação digital na agricultura, por exemplo), serviços e varejo de massa (por suas ligações com o exterior). Elas se entendem como parte de grandes cadeias internacionais, o que significa levar em grande consideração o que vai pela cabeça de massas de consumidores – e as preocupações de acionistas idem. [o ponto fraco das potências citadas nesse parágrafo é que eles ainda não conseguem se alimentar de dinheiro = precisam dos grãos, das proteínas, etc.]

Estabeleceram com o presidente do Conselho da Amazônia, o general Hamilton Mourão, uma espécie de interlocução que se faz notar, por exemplo, na maneira como o vice-presidente reagiu ao anúncio de Biden de que retornaria aos acordos do clima de Paris – mais uma vez, a voz de Mourão é abertamente dissonante em relação à de Bolsonaro. Aliás, na cabeça dos executivos desses grupos a vitória de Joe Biden = [Biden = O mal de roupa nova.]é vista como uma excelente oportunidade de, pelo menos, restaurar parte das cadeias produtivas globais. E fala-se da China com bem menos hostilidade política.

Nenhum desses dirigentes admite em conversas particulares enxergar qualquer vantagem no isolamento internacional a que as posturas de política externa de Bolsonaro levaram o País, e simplesmente ignoram o que diz o governo. Olham para os acordos de comércio recentemente assinados na Ásia (abrangendo 30% do PIB mundial e alguns países “ocidentais” como a Austrália, por exemplo) e examinam em grupos nutridos de análise da situação internacional como não perder o bonde (mais um).

Nesse sentido, a anunciada [o governo Bolsonaro, felizmente, é pródigo em adiar ou cancelar anúncios.] adesão do Brasil à iniciativa americana de “rede limpa (clean network), que exclui a chinesa Huawei do 5G brasileiro, foi considerada prematura e desnecessária também por militares envolvidos em programas de Defesa e que não viram na dedicação de Bolsonaro a Trump qualquer vantagem prática em termos de acesso a tecnologias sensitivas (notadamente nos setores nucleares e de mísseis) tradicionalmente bloqueadas por governos americanos, democratas ou republicanos.

Qual o resultado de tudo isso: será o retorno às deliberações multilaterais (incluindo o acordo de Paris), a moderação na resposta às críticas à política ambiental, [críticas à POLÍTICA AMBIENTAL DO do BRASIL PODEM ser aceitas, toleradas,  desde que como sugestões. Caso envolvam intromissão nos assuntos internos do Brasil, devem ser repudiadas com veemência.] mais cuidado no trato com parceiros comerciais importantes na Ásia e Oriente Médio e a reiteração (bem antiga, já) aos que controlam tecnologias de Defesa de que somos internacionalmente “adultos e responsáveis”. Em outras palavras, é deixar a área externa do governo, incluindo filhos, assessores e alguns ministros de Bolsonaro, falando sozinhos.

William Waack, jornalista - O Estado de S. Paulo

 

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Pandemia - Ciência ainda não tem solução para o coronavírus - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

Os presidentes dos Estados Unidos e do Brasil tiveram uma conversa telefônica para trocar experiências de planejamento e posições a respeito do combate ao coronavírus e à recessão que se aproxima dos dois países.  Os estadunidenses preveem a morte de quase 100 mil pessoas. Isso é quase o dobro do número de militares do país mortos durante os dez anos da guerra do Vietnã. Aqui no Brasil a gente já está com mais de 200 mortos. [atualizando: Brasil já atingiu 400 mortos e, ultrapassando 11.000 casos confirmados.]

Falou como estadista
No pronunciamento no rádio e TV, o presidente Bolsonaro disse que os governos estaduais estão trabalhando com o Ministério da Saúde e vão receber todo apoio necessário para o SUS, como equipamentos. Por sua vez, o Ministério da Economia está trabalhando em conjunto com os estados para atender às demandas de todos os governadores e prefeitos sem exceções. Bolsonaro falou como um estadista.

Ninguém tem a ciência na mão
Nem Trump, nem Bolsonaro sabem como combater o coronavírus. Nem a OMS sabe. Ninguém sabe. A ciência ainda está pesquisando uma vacina para a doença. Ainda não se sabe se a hidroxicloroquina funciona mesmo. Não se sabe se há somente um tipo de vírus. Os chineses estão dizendo que são duas variações. Não se sabe também quantas pessoas foram contaminadas, porque só se sabe que estão com a doença quem faz o teste.

Também não se sabe quantas pessoas já pegaram a doença e se curaram, nem quanto tempo elas ficaram com o vírus no corpo e nem quais foram os sintomas. Não se sabe nada ainda sobre o coronavírus. [ao não se saber nada, ou quase, se abre a porta para palpites.
Só que no Brasil estão inovando:
- todos podem dar palpites sobre o coronavírus e seu combate - exceto o presidente da República.
Teve um ministro do Supremo que proibiu, em decisão liminar,  o presidente da República de fazer, ou mandar fazer, uma série de coisas referente ao coronavírus.
Se demora mais um pouco exarando a decisão,  proibiria o presidente de até pronunciar qualquer palvra sobre o assunto.] A ciência está pesquisando e testando. É o que o governo está fazendo. Não se sabe qual isolamento social é melhor, o horizontal ou o vertical. No Japão está dando certo o isolamento vertical. A Alemanha tem a sua solução.

A China teve a própria solução para minimizar os efeitos do coronavírus. Hoje a Bolsa do país é a que mais cresce. [já escrevemos algumas vezes que toda vez que surge uma peste na China, um H qualquer coisa, a economia daquele país, dá uma paradinha e depois cresce mais.] A indústria nacional deles também está em alta. Os Estados Unidos estão com mais mortos do que a China. Ninguém é dono da verdade, ninguém tem a ciência na mão, até porque a própria ciência não tem as suas conclusões. Parece que tem gente que tem a sua verdade disponível.

Esses estão correndo por fora do mundo real. Acho que é por fanatismo, ignorância ou oportunismo. As pessoas estão com tanto medo que nem enterram e nem velam seus mortos.  Tem gente metendo a cabeça no buraco escuro procurando a luz. Eu acho que a luz deve ser a diversidade de ideias, experiências e opiniões. O diretor-geral da OMS e o ministro da Saúde divergem.
A gente tem que tentar minimizar os efeitos tomando os cuidados necessários. A ciência ainda não tem uma solução para acabar com o coronavírus. Essa é a verdade.

O nosso agronegócio
Ainda que haja recessão como a de 1929, quando a gente queimava café por não ter para quem vender, ainda que caiam os preços, o mundo precisa comer e o nosso agronegócio é capaz de alimentar um bilhão de pessoas. [desde que haja máquinas agrícolas para tratar e colher a produção e veículos para transportar os produtos agrícolas e os da pecuária.]
Há a confiança e a esperança de que mais uma vez nós estamos nas boas mãos dos trabalhadores que tiram o alimento da terra. Eu digo isso mais uma vez porque foi o agro que nos tirou da recessão do governo Dilma.

Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo