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sábado, 23 de março de 2019

Os aspones marajás de Dilma

 A farra da ex-presidente da República com dinheiro público não conhece limites

A farra da ex-presidente da República com dinheiro público não conhece limites. Somente no ano passado, superou todos os antecessores ao torrar mais de meio milhão com assessores, diárias e passagens. Não basta quebrar o Brasil estando no cargo. Ela nos causa prejuízo também fora dele


Durante umas das sessões da CPI da Petrobras, em 2015, que apurou o esquema de desvios de recursos da estatal, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi enfático ao ser confrontado com o ex-engenheiro Re aspones marajásnato Duque, ex-diretor de Serviços da companhia. “Fico impressionado com a ‘cara de pau’ do PT”. Na época, Paulinho criticava a desfaçatez do PT no assalto aos cofres da Petrobrás por meio de esquemas de desvios de recursos que até hoje desafiam os investigadores da Operação Lava Jato.

Cara de pau parece ser mesmo um requisito que de fato sobra no perfil petista. Mesmo depois de ter sido deposta em um processo de impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff conseguiu a proeza de ser a campeã entre os ex-presidentes brasileiros de despesas de seus assessores com viagens, passagens aéreas e diárias. Dados obtidos com base na Lei de Acesso à Informação revelam que Dilma gastou, somente no ano passado, mais de meio milhão de reais com o pagamento de diárias e passagens, combustível e demais despesas acessórias dos servidores que a acompanham.

Conforme os dados obtidos, as despesas somaram nada menos que R$ 632 mil. Isso sem contar os salários dos aspones. Em comparação com os demais ex-presidentes, a petista gastou mais que a soma de todo os demais ex-presidentes – José Sarney, Fernando Collor, FHC e Lula – no mesmo período. Todos eles têm direito ao benefício, mas extrapolar do uso de uma verba cujo princípio é conferir o mínimo de estrutura a um ex-presidente da República é deveras imoral.

Não basta levar o Brasil à bancarrota estando no cargo de presidente. Dilma nos lesa também fora dele. De acordo com o jornal, destes mais de R$ 600 mil gastos pelo contribuinte brasileiro, R$ 586,8 mil foram utilizados no custeio de passagens e diárias; além disso, houve também o pagamento de R$ 45,4 mil com manutenção, seguro e combustível de veículos utilizados. Até quando o País sustentará mordomias injustificáveis dessa natureza? É preciso dar um basta.

Cara de pau

Um dado que impressiona nas informações obtidas é que a maior parte dos gastos aconteceu em Minas Gerais, onde Dilma tentou sem sucesso uma vaga de senadora. Ou seja, na prática, Dilma valeu-se de recurso público para tentar se eleger. Ela tinha um corpo de colaboradores viajando e se deslocando com ela pelo Estado – todos pagos pela União. Mesmo com esse aporte, ela ficou apenas em quatro lugar na disputa. Os gastos ainda aumentaram no ano passado em comparação com o ano anterior. Em 2017, Dilma, sem mandado e sem campanha, havia torrado aproximadamente R$ 520 mil com servidores. Em 2018, os gastos pularam para R$ 632 mil.

Ainda que seja bastante questionável a manutenção desse privilégio aos ex-presidentes, a liderança de Dilma na utilização desmedida de dinheiro público salta aos olhos. O senador Fernando Collor (PROS-AL) apresentou no ano passado uma despesa de R$ 306 mil (R$ 267 mil com diárias e passagens e R$ 39 mil com combustível). José Sarney (MDB-AP), por sua vez, gastou R$ 158 mil (R$ 135 mil com diárias e passagens e R$ 23 mil com combustível). Lula, mesmo preso, registrou despesas de R$ 119 mil (R$ 100 mil com diárias e R$ 19 mil com despesas automotivas), e Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) R$ 41,3 mil. Do total, R$ 20 mil com diárias e passagens e R$ 21 mil com combustíveis, seguro e manutenção de veículos.

É uma lei sancionada José Sarney em 1986 que possibilita esses privilégios. Por ela, a União disponibiliza 40 funcionários para os cinco ex-presidentes, oito para cada um deles. Além disso, também fazem parte da estrutura dez veículos oficiais. No total, essa estrutura custa por ano R$ 5,5 milhões aos cofres públicos. Em tempos de desequilíbrio das contas públicas, e tentativas de ajustes para a retomada econômica, o valor é mesmo uma fábula. Em princípio, o benefício não deveria ser concedido a presidentes depostos por impeachment. Collor chegou a ter a benesse suspensa em 1993. Em 2006, entrou na Justiça e conseguiu reverter a decisão. É a decisão que favoreceu Collor que agora beneficia Dilma. O ex-presidente Lula, por meio do decreto 6.381, aumentou o número de servidores à disposição de ex-presidentes. De cinco para oito. Pela norma, os presidentes têm direito a quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal, dois motoristas e dois assessores em cargos de comissão.

No caso de Lula, especificamente, o Ministério Público utilizou o relatório de viagens de assessores ao Sítio de Atibaia como um dos principais elementos que corroboraram a tese de que o imóvel era de fato do ex-presidente. O contribuinte brasileiro pagou 1089 diárias aos servidores para acompanhá-lo e à ex-esposa Marisa Letícia entre os anos de 2011 e 2016. Agora, descobre-se que Dilma valeu-se do mesmo artifício. Só que para fazer campanha em Minas Gerais e nem sequer se eleger – neste caso, menos mal. Ou seja, sobra mesmo cara de pau…

Revista IstoÉ

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Ano eleitoral, 2018, Rollemberg na maior cara de pau, aplica o golpe da ampliação do metrô

Obras para ampliação do metrô começam em 2019, promete Rollemberg

A licitação deve ocorrer no segundo semestre deste ano 

Abaixo a síntese do governo Rollemberg:

Resumo do governo Rollemberg: 

primeiro ano - não tem dinheiro;

segundo ano - não tem aumento de salário;

terceiro ano - não tem água;

quarto ano - não tem voto.

[prezados leitores: lembrem-se que a mesma inútil Câmara Legislativa do DF que aprovou esta lei e o governador que a sancionou  também expeliram uma lei que foi vetada por inconstitucionalidade e que proibia que os ônibus urbanos do DF transportassem passageiros em pé - o autor dessa lei foi o fantástico  e fenomenal 'bispo' Renato.] 

Abaixo falaremos mais sobre o resumo. Lembrem-se que 2018 é o quarto ano, SEM VOTO,  e para arranjar voto Rollemberg aplica o golpe da ampliação do metrô e realização de outras obras.

Vamos a matéria do Correio e depois desmontaremos a fraude.

Após a solenidade de assinatura do decreto federal que destinou recursos para a ampliação do Metrô-DF, no Palácio do Planalto, o governador Rodrigo Rollemberg prometeu um cronograma de execução da licitação e da obra. A expectativa de Rollemberg é a de que a licitação seja lançada no segundo semestre deste ano. “Não é uma licitação simples. Ainda precisam fazer estudos”, afirmou. O objetivo do Governo do Distrito Federal é que o processo esteja finalizado até o fim do ano, para, ainda em 2018, ou no início de 2019, as obras possam ser iniciadas.

Já a licitação para a construção do viaduto que vai promover a interseção entre o Parque da Cidade e a EPIG deve ficar pronta em até dois meses, assegurou o governador do DF. “A licitação do viaduto pode ser realizada rapidamente. O secretário de infraestrutura, Antônio Coimbra, afirmou que, em 60 dias, o edital para a construção estará nas ruas”, assegurou. [Edital nas ruas não significa absolutamente nada em termos de garantia que a obra vai sair do papel - o negócio é que Rollemberg vai tentar a reeleição - e perder feio - aí tenta convencer a população que é um TOCADOR DE OBRAS.]

O socialista destacou, no entanto, que o decreto assinado autoriza apenas a realização do processo de licitação, e não a liberação de recursos. “Neste momento, não está sendo repassado o recurso, mas a autorização para a licitação com a garantia de que a União repassará os recursos tão logo a obra se inicie. É a Síntese do Projeto Aprovado (SPA)”, explicou. [essa garantia não vale nada; Rollemberg para se safar quando as obras não começarem diz que o recurso não está sendo repassado no momento, mas,  a autorização para licitação garante que a União repassará os recursos tão logo a obra se inicie.

Mentira, autorização para licitação é apenas o que o nome diz: 'autorização para licitação', não garante recursos. 

A mentira é tão grande que falam em quase R$ 300.000.000,00; pode parecer muito dinheiro, mas, é nada quando se sabe o que o Governo está prometendo fazer:

- ampliar o metrô em Samambaia em 3,6km e duas estações;

- construir viaduto de  interseção entre o Parque da Cidade e a EPIG; 

- concluir três estações que não foram concluídas no metrô trecho da Asa Sul - ainda ficará faltando concluir - sem utilização e são necessárias -  a Estrada Parque e a Onoyama;]

A liberação dos recursos está garantida por parte do governo federal, assegura o ministro das Cidades, Alexandre Baldy. "Hoje, o GDF encontra este recurso no orçamento do governo federal para proceder, tão logo conclua a licitação. Após a conclusão do processo licitatório, esta autorização para o início da obra será, também, concedido, e isso quer dizer que os recursos serão garantidos”, destacou.

O auxiliar de Temer explicou, ainda, que a modernização das linhas do metrô em Samambaia não contempla uma prioridade. Mas, sim, tira do papel um projeto que já estava pronto para ser lançado. “Neste caso específico, são projetos que estavam no ministério das Cidades por parte do governo do DF. Não é questão de priorizar e não priorizar. São projetos que estavam conclusos do GDF e que o governador, juntamente com sua equipe, cobrou do ministério, e nós promovemos a liberação desta SPA para que realizasse a licitação e promovesse posteriormente a realização destas obras”, justificou Baldy.

[Rollemberg promete mais uma série de outras obras contando com um dinheiro que não está garantido - Temer não pode garantir dinheiro nem para as obras federais -  aliás ele não consegue sequer nomear um ministro ou fazer cumprir um decreto de indulto - quanto mais para o GDF.

Essa grana prometida, ainda não garantida,  não é suficiente sequer para ampliar o metrô em Samambaia - caso as obras comecem vão parar no meio do caminho.

O que Rollemberg quer é prometer uma porção de obras, fazer uma agitação que o GDF está com os cofres cheios, e mudar o resumo do seu governo: CONSEGUIR VOTOS NO QUARTO ANO. 

Rollemberg estaria sendo mais eficiente e sincero com o povo se usasse esse dinheiro para dar uma melhorada nos hospitais e postos de saúde, na educação, na segurança pública - comprando equipamentos para os hospitais e UPAs, reformando escolar e construindo algumas, viaturas e outros equipamentos para as polícias civil e militar - mesmo assim, a grana só daria para comprar equipamentos, resolver a carência de pessoal, não será suficiente.

É só prestar atenção, vai chegar setembro, véspera do mês das eleições e nada terão saído do papel.

Finalizamos lembrando que para completar o desastre financeiro e desmascarar o 'tocador de obras' Rollemberg, o Metrô-DF está sucateado, rodando com peças compradas no ferro-velho formado com sucatas do Metrô de SP.]

Correio Braziliense


quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A persistente e cansativa cara de pau de Lula e PT

Sua retórica se inspira na tradição totalitária que fez milhões de vítimas mundo afora

O fato que salta à vista neste início de ano é a eterna cara de pau de Lula e dos advogados e militantes do Partido dos Trabalhadores (PT). O famigerado líder petista e seus sequazes tentam peitar a magistratura, com o propósito de tumultuar o julgamento do réu pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, no próximo dia 24, tendo sido já o ex-presidente condenado pelo juiz federal Sergio Moro em primeira instância, no âmbito da Operação Lava Jato.

A finalidade da estratégia petista sempre tem sido pescar em águas turvas. Para Lula, só há uma alternativa: guindá-lo de novo ao poder, do qual ele e seu partido foram desalojados pela sociedade brasileira após 14 anos de desmandos.  Inovou Lula com essa estratégia? Definitivamente, não: essa é a via aberta pelos totalitários desde os jacobinos e Lenin até os dias atuais.  O grande problema não resolvido pelos totalitários é que eles se acham superiores ao restante da humanidade. O termo “democracia”, para o espírito totalitário, significa governo dos próprios totalitários sem nenhuma limitação. Eles assumiram o espírito pregado por Jean-Jacques Rousseau no seu Contrato Social: o líder e os “puros”, seus seguidores, têm a missão escatológica de dar origem ao “homem novo”, aquele não conspurcado pela defesa dos interesses individuais. E somente pode haver uma forma de governo válida: a ditadura do líder messiânico e dos puros, a fim de garantir a unanimidade ao redor da “vontade geral” encarnada neles.

Ora, segundo pensava o maluco filósofo de Genebra na obra citada, o poder total a ser exercido pelo líder e seus seguidores consiste na unanimidade de todos ao redor deles para garantir a felicidade do gênero humano. Qualquer dissidência deve ser aniquilada como atentado contra a felicidade geral. A infelicidade infiltra-se na sociedade em decorrência da existência dos indivíduos e dos seus interesses privados. Devem ser esmagados, portanto, todos aqueles que não se curvarem ao “interesse público”, entendido como a imposição da “vontade geral”, da qual são garantia e manifestação soteriológica, na História, o líder messiânico e os seus seguidores imediatos, os “puros”. O ideal da nova ordem política foi bem definido por Lenin, em O Estado e a Revolução, como “um poder não limitado por leis”.

O espírito totalitário perversamente apregoado por Rousseau passou, na modernidade, a encarnar nas lideranças revolucionárias radicais, que tingiram de sangue a História desde os jacobinos na Revolução Francesa e no Terror por eles imposto, no final do século 18, passando pelo império napoleônico (entre 1804 e 1814) e seguindo, já nos séculos 20 e 21, com a Revolução Bolchevique, na Rússia, em 1917, e a emergência dos totalitarismos. Em todos eles o fantasma do “poder total” assoma, até na mais recente manifestação de chantagem nuclear do tresloucado líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Essa saga do totalitarismo já se tinha manifestado em Fidel Castro e na sua ditadura familiar, no Che Guevara, com o seu dístico “Pátria (totalitária) ou morte”, na louca aventura nazi-fascista, com o endeusamento da minoria ariana ao redor do Führer, ou com Mussolini apregoando o princípio do “poder total” na célebre proposta de “tudo dentro do Estado, nada fora dele”.  Não nos enganemos: se Lula representa alguma tradição política, ela se filia a essa herança do totalitarismo hodierno. Não é por outra razão que, para ele e seus cansativos militantes, só há uma alternativa para salvar o Brasil: Lula e o PT.

Como a tradição totalitária se encarna com as cores de cada cultura, no Brasil Lula e os seus sequazes adotaram uma máscara: a cara de pau do “herói sem nenhum caráter”, Macunaíma, genialmente descrito por Mário de Andrade no seu clássico de 1928. Vamos convir: não é de cara de pau a feição do líder messiânico quando aparece na televisão, ou em palanque, afirmando para a enojada audiência que não há vivalma mais ética do que ele? Os petralhas especializaram-se em fazer da corrupção método de ação política e em esfregar no rosto dos perplexos cidadãos tungados por eles na roubalheira geral as “façanhas” praticadas.

Não são, aliás, de cara de pau as feições do comando petralha que “visitou” o desembargador Thompson Flores recentemente em Porto Alegre, como se ele e o tribunal por ele presidido fossem os meliantes, e não eles próprios? Os seguidores de Lula entenderam bem a lição da tragicomédia montada pelo líder: aparecer em público com ar contrito e na maior cara de pau, para dizer o seguinte: “Corruptos são vocês, otários, que votaram em nós e ficaram na rua da amargura juntamente com os 14 milhões de desempregados! Nós somos os puros, os retos, os que devem prevalecer no comando do Estado. Fora de nós não há salvação”. É mesmo muita cara de pau!

A sociedade brasileira tem um caminho para tirar esse lixo da História e impedir que os petralhas assumam, de novo, o poder no Brasil, a fim de destruírem o que ficou das nossas já combalidas instituições republicanas: repetir, em alto e bom som, que sabemos de quem se trata, conhecemos os malfeitos por eles praticados, que hoje já se situam na casa dos bilhões de dólares roubados e ainda estão intactos em paraísos fiscais.

Devemos repetir até o cansaço que acreditamos nas instituições, que a Justiça fará o seu trabalho até o fim, para pôr atrás das grades todos os que se aproveitaram da passagem pelo poder para enriquecer ilicitamente. E devemos repetir, na cara de Lula e dos seus sequazes, que já identificamos onde se inspira a sua retórica vazia: na tradição totalitária que deixou espalhados pelo mundo afora milhões de vítimas.


Ricardo Vélez Rodriguez - O Estado de S. Paulo -  
Coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (Ufjf), professor emérito da Eceme, é docente da Universidade Positivo, em Londrina


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Lula e a cara de pau



O tempo passa e não surge nem um indicador econômico que permita aos brasileiros acreditar que há luz no fim do túnel. Pagam por isso – além de todo o País, é claro – Dilma e o PT. Enquanto isso, uma figura desfila olimpicamente pelo cenário político, puxando orelhas, oferecendo conselhos, dando ordens, indicando estratégias, deitando falação: Luiz Inácio Lula da Silva. Com uma esperteza que compensa o que lhe falta, Lula sabe que não há solução a curto prazo para a encrenca em que sua criatura meteu o País. Trata então de salvar a própria pele agarrado ao que tem de mais precioso: a aura de Grande Líder. Para isso, precisa permanecer em evidência. E sabe como fazê-lo. 

Seu último lance autopromocional foi aproveitar a ausência de Dilma em Brasília para encontrar-se com parlamentares do PT e lideranças do PMDB, neste caso com a intenção anunciada de recompor a aliança do partido de Michel Temer com o Palácio do Planalto. Aproveitou para fazer o que havia recomendado a seus correligionários: partir para o “enfrentamento” da Operação Lava Jato. Em café da manhã na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros, sentenciou: “A Lava Jato não pode ser a agenda do País”.

Mas o que chamou a atenção na sua passagem por Brasília foi a falta de cerimônia com que deu uma guinada de 180 graus no tom de seus pronunciamentos da semana anterior, quando criticou o “governo de mudos” de Dilma Rousseff e acusou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de ter “perdido o controle” da Polícia Federal. Desta vez pegou leve. Preferiu atribuir os “vazamentos seletivos” das delações premiadas à oposição: “Todo vazamento é contra o PT. O que eles querem é ver Dilma e o PT sangrarem”. Por modéstia ou precaução, preferiu excluir-se da lista de alvos dos “vazamentos seletivos”.

À bancada petista na Câmara, Lula ponderou: “Não existe PT sem governo nem governo sem PT”. A Renan e senadores peemedebistas, apelou para que “relevem” os problemas com a presidente e ajudem o governo a superar a crise. Com um de seus principais desafetos no governo, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, teve um encontro secreto – negado por sua assessoria – num hotel da capital.

Como pode um líder político afirmar uma coisa e dias depois dizer e fazer praticamente o contrário? Para Lula, não faz a menor diferença. É seu estilo. Desde os tempos das assembleias de metalúrgicos no estádio de Vila Euclides, no ABC, ele aprendeu que o importante é dizer o que as pessoas querem ouvir. E como ele também acredita que todo mundo só presta atenção no que quer ouvir e tende a não ouvir ou a esquecer o que não quer, agradar a todos é só uma questão de ter o caradurismo de fazer o discurso certo para cada audiência. Até agora, deu certo.

Ocorre que, depois de 12 anos, em que não faltou a contribuição decisiva da teimosia e da incompetência de Dilma, o brasileiro vê a inflação comer seu salário e seu emprego ser ameaçado. Por isso, não está mais disposto a dar ouvidos a discursos edulcorados. Principalmente quando fica sabendo das escandalosas maracutaias feitas com o dinheiro público. Não deverá adiantar muito, portanto, a lábia de Lula ou a “agenda positiva” que ele quer que Dilma passe a cumprir. O brasileiro está cansado de conversa, agora quer resultados. E é aí que o governo, Dilma e o PT se complicam. Pois se, em tempos de bonança, a criatura foi incapaz de outra coisa senão devastar as contas públicas e arruinar a economia, o que não fará agora que o País está mergulhado numa crise econômica, social e moral? Nesse quadro, Lula fará tudo o que puder para se descolar da sina a que sua criatura parece condenada. Para tanto é preciso continuar em evidência.

Já Dilma, tendo entendido que as acusações do empreiteiro Ricardo Pessoa aos ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva constituem agravo a sua pessoa e a sua condição de presidente da República, rechaça essas acusações como pode. Em Washington, queixou-se de que o governo “não teve acesso aos autos” das delações premiadas e que vai “aguardar toda a divulgação dos fatos para avaliar a situação”. Não deveria, então, ter-se precipitado na defesa de seus ministros. Teria sido mais prudente afastá-los do governo até que possa “avaliar a situação”.

Fonte: EDITORIAL  - O Estado de S. Paulo