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sábado, 8 de julho de 2017

Causas da deflação

A deflação de junho não é sintoma de doença econômica. 


É uma boa notícia ter chegado a 3% de inflação ao ano, o que é a meta em países vizinhos nossos. Há quem, no Brasil, considere que se a inflação é baixa não haverá estímulo ao crescimento. Isso é resultado de uma velha miopia de certa corrente de pensamento que atesta que um pouco de inflação é bom para a alta do PIB.

A inflação negativa em 0,23% em junho é episódica e não o início de uma deflação como problema econômico, aquele que leva a economia cada vez mais para o fundo. O Brasil vive há pouco mais de um ano um processo consistente e sustentado de desinflação. A queda do consumo é apenas uma parte desse fenômeno e não foi ela que derrubou o ritmo de reajuste dos preços. A recessão começou no fim de 2014. No segundo ano de contração severa, em janeiro de 2016, o Brasil estava com inflação de 10,71%, apesar da queda livre do consumo.

O fenômeno é mais complexo e tem várias razões boas. Houve uma superprodução de alimentos que derrubou os preços de inúmeros produtos, além de outros efeitos bons na economia. A política de preços dos derivados de petróleo passou a ser normal, tem altas e quedas quando necessário, e desta vez entrou na conta a redução de gasolina e diesel. Os preços de energia tiveram uma redução temporária. Há ainda, por trás de todo esse processo de redução gradual dos índices de preços, a confiança na direção do Banco Central e no seu compromisso de manter a inflação ao centro da meta. Essa certeza não se tinha no governo Dilma, que passou quase todos os cinco anos no teto da meta ou acima dele.

Na sua divulgação, o IBGE lembrou que a inflação é “perversa”. Bem lembrado, porque há até hoje no país — por incrível que pareça — quem tenha se esquecido que a inflação tem o efeito confiscatório da renda dos mais pobres.  O país precisa retomar o crescimento de forma sustentada e com criação de emprego para os 14 milhões de desempregados. Uma inflação mais baixa só facilita. Não tem o poder de resolver problema algum, mas evita o agravamento de vários. Se nesta altura dos acontecimentos as taxas de reajuste de preços estivessem ainda altas, como durante todo 2015 e parte de 2016, o desconforto econômico estaria muito maior. Recessão, desemprego e inflação alta são uma dose dura demais para aguentar. A desinflação tem sido um ponto de alívio na difícil conjuntura atual.

Com a fórmula aprovada de teto de gastos, a inflação em 12 meses em junho é a baliza para os reajustes das despesas. Neste caso, a queda da inflação aumentará o rigor no controle dos gastos em 2018, e isso obrigará a mais disciplina, escolha de prioridades e gestão de qualidade. Se a inflação estivesse mais alta haveria mais margem de gastos, mas seria uma falsa receita. A inflação ajuda a arrecadação e reduz o valor real dos salários. Transfere renda para o governo e os mais ricos.

Os índices não devem ficar negativos nos próximos meses mas, segundo o professor Luiz Roberto Cunha, a inflação em 12 meses pode cair mais em julho e agosto, para 2,5%. Depois subirá aos poucos nos outros meses do ano. Para quem acha que uma inflação de 2,5% é sintoma de doença grave é bom lembrar que a meta do Chile e do México para o índice anual é 2%. Do Peru, 3%.

O grande desafio será retomar o crescimento com o país no meio deste turbilhão político. Apesar do agravamento da crise, a economia tem conseguido melhorar aos poucos, mas não há expectativa de uma recuperação forte neste contexto. A causa da dificuldade com a retomada do crescimento é a crise política que reduziu a confiança e provocou o adiamento de projetos de investimento, e não a queda dos preços.

O número de junho e as expectativas de queda da inflação anual em julho e agosto devem reforçar as projeções de corte de um ponto percentual nas taxas de juros na próxima reunião do Copom, outro fato bom da economia. Não há garantia de que os próximos indicadores de atividade sejam positivos. O Brasil está saindo aos poucos desta recessão causada, entre outras razões, pelo descuido com a inflação no primeiro mandato de Dilma que a levou aos dois dígitos em 2015.

Fonte: Coluna da Miriam Leitão

 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Janot, deixe Temer trabalhar para o BEM do Brasil, especialmente dos 14 milhões de desempregados - Brasil tem a primeira deflação desde 2006, informa o IBGE

Em junho, preços recuaram 0,23%, menor taxa desde 1998

Pela primeira vez em mais de uma década, os preços no Brasil caíram no mês passado. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,23%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, puxado pelo recuo dos preços de energia elétrica. A última deflação no país havia sido registrada em junho de 2006, quando o indicador ficou em -0,21%. A deflação de 0,23% em junho foi ainda a menor taxa desde agosto de 1998, quando o índice registrou queda de 0,51%.

No acumulado em 12 meses, a inflação está em 3%, a menor desde abril de 2007, quando o IPCA também ficou exatamente em 3%. Com a deflação de junho, o IPCA fechou o semestre com alta acumulada de 1,18%, taxa inferior aos 4,42% registrados na primeira metade do ano passado. Considerando apenas os primeiros semestres do ano, este é o resultado mais baixo da série histórica, iniciada em 1994.

Em maio, o IPCA havia ficado em 0,31%. A expectativa do mercado era de deflação de 0,19%, segundo pesquisa da Bloomberg. Dos 45 analistas, 44 esperavam queda de preços — entre -0,08% e -0,28%. Só um dos economistas esperava alta de 0,13% para junho.

O resultado de junho foi fortemente influenciado pela queda da energia elétrica, cujos preços caíram 5,52% no mês passado. Sozinho, esse item respondeu por -0,2 ponto percentual do resultado. Ou seja, não fosse a conta de luz mais barata, a inflação de junho ficaria próxima à estabilidade, em -0,03%. A forte queda da energia elétrica ajudou a puxar para baixo os preços da categoria habitação, que registrou deflação de 0,77% em junho. Ao lado de alimentação (-0,5%) e transporte (-0,52%), os três grupos respondem por 60% das despesas domésticas e ajudaram a levar o IPCA para o negativo no mês passado.

PREÇO DO TOMATE CAI QUASE 20%
No grupo de alimentação e bebidas, que responde por 26% dos gastos das famílias brasileiras, a queda de 0,5% foi puxada pelos preços menores dos alimentos consumidos em casa, cujos preços recuaram 0,93%. A maioria dos produtos da categoria registrou recuo de preços, como o tomate (-19,22%), batata inglesa (-6,17%) e frutas (-5,9%). A taxa seria ainda mais negativa, não fosse a forte alta de 25,86%, que fez o produto puxar o índice 0,05 ponto percentual para cima. Os alimentos vêm registrando quedas ao longo do ano, influenciados pela safra recorde e pelo efeito da recessão - outro importante fator por trás da inflação mais baixa em 2017.


Já em transportes, a principal influência para baixo veio dos combustíveis - que respondem por 18% do índice. Esses produtos tiveram queda de 2,84%, com destaque para a queda de 2,65% da gasolina. A variação negativa foi resultado de duas reduções de preços nas refinarias, autorizadas pela Petrobras, que tiveram impacto no IPCA de junho.  Há duas semanas, no relatório trimestral de inflação, o Banco Central também previu deflação para junho. A autoridade monetária reduziu ainda a projeção para a alta de preços no ano, de 3,9% para 3,8%. A meta do governo é que o índice fique em 4,5%. Em outra ação para manter a inflação controlada, o BC anunciou a redução dessa meta para os anos de 2019 e 2020, em 4,25% e 4%, respectivamente. A margem de tolerância continua sendo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, como hoje.

DEFLAÇÃO EM TODAS AS REGIÕES; NO RIO, QUEDA DE APENAS 0,09%
O IPCA registrou queda em todas as 13 regiões acompanhadas pelo IBGE. O destaque ficou por conta de Belo Horizonte, cuja taxa ficou negativa em 0,48%. Essa queda foi impulsionada pela redução nas contas de luz, que ficaram 10,68% mais baratas na região. Na região metropolitana do Rio, que tem peso de 12,06% sobre o resultado nacional, houve deflação de 0,09%. Já em São Paulo, cujo peso sobre o índice nacional é de 30,67%, a deflação foi de 0,31%.

INPC TEM QUEDA DE 0,3%

Importante para reajustar acordos salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou queda de 0,3% em junho, após ter subido 0,36% em maio. No acumulado em 12 meses, o indicador desacelerou para 2,56%, abaixo dos 3,35% registrados nos 12 meses encerrados no mês anterior. Assim como no IPCA, a taxa negativa foi influenciada pela queda de 0,52% dos produtos alimentícios. O INPC calcula a inflação sentida pelas famílias que ganham até cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado.


IMPACTO NOS JUROS
Antes da divulgação do resultado de junho do IPCA, o economista-chefe do Santander, Mauricio Molon, afirmou que crescem as chances de a taxa Selic chegar ao fim do ano abaixo dos 8,5%, que é a projeção atual do banco. A estimativa atual do Santander é de que inflação chegue ao fim do ano em 4,2%, mas Molon admite que pode ficar abaixo disso:  - Muito mais que o discurso do Banco Central, são as variáveis que determinam as decisões. Essas variáveis estão evoluindo de forma que favorece a continuidade de queda de juros para um patamar até inferior do que estimamos. Nossa projeção é de 4,2% de inflação no ano, mas a chance de ser bem menor que esse 4,2% hoje é alta - disse Molon, após participar do XVI Encontro Santander América Latina, na Cidade Financeira, sede do banco nos arredores de Madri.


Fonte: O Globo




Governo Temer produz a primeira deflação desde 2006, com menor taxa desde 1998

Inflação oficial tem deflação de 0,23% em junho, a primeira em 11 anos

Com isso, o primeiro semestre do ano fechou em 1,18%, bem menos do que os 4,42% registrados no mesmo período do ano passado

Brasil tem a primeira deflação desde 2006, informa o IBGE

Em junho, preços recuaram 0,23%, menor taxa desde 1998

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou o mês de junho com resultado negativo (deflação) de 0,23%, a primeira registrada em 11 anos. O resultado ficou 0,54 ponto percentual acima dos 0,31% de maio.

Os dados relativos ao IPCA foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o mais baixo para o mês de junho desde o início do Plano Real e o primeiro resultado mensal negativo desde os 0,21% de 2006. Em agosto de 1998, a taxa atingiu -0,51%.

Com isso, o primeiro semestre do ano fechou em 1,18%, bem menos do que os 4,42% registrados no mesmo período do ano passado. Considerando os primeiros semestres do ano, é o resultado mais baixo da série histórica. Em relação aos últimos 12 meses, o índice acumulado foi para 3%, abaixo dos 3,6% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.
 
Fonte: Correio Braziliense
 
 

domingo, 25 de junho de 2017

Oportunidade para meta de inflação mais baixa

Apesar da crise política, há expectativas bem ancoradas na economia que permitem este corte, chance que Lula teve há dez anos e não aproveitou

Com toda a turbulência política, diante da melhoria nas expectativas conseguida com o teto constitucional de limitação do crescimento dos gastos e uma atuação confiável do Banco Central, por exemplo, tem sido possível evitar-se maiores deteriorações do cenário, pelo menos até agora. Prova disso têm sido as projeções nada catastróficas do Boletim Focus, apuradas semanalmente pelo BC junto a analistas do mercado financeiro. O próprio Banco, no relatório trimestral de inflação, divulgado quinta, espera deflação em junho e taxa anual abaixo da meta de 4,5%. Mesmo com a reforma da Previdência parada na Câmara, a trabalhista está em fase final de tramitação no Senado.

É nesta perspectiva que o Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião marcada para o dia 29, quinta-feira próxima, deverá reduzir a meta de inflação dos atuais 4,5% para 4,25%, a vigorar no período de 2019 a 2021. Pode parecer pouco, mas a sinalização é mais importante que o valor do corte, dentro da missão do BC de ancorar as expectativas. 

Com uma política monetária suficientemente apertada e sinalizações mais claras dadas por seus comunicados periódicos, é que a autoridade monetária trouxe, num período relativamente curto, uma inflação de dois dígitos (10,67%) para abaixo da meta. Houve, é certo, a ajuda do desaquecimento econômico, mas o país passou há pouco, no governo Dilma, pelo pior dos mundos da recessão e desemprego convivendo com alta de preços.

Já passou muito da hora de haver um entendimento neste país para se acabar de vez com a tolerância com a anormalidade de juros altos e inflação, idem. O mundo está saindo com dificuldades de um ciclo de deflação, em que os juros chegaram a ser negativos em alguns países e próximos de zero em muitos outros. Como nos Estados Unidos. No Brasil, eles continuaram na estratosfera, e por falhas dos brasileiros.

Devido a certas mitologias e dogmas religiosos de algumas correntes de pensamento econômico, como as dominantes em Brasília a partir do segundo governo Lula, com Guido Mantega na Fazenda e Dilma Rousseff na Casa Civil. A tragédia que veio depois todos conhecem. Entre eles os mais de 14 milhões de desempregados.

A miopia de se permitir alguma inflação em nome de algum crescimento voltou a ser praticada no Brasil, no governo Dilma, quando ela, infelizmente, praticou o que defendia: interveio no BC, forçando-o a baixar os juros, e o resultado é que a inflação mudou de patamar para a fronteira do limite superior da meta (6,5%) e dali desgarrou de volta aos dois dígitos. E, como previsto, o PIB desacelerou.  Esta miopia, quase cegueira, é que impediu, no segundo governo Lula, em 2007, num momento como o atual, de inflação ancorada em expectativas benignas, que a meta fosse reduzida. Deu no que deu.

Fonte: Editorial - O Globo